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O Suicídio de Getúlio Vargas

A morte de Vargas acontece no fim de seu segundo governo, que teve início em 1951,
tendo sido um governo democrático marcado por crises políticas e tensões sociais. O
congresso nacional, na época, não era composto exclusivamente por aliados de Vargas,
tendo em suas bancadas aqueles políticos que formavam uma oposição aos ideais
nacionalistas do Presidente, e entre esses opositores se destaca a UDN (União Democrática
Nacional), principalmente na figura de Carlos Lacerda, jornalista e político de grande
influência. A criação da Petrobras em 1953, desagradou muitos empresários brasileiros, pois
a ideia de uma empresa completamente Estatal não condizia com os rumos que esse setor
pensava para a economia brasileira, além da decisão de aumentar o salário mínimo em
100%, que não agradou o setor empresarial.
O ponto final dessa história aconteceu após o evento que ficou
conhecido como “Atentado da Rua Tonelero”, onde no dia 5 de agosto de 1954, Carlos
Lacerda e atacado por um homem a tiros e ferido no pé, o que acaba fazendo com que seu
segurança, Rubens Vaz, Major da Aeronáutica, morra. Diante disso, as investigações
apontaram que o mandate do atentado tinha sido Gregório Fortunato, chefe de segurança
do palácio presidencial, que assumiu que participou da ação contra Lacerda, além de
descobrirem que ele estava envolvido em um grande esquema de corrupção, colocando
Vargas numa posição difícil de sair, já que fez com que criasse rumores de que ele participou
desse esquema, o que nunca chegou a ser provado, pois a investigação encarou diversas
incoerências. Devido a morte do Oficial Militar, as
forças armadas se uniram aos opositores políticos de Vargas e com uma campanha forte
buscavam que Vargas renunciasse ao cargo de presidente. Vargas, então, anunciou ao seu
Vice Café Filho, que renunciaria ao cargo. No mesmo dia, 24 de agosto de 1954, Vargas, em
seu gabinete, deixa uma carta onde explicava os motivos de seu ato, desferindo um tiro em
seu próprio coração. A repercussão do suicídio de Getúlio nas rádios e TV foi tanta, que
causou na população um desejo de vingança pela morte do “Pai do Povo”, contra aqueles
que provocaram o ato “heroico” de Vargas, fazendo com que saíssem a rua em protestos e
vandalismo, atacando e destruindo carros do jornal O Globo, invadindo a sede do Jornal
Tribuna da Imprensa e da embaixada americana, inclusive forçando o jornalista Carlos
Lacerda a fugir do país e outros atos.

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