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Ditadura Militar

Ao ver as fortes e incontáveis lutas praticadas por defensores de um Estado com


mais liberdade vemos as várias facetas de uma democracia, uma palavra que é
tão simples de se entender mas tão difícil para se conseguir, esta simples junção
de letras foi capaz de trazer torturas e por fim a morte a vários cidadãos, e fez
com que aqueles que não a entendiam sentissem-se no poder de controlar a vida
de milhões de pessoas.
Iniciada em 1964 e com o fim em 1985 o período ditatorial brasileiro se deu por
conta de alguns posicionamentos do até então presidente, João Goulart, que
desde do início de seu mandato teve bastante dificuldade para governar devido a
grande oposição que ele sofria, principalmente por parte da elite brasileira que
era bastante ligada ao governo conservador dos Estados Unidos, muitas dessas
pessoas influentes acusavam o presidente de ser ligado ao socialismo apesar
dele nunca ter confirmado isso, mas Jango (como era chamado o ex-presidente)
durante seu dever sempre foi bastante ligado aos sindicalistas e isso acabou
trazendo uma certa dúvida sobre seu governo entre as pessoas de classe alta e
também entre os militares, fazendo os acreditar que ele implantaria o modelo
econômico socialista no Brasil. Isso fez com que esses indivíduos acreditassem
que conseguiriam tomar o lugar de Jango no lugar de mais relevância que um
cidadão brasileiro poderia estar e assim fizeram.

O começo da autoridade

● CASTELO BRANCO

Após a deposição de Jango, quem assumiu a presidência da república (ainda

instável) foi Castelo Branco, que estava sendo apoiado por pessoas bastante
influentes da maior potência mundial, os Estados Unidos. Castelo Branco que
governou o país entre 1964 a 1967 foi o responsável por implantar as bases do
aparato repressor que se estabeleceu durante o que ficou conhecido como “anos
de chumbo”.
Já assumiu o governo com o Brasil regido pelo decreto conhecido como Ato
Institucional nº 1. O AI-1, como também se chama esse ato, cumpria exatamente
o objetivo de justificar a deposição de João Goulart e de criar o aparato jurídico
para permitir que a ditadura impusesse a repressão e a perseguição aos seus
opositores políticos. Isso se concretizou quando vários parlamentares e alguns
governadores tiveram seus direitos políticos cassados por não terem
compactuado com o golpe. O AI-1 tinha data de validade para funcionar, pois, em
31 de janeiro de 1966, o decreto perderia sua validade. Até outubro de 1965,
novas eleições deveriam ser realizadas. Isso dava esperanças para muitos de
que a normalidade da democracia retornasse ao país, mas o regime militar
possuía outros planos.

O Ato Institucional nº 2 foi decretado no final de 1965 e foi uma resposta à


insatisfação que existia nas Forças Armadas com o governo de Castelo Branco.
O presidente brasileiro era enxergado como muito moderado, e as pressões
levaram o presidente a endurecer mais ainda o regime. O AI-2 fortaleceu o poder
do Executivo e decretou que a escolha dos presidentes aconteceria a partir de
eleições indiretas.
Isso foi um basta, começaria então nesse ano de 1965 a oposição a esse
governo autoritário crescer mais ainda, a Frente Ampla foi criada por Carlos
Lacerda como movimento de oposição à Ditadura Militar. O jornalista e político
demandava o retorno das eleições presidenciais diretas e defendia a continuidade
do projeto de desenvolvimento econômico do país. Lacerda procurou seus
antigos desafetos, Juscelino Kubitschek e João Goulart, e convenceu ambos a
aderir ao seu movimento. A Frente Ampla foi colocada na ilegalidade no começo
de 1968.
Era somente o início de uma república fracassada e sem nenhuma boa estrutura
para se orgulhar, mas infelizmente ela tinha poder e foi capaz de aguentar uma
oposição bastante agressiva durante duas décadas.

OS ANOS DE CHUMBO
Os anos de chumbo é o nome dado que vai a edição do AI-5, durante o governo
de Costa e Silva, até o final do governo de Médici, considerado o mais violento do
período ditatorial.
O Ato Institucional nº 5, conhecido usualmente como AI-5, foi um decreto emitido
pela Ditadura Militar durante o governo de Costa e Silva no dia 13 de dezembro
de 1968. O AI-5 é entendido como o marco que inaugurou o período mais
sombrio da ditadura e que concluiu uma transição que instaurou de fato um
período ditatorial no Brasil.
O AI-5 não deve ser interpretado como um “golpe dentro do golpe”, isto é, não
deve ser visto como resultado de uma queda de braços nos meios militares que
levou um grupo vitorioso a endurecer o regime. Ele deve ser enxergado como o
resultado final de um processo que foi implantando o autoritarismo no Brasil
pouco a pouco no período entre 1964 e 1968. Foi a conclusão de um processo
que visava a governar o Brasil de maneira autoritária em longo prazo.
O AI-5 foi decretado em 13 de dezembro de 1968. Esse ano para a história do
Brasil e do mundo ficou marcado por grande mobilização popular. O movimento
estudantil juntou-se contra o regime a partir de março daquele ano e, no fim deste
mês, o estudante Edson Luís de Lima Souto foi morto pela polícia em um protesto
realizado no Rio de Janeiro.

A morte de Edson Luís sensibilizou o país e deu força para o movimento


estudantil. O enterro do estudante contou com a presença de mais de 60 mil
pessoas e, a partir desse momento, novas manifestações estudantis
aconteceram. Em junho, houve violentos confrontos da polícia contra os
estudantes que reivindicavam o fim da ditadura.
Em junho de 1968, ainda aconteceu a Passeata dos Cem Mil, que mobilizou 100
mil pessoas nas ruas do Rio de Janeiro e contou com a presença de artistas e
intelectuais. Em julho, a ditadura proibiu a realização de manifestações e, em
agosto, começou a intervir diretamente nas universidades públicas. A ditadura
agia para acabar com a força do movimento estudantil, e muitos dos estudantes,
acuados, optaram por ingressar na luta armada.

● ARTUR COSTA E SILVA

Artur Costa e Silva assumiu a presidência no dia 15 de março de 1967, após

vencer a eleição indireta que foi disputada em 1966 e do qual ele foi o único
candidato. A vitória de Costa e Silva para assumir a presidência foi resultado de
uma campanha no interior do próprio Exército para que o aparato de repressão
da Ditadura aumentasse. O governo de seu antecessor, Castelo Branco, é
erroneamente enxergado como um momento de pouca repressão, mas, na
verdade, estudos recentes mostram que se tratou de um período de transição no
qual o aparato repressivo era estabelecido de uma maneira que não causasse
ruptura do regime com a sociedade civil.

● EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI

No governo Médici, observamos o auge da ação dos instrumentos de repressão e

tortura instalados a partir de 1968. Os famosos “porões da ditadura” ganhavam o


aval do Estado para promover a tortura e o assassinato no interior de delegacias
e presídios. A guerrilha, que usou de violência contra o regime, foi seriamente
abalada com o assassinato de Carlos Lamarca e Carlos Marighella. A Guerrilha
do Araguaia, fundada em 1975, foi uma das poucas atividades de oposição
clandestina a resistir.
A repressão aos órgãos de imprensa foi intensa, impossibilitando a denúncia das
arbitrariedades que se espalharam pelo país. Ao mesmo tempo, no governo de
Médici observamos o uso massivo dos meios de comunicação para instituir uma
visão positiva sobre o Governo Militar. A campanha publicitária oficial espalhava
adesivos e cartazes defendendo o ufanismo nacionalista. Palavras de ordem e
cooperação como “Brasil, Ame ou deixe-o” integravam o discurso político da
época.

Médici foi o mais perigoso presidente durante o período ditatorial, ele não tinha

medo de nada e sempre fazia o que achava que deveria ser feito, é considerado
um dos piores presidentes que o Brasil já teve pois não tinham nenhuma
sensibilidade com aqueles que opuseram-se ao governo dele, foi o mais
sangrento entres os presidentes durante a ditadura militar no Brasil. Trouxe ao
país inteiro um sentimento de medo e angústia pois utilizava métodos de tortura
contra aqueles que eram contra o seu governo autoritário. Mas Médici acabou
sendo um presidente com bons resultados econômicos, muitas dessas melhorias
aconteceram devido aos empréstimos feitos aos outros países aumentando de
forma desproporcional a dívida externa

O INÍCIO DO FIM

● ERNESTO GEISEL
O Governo de Ernesto Geisel foi marcado pela necessidade de se administrar o
avanço das oposições legais frente aos sinais de crise da ditadura. O Brasil já
enxergava os problemas causados pelos governos autoritários e a partir do
governo de Geisel a "boa" economia ocasionada por conta dos empréstimos
começava a decair. Em meio a uma economia enfraquecida, os setores de
oposição política oficial ganharam maior força de atuação política.
Os militares da chamada “linha dura” começaram a perceber a desaprovação
popular frente ao regime. Em contrapartida, outros integrantes do regime
defendiam a necessidade de flexibilização que pudesse dar maior longevidade ao
governo militar.
Geisel tinha um tom um pouco "mais pacífico" e foi essencial para que esses
anos de terror acabassem, podemos dizer que a forte oposição que ele recebia
de todas as partes foi o ponto máximo para essa postura que ele adotou.
Com isso, a ditadura conseguiu garantir uma maioria de integrantes políticos
favoráveis à situação. Reafirmando seu projeto de reabertura política “lenta e
gradual”, o general Geisel afastou os radicais do governo para abrir portas à
eleição de João Figueiredo. Ao fim de seu mandato, Ernesto Geisel tomou uma
última atitude que representou bem o tom conservador de sua abertura política:
revogou o AI-5 e, logo em seguida, deu ao próximo presidente o direito de
decretar Estado de Sítio a qualquer momento.

● JOÃO FIGUEIREDO
João Figueiredo foi um militar e político brasileiro que ficou conhecido como o
último presidente do Brasil do período da Ditadura Militar. Seu governo se

estendeu de 1979 e 1985, ficando marcado pelas medidas de abertura controlada


promovida pelos militares e pelo fortalecimento da oposição civil aos militares.
Assumiu a presidência como o sucessor de Geisel e na presidência demonstrou
ser uma figura autoritária, sendo conhecido por suas declarações mal-educadas.
Seu governo obteve péssimos resultados na área da economia e se encerrou
como o último governo militar após a derrota para Tancredo Neves na eleição de
1985.
Esse governo foi o responsável pela aprovação da Lei da Anistia, uma lei que
permitiu o retorno de milhares de brasileiros que haviam fugido do país por conta
da perseguição promovida pelos militares, mas também garantiu o perdão judicial
aos agentes repressivos da ditadura, impedindo que estes fossem julgados pelos
crimes cometidos durante esse período repressivo de nossa história.
Outra ação desse governo que contribuiu para o andamento da abertura gradual
foi o fim do bipartidarismo, e com isso o país pôde novamente ter diferentes
partidos políticos.

DIRETAS JÁ
Diretas Já foi o nome de um movimento político que ganhou força entre os anos
de 1983 e 1984. Defendia a aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que
procurava garantir a realização de eleições presidenciais diretas em 1985. O
movimento realizou campanhas em várias cidades brasileiras por meio de
comícios em praças públicas, reunindo milhares de pessoas.

Ordem alfabética e significado de 20 palavras da síntese


1. Assasinato: Homicídio voluntário

2. Autoridade: direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer

3. Bipartidarismo: Situação política em que apenas dois partidos dividem o poder

4. Crise: episódio desgastante, complicado; situação de tensão, disputa, conflito

5. Democracia: sistema de governo em que o poder é exercido pelo povo, diretamente


ou por meio de representantes eleitos.

6. Deputado: que ou quem age em comissão, tendo recebido uma delegação de


poderes; delegado, enviado

7. Ditadura: governo autoritário exercido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas,
com supremacia do poder executivo, e em que se suprimem ou restringem os direitos
individuais

8. Divida: obrigação moral contraída por favor e/ou bem recebido

9. Governo:poder executivo; o presidente junto com seu ministério


10: Guerrilha: tropa ou bando autônomo que combate sem obediência à disciplina e às
regras militares

11. Militar: relativo às forças armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), à sua


organização, às suas atividades

12. Oposição: antagonismo de ideias, sistemas, grupos sociais etc.; incompatibilidade,


desinteligência

13 Público:adjetivo Que se refere ao povo em geral

14. Presença: aparência geral de alguém; porte, figura

15, Repressão: rejeição consciente e voluntária de uma motivação, de um desejo

16. Regime: conjunto de regras ou de disposições legais; regimento

17. Sociedade: agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em


colaboração mútua

18. Sofrimento: dor causada por ferimento ou doença; padecimento

19. Tortura: dor violenta que se inflige a alguém, sobretudo para lhe arrancar alguma
revelação

20. Ufano:Que sente orgulho de qualquer coisa

Biografia

CARLOS BRILHANTE USTRA


De setembro de 1970 a janeiro de 1974, Ustra chefiou o DOI-CODI do II Exército (São
Paulo), órgão encarregado da repressão a grupos de oposição à ditadura militar e aos
grupos de esquerda que atuavam na região em prol à democracia e direitos humanos.
No mesmo período, a Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo reuniu
502 denúncias de tortura no DOI-CODI paulista.
Thomas Skidmore descreve em seu livro Brasil: de Castelo a Tancredo que, em 1986, a
então deputada Bete Mendes reconheceu em Ustra, adido militar no Uruguai durante o
governo José Sarney, o homem que a torturou em 1970. A deputada enviou uma carta
ao então presidente Sarney, solicitando que ele fosse exonerado do cargo e pronunciou
discurso sobre o assunto no Congresso Nacional. No entanto, o general Leônidas Pires
Gonçalves, Ministro do Exército à época, manteve Ustra no posto e também avisou que
não demitiria nenhum outro militar por acusações de tortura. Isso tornou Ustra um
protagonista da primeira crise militar do governo Sarney.
Em resposta a Bete Mendes, em 1987, o coronel lançou o livro Rompendo o Silêncio,
em que narra sua passagem pelo DOI/CODI, no período de 1970 a 1974, além da
Operação Bandeirante (OBAN). Em 2006, lançou o livro A Verdade Sufocada, em que
conta sua versão dos fatos que viveu durante a ditadura.
Ustra morreu em 15 de outubro de 2015, em um hospital de Brasília, em razão de uma
pneumonia e de falência múltipla de órgãos. Ele estava internado para tratamento de
um câncer. De acordo com reportagem da Agência Pública, suas filhas recebem R$ 15
307,90 mensais do Estado Brasileiro.

Carlos Marighella foi um dos sete filhos de uma família pobre de Salvador. Seu pai era
o imigrante italiano Augusto Marighella, operário metalúrgico, mecânico e ex-motorista
de caminhão de lixo que chegara a São Paulo e se transladara à Bahia. Sua mãe era a
baiana e ex-empregada doméstica Maria Rita do Nascimento, negra e filha livre de
escravos africanos trazidos do Sudão (negros hauçás). Nasceu em Salvador no dia 5
de dezembro de 1911, residindo na Rua do Desterro 9, Baixa do Sapateiro, onde
concluiu o seu curso primário e o secundário.
Augusto Marighella veio ao Brasil fazer companhia à sua mãe, que saíra da Itália para
São Paulo depois de tornar-se viúva. Tendo sua mãe casado de novo, Augusto mudou-
se para Salvador aos vinte e dois anos de idade, no dia 4 de novembro de 1907.
Procurava trabalho como metalúrgico, mas se empregou como motorista e mecânico
de caminhão de lixo. Conheceu Maria Rita em 1908, ainda como empregada
doméstica, trabalhando para uma família francesa aos vinte anos de idade. Os pais de
Carlos mudaram-se para uma casa na Rua da Fonte das Pedras, perto do dique do
Tororó, onde sua mãe lhe dera à luz na madrugada de uma terça feira e, tempos mais
tarde, à irmã de Carlos Marighella, Anita Marighella. Mudaram-se para Barão do
Desterro cerca de três anos mais tarde, onde Augusto adquiriu uma oficina mecânica
ao lado da nova casa e Carlos Marighella passaria toda a infância.
Marighella teve um único filho, Carlos Augusto Marighella, fruto do seu primeiro
casamento com Elza Sento Sé. Seu segundo casamento foi com a militante comunista
Clara Charf. Sua neta, Maria Marighella, foi eleita em 2020 para o cargo de vereadora
de Salvador.

Emílio Garrastazu Médici era filho do imigrante italiano Emílio Médici e da uruguaia de
origem basca Júlia Garrastazu. Foi casado com Scila Médici e pai de Sérgio Nogueira
Médici (um agropecuarista, falecido em maio de 2008) e de Roberto Nogueira Médici
(um engenheiro e professor universitário). Ambos nasceram em Bagé, no Rio Grande
do Sul, e foram Comendadores (20 de julho de 1972) e Grandes-Oficiais (26 de julho
de 1973) da Ordem Militar de Cristo de Portugal.
Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial de cavalaria na Escola
Militar de Realengo (1924-1927). Em 1927, foi promovido a segundo-tenente e a
primeiro-tenente, em 1929. Contra os opositores à Revolução de 1930, foi o
comandante do 12º Regimento de Cavalaria, razão pela qual Getúlio Vargas o
promoveu a capitão, porém devolvido a segundo-tenente após a consolidação do
Golpe de 1930 no mesmo ano. Defendeu o Governo Vargas contra a Revolução
Constitucionalista de 1932. Em 1934, galga definitivamente a patente de capitão, sendo
designado ajudante-secretário na Escola de Estado-Maior em 1937, porém afastado do
Rio de Janeiro em 1939 para o 8º Regimento de Cavalaria, situado em Uruguaiana
(RS).
Em 1957, assumiu a Chefia do Estado Maior da 3.ª Região Militar, em Porto Alegre, a
convite do general Arthur da Costa e Silva, então comandante daquela unidade, com
quem estabeleceu forte amizade.
Foi promovido a general de brigada em 1961 e apoiou a posse do Presidente João
Goulart, sob o regime parlamentarista. Não há indícios que tenha participado da
conspiração para derrubar João Goulart. Em abril de 1964, por ocasião do movimento
militar de 1964, Médici era o comandante da Academia Militar de Agulhas Negras,
mobilizando momentaneamente os cadetes, quando avisado por telefonema de seu
amigo General Costa e Silva. Posicionando-se em Resende (RJ), Médici angariou, isto
é, pacificou as tropas paulistas do II Exército e dissuadiu o Ministro da Guerra Armando
de Moraes Ancora (nomeado por João Goulart) da missão presidencial de ataque.
Posteriormente foi nomeado adido militar nos Estados Unidos, onde tinha problemas
com o salário e com a coluna, e onde manteve-se retraído por ser monoglota.[22] Em
menos de dois anos retornou ao Brasil.[ Em 1967, sucedeu Golbery do Couto e Silva
na chefia do Serviço Nacional de Informações, o órgão de inteligência da ditadura
militar (SNI).[22][26] Nessa agência, permaneceu por dois anos de maneira discreta,
seus cartões de visita eram disputados - o ex-ministro Armando Falcão carregava um
dentro da carteira numa capa de plástico. A única atividade social de Médici era ir aos
estádios, com um rádio colado ao ouvido. Apoiou o Ato Institucional Número Cinco na
reunião do Conselho de Segurança Nacional em que Costa e Silva assinou o ato.
Entre 16 de abril e 20 de outubro de 1969, comandou o III Exército, com sede em Porto
Alegre.
Com o afastamento definitivo do presidente Costa e Silva por causa de um derrame
cerebral, uma junta militar presidida pelo Almirante Augusto Rademaker assumiu a
presidência provisória da república, pelo período de 60 dias. A junta fez uma consulta a
todos os oficiais generais das forças armadas, para escolher entre ele e o general
Albuquerque Lima. Médici foi eleito como novo presidente da república com a maioria
dos votos. Antes da posse de Médici, a junta ainda outorgou uma emenda modificando
o texto inicial da Constituição de 1967.
Filha de David e Eva Iavelberg, Iara nasceu numa rica família judia paulistana.
Ingressou na Universidade de São Paulo (USP) em 1964, junto com o irmão Samuel,
aprovados no vestibular daquele ano. Iara casou-se muito cedo, com 16 anos em uma
cerimônia tipicamente judaica. O casamento, com um médico, durou apenas três anos
e ela deixou a relação para entrar na militância política. Separada, e mal entrada nos
vinte anos, virou adepta do amor livre, moda na época, e entre um de seus casos
esteve o líder estudantil José Dirceu. Alta, bonita, de olhos claros e corpo bem cuidado,
virou a musa da intelectualidade estudantil paulista de esquerda ao meio da década de
1960. Destemida e vaidosa, nos seus tempos de clandestinidade era capaz de sair de
um "aparelho" para cortar os cabelos nos melhores salões de Ipanema, no Rio de
Janeiro.
Iara chegou ao Marxismo através do movimento estudantil e, militando no MR-8,
conheceu Carlos Lamarca, comandante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)
em abril de 1969, dois meses depois de ele desertar do exército. A paixão entre a filha
de milionários paulistas que tornou-se socialista e o filho de sapateiro carioca, capitão
desertor do exército brasileiro e um líder da luta armada, foi fulminante. O casal era um
dos mais procurados pela ditadura militar, inclusive com fotos espalhadas por todo o
país. Os dois foram viver juntos e passaram dez meses escondidos em 'aparelhos' pelo
país. Uma das companhias do casal nestes esconderijos e que testemunhou de perto a
relação dos dois, foi a guerrilheira '"Vanda", da VPR, codinome de Dilma Roussef,
décadas depois a primeira mulher presidente do Brasil.
Caçados pelo governo, Iara e Lamarca (fila de cima) aparecem em cartazes de
'Terroristas Procurados' por todo o Brasil
Em 1970, começaram treinamento militar no Vale do Ribeira - onde Iara deu aulas
teóricas de marxismo aos guerrilheiros. Neste ano, em 7 de dezembro, Lamarca liderou
o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher, no Rio de Janeiro, em troca da
libertação de 70 presos políticos. Nos primeiros meses de 1971, a maioria das
organizações de esquerda já estava desarticulada e semi-destruída, e os restos da
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) juntaram-se ao MR-8. Na nova organização,
Iara, intelectual, teve um cargo de cúpula, e Lamarca, considerado mais despreparado
pela nova direção, foi rebaixado a militante de base enviado para o interior da Bahia,
enquanto a mulher deveria se estabelecer em Salvador.
A viagem de Iara e Carlos Lamarca do Rio de Janeiro para a Bahia, em junho de 1971,
foi a última vez em que estiveram juntos, antes da morte de ambos.
Em Salvador, Iara morava em um apartamento junto do também militante Félix Escobar
Sobrinho, um homem 20 anos mais velho que ela, para que se passassem por pai e
filha. A guerrilheira enviou uma carta a Lamarca explicando a situação e pedindo que
fosse "pulso firme" com os demais companheiros para que o respeitassem. Em
resposta, Lamarca escreveu um diário a Iara. O documento foi escrito entre 8 de julho e
16 de agosto de 1971, havendo 39 trechos, um para cada dia. Em seu diário, além de
trechos marxistas e remetendo à Revolução da esquerda, mostrando sua forte
liderança e manutenção dos ideais da esquerda, Lamarca demonstrava seu profundo
amor por Iara.
Castelo Branco (1897-1967) foi político, militar e o primeiro Presidente do Brasil depois
do golpe militar de março de 1964. Nomeado pelo Congresso, ficou no poder de 15 de
abril de 1964 até 15 de março de 1967.
Castelo Branco nasceu em Fortaleza no Ceará no dia 20 de Setembro de 1897. Filho
do general-de-brigada Cândido Borges Castelo Branco e Antonieta Alencar Castelo
Branco seu nome completo era Humberto de Alencar Castelo Branco. Por parte de mãe
era descendente do romancista José de Alencar. Com as transferências de seu pai,
com oito anos estudou no Recife. Estudou também no Liceu Piauiense, em Teresina,
Piauí.
Com 14 anos, Castelo Branco ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre. Estudou
também na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Na Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército, classificou-se em primeiro lugar, cursando depois a Escola
Superior de Guerra da França e a Escola de Comando e Estado-Maior dos Estados
Unidos.
Como tenente-coronel, integrou o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira
(FEB) cuja seção de operações do estado-maior chefiou entre 1944 e 1945, durante a
Segunda Guerra Mundial, na Itália. Em 1958 foi promovido a general.
Como general, Castelo Branco comandou a 8.ª e a 10.ª Regiões Militares, a guarnição
da Amazônia e o IV Exército, sediado no Recife. Chefiava o estado-maior do Exército,
quando o movimento político-militar de 31 de março de 1964 derrubou o presidente
João Goulart.
Em outubro de 1966, o Congresso Nacional elegeu indiretamente o general Artur da
Costa e Silva para presidente da República. A indicação veio da cúpula das Forças
Armadas e foi referendado pelos políticos da ARENA. O MDB, em protesto, ausentou-
se da votação. No dia 15 de março de 1967, Costa e Sila assumiu o poder.
Morte
Castelo Branco morreu em 18 de julho de 1967, quando o avião do Exército em que
viajava, foi atingido pela asa de um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) que realizava
um voo de instrução nas proximidades da Base Aérea de Fortaleza.

Entrevista
Estas foram as seguintes perguntas que fizemos:
•O nome da senhora completo
•Uma foto da senhora
•Fez algum curso sobre •história? Se sim quais?
•Tem faculdade de história?
• A quanto tempo está dando aula de história?

-Edivânia Crisostomo Silva Evangelista

-Sou graduada em História

- Desde 2009

•Quem comandava a ditadura militar?

• O que estava acontecendo antes da ditadura militar?

- A ditadura militar no Brasil durou 21 anos, teve 5 mandatos militares e instituiu 16 atos
institucionais mecanismos legais que se sobrepunham à Constituição Federal. Nesse
período houve restrição à liberdade.
Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar
em 31 de março.
A ditadura militar brasileira foi o regime instaurado no Brasil em 1 de abril de 1964 e
que durou até 15 de março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares.
De caráter autoritário e nacionalista, a ditadura teve início com o golpe militar que
derrubou o governo de João Goulart, o então presidente democraticamente eleito. O
regime acabou quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início ao período
conhecido como Nova República.
Antes da Ditadura Militar (que durou entre 1964 e 1985) o Brasil viveu o período
Populista de sua história política, tendo sido este período marcado por importantes
avanços (a industrialização, por exemplo) e conquistas sociais (direitos trabalhistas e o
voto feminino, por exemplo), tendo sido um período de desenvolvimento econômico
razoável.
Nos anos imediatamente anteriores ao golpe o Brasil vivia a presidência de João
Goulart, que era visto pelos setores mais conservadores como "um risco" por conta de
suas propostas amplas de reforma econômica e social. Temendo que tais mudanças
fossem postas em prática, o golpe foi dado.

Reflexão Histórica
o decorrer das pesquisas que nos trouxeram até a conclusão deste trabalho vimos
as mais diversas coisas que um ser humano pode fazer por poder, a simples palavra
autoridade trazia o desejo aos gananciosos de serem cada vez mais influentes
mudando rumos e a apagando a liberdade de milhões de pessoas, por isso é fácil
escolher um lado nesse assunto tão importante e muitas vezes tão desvalorizado
pela grande massa da população brasileira.
Quando vemos a história dessa época tão brutal nos sentimos bastante
sentimentais e emocionais, toda essa ocasião foi algo tão forte por um motivo tão
fútil mas infelizmente o desejo de ser poderoso falou bem mais alto trazendo a tona
o ódio e o desrespeito entre as pessoas.
Essa parte da história brasileira mostra a cada um de nós a verdadeira forma que o
poder age, traçando tudo da maneira que fique mais fácil para si e tirando de outras
pessoas o prazer de viver ou poder de escolha de quem iria te representar no
mundo por alguns anos.
Esse pequeno estudo dessas duas décadas faz a gente refletir e ver que se não
fosse as centenas de mortes que aconteceram poderíamos hoje estar vivendo num
governo autoritário onde ter uma opinião própria faz tornar-nos um criminoso no
mesmo patamar de um assassino em série, atualmente a única coisa que podemos
fazer é lembrar que essas várias mortes não foram em vão e que continuar
relembrando delas para que as futuras gerações é essencial, precisamos que todos
saibam que nada no mundo se consegue sem que haja luta e perseverança e que o
extremismo não é sequer uma opção a se seguir e todos os dias temos que zelar
pela nossa liberdade. Até, quem sabe, um dia em que ser livre de fato seja tão
natural quanto respirar oxigênio.
Apesar de ser alguém bastante irreal para se pensar, o autoritarismo ainda está
bastante ligado a uma grande parte da política brasileira, por isso a reflexão sobre
tal assunto é tão importante para o contexto político e social atual visto que um
simples voto é capaz de mudar não só o nosso rumo mas o de milhões de cidadãos
brasileiros.

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