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Getúlio Vargas

Getúlio Dornelles Vargas foi um advogado, político e presidente do Brasil nascido na


cidade de São Borja (RS), no dia 19 de abril de 1882 e falecido em 24 de agosto de
1954.Vargas fez sua carreira política no Rio Grande do Sul e alcançou a presidência da
República em 1930.Foi o presidente que mais tempo ficou no cargo em toda história
republicana do Brasil.

Vargas foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul pela primeira vez em 1909,
sendo reeleito diversas vezes. Casou-se com sua conterrânea, Darci Sarmanho Vargas (1914-
1992) e tiveram cinco filhos. Três deles também se enveredaram pela política, como Alzira
Vargas (1914-1992) que foi Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República. Getúlio
Vargas tornou-se Ministro da Fazenda em 1926, no governo de Washington Luís. Em
seguida, foi presidente (governador) do Rio Grande do Sul em 1928.Alcançou a presidência
em 1930, após a Revolução de 30. Permaneceu no poder primeiro de 1930 a 1945, quando foi
deposto e voltou através do voto popular em 1950.Quatro anos mais tarde, pressionado para
renunciar, cometeria suicídio.
Revolução de 30 e Getúlio Vargas

A chamada política do café-com-leite, mantinha fortes vínculos com grandes


proprietários de terras e o poder estava repartido entre os políticos de São Paulo e Minas
Gerais. Por isso, Vargas sabia que tinha poucas chances de vencer a eleição quando foi
candidato à presidência da República em 1930. Quando seu vice, João Pessoa, foi
assassinado, liderou um golpe contra o poderio daqueles estados. Vargas encabeçou
a Revolução de 1930, na qual depôs Washington Luís (1869-1957) e rompeu o ciclo de
alternância política entre as oligarquias cafeeira e pecuária, num regime conhecido
como política dos governadores. Desta maneira, conquistou a presidência e ali permaneceu de
1930 a 1945.
Governo Provisório (1930-1934)

O governo provisório de Getúlio Vargas foi marcado pela instabilidade política, pois
ele dava sinais de que não convocaria eleições para presidente da República. O presidente
tenta se articular com vários setores da sociedade como a Igreja e o sinal mais visível desta
aproximação é a inauguração do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de
1931. Também conquista o apoio feminino aprovando, em 1932, o voto feminino, mas se
afasta das ideias mais progressistas. Igualmente, cria o Ministério da Educação e Cultura,
tornando o ensino primário obrigatório. Por outra parte, acaba com a liberdade sindical e
investe nas indústrias como forma de gerar emprego. No campo político, Vargas coloca no
lugar dos antigos governadores estaduais, interventores que eram os tenentes que haviam
participado da Revolução de 30. Insatisfeitos com essas medidas arbitrárias tomadas pelo
mandatário, o estado de São Paulo decide pegar em armas, no episódio conhecido
como Revolução de 1932. Após a vitória de Getúlio, o presidente convoca eleições
legislativas que o confirmam no cargo e promulgam a Constituição de 1934.
Governo Constitucional

A promulgação da Constituição de 1934 não trouxe estabilidade ao governo. Inicia-se


a repressão política aos partidos de esquerda, é instituída a polícia política e o presidente não
dava sinais de querer sair do poder. Os comunistas se rebelam e são derrotados em 1935,
enquanto o governo usa o fato como pretexto para concentrar ainda mais poder. É importante
lembrar que o mundo vivia uma polarização política muito grande entre as ideologias do
fascismo e do socialismo.
Estado Novo

Com a justificativa que o Brasil estava ameaçado pelo comunismo, Vargas fechou o
Congresso e declarou-se presidente do Brasil. Em seguida, outorgou a Constituição de 1937
onde concentrava ainda mais poderes na figura do Poder Executivo. Declarou extinto os
partidos políticos e passou a governar com grandes poderes. Seu governo teve grande
proximidade com o modelo fascista, apesar de conciliar, não sem conflitos, o modelo
democrático.
Economia

Durante seu governo, caracterizado pelo nacionalismo e o populismo, Vargas


instaurou uma doutrina econômica de interferência estatal sobre a economia. Nela, o Estado
era o principal investidor e impulsor da economia nacional. Assim, por meio da aplicação
fundos para a criação de infraestrutura industrial, impulsionou indústrias de capital privado
como estatal. Além disso, estabeleceu mecanismos sociais com a Consolidação das Leis do
Trabalho, onde garantia uma série de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego e férias
pagas aos trabalhadores urbanos. É preciso ressaltar que os trabalhadores rurais não foram
beneficiados com essas leis. Em 1938, Vargas criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), a Companhia Siderúrgica Nacional em 1940, a Vale do Rio Doce, em 1942 e a
Hidrelétrica do Vale do São Francisco em 1945.
Relações Exteriores

As relações exteriores se caracterizam pela aproximação dos Estados Unidos e o


progressivo afastamento dos países do Eixo, como Alemanha e Itália. Este fato culminaria na
declaração e entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Igualmente, previa a utilização
por parte dos americanos, do uso de uma base aérea em Natal/RN. Pessoalmente, Vargas era
contra a ida de soldados brasileiros ao conflito, com medo que um grupo armado e bem
treinado pudesse ameaçá-lo.
Fim do Estado Novo e Queda de Vargas

A partir da declaração de guerra ao Eixo, as contradições do governo Vargas se


tornaram mais explícitas. Várias associações civis e políticas passaram a contestar o modelo
político do presidente e questioná-lo abertamente. Foi publicado o Manifesto dos
Mineiros onde se pedia abertamente a realização de eleições e o mesmo foi pedido durante o I
Congresso Brasileiros de Escritores. Diante desse quadro, Vargas promulga o Código
Eleitoral que permitia a criação de partidos políticos e marca as eleições para presidente para
2 de dezembro de 1945. Os militares também se articulam e passam a conspirar contra o
mandatário, especialmente os generais Goés Monteiro (1889-1956), candidato pela UDN,
e Eurico Dutra (1883-1974), candidato pelo PSD. Mais uma vez, Getúlio Vargas tenta
permanecer no poder através de uma manobra política e nomeia seu irmão para chefe da
Polícia do Distrito Federal. Dizia-se que Benjamim Vargas (1887-1973) iria prender todos os
generais contrários ao presidente. Diante disso, os militares depõem Vargas, que renuncia sem
resistência e se retira à sua cidade natal, São Borja. Contudo, não ficaria ali por muito tempo,
pois seria eleito senador no ano seguinte.
Getúlio Vargas eleito Presidente (1950-1954)

O governo de Eurico Gaspar Dutra terminou sem maiores surpresas. Entre os


candidatos à sucessão, se apresentou o ex-presidente Getúlio Vargas, que era candidato pelo
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). A vitória foi bastante expressiva, mas os tempos haviam
mudado. Agora, o mundo vivia a polarização da Guerra Fria e a política estava bem dívida em
quem apoiava os Estados Unidos e União Soviética. Vargas impulsa uma política nacionalista
que passa pela criação de estatais como a Petrobras, mas não consegue repetir o mesmo
sucesso da gestão anterior.
Suicídio de Getúlio Vargas

Em 5 de agosto de 1954, um dos principais inimigos de Getúlio Vargas, o


jornalista Carlos Lacerda, sofreu um atentado em frente a sua casa, na rua Torneleros. Lacerda
levaria um tiro e sobreviveria, mas seu guarda-costas, morreu no ato. Segue-se uma
investigação onde se aponta o principal mentor do crime como Gregório Fortunato (1900-
1962), chefe da guarda pessoal do presidente. A oposição, imediatamente, pedia a renúncia de
Getúlio Vargas. Pressionado, Vargas declarou que só sairia do Catete morto e desta maneia,
suicidou-se na cidade do Rio de Janeiro, no Palácio do Catete no dia 24 de agosto de 1954.
Deixou uma carta-testamento onde explicava os motivos do seu gesto e afirmava:
"Deixo a vida para entrar na História".

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