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AO JUÍZO DA VARA ..DA COMARCA ........

. ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , ________ , ________ , vem à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO E ALIENAÇÃO JUDICIAL C/C COBRANÇA DE
ALUGUÉIS
em face de ________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , ________ , residente e
domiciliado na ________ , ________ , ________ , ________ , ________ , pelos motivos e fatos que passa a
expor.
DOS FATOS
O requerente e o requerido possuem um imó vel em comum em decorrência da ________ .
Trata-se de ________ .
Ocorre que apesar da divisã o homologada por meio da ________ , o Réu permanece no
imó vel, sem que, no entanto, realize qualquer pagamento pelo uso do imó vel.
Mesmo apó s notificaçã o, conforme prova em anexo, para desocupar o imó vel e viabilizar a
sua alienaçã o, nenhuma medida foi tomada, obrigando o ingresso da presente açã o.

DA EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO E ALIENAÇÃO JUDICIAL


Preceitua o Có digo Civil, em seu Art. 1.322 o direito à extinçã o do condomínio, nos
seguintes termos:
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes nã o quiserem adjudicá -la a um só ,
indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em
condiçõ es iguais de oferta, o condô mino ao estranho, e entre os condô minos aquele que
tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, nã o as havendo, o de quinhã o maior.
Trata-se de direito dos proprietá rios, uma vez que a lei permite que "a qualquer tempo os
condôminos podem pretender a extinção do condomínio, com a consequente alienação do
bem havido em copropriedade, caso o bem seja indivisível e os consortes não concordarem em
adjudicá-la a um só, indenizando os outros." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código Civil Comentado. 12 ed. Editora RT, 2017. Versã o ebook, Art. 1.322)
Nesse sentido, deve ser garantido ao condô mino que nã o quer continuar no estado de
indivisã o, o direito à alienaçã o judicial da coisa comum.
Assim, caso o Réu nã o se manifeste sobre a adjudicaçã o imediata da quota parte
pertencente ao Autor, requer seja alienado judicialmente o imó vel, nos termos do Art. 730
do CPC/15, observados o direito de preferência disposto no Art. 504 do Có digo Civil.
DO DIREITO AOS ALUGUÉIS
Considerando o uso exclusivo do imó vel pela parte Ré, sem qualquer pagamento ao Autor
da parte que lhe cabe, devido o pagamento dos aluguéis.
Afinal, o Autor notificou o réu reiteradas vezes sem que qualquer medida fosse tomada,
sendo devido o pagamento, conforme precedentes sobre o tema:
AÇÃ O DE EXTINÇÃ O DE CONDOMÍNIO DE BEM IMÓ VEL. Autor que ajuizou a presente
demanda visando a extinçã o do condomínio sobre bem imó vel que possui com a ré, com a
consequente alienaçã o judicial do bem e fixaçã o de alugueis pelo uso exclusivo. Sentença de
procedência. Apelo da ré. Acordo entabulado na açã o de divó rcio que estabeleceu a partilha
dobem.Tratando-se de bem indivisível, cabe pleito de partilha a qualquer tempo, nos
termos dos art. 1.320 e 1.322 do Có digo Civil. O autor nã o pode ter limitado seu direito de
propriedade. É direito do condô mino requerer a divisã o de coisa comum, com a
consequente alienaçã o judicial do bem, quando nã o for possível o uso e gozo em conjunto
do imó vel indivisível, resguardando-se o direito de preferência. Precedentes. O outro
condômino que não detém a posse exclusiva de bem comum faz jus ao recebimento
de remuneração pela não fruição de sua parte ideal, (...). Sentença mantida. Recurso
desprovido. (TJSP; Apelaçã o 1026616-30.2016.8.26.0100; Relator (a): Mary Grü n; Ó rgã o
Julgador: 7ª Câ mara de Direito Privado; Foro Regional VII - Itaquera - 4ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 21/02/2018; Data de Registro: 21/02/2018)
APELAÇÃ O CÍVEL. DIREITO CIVIL. (...) ALIENAÇÃ O JUDICIAL. BEM COMUM. EXTINÇÃ O DE
CONDOMÍNIO. ALIENAÇÃ O EM HASTA PÚ BLICA. SUSPENSÃ O DO PROCESSO. NÃ O
CABIMENTO. ALUGUÉ IS DEVIDOS. TERMO INICIAL. CITAÇÃ O.(...) 5. No condomínio, deve
o coproprietário que usufrui exclusivamente do bem indenizar o outro, mediante o
pagamento de aluguéis proporcionais à sua quota-parte. 6. O termo inicial dos aluguéis
deve ser fixado na citaçã o, momento no qual o autor se manifestou no sentido de nã o mais
anuir com o usufruto exclusivo do coproprietá rio ocupante.7. Apelaçã o parcialmente
provida. (TJDFT, Acó rdã o n.1103555, 20160510090506APC, Relator (a): HECTOR
VALVERDE, 1ª TURMA CÍVEL, Julgado em: 13/06/2018, Publicado em: 20/06/2018)
Para o presente caso, o valor mensal deve corresponder a R$ ________ , com base no aluguel
de imó veis semelhantes no mesmo edifício.
Razõ es pelas quais requer a imediata procedência da demanda, com a determinaçã o ao
pagamento dos aluguéis devidos desde a data da notificaçã o para desocupaçã o.

DA TUTELA DE URGÊNCIA
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."
No presente caso tais requisitos sã o perfeitamente caracterizados, vejamos:
A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da demonstraçã o inequívoca
de que ________ .
Assim, conforme destaca a doutrina, nã o há razã o ló gica para aguardar o desfecho do
processo, quando diante de direito inequívoco:
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar o
tempo necessário à produção da provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos,
uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos
fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme.
Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela ________ , ou seja, tal circunstâ ncia confere
grave risco de perecimento do resultado ú til do processo.
Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta irreversível, nã o
conferindo nenhum dano ao Reclamado.
Diante de tais circunstâ ncias, é inegá vel a existência de fundado receio de dano irrepará vel,
sendo imprescindível a ________ , nos termos do Art. 300 do CPC.

DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente atualmente trabalha como ________ , tendo sob sua responsabilidade a
manutençã o de sua família, razã o pela qual nã o poderia arcar com as despesas processuais.
Para tal benefício o Requerente junta declaraçã o de hipossuficiência e comprovante de
renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem
comprometer sua subsistência, conforme clara redaçã o do Art. 99 Có digo de Processo Civil
de 2015.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestaçã o da parte na instâ ncia, o pedido poderá ser
formulado por petiçã o simples, nos autos do pró prio processo, e nã o suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessã o de gratuidade, devendo, antes
de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovaçã o do preenchimento dos referidos
pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
Assim, por simples petiçã o, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente ao
benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE
PROCESSUAL. AUSÊ NCIA DE FUNDADAS RAZÕ ES PARA AFASTAR A BENESSE. CONCESSÃ O
DO BENEFÍCIO. CABIMENTO. Presunçã o relativa que milita em prol da autora que alega
pobreza. Benefício que não pode ser recusado de plano sem fundadas razões.
Ausência de indícios ou provas de que pode a parte arcar com as custas e despesas
sem prejuízo do próprio sustento e o de sua família. Recurso provido. (TJ-SP
22234254820178260000 SP 2223425-48.2017.8.26.0000, Relator: Gilberto Leme, Data de
Julgamento: 17/01/2018, 35ª Câ mara de Direito Privado, Data de Publicaçã o: 17/01/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. CONCESSÃ O. Presunção de
veracidade da alegação de insuficiência de recursos, deduzida por pessoa natural,
ante a inexistência de elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para
a concessão da gratuidade da justiça. Recurso provido. (TJ-SP 22259076620178260000
SP 2225907-66.2017.8.26.0000, Relator: Roberto Mac Cracken, 22ª Câ mara de Direito
Privado, Data de Publicaçã o: 07/12/2017)
A assistência de advogado particular nã o pode ser parâ metro ao indeferimento do pedido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CONCESSÃ O DO
BENEFÍCIO. HIPOSSUFICIÊ NCIA. COMPROVAÇÃ O DA INCAPACIDADE FINANCEIRA.
REQUISITOS PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os elementos do caso concreto
para conceder o benefício da gratuidade de justiça aos cidadã os que dele efetivamente
necessitem para acessar o Poder Judiciá rio, observada a presunçã o relativa da declaraçã o
de hipossuficiência. 2. Segundo o § 4º do art. 99 do CPC, não há impedimento para a
concessão do benefício de gratuidade de Justiça o fato de as partes estarem sob a
assistência de advogado particular. 3. O pagamento inicial de valor relevante, relativo ao
contrato de compra e venda objeto da demanda, nã o é, por si só , suficiente para comprovar
que a parte possua remuneraçã o elevada ou situaçã o financeira abastada. 4. No caso dos
autos, extrai-se que há dados capazes de demonstrar que o Agravante, nã o dispõ e, no
momento, de condiçõ es de arcar com as despesas do processo sem desfalcar a sua pró pria
subsistência. 4. Recurso conhecido e provido. (TJ-DF 07139888520178070000 DF
0713988-85.2017.8.07.0000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª Turma Cível, Data de
Publicaçã o: Publicado no DJE : 29/01/2018)
Cabe destacar que o a lei nã o exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente
a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário
de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos
de viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o
sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer
de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR.
Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)
Por tais razõ es, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. A concessã o da Assistência Judiciá ria Gratuita, nos termos do art. 98 do Có digo de
Processo Civil;
2. O deferimento da tutela de urgência para fins de ________
3. A citaçã o do Réu para responder, querendo, manifestando o seu interesse na adjudicaçã o
da quota parte pertencente ao Autor;
4. A total procedência da açã o para determinar a extinçã o do condomínio, com a alienaçã o
do bem comum, caso o Réu nã o manifeste o interesse na adjudicaçã o do imó vel, cumulada
com o pagamento de aluguéis pelo Réu desde ________ ;
5. A produçã o de todas as provas admitidas em direito, em especial a ________ ;
6. A condenaçã o do réu ao pagamento de honorá rios advocatícios nos parâ metros previstos
no art. 85, § 2º do CPC;
Manifesta o interesse na audiência conciliató ria nos termos do Art. 319 do CPC/15.
Dá -se à causa o valor de R$ ________
Nestes termos, pede deferimento
________ , ________
________ OAB/ ________ ________
ANEXOS
1. Comprovante de renda
2. Declaraçã o de hipossuficiência
3. RG, CP e prova de residência do Autor
4. Procuraçã o
5. Provas da partilha
6. Provas da tentativa de soluçã o direto com o réu - notificaçã o
7. Provas da ocupaçã o exclusiva do imó vel pelo Réu
8. Planilha atualizada dos aluguéis devidos.

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