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Militarismo no Brasil
O militarismo é uma ideologia e uma política que defende a administração social governada
por uma classe militar, a única capaz de garantir uma segurança coletiva em detrimento de
direitos e garantias individuais
Militarismo é a ideologia favorável à primazia do elemento militar na vida política e executiva
de um país. Em outras palavras, o militarismo defende que as práticas militares sejam aplicadas
nas esferas políticas e sociais. Segundo esse conceito, o poder deve ser assentado em uma
categoria militar e a segurança é a prioridade máxima do governo.
A cultura militar seria, portanto, fundamental para formular e conduzir as políticas públicas, ou
seja, as políticas criadas para solucionarem problemas de uma determinada comunidade.
Dessa forma, a classe militar tem mais importância do que a classe civil.
A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar em 31
de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart.
O regime militar durou 21 anos (1964-1985), estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos
direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.
A influência da mídia
Os meios de comunicação sempre tiveram papel importante para a formação da opinião
pública. Por isso, regimes autoritários, como o que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985,
procuram ter controle sobre suas atividades, a fim de garantir que esses veículos de
informação não desestabilizem seu poder. Chamamos esse controle sobre as informações que
circulam em uma sociedade (notícias, críticas, músicas, publicações etc.) de censura e ela foi
uma das principais características da ditadura militar no Brasil.
A Lei de Imprensa (1967) também contribui para o controle das informações veiculadas pela
imprensa nacional, prevendo severas punições a jornalistas e meios de comunicação.
Ao longo do tempo, jornalistas contrários ao regime militar encontraram no humor uma forma
de manifestar sua insatisfação criando quadrinhos e charges. Outra forma encontrada para
tentar burlar a censura foi a imprensa alternativa cujas publicações também sofreram
repressão. Músicas e peças teatrais que criticam o governo também sofreram censura e, diante
dela, encontraram formas de burla-la através de diferentes recursos linguísticos que
caracterizam a música de protesto.
Além de que, em 1969, ano particularmente duro no regime militar, surgiu no Rio de Janeiro "O
Pasquim", tablóide que, com sua irreverência, humor e anarquia, daria uma nova roupagem e
linguagem ao jornalismo brasileiro, uma forma mais coloquial à publicidade e causaria um forte
abalo nos níveis da hipocrisia nacional.
A Midia sempre foi vista como contrária à instauração de um Regime Ditatorial no
Brasil. Estudos feitos há certo tempo indicam que não foi bem assim. No livro Cães de Guarda-
Jornalistas e Censores, do Al-5 à Constituição de 1988, tem-se informações pouco divulgadas,
como que, no mesmo dia do Golpe Militar, o Jornal O Correio da Manhã publicou um artigo
pedindo a saida de João Goulart. Sabe-se que o golpe foi apoiado pela extrema Direita, que
não aceitava uma economia brasileira estagnada e era desejosa da renúncia do então
Presidente. Verificou-se que o Plano Trienal acabou falhando, como forma de se combater a
inflação. Quando finalmente o Regime se instalou, para indicar que os Jornais estavam
censurados, começaram a surgir receitas de bolo, como no Jornal da Tarde, e poemas de
Camões, como no Estadão. Em outras
Ditaduras, não havia nada que indicasse isso. A pergunta que fica é: Por que faziam isso? Com
qual objetivo? Estariam tentando manter o Jomal ativo ou informar o que estava acontecendo?
O único veículo que não era favorável ao sistema, de forma clara e inequívoca era O Pasquim,
que teve várias tiras censuradas e posicionavam-se claramente de forma contrária ao Regime. É
certo que muitos Jornalistas foram censurados, como também muitos eram censores.
Governo de Médici
• Emílio Médici;
• Presidente entre 1969-1974;
• Crescimento econômico “Milagre econômico”;
• Intensificação da censura dos meios de comunicação;
• Um governo muito repressivo.
Governo de Geisel
• Ernesto Geisel;
• Presidente em 1974-1979;
• Sua principal iniciativa foi proibir a organização de campanhas eleitorais nos veículos de
comunicação;
• A crise econômica se agrava, iniciando o maior período de greve no Brasil;
• O AI-5 é revogado;
• Início da abertura política, lenta e gradual
Governo de Figueiredo
• João Baptista de Oliveira Figueiredo;
• Assumindo em 1979-1985;
• Tinha como objetivo da continuidade ao processo de abertura política dando o fim do regime
militar;
• Ele foi o último presidente do período da ditadura militar.
Ditadura
O Golpe de 31 de Março de 1964
Tinha como objetivo evitar o avanço das organizações populares do Governo de João Goulart,
acusado de comunista.
Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso, composto por maioria oposicionista a
Jango, assim estabelecendo o regime parlamentarista.
Dessa forma, Goulart seria presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de
seus poderes, esperando recuperá-lo.
O acordo com Jango previa ainda que em 1965, no fim de seu mandato, haveria um plebiscito
para consultar a população sobre o retorno ou não ao presidencialismo.
O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse no dia 7 de setembro de 1961.
Para ocupar o cargo de primeiro-ministro foi indicado o deputado Tancredo Neves. Sendo
assim, o fim do parlamentarismo no Brasil, voltando o presidencialismo.
Em 1964, agora com mais poderes em suas mãos, Jango resolve lançar as "Reformas de Base" a
fim de mudar o país. Assim, o presidente anunciou:
• Desapropriações de terras;
*Concentração de poder*
Depois do golpe de 1964, o modelo político instaurado visava fortalecer o poder executivo.
Dezessete atos institucionais foram impostos à sociedade brasileira.
Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado o
bipartidarismo.Desta forma surgiram:
• restrição ao crédito;
A resistência da sociedade
A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. No mundo das artes, em 1965, foi encenada
a peça "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, que criticava o governo
militar.
Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos compositores,
que escreviam canções de protesto.
A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os
mais progressistas criticavam a Doutrina de Segurança Nacional.
Também teve as greves operárias que reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam
liberdade para estruturar seus sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas denunciando a
falta de liberdade política.
O crescimento econômico
Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando passar a imagem de
que o país encontrara o caminho do desenvolvimento econômico. Somado à conquista do tri
na Copa do Mundo de 1970, isso acabou criando um clima de euforia no país.
A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização crescente. O petróleo, o
trigo e os fertilizantes, que o Brasil importava em grandes quantidades, estavam baratos. Eles
eram incorporados à pauta da exportação, soja, minérios e frutas.
Mais de 1 milhão de novas moradias, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH),
foram construídas em dez anos de governo militar. Falava-se em "milagre brasileiro" ou
"milagre econômico".
Em 1973, o "milagre" sofreu seu primeiro grande baque, pois a crise internacional elevou
abruptamente o preço do petróleo, encarecendo as exportações.
A Redemocratização
No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general Ernesto Geisel
(1974-1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a
democracia. Mesmo lenta e controlada, a abertura política começava, o que permitiu o
crescimento das oposições.
O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários projetos de
infraestrutura tiveram continuidade. Diversificou as relações diplomáticas comerciais do Brasil,
procurando atrair novos investimentos.
Nas eleições de 1974, a oposição que até então estava aglutinada no MDB, obteve ampla
vitória. Como resposta, Geisel procurou conter este o avanço, limitando a propaganda eleitoral
durante as eleições de 1976, através da criação da Lei Falcão, que restringia o tempo de tela
dos candidatos.
A oposição começou a pressionar o governo, junto com a sociedade civil. Com a crescente
pressão, o Congresso já reaberto aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não
podia mais ser fechado, nem cassados os direitos políticos dos cidadãos.
Geisel escolheu como seu sucessor o general João Baptista Figueiredo, eleito de forma indireta.
Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o compromisso de aprofundar o
processo de abertura política.
Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas
para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas.
O movimento que chegou ao auge em 1984, quando foi votada a Emenda Dante de Oliveira,
que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente.
No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não conseguiu os 2/3
necessários para sua aprovação, frustrando a população, que havia ido as ruas em favor do
voto direto.
Logo depois, grande parte das forças de oposição resolveu participar das eleições indiretas
para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice.
Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo
Maluf, candidato do PDS. Desse modo encerrou-se os dias da ditadura militar.
Práticas políticas
Governos militares
Quando falamos em governos militares no Brasil, referimo-nos aos 21 anos de vigência de um
regime ditatorial que teve início com a destituição do então presidente João Goulart e que teve
fim em 1985, quando houve a reabertura política. Durante esse período, o chefe do Poder
Executivo era escolhido via eleição indireta.
Nesse contexto, vale ressaltar que o mundo estava vivendo a Guerra Fria, que influenciou
diretamente os rumos políticos da época. Cada governo imprimiu uma característica distinta ao
regime, que teve três fases principais: “O disfarce legalista para a ditadura (1964-1968), Anos
de Terror de Estado (1969-1978) e Reabertura Política (1979-1985).
Fim da Ditadura
Em meados dos anos 1970, o descontentamento com a ditadura intensificou-se bastante e
diversos movimentos surgiram pela reabertura democrática. São exemplos as greves operárias
no ABC Paulista, de 1978 a 1980, e o movimento das Diretas Já, em 1983. Os exilados políticos
começaram a voltar para o Brasil, começou a se falar em anistia e, aos poucos, o Brasil foi
caminhando em direção à Nova República, com o fim da ditadura militar em 1985.
Pelo alto endividamento externo contraído pelos militares para financiar as obras de
infraestrutura e desenvolvimento da indústria, deficit fiscal, inflação em alta, entre outros
fatores, o Brasil herdou dos militares um setor público financeiro extramente fragilizado.
Atos Institucionais
Limitados pela Constituição vigente de 1946, os militares precisavam de instrumentos legais
para aplicação de suas ações políticas. Assim, surgiram os Atos Institucionais (AI), que estavam
acima, até mesmo, da Constituição. Entre os anos de 1964 e 1969, foram decretados, ao todo,
17 atos institucionais.
O AI-2, por exemplo, instituiu a eleição indireta para presidente. O AI-4 convocou o Congresso
para a construção de uma nova Constituição, afinada com os ideais dos militares no poder.
Merece destaque o AI-5, editado em dezembro de 1968, durante a presidência de Artur da
Costa e Silva. O ato empregava ao Presidente da República o poder de suspender direitos
políticos, cassar mandatos, suspender o Congresso, entre outros. Esse ato, em especial, deu
margem para o endurecimento do regime, sendo considerado também o “golpe dentro do
golpe”, uma vez que teria sido arquitetado por movimentos específicos dentro das Forças
Armadas.
Atos institucionais
Atos Institucionais eram decretos com poder de Constituição, emitidos pelos militares, entre
1964 e 1969, com o objetivo de legitimar a violência da ditadura.
"Os atos institucionais foram decretos de força constitucional elaborados pelos governos
militares durante o período da Ditadura Militar. Ao todo, foram emitidos 17 atos nos cinco
primeiros anos desse regime, e eles cumpriram a função de garantir a legitimidade, do ponto
de vista jurídico, e a institucionalização de uma ditadura militar. Neste texto, veremos um
resumo dos cinco primeiros atos institucionais.”
"Os atos institucionais eram decretos com poder de Constituição e foram utilizados pelos
militares para darem legitimidade às violências e ilegalidades cometidas durante o período da
Ditadura Militar. Ao todo, foram emitidos 17 atos institucionais, entre 1964 a 1969.
Esses atos foram parte de um grande esforço dos militares para criarem um aparato jurídico
que desse legitimação à ditadura. Além deles, outras leis foram emitidas nesse período, como a
Lei de Segurança Nacional de 1967 e a Lei de Imprensa, do mesmo ano. Os atos institucionais
agiram no sentido de ampliar os poderes do Executivo.
Essa ampliação era realizada de maneira despersonalizada, uma vez que os poderes
concedidos ao presidente pelos atos institucionais só tinham validade se fossem validados
dentro da hierarquia dos militares. Nas palavras do historiador Marcos Napolitano:
Os Atos eram fundamentais para a afirmação do caráter tutelar do Estado, estruturado a partir
de um regime autoritário que não queria personalizar o exercício do poder político, sob o risco
de perder o seu caráter propriamente militar. Para que o Exército pudesse exercer diretamente
o mando político e manter alguma unidade, fundamental no processo que se acreditava em
curso, era preciso rotinizar a autocracia e despersonalizar o poder. A autoridade do presidente,
figura fundamental neste projeto, deveria emanar da sua condição hierárquica dentro das
Forças Armadas […] e de uma norma institucional que sustentasse a tutela sobre o sistema […].
O processo de consolidação jurídica da ditadura por meio dos atos pode ser percebido logo na
introdução do Ato Institucional nº 1, emitido em 9 de abril de 1964. Nesse decreto, constava o
seguinte trecho:
Esse trecho consegue demonstrar o que foram os militares no poder: o ato institucional apenas
reforçava a noção de que o seu poder era derivado deles mesmos e de que as normas jurídicas
eram editadas porque o poder dos militares não poderia ser limitado pelas leis anteriores ao
golpe de 1964."
Ato Institucional nº 1
O primeiro Ato Institucional foi emitido em 9 de abril de 1964, logo após o golpe que derrubou
João Goulart da presidência. Nele, como já vimos, os militares colocaram-se na situação de
legitimadores de seu próprio poder, tendo sido o AI-1 o meio pelo qual eles retiraram a base
jurídica para as ações irregulares que aconteceram e ainda aconteceriam.
Por meio desse ato institucional, o governo de Humberto Castello Branco teve permissão
jurídica para realizar o aprisionamento de cidadãos por meio de investigações conhecidas
como Inquérito Policial-Militar, ou IPM. Essas pessoas foram aprisionadas em locais
improvisados, como estádios de futebol, e estima-se que 50 mil pessoas foram presas via IPM.
"Ato Institucional nº 2
No preâmbulo desse ato, foi escrita a seguinte frase: “Não se disse que a revolução foi, mas
que é e continuará. Assim o seu Poder Constituinte não se exauriu, tanto é ele próprio do
processo revolucionário, que tem de ser dinâmico para atingir os seus objetivos”. Aqui ficou
claramente expressa a intenção dos militares de não saírem do poder.
Por meio do AI-2, os poderes do presidente foram reforçados, com ele podendo, por exemplo,
caçar os direitos políticos de qualquer cidadão por 10 anos. Além disso, os partidos políticos
foram extintos, a eleição presidencial passou a ser realizada de maneira indireta, o que
desagradou profundamente grupos como os liberais.
Ato Institucional nº 3 e nº 4
O AI-3 foi emitido no dia 5 de fevereiro de 1966, e com ele se estabelecia que a eleição de
governadores seria indireta, assim como a eleição presidencial já o era. Já para as prefeituras
das capitais, o critério seria o da nomeação. Os prefeitos das capitais seriam indicados pelos
governadores e deveriam passar pela aprovação da Assembleia Legislativa de cada estado.
O AI-4 foi emitido em 7 de dezembro de 1966, e, por meio dele, a ditadura realizava a
convocação para a elaboração de uma nova Constituição a fim de substituir a Constituição de
1946, que ainda estava em vigência, mas que tinha sofrido inúmeras mudanças por conta dos
atos institucionais anteriores. Após o AI-4, foi elaborada e outorgada a Constituição de 1967.
Ato Institucional nº 5
Foi no governo de Artur da Costa e Silva que se emitiu, em 13 de dezembro de 1968, o Ato
Institucional nº 5.
Esse ato institucional foi o mais conhecido de todos os que foram baixados pela ditadura. Ele
consolidou a institucionalização dos militares e estabeleceu um regime de opressão que
garantiu a ampliação dos aparatos de perseguição e repressão dos cidadãos brasileiros. Ações
ilegais, como a tortura, ganharam incentivo por meio do AI-5.
A repressão dos militares a esses movimentos foi muito grande, até que, no segundo semestre,
as demonstrações de oposição começaram a acontecer dentro dos meios políticos. Considera-
se o estopim para o decreto do AI-5 dois discursos realizados pelo deputado do MDB Márcio
Moreira Alves, em 2 e 3 de setembro de 1968.
O AI-5 foi duro e ampliou severamente os poderes do presidente da república. Uma das
medidas mais significativas desse ato foi o fim do habeas corpus para crimes contra a
“segurança nacional”. Isso dava enormes poderes aos militares e possibilitava que os presos
pudessem ser torturados por mais tempo nas prisões do governo. Caso queira saber mais
sobre esse período sombrio da história braisileira, leia: Ato Institucional nº 5.
https://www.todamateria.com.br/ditadura-militar-no-brasil/
Mundo escola
https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br/assuntos/destaques/censura-nos-meios-de-
comunicacao
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqPics/1411340210P576.pdf
Integrantes:
Kaylainy Robadel
Kailaine Gomes
Maria Vitória
Aline
Bruna
𝕂𝕚𝕞𝕓𝕖𝕣𝕝𝕪