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Elabore uma linha do tempo comentada, contendo seu entendimento sobre a caminhada do

Brasil como um Estado democrático, ao longo dos anos:

Início 1889 - A República no Brasil foi proclamada em 15 de novembro de 1889 e encerrou o


Período Imperial, iniciado em 1822, com a Independência. A primeira eleição presidencial,
em 1989, após o fim das eleições indiretas que prevaleceram no período da ditadura militar.

Primeira fase ( 1889 e 1894) - No período inicial da República, entre 1889 e 1894, o país foi
dominado pelos setores militares. O chefe do governo provisório, marechal Deodoro da
Fonseca, assumiu a presidência em 1891, mas renunciou no mês de novembro. Foi
substituído por Floriano Peixoto, seu vice, que obteve o apoio popular para radicalizar a luta
contra os monarquistas. Iniciou-se então a chamada 1ª República, ou República Velha, que
compreende o período entre 1889 e 1930 e foi controlado pelas oligarquias agrárias de São
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na chamada "política do café com leite". Essa
alternância de poder seguiu com presidentes civis, até 1930.

Não havendo acordo para a sucessão do paulista Washington Luís, este indicou outro paulista,
Júlio Prestes, ao cargo. Descontentes, os políticos do Partido Republicano Mineiro (PRM)
compuseram a Aliança Liberal, que lançou para a disputa o gaúcho Getúlio Vargas, candidato
a presidente, e o paraibano João Pessoa, como vice. Em abril de 1930, a chapa de Júlio
Prestes venceu a eleição. Inconformados, os aliancistas se insurgiram na Revolução de 1930,
que pôs fim à República Velha.

A era Vargas ( 1930 e 1934) - Estabeleceu-se o governo provisório, com Getúlio Vargas no
comando e poderes quase ilimitados. No período, Vargas nomeou, contrariando a
Constituição vigente, interventores nos Estados, o que causou grande desagrado na sociedade,
sobretudo em São Paulo. O ápice da crise foi o assassinato, em 23 de maio de 1932, dos
quatro estudantes paulistanos Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. No dia 9/7, explodiu a
Revolução Constitucionalista de 1932, promovida pelos paulistas, que acabaram isolados na
luta contra as tropas do Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul e, em 28/9, se renderam.
Vargas, porém, acabou tendo que aceitar a realização de uma Assembleia Nacional
Constituinte e promulgou a Constituição de 1934, a segunda da República, trazendo
novidades como o voto secreto, ensino primário obrigatório, o voto feminino e diversas leis
trabalhistas. Essa constituição estabeleceu também que, após sua promulgação, o primeiro
presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembleia Constituinte, o que foi
uma vitória para Getúlio Vargas.

Intentona Comunista (1935 e 1937) - ocorreu chefiada por Luiz Carlos Prestes, que já
havia comandado, em 1930, a Coluna Prestes, que marchou pelo interior do Brasil. Prestes
ordenou a rebelião dos quartéis do Rio de Janeiro, Natal e Recife, em novembro de 1935. O
levante foi sufocado em poucas horas e os comunistas foram presos. Em setembro de 1937, o
governo brasileiro divulgou um documento forjado, chamado Plano Cohen, atribuído à
Internacional Comunista, contendo um suposto plano para a tomada do poder pelos
comunistas. Isso foi pretexto para que Getúlio Vargas derrubasse a Constituição de 1934 e
declarasse o Estado Novo em novembro de 1937, que se estendeu até 1945.

Ainda em 1937, uma nova Constituição foi promulgada por Vargas, o que, na prática, o
transformou em ditador, e em autoritário, o Estado revolucionário. Foram suprimidas a
liberdade partidária, a independência entre os três Poderes e o próprio federalismo. O
Congresso Nacional foi fechado e foi criado o Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos
passaram a ser nomeados pelos governadores e esses, pelo presidente.

Fim da era Vargas- Na 2ª Guerra Mundial, embora Vargas tivesse simpatia pelos regimes
fascistas, foram enviados soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar pelos
aliados. Tal fato acabou contribuindo para o golpe militar de 29/10/1945, que depôs Vargas,
desfechado por generais que compunham o ministério do próprio governo.

Em dezembro de 1945, foram realizadas eleições livres para o Parlamento e presidência, e


Vargas, exilado no Rio Grande do Sul, acabou sendo eleito senador pela maior votação da
época, o que lhe deu força política para ser eleito pelo voto popular para a presidência em
1951, com plataforma desenvolvimentista que incluía a criação da Petrobras.

Porém, acusações de manter privilégios e questões envolvendo o atentado contra o jornalista


Carlos Lacerda, crítico ferrenho de seu governo, geraram pressão política para que Vargas
renunciasse. No dia 24/8/1954, Getúlio Vargas suicidou-se.

Parlamentarismo

(1955 e 1960) Juscelino Kubitschek, foi eleito em 1955, com uma plataforma
essencialmente desenvolvimentista, que levou o Brasil rumo à industrialização. No final de
seu mandato, seu plano mais ambicioso foi concretizado: a transferência da capital do país do
Rio de Janeiro para Brasília, inaugurada em 21/4/1960.

(1960 a 1963) Jânio Quadros, foi eleito presidente do Brasil, mas renunciou sete meses
depois, abrindo uma crise institucional, pois os ministros militares se recusaram a dar posse
ao vice-presidente João Goulart, o Jango, por considerá-lo "de esquerda". Em agosto de 1961,
o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, cunhado de João Goulart, lançou um
manifesto pela sua posse. Houve divisão no Exército, e a crise foi debelada com a aprovação
de emenda constitucional que introduziu no Brasil o regime parlamentarista. Mas, em 1963,
Jango realizou um plebiscito, e o povo votou pela restauração do presidencialismo.
O golpe de 1964 - As reformas de base defendidas por Jango, que incluíam a possibilidade
de uma reforma agrária, a proposta de nacionalização ou encampação de empresas
estrangeiras, além de suas simpatias pelos feitos da Revolução Cubana, assustaram os
latifundiários e proprietários e irritaram os militares.

A crise se aprofundou depois do comício a favor das reformas, que Jango realizou no Rio de
Janeiro, em março de 1964. O levante militar se deu no dia 31 de março. Não houve
resistência, e João Goulart partiu para o exílio no Uruguai.

Esta primeira etapa do regime militar foi marcada pelo governo de coalizão entre os chefes
militares e os políticos da UDN que estimularam o golpe. As tentativas de resistência, como a
Frente Ampla, capitaneada por Carlos Lacerda, que pretendia que o poder voltasse aos civis,
fracassaram.

Iniciou-se um período de grande repressão política e censura cultural, com amplo uso de
tortura por parte dos militares na repressão de grupos estudantis, ligas camponesas ou
operários organizados, que chegaram a formar grupos guerrilheiros de resistência. Neste
período, sucessivos atos institucionais ampliaram os poderes do presidente e tornaram as
eleições indiretas, cassaram e suspenderam direitos políticos, extinguiram os partidos
políticos, para depois serem permitidos apenas dois, a Arena (governista) e o MDB
(oposição).

Em 1968, após manifestações de protesto, principalmente de estudantes e operários, o regime


militar decretou o Ato Institucional nº 5 que implantou a ditadura de forma absoluta no
Brasil.

No governo do general Médici (1969-1974), o terrorismo de Estado avançou e houve certo


desenvolvimento econômico, o chamado "Milagre Brasileiro", baseado na política de arrocho
salarial que elevou as taxas de lucro e a concentração de renda. Isso perdurou até a crise do
petróleo de 1973.

Abertura política e redemocratização

(1974 - 1979) Nas eleições legislativas de 1974, o governo militar e seus seguidores foram
amplamente derrotados. Lentamente, começou a abertura política, que culminou com a Lei da
Anistia, em 1979, que permitiu o retorno dos exilados políticos que se encontravam no
exterior.

Foi restabelecido o pluripartidarismo " surgiram o PMDB, o PTB, PDT, PT e o PDS (antiga
Arena). Em 1982, houve eleição direta para o cargo de governador.
Em 1984, foi rejeitada no Congresso Nacional a emenda que restabelecia as eleições diretas
para presidente, apesar de ter havido grandes manifestações populares a favor do movimento
Diretas Já.

Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi o último presidente eleito indiretamente, mas
morreu em abril do mesmo ano, antes de tomar posse, sendo empossado o vice José Sarney,
egresso do partido de sustentação do regime militar. O período histórico pós 1985 foi
chamado de Nova República.

Durante esse governo, uma nova Constituição foi decretada e promulgada pela Assembleia
Nacional Constituinte, em 1988, e substituiu a anterior (Constituição de 1967 com a Emenda
Constitucional nº 1 , de 1969).

Esta Carta ampliou os direitos sociais e as atribuições do Poder Público, instituiu eleições
majoritárias para todos os cargos, em dois turnos e, entre outras medidas de grande alcance
econômico e social, determinou o fim da censura.

Eleições livres ( 1989 -1993) A primeira eleição direta para presidente, após o regime militar,
ocorreu em 1989. O presidente civil eleito foi Fernando Collor, que assumiu em março de
1990. O Plano Collor, conjunto de medidas econômicas para conter a hiperinflação do
período, confiscou a poupança e teve forte impacto negativo. Além disso, sucessivos
escânda­los envolvendo os principais membros do Poder Executivo desde o início do governo
Collor emergiram, até que foi instalada, em junho de 1992, no Congresso Nacional, uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos. A população começou a se
manifestar contra o presidente e, em setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou seu
impeachment. Collor foi afastado da presidência no dia 3/10, assumindo o vice, Itamar
Franco.

Em 1993, por determinação da Constituição de 1988, foi realizado um plebiscito sobre a


forma de governo, se república ou monarquia, e o sistema de governo, se presidencial ou
parlamentar. Na ocasião, o povo brasileiro optou por manter a forma republicana e o sistema
presidencialista.

(1995 - 2005) - Fernando Henrique Cardoso tomou posse em 1995. Em seu primeiro
mandato, em 1997, foi aprovada emenda constitucional que permitia a reeleição em cargos
eletivos do Executivo (presidente, governadores e prefeitos). No ano seguinte, Fernando
Henrique foi o primeiro presidente reeleito do Brasil.
( 2006 - 2015) O próximo presidente eleito pelo povo brasileiro foi Luiz Inácio Lula da Silva,
reconduzido ao cargo em 2006. foram dois mandatos como presidente.

(2011 - 2016) O governo Dilma Rousseff foi a primeira mulher eleita presidenta do Brasil e
foi marcado por crises econômicas, movimentos sociais e seu impeachment.
(2016 - 2018) Com posse após impeachment de Dilma Rousseff assumiu Michel Temer
(2019 - 2022) Assumiu como presidente Jair Bolsonaro o presidente de extrema esquerda
(2023 - Até hoje), temos Luiz Inácio Lula da Silva que retornou à presidência e tirou o atual
presidente.

Elabore um texto de até uma página, comentando como você percebe a LDB como
documento norteador da educação no Brasil e qual a importância do artigo 26-A, frente a
história do Brasil (peso 4).

Com a promulgação da LDB, institui-se uma legislação que define e regulamenta o


sistema educacional brasileiro. Esta orienta as instituições públicas e privadas e organiza o
sistema educacional em educação básica - compreendendo desde a educação infantil, ensino
fundamental e médio - e ensino superior. Além disso, estão contemplados na LDB desde os
princípios e fins da educação nacional, até questões referentes à educação especial,
profissionais da educação e recursos financeiros. (JUNG; FOSSATTI, 2018).
Assim visto que o Brasil vivencia inúmeros processos de lutas, com constituição de
1988, direitos fundamentais foram assegurados com LDB, vem assegurar que esses direitos
sejam garantidos, visto que educação brasileira vivencia uma diversidade muito grande tanto
étnica e territorial. O Brasil é um país com uma educação colonizadora, com período de mais
de 300 anos a população de negros trazidos da Africa foram escravizados As alterações
provocadas pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que tornou obrigatório o ensino de história
africana e indígena e da cultura afro-brasileira e indígena na Educação Básica de todo o país,
levando também a alteração do artigo 26-A da LDB tem sido alvo de inúmeras, aprofundadas
e qualificadas reflexões para toda a educação, para o campo curricular, para os sistemas de
ensino, para a prática docente
Esse movimento de inflexão também fez e vem fazendo parte das preocupações
teórico-metodológicas do campo do ensino de história e ao mesmo tempo consolidando a
centralidade do ensino de história da África como um meio fundamental para (re)pensar e
questionar discursos eurocentrados e narrativas históricas etnocêntricas. Como consequência,
o lugar dos sujeitos históricos começou a ser revisto, narrativas, passados e memórias
apagadas e invisibilizadas pela história eurocêntrica começaram a ganhar lugar nas
abordagens escolares sobre a História, modificando formas de ensinar e aprender sobre a
história da África, de africanos/as, sobre a presença de africanos/as no Brasil, sobretudo a
partir do processo diaspórico.
Nesse sentido, é de grande importância refletir sobre como as alterações do artigo 26-A da
LDB são significativas para pensar o ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, visto a importância desse conteúdo disciplinar não somente para o currículo,
mas, principalmente, para a formação de visões interpretativas iniciais sobre a História, sobre
a História do Brasil e sobre o lugar – ressignificado - da população negra, africana ou
afrodescendente em nosso passado histórico e na formação da nossa cultura. Da mesma
forma importante, pois é nesta etapa de ensino que o processo de constituição identitária,
cultural, social e simbólica é definidor e significativo para alunos e que o estado brasileiro
deve sempre repensar a sua forma de educar e lidar com as nossos jovens e crianças com
finalidade de levar uma educação antiracista e decolonial para formação de docentes com
abordagens educativas numa lógica em África e afrobrasileira.

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