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Revolução de 1930: fim ao predomínio das oligarquias (preponderância de um pequeno grupo

no poder- MINAS GERAIS E SÂO PAULO), crise do sistema capitalista pelo colapso das
especulações financeiras que, inclusive, provocaram o “crash” (quebra) da Bolsa de Nova
Iorque, em 1929, (queda abrupta e acentuada dos preços das ações, ocorre quando há
especulações no mercado e grandes volumes de ações são negociados a preços muito maior
do que elas valem). Então o Brasil começa a focar em um regime econômico agroexportador. A
economia brasileira sofreu, principalmente nas primeiras décadas do século XX, com isso, de
um lado, as camadas populares sofriam ainda mais, não dava atenção aos setores sociais
emergentes (militares, classes média e operária), então todos estavam descontentes com a
situação. Nesse contexto, podemos compreender que a crise das oligarquias presidente
paulista Washington Luís deveria ter apoiado um candidato mineiro como parte do acordo
existente entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, mas resolveu apoiar a candidatura
de seu conterrâneo Júlio Prestes. Conhecida como “Política do Café Puro”, a candidatura de
Júlio Prestes rompeu com o antigo arranjo da “Política do Café com Leite”, em que os
latifundiários mineiros e paulistas se alternariam no mandato presidencial. Insatisfeitos, surge
um novo grupo representando (Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba) Conhecida como
Aliança Liberal, a chapa encabeçada pelo fazendeiro gaúcho Getúlio Dorneles Vargas prometia
um conjunto de medidas reformistas. Entre outros pontos, os liberais defendiam a instituição
do voto secreto, o estabelecimento de uma legislação trabalhista e o desenvolvimento da
indústria nacional. o candidato Júlio Prestes foi considerado vencedor das eleições daquele
ano. Mesmo com a derrota dos liberais, um possível golpe armado ainda era cogitado. Com o
assassinato do vice-presidente de Getúlio o João Pessoa, em 26 de julho de 1930.
Inconformados com as fraldes eleitorais, Getúlio e seus aliados resolveram tomar o poder a
força com ajuda dos militares, por isso começaram a revolução em vários cantos do país
lideraram um movimento que partia do Rio Grande do sul ao Rio de Janeiro. Podemos afirmar
que a morte de João Pessoa, com todo contexto político, econômico e social que existia, foi um
dos motivos da Revolução de 1930 e consequentemente do fim do período que chamamos de
República Velha”

Ocorreu a deposição do então presidente Washington Luís. Uma junta militar assumiu o
comando do Brasil, barrou a posse de Júlio Prestes à presidência e, em 3 de novembro de
1930, anunciou que Getúlio Vargas assumiria provisoriamente a presidência do Brasil.

A Era Vargas durou 15 anos, iniciando-se em 1930 e encerrando-se em 1945. Os anos do


governo de Vargas foram divididos pelos historiadores em três fases, que são:

 Governo Provisório (1930-1934)


 Governo Constitucional (1934-1937)
 Estado Novo (1937-1945)

Governo Provisório

Inicialmente Getúlio queria promover a centralização do poder, assim, Vargas agiu para que
essa centralização acontecesse promovendo a dissolução do Congresso Nacional, ou seja, o
legislativo deixe de existir, temporariamente, passando o Executivo a acumular essa função.
Essa atitude de Vargas desgastou sua relação com os paulistas, consequência desse desgaste,
iniciou-se a Revolução Constitucionalista de 1932.

Nesse aspecto, membros da oligarquia buscavam apoio político para pressionar o novo
presidente a convocar uma nova constituinte. A realização de novas eleições seria uma
maneira de rearticular a presença das oligarquias no poder e garantir os interesses desse
mesmo grupo.

Para tanto, foi realizada a junção entre o Partido Democrático (PD) e o Partido Republicano
Paulista (PRP) que iriam compor a chamada Frente Única Paulista. O movimento passou a
ganhar apoio popular na medida em que o regime varguista, teoricamente provisório, não
dava sinais claros que uma nova eleição seria realizada. A formação do chamado Exército
Constitucionalista foi apoiada por outras figuras políticas que romperam com o governo e
contou com a expressiva participação de jovens de classe média favoráveis à redemocratização
do país. Em maio de 1932, uma manifestação paulista acabou gerando graves consequências
com a morte de quatro jovens manifestantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.

O incidente foi o estopim para que uma luta armada entre os paulistas e o governo provisório
se concretizasse. Em São Paulo, o M.M.D.C. foi responsável pela organização da luta armada e
carregava em sua sigla as iniciais dos jovens mortos na manifestação ocorrida em maio. A
revolução, conhecida como Revolução Constitucionalista, teve início em julho daquele mesmo
ano, quando foi oficializada a ruptura política entre os paulistas e o governo provisório de
Getúlio Vargas.

Em setembro de 1932, as forças constitucionalistas já não conseguiam deter o avanço das


tropas fiéis a Getúlio Vargas. Além disso, o bloqueio imposto pela Marinha no Porto de Santos
impediu que os revoltosos recebessem tropas e suprimentos de outros estados solidários ao
movimento constitucionalista. Pouco tempo se passou até que os paulistas reconhecessem a
derrota. No ano seguinte, Vargas anunciou a convocação da constituinte e ofereceu subsídios
aos agricultores.

Militarmente, os paulistas perderam, mas, politicamente, eles conseguiram que o presidente


autorizasse a formação de Assembleia Constituinte. Dessa Assembleia nasceu a Constituição
de 1934, também contou com uma eleição indireta que reelegeu Vargas para um mandato de
quatro anos.

De acordo com a Constituição brasileira, Vargas não poderia reeleger-se presidente na disputa
que aconteceria em 1938. Esse período provisório também contou com o surgimento de
instituições importantes, como o Ministério do Trabalho. Além disso, uma reforma eleitoral
que aconteceu em 1932 garantiu o direito de voto para as mulheres.

Governo Constitucional

Esse foi o período em que, em tese, deveria ter-se formado um governo constitucional e
democrático no Brasil. Entretanto, o que se viu foi Getúlio Vargas atuando nos bastidores para
implantar um regime ditatorial, e, no cenário político, presenciou-se a radicalização
influenciada pelo que acontecia na Europa. Disso dois grandes grupos políticos surgiram: a
Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Esses grupos tinham
inspirações ideológicas distintas e eram adversários. Os integralistas estavam alinhados na
extrema-direita e tinham como inspiração o fascismo italiano, sendo liderados por Plínio
Salgado. Já os membros da ANL eram comunistas apoiados pelo regime stalinista e defendiam
a saída revolucionária para o Brasil. O grande nome da ANL era Luís Carlos Prestes. Os
integrantes da ANL eram compostos por militares, comunistas e líderes operários que estavam
insatisfeitos com os rumos tomados por Getúlio Vargas. A aliança espalhou-se rapidamente e
formou sedes em várias regiões do Brasil. Por conta da sua posição contrária ao governo, a
ANL foi posta na ilegalidade em julho de 1935.

A radicalização da política brasileira foi utilizada por Getúlio Vargas como argumento para que
ele tomasse medidas autoritárias. Em novembro de 1935, os comunistas da ANL deram início a
um levante armado que ficou conhecido como Intentona Comunista. Esse levante aconteceu
em três cidades brasileiras (Natal, Recife e Rio de Janeiro) e fracassou. A Intentona Comunista
foi um levante organizado pelo Partido Comunista em 1935 na tentativa de tirar Getúlio Vargas
do poder. Luís Carlos Prestes liderou a intentona contando com o apoio de Olga Benário,
agente soviética enviada por Moscou. O principal objetivo da aliança era conter o avanço do
nazifascismo no país e difundir os ideais comunistas. A Ação Integralista Brasileira, liderada por
Plínio Salgado, seguindo a linha fascista, entrou em confronto com a ANL.

Em agosto do mesmo ano, iniciou-se a organização de um levante armado para derrubar


Vargas do poder e instalar um novo governo sob o comando de Prestes. Esperava-se o apoio
popular para esse movimento, já que líderes operários participaram da sua elaboração, e que
ele se espalhasse por todo o território nacional, tendo-se em vista as várias sedes da ANL
espalhadas pelo país.

A Intentona Comunista começou em 23 de novembro de 1935, com a revolta deflagrada em


Natal (RN) e, no dia seguinte, em Recife (RN). O levante começou no Rio de Janeiro em 27 de
novembro. Esperava-se o apoio dos operários, mas os revoltosos estavam sozinhos nessa
batalha contra o governo Vargas. As tropas federais derrotaram os comunistas, que foram
presos. Vargas usou a instabilidade política provocada pelos conflitos com os comunistas para
decretar a ditadura do Estado Novo em 1937.

Luís Carlos Prestes, conhecido também como o “Cavaleiro da Esperança”.

Com a derrota da Intentona, Prestes foi preso e Benário, que era judia, foi deportada para a
Alemanha nazista. Os outros envolvidos com a Intentona Comunista foram severamente
perseguidos e passaram por tortura nas prisões policiais.

Em 1937, o governo denunciou o Plano Cohen, suposta tentativa comunista de tomar de


poder. Anos depois, mostrou-se que tal plano era falso. Em 10 de novembro daquele ano,
Vargas deu um golpe de Estado, cancelou a eleição de 1938, fechou o Congresso Nacional,
extinguiu os partidos políticos, censurou a imprensa, e outorgou uma nova Constituição, que
dava amplos poderes para o presidente. Começava a ditadura do Estado Novo.

Estado Novo

O Estado Novo foi a terceira e última fase da Era Vargas, e, nesse período, o Brasil esteve em
uma ditadura. As marcas desses anos foram a centralização do poder, a redução considerável
das liberdades civis, e a utilização da propaganda para ressaltar as realizações do governo e
aproximar o ditador das massas. Não existia Legislativo e porque, como ditador, sua vontade
era lei.

No Estado Novo existia censura, e áreas como as artes e a imprensa sofriam com a atuação do
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o órgão responsável por realizar a censura das
opiniões que não agradavam ao governo. O DIP conduzia ações de promoção da imagem do
presidente e anunciava diariamente os feitos do governo.
A única reação à implantação do Estado Novo foi o Intentona Integralista em 8 de maio de
1938. Foi atacado o Palácio Guanabara, que oferecia pouca segurança. Este episódio resultou
em um fuzilamento com a morte p de 8 pessoas. Isto, levou Getúlio a criar uma guarda
pessoal, que foi chamada, pelo povo, de "Guarda Negra".

Nesse período, Vargas realizou uma aproximação dos trabalhadores e desenvolveu um projeto
político que ficou conhecido como trabalhismo. Nesse projeto, ele mantinha contato direto
com os trabalhadores e implantava benefícios inéditos para essa classe. Entre esses benefícios,
estão o salário-mínimo e a Consolidação das Leis de Trabalho, a CLT.

Durante esse período, o Brasil envolveu-se com a Segunda Guerra Mundial, e isso mudou o
panorama político do nosso país. Getúlio Vargas empregou uma politica ambígua, parecia que
estava entrando para o lado do eixo mesmo antes do inicio do estado novo, pois, de 1933ª
1938, a Alemanha se torna o principal mercado para o algodão brasileiro e segundo maior
importador de café e cacau.

O apoio que a ditadura varguista tinha nas elites políticas e econômicas enfraqueceu-se, e a
posição de Vargas começou a ser questionada. Vargas procurou realizar reformas políticas,
mas foi obrigado pelos militares a renunciar ao governo no final de 1945. Assim, um golpe
colocou Vargas no poder e um golpe retirou-o dele.

Características da Era Vargas:

o presidente foi um verdadeiro camaleão político, conseguindo adaptar-se aos diferentes


cenários que apareceram. Vargas tinha um grande poder de negociação e procurava agir de
maneira a agradar a todos os interesses possíveis. Essa, inclusive, é uma das grandes
características da Era Vargas: a habilidade do presidente em realizar negociatas e manter o
apoio de grupos que possuíam interesses diferentes.

A aproximação com as massas também era uma forte característica da Era Vargas. O
presidente discursava diretamente para essas classes e procurou dar-lhes benefícios como
forma de conquistá-las. Esse apoio das massas serviu para esconder outra característica
varguista — o apreço pelo poder centralizado.

Exercicios – 1. A, 2. D,

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