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"A Quarta República, também conhecida como República Populista, foi um

período da história brasileira iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar


Dutra, e finalizado em 1964, com o Golpe Civil-Militar que marcou o início da
Ditadura Militar no Brasil. A República Populista foi marcada por intensas
tensões políticas e pela política desenvolvimentista do Brasil.
Presidentes da Quarta República (República Populista)
O Brasil possuiu uma série de presidentes ao longo do período da Quarta
República, no qual aconteceram quatro eleições presidenciais: em 1945, 1950,
1955 e 1960. Observe abaixo a lista dos presidentes desse período:
 Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
 Getúlio Vargas (1951-1954)
 Café Filho (1954-1955)
 Carlos Luz (1955)
 Nereu Ramos (1955-1956)
 Juscelino Kubitschek (1956-1961)
 Jânio Quadro (1961)
 Ranieri Mazzilli (1961)
 João Goulart (1961-1964)
Em 1965, deveria ter acontecido uma nova eleição presidencial (já havia até
postulantes, dos quais destacam-se Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda),
no entanto, na passagem de março para abril de 1964, o Golpe Civil-Militar
colocou fim a essa experiência democrática do Brasil.
Transição para a democracia
O início da Quarta República foi resultado direto do desgaste do regime
ditatorial instalado por Vargas em 1937, o Estado Novo. Entre 1942 e 1943, a
política de massas de Vargas começou a incomodar uma parcela significativa
do país. Além disso, começou-se a questionar o fato de vigorar internamente
um Estado policial que impunha a censura e centralizava o poder, enquanto
que, externamente, tropas brasileiras eram enviadas desde 1944 para a
Europa para lutar contra o nazifascismo em defesa dos valores democráticos.
Esse quadro refletiu diretamente em parte da elite brasileira e nos meios
militares. Assim, na virada de 1944 para 1945, ambos os grupos começaram a
ampliar esforços para que acontecesse uma transição de poder para um
regime democrático. Em resposta a essa pretensão, Vargas anunciou o Ato
Adicional, uma emenda constitucional baixada em fevereiro de 1945.
Essa emenda à Constituição de 1937 decretava que seria determinada, no
prazo de 90 dias, a data para realização de eleição presidencial no Brasil. Com
essa emenda, começaram a organizar-se no Brasil os partidos políticos que
concorreriam à disputa pelo poder e que protagonizariam a política brasileira
durante a Quarta República.
Ao longo de 1945, o desgaste de Vargas no poder ampliou-se
consideravelmente. Primeiramente, surgiu o “Queremismo”, movimento que
reivindicava a democratização do país sob a tutela de Vargas. O surgimento
dessa ação desagradava aos liberais, que afirmavam que Vargas não deveria
participar do pleito.
Além disso, Vargas decretou em agosto uma lei contra o truste e as práticas de
monopólio, a qual desagradou os liberais. Em outubro, baixou um decreto
antecipando as eleições estaduais e municipais do país, aumentando seu
desgaste com a parcela antigetulista do país.
O estopim para a deposição presidencial aconteceu quando Vargas demitiu
João Alberto, chefe da polícia do Distrito Federal, substituindo-o por Benjamin
Vargas, seu irmão. Essa ação desagradou profundamente aos militares, que
agiram e deram um ultimato ao presidente, obrigando-o a abandonar a
presidência do Brasil.
Quadro político da Quarta República
Com o Ato Adicional e a garantia de que a eleição presidencial no Brasil seria
realizada em 1945, a vida política do nosso país agitou-se. Partidos políticos
começaram a organizar-se para a disputa presidencial e para as disputas
estaduais e municipais, que também aconteceriam nesse período. Durante a
Quarta República, existiram diversos partidos políticos no país. Entre eles,
podem ser destacados os três maiores:
União Democrática Nacional (UDN): partido liberal e conservador organizado
em torno de uma pauta moralista que atacava, principalmente, a corrupção,
associando-a a seus adversários. O discurso desse partido centrava-se no
antigetulismo e, durante a Quarta República, atuou no enfraquecimento da
democracia instaurada. Carlos Lacerda foi a maior personalidade desse
partido.
Partido Social Democrático (PSD): esse partido surgiu com a atuação dos
burocratas nos quadros do Estado Novo e contou com grande participação dos
interventores nomeados por Vargas. Esse partido foi o maior desse período e
demonstrou grande habilidade em angariar votos dos eleitores. Juscelino
Kubitschek foi o nome de destaque.
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB): partido criado pelo próprio Getúlio Vargas
como forma de continuar sua política de aproximação das massas. O PTB tinha
forte apelo, sobretudo, aos trabalhadores urbanos e, ao longo da Quarta
República, alinhou suas pautas com a esquerda política. Os destaques desse
partido foram Getúlio Vargas e João Goulart.
Conforme mencionado, havia na política brasileira outros partidos de menor
expressão. Os três citados acima, além de maiores, também foram
responsáveis por alcançar mais números de votos. Outros partidos de pequena
expressão que existiram nesse período foram o Partido Social Progressista
(PSP) e o Partido Democrata Cristão (PDC). O Partido Comunista Brasileiro
(PCB) teve vida curta e atuou entre 1945 e 1947.
Constituição de 1946
A Quarta República foi um período regido pela nova Constituição promulgada
em 1946. A nova Constituição do Brasil foi elaborada após a formação de uma
Constituinte nas eleições de 1945. Com a posse do presidente eleito, Eurico
Gaspar Dutra, a Constituinte reuniu-se durante meses até a promulgação da
nova Constituição em 18 de setembro de 1946.
A Constituição de 1946 exprimia os valores ideológicos dos políticos eleitos em
1945 e era, portanto, uma Constituição liberal. Em relação às questões
democráticas, a Constituição trouxe melhorias consideráveis, pois retomou
valores que haviam sido suprimidos no Estado Novo e aumentou
significativamente o número de eleitores no Brasil, já que definiu que homens e
mulheres maiores de 18 anos tinham direito ao voto.
A Constituição, no entanto, tinha seus pontos negativos. Um deles era a
exclusão dos analfabetos do direito de votar, o qual só foi obtido em 1988.
Além disso, a Constituição não concedeu aos trabalhadores rurais os direitos
trabalhistas obtidos nos anos anteriores pelos trabalhadores urbanos. Além
disso, uma cláusula referente à reforma agrária em particular foi alvo de
intensos debates anos depois.
Principais acontecimentos da Quarta República (República Populista)
Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente pela chapa PSD/PTB, derrotando
Eduardo Gomes, da UDN, e Iedo Fiúza, do PCB. Dutra elegeu-se escorando
no apoio tímido que lhe foi dado por Getúlio Vargas e também em virtude de
deslizes cometidos por seu principal adversário, Eduardo Gomes. Dutra
assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1946, anunciando que seria “o
presidente de todos os brasileiros”1.
Em relação à economia, destacaram-se em seu governo dois momentos
distintos: no primeiro, foi aplicada uma política econômica liberal que, depois de
queimar as reservas cambiais do país, foi substituída por uma política
intervencionista que resultou em grande crescimento econômico. Em questões
de política externa, o país aliou-se incondicionalmente aos Estados Unidos.
Em decorrência dessa aliança, o governo rompeu relações diplomáticas com a
União Soviética e passou a perseguir fortemente sindicatos, organizações de
trabalhadores e partidos de esquerda. Com isso, o PCB foi colocado na
ilegalidade, e seus políticos foram cassados.
Getúlio Vargas (1951-1954)
Getúlio Vargas retornou à presidência do Brasil após vencer as eleições de
1950, quando derrotou o udenista Eduardo Gomes e o candidato do PSD
Cristiano Machado. O segundo governo de Vargas ficou marcado por uma forte
crise política que abalou a sustentação de seu governo e por inúmeras
polêmicas em torno da política econômica adotada.
Economicamente, Getúlio Vargas alinhava-se a uma postura mais nacionalista,
sobretudo na exploração dos recursos nacionais. Nessa questão, destaca-se a
polêmica em torno da criação da Petrobras, em 1953, após uma extensa
campanha popular que tinha como lema “o petróleo é nosso”. A criação dessa
estatal, que monopolizava a exploração do petróleo no Brasil, desagradou
fortemente certos grupos da política brasileira alinhados com interesses
estrangeiros.
A postura de intervenção do Estado na economia era outra questão que
incomodava bastante. Essas polêmicas fortaleceram o antigetulismo no Brasil,
e Vargas teve de lidar com denúncias frequentes de corrupção e de tentativas
de implantar uma ditadura sindicalista no país.
Vargas também teve de lidar com a insatisfação popular por conta da alta da
inflação, que destruía o poder de compra do trabalhador. A resposta de Vargas
foi a nomeação de João Goulart, político gaúcho com alto poder de negociação
com os sindicatos, para o Ministério do Trabalho e a aprovação da proposta de
aumentar em 100% o salário mínimo.
Isso gerou profunda insatisfação nos militares, que criticavam incisivamente
Vargas, e nos udenistas. Um dos maiores nomes do antigetulismo foi Carlos
Lacerda, jornalista e dono do Tribuna da Imprensa. Esse jornalista foi,
inclusive, o pivô da crise final do governo Vargas.
Em 5 de agosto de 1954, Carlos Lacerda foi atacado na porta de sua casa, na
Rua Tonelero, em Copacabana, Rio de Janeiro. As investigações descobriram
que Gregório Fortunato, chefe de segurança do palácio presidencial, havia sido
o mandante do crime. Vargas passou a ser bombardeados por pedidos de
renúncia até que, em 24 de agosto de 1954, cometeu suicídio no Palácio do
Catete.
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
A posse de Juscelino à presidência do Brasil só foi possível graças ao esforço
de Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra que organizou o Golpe
Preventivo de 1955, o qual acabou com qualquer possibilidade de golpe contra
o político mineiro. Essa ação foi tomada pelo fato de terem acontecido, entre
1954 e 1955, movimentações golpistas para impedir a realização da eleição de
1955 e para impedir a posse de JK.
Juscelino Kubitschek, vinculado à chapa PSD/PTB, foi eleito presidente após
derrotar seus adversários: Juarez Távora, da UDN, e Ademar de Barros, do
PSP. Seu governo ficou marcado pelo desenvolvimentismo, ou seja, por
posturas econômicas que buscavam o crescimento da economia e da indústria
no país. Para alcançar esse desenvolvimento, foi criado o Plano de Metas, que
estipulava investimentos em áreas cruciais do país, como energia e transporte.
O resultado dos cinco anos de governo de JK na economia foi um crescimento
anual médio do PIB de 7% e um crescimento industrial de 80%. Outro destaque
desse governo foi a construção da nova capital, Brasília. A obra aconteceu em
tempo recorde e envolveu um montante gigantesco de dinheiro.
Apesar dos resultados positivos, esse governo também ficou marcado pelo
crescimento da desigualdade social no país e por problemas graves, como o
baixo investimento na educação e na alimentação, que permaneceram como
gargalos da nossa sociedade.
Jânio Quadros (1961)
Jânio Quadros foi o primeiro e único político que a UDN conseguiu eleger no
país durante a Quarta República. Foi escolhido como candidato do partido por
indicação de Carlos Lacerda, líder do conservadorismo no país. Na eleição
presidencial de 1960, Jânio Quadros derrotou Henrique Teixeira Lott, da chapa
PSD/PTB, e Ademar de Barros, do PSP.
O governo de Jânio foi curto, com duração de quase sete meses. Nesse
período, o presidente acumulou polêmicas com a população e com seu partido,
a UDN. Na economia tomou medidas que aumentaram o preço dos
combustíveis e do pão. Outras medidas polêmicas foram a proibição do uso de
biquíni e a condecoração de Che Guevara, líder da luta revolucionária na
América.
Esse último fato enfureceu seu partido, que era ideologicamente conservador,
isolando politicamente o presidente. A saída encontrada por Jânio foi renunciar
à presidência no dia 25 de agosto de 1961. Sua renúncia é interpreta pelos
historiadores como uma tentativa fracassada de autogolpe. Dessa forma, o
país foi jogado em uma crise política sobre a sucessão presidencial
João Goulart (1961-1964)
O governo de Jango (apelido de João Goulart) foi um dos mais atribulados da
história do país. Sua posse aconteceu em meio a uma campanha política
conhecida como “campanha da legalidade”, a qual defendia que Jango, vice de
Jânio, fosse empossado presidente do Brasil. A luta entre legalistas e golpistas
quase arrastou o país para uma guerra civil.
Jango assumiu a presidência em 7 de setembro de 1961 em um regime
parlamentarista. Apesar de os poderes políticos presidenciais estarem minados
pelo parlamentarismo, a partir de janeiro de 1963, o presidencialismo teve seus
poderes recuperados por meio de um plebiscito votado pela população.
Assim, Jango teve poderes para tentar implantar a Reforma de Base, um
conjunto de reformas estruturais em áreas vitais do país, como sistemas
tributário e eleitoral, ocupação urbana, etc. A reforma agrária e a forma como
ela seria conduzida no país representaram o grande debate das Reformas de
Base, o qual desgastou e isolou politicamente João Goulart. Em virtude disso,
seu partido, o PTB, perdeu o apoio do PSD, que se bandeou para o lado dos
udenistas.
Enquanto as tentativas de reforma eram debatidas, organizava-se
secretamente no país um golpe contra o presidente. Essa conspiração contava
com a participação de militares, civis e, principalmente, do grande
empresariado.
Essa conspiração golpista recebeu apoio financeiro dos EUA, que inclusive
injetou dinheiro em candidaturas conservadoras na eleição de 1962.
Formaram-se, então, dois grupos que passaram a organizar o golpe e a
difundir um discurso para desestruturar a base do governo com a população: o
Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e o Ipes (Instituto de Pesquisa e
Estudos Sociais).
Em 1964, dois momentos-chave aconteceram:
Em 13 de março de 1964, o presidente realizou o discurso da Central do Brasil,
no qual reassumiu seu compromisso em realizar, a todo custo, as Reformas de
Base.
Em 19 de março de 1964, em São Paulo, aconteceu a Marcha da Família com
Deus pela Liberdade, uma resposta ao discurso de Jango. Esse evento
evidenciou a existência de uma parcela numerosa do país que se alinhava às
pautas conservadoras e lutava contra o governo.
A continuidade desse processo levou, a partir de 31 de março de 1964, à
conspiração para a ação do golpe. Entre 31 de março e 2 de abril, tropas
militares realizaram as movimentações necessárias para ocupar pontos-chave
do país. No dia 2 de abril, o então presidente do Senado, Auro de Moura,
declarou vaga a presidência do Brasil, consolidando, assim, o golpe contra a
democracia e contra João Goulart. Em 9 de abril foi decretado o AI-1. No dia
15, Humberto Castello Branco assumiu como primeiro “presidente” da Ditadura
Militar.
Resumo
A Quarta República, também conhecida como República Populista (nome que
caiu em desuso entre os historiadores) e República de 46, foi um período
iniciado em 1946, com a posse de Eurico Gaspar Dutra, e finalizado com o
Golpe Civil-Militar que deu início à Ditadura Militar. Ao longo dessa fase, o
Brasil foi presidido por nove presidentes, entre os quais cinco foram eleitos em
eleição presidencial (incluindo João Goulart, vice de Jânio).
Com o fim do Estado Novo, estabeleceu-se uma democracia liberal no Brasil, a
qual expressava os valores de grupo, como bem evidenciou a Constituição de
1946. Esse período ficou marcado por fortes tensões políticas, sobretudo na
disputa travada entre PTB/PSD e UDN, e por altas taxas de crescimento da
economia."
A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o
golpe militar em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João
Goulart.

O regime militar durou 21 anos (1964-1985), estabeleceu a censura à


imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores
do regime.

O Golpe de 31 de Março de 1964

O golpe militar de 31 de março de 1964 tinha como objetivo evitar o avanço das
organizações populares do Governo de João Goulart, acusado de comunista. O
ponto de partida foi a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto
de 1961. O Congresso Nacional empossou temporariamente o presidente da
Câmara, o deputado Ranieri Mazzilli, pois o vice-presidente encontrava-se em
viagem à China.

Enquanto João Goulart iniciava sua viagem de volta, os ministros militares


expediram um veto à posse de Jango, pois sustentavam que ele defendia
ideias de esquerda. O impedimento violava a Constituição, e não foi aceito por
vários seguimentos da nação, que passou a se mobilizar. Manifestações e
greves se espalharam pelo país.

Diante da ameaça de guerra civil, foi feita no Congresso, composto por maioria
oposicionista a Jango, a proposta de Emenda Constitucional nº 4,
estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil. Dessa forma, Goulart seria
presidente, mas com poderes limitados. Jango aceitou a redução de seus
poderes, esperando recuperá-lo em momento oportuno.

O acordo com Jango previa ainda que em 1965, no fim de seu mandato,
haveria um plebiscito para consultar a população sobre o retorno ou não ao
presidencialismo. O Congresso votou a favor da medida e Goulart tomou posse
no dia 7 de setembro de 1961. Para ocupar o cargo de primeiro-ministro foi
indicado o deputado Tancredo Neves.

O parlamentarismo durou até janeiro de 1963. Nesse ano, João Goulart


conseguiu adiantar o plebiscito. A população brasileira decidiu assim pelo fim
do parlamentarismo e o retorno ao presidencialismo.

Governo João Goulart

Em 1964, agora com mais poderes em suas mãos, Jango resolve lançar as
"Reformas de Base" a fim de mudar o país. Assim, o presidente anunciou:

 Desapropriações de terras;
 nacionalização das refinarias de petróleo;
 reforma eleitoral garantindo o voto para analfabetos;
 reforma universitária, entre outras.

A inflação chegou a atingir em 1963, o índice de 73,5%. O presidente exigia


uma nova constituição que acabasse com as "estruturas arcaicas" da
sociedade brasileira.

Jango era apoiado por universitários que atuavam por meio de suas
organizações e uma das principais era a União Nacional dos Estudantes
(UNE). Igualmente, os comunistas de várias tendências, desenvolviam intenso
trabalho de organização e mobilização popular, apesar de atuarem na
ilegalidade.

Goulart era visto com insatisfação por ambos os lados: enquanto liberais e
conservadores o criticavam por afirmar ser ele um presidente que poderia
trazer o comunismo para o Brasil, à esquerda, a visão era que ações
importantes para atacar a desigualdade social do país, como a reforma agrária,
aconteciam em um processo muito lento.

Diante do quadro de crescente agitação, os adversários do governo aceleraram


a realização do golpe. No dia 31 de março de 1964, o presidente João Goulart
foi deposto pelos militares e Jango refugiou-se no Uruguai. Aqueles que
tentaram resistir ao golpe sofreram dura repressão. Para cobrir o vazio de
poder, uma junta militar assumiu o controle do país. No dia 9 de abril foi
decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para eleger o
novo presidente.

O escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que havia sido
chefe do estado-maior do Exército. Isto era apenas o início da interferência
militar na gestão política da sociedade brasileira.
A concentração de poder

Depois do golpe de 1964, o modelo político instaurado visava fortalecer o poder


executivo. Dezessete atos institucionais foram impostos à sociedade brasileira.
Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi
adotado o bipartidarismo. Desta forma surgiram:

 A Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo;


 O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores,
mas cercado por estreitos limites de atuação.

O governo, através da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI),


montou um forte sistema de controle que dificultava a resistência ao regime.
Chefiado pelo general Golbery do Couto e Silva, este órgão investigou todos
aqueles suspeitos de conspirar contra o regime, desde empresários até
estudantes.

Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do


país junto ao capital estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas:

 Contenção dos salários e dos direitos trabalhistas;


 Aumento das tarifas dos serviços públicos;
 Restrição ao crédito;
 Corte das despesa do governo;
 Diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano.

Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido


como "linha dura", pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não
admitisse atitudes de insatisfação e afastasse os civis do núcleo de decisões
políticas.

As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo


general presidente. No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general
Arthur da Costa e Silva, ligado aos radicais. A nova Constituição de 1967 já
havia sido aprovada pelo Congresso Nacional.

Os atos institucionais promulgados durante os governos dos generais Castelo


Branco (1964-1967) e Arthur da Costa e Silva (1967-1969), na prática,
acabaram com o Estado de direito e as instituições democráticas do país.

Apesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-


se a Frente Ampla para fazer oposição ao governo, tendo como líderes o
jornalista Carlos Lacerda e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

A resistência da sociedade

A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. No mundo das artes, em


1965, foi encenada a peça "Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flávio
Rangel, que criticava o governo militar.
Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos
compositores, que escreviam canções de protesto. A Igreja Católica estava
dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém os mais
progressistas criticavam a Doutrina de Segurança Nacional.

As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade


para estruturar seus sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas
denunciando a falta de liberdade política.

Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns


líderes de esquerda organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura.
Entre as diversas organizações de esquerda, estavam a Ação Libertadora
Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8).

O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio


Moreira Alves, que pediu ao povo que não comparecesse às comemorações do
dia 7 de setembro, como forma de protesto contra o Regime. Para conter as
manifestações de oposição, o general Costa e Silva decretou em dezembro de
1968, o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as atividades do Congresso e
autorizava à perseguição de opositores.

Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e


quem assumiu foi o vice-presidente Pedro Aleixo, político civil mineiro. Em
outubro de 1969, 240 oficiais generais indicam para presidente o general Emílio
Garrastazu Médici (1969-1974), ex-chefe do Serviço Nacional de Informações
(SNI). Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a censura prévia à
imprensa.

Para lutar contra os grupos de esquerda, o Exército criou o Destacamento de


Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-
CODI). As atividades dos órgãos repressivos desarticularam as organizações
de guerrilhas urbana e rural, que levaram à morte dezenas de militantes de
esquerda.

O crescimento econômico

Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando


passar a imagem de que o país encontrara o caminho do desenvolvimento
econômico. Somado à conquista do tri na Copa do Mundo de 1970, isso
acabou criando um clima de euforia no país.

A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização


crescente. O petróleo, o trigo e os fertilizantes, que o Brasil importava em
grandes quantidades, estavam baratos. Eles eram incorporados à pauta da
exportação, soja, minérios e frutas.

O setor que mais cresceu foi o de bens duráveis, eletrodomésticos, carros,


caminhões e ônibus. A indústria da construção cresceu. Mais de 1 milhão de
novas moradias, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), foram
construídas em dez anos de governo militar. Falava-se em "milagre brasileiro"
ou "milagre econômico".
Vista aérea do conjunto habitacional general Dale Coutinho construído através
do financiamento do BNH, em Santos, em 1979. Em 1973, o "milagre" sofreu
seu primeiro grande baque, pois a crise internacional elevou abruptamente o
preço do petróleo, encarecendo as exportações.

O aumento dos juros no sistema financeiro internacional, elevou o juros da


dívida externa brasileira. Isto obrigou o governo a tomar novos empréstimos
aumentando ainda mais a dívida. Além disso, esse crescimento econômico não
alcançou as camadas mais pobres da sociedade, levando ao aumento das
desigualdades sociais no país.

A Redemocratização

No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general


Ernesto Geisel (1974-1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento
econômico e restabelecer a democracia. Mesmo lenta e controlada, a abertura
política começava, o que permitiu o crescimento das oposições.

O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários


projetos de infraestrutura tiveram continuidade, entre elas, a Ferrovia do Aço,
em Minas Gerais, a construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins e o
Projeto Carajás. Diversificou as relações diplomáticas comerciais do Brasil,
procurando atrair novos investimentos.

Nas eleições de 1974, a oposição que até então estava aglutinada no MDB,
obteve ampla vitória. Como resposta, Geisel procurou conter este o avanço,
limitando a propaganda eleitoral durante as eleições de 1976, através da
criação da Lei Falcão, que restringia o tempo de tela dos candidatos nas
propagandas políticas.

No ano seguinte, diante da recusa do MDB em aprovar a reforma da


Constituição, o Congresso foi fechado e o mandato do presidente foi
aumentado para seis anos. A oposição começou a pressionar o governo, junto
com a sociedade civil. Com a crescente pressão, o Congresso já reaberto
aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser
fechado, nem cassados os direitos políticos dos cidadãos.

Geisel escolheu como seu sucessor o general João Baptista Figueiredo, eleito
de forma indireta. Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o
compromisso de aprofundar o processo de abertura política. No entanto, a crise
econômica seguia adiante, com a dívida externa atingindo mais de 100 bilhões
de dólares, e a inflação batendo 200% ao ano.

As reformas políticas continuaram sendo realizadas, mas a linha dura lançou


mão do terrorismo como o ocorrido no Riocentro, em 1981. Com o fim do
bipartidarismo, surgiram vários partidos, entre eles o Partido Democrático
Social (PDS) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Foi fundada a Central Única
dos Trabalhadores (CUT). Os espaços de luta pelo fim da presença dos
militares no poder central foram se multiplicando.
Campanha pelas eleições diretas

Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas
eleições diretas para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças
políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre
outros. O movimento que chegou ao auge em 1984, quando foi votada a
Emenda Dante de Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para
presidente.

No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não


conseguiu os 2/3 necessários para sua aprovação, frustrando a população, que
havia ido as ruas em favor do voto direto. Logo depois, grande parte das forças
de oposição resolveu participar das eleições indiretas para presidente. O
PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice.

Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que
derrotou Paulo Maluf, candidato do PDS. Desse modo encerrou-se os dias da
ditadura militar.

Presidentes durante a Ditadura Militar no Brasil

Mandato 15/04/1964 a 15/03/1967


Política Interna Criação do Serviço Nacional de Informação.
Economia Criação do Cruzeiro e do Banco Nacional de Habitação (BNH)
Política Rompimento de relações diplomáticas com Cuba e aproximação com os
externa EUA.
Castelo Branco

Arthur da Costa e Silva

Mandato 15/3/1967 a 31/8/1969


Política Entrou em vigor a Constituição de 1967 e promulgação do AI-5. Criação da
Interna Embraer.
Economia Expansão do crédito e da industrialização pesada.
Política Aproximação aos países africanos e asiáticos nos fóruns internacionais.
Externa Visita da rainha Elizabeth II ao Brasil.
Junta Governativa Provisória

 Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército;


 Augusto Rademaker, ministro da Marinha;
 Márcio de Souza e Melo, ministro da Aeronáutica.

Mandato 31/08/1969 a 30 de outubro de 1969


Política A Junta Governativa apenas ocupou a presidência em decorrência da morte de
Interna Costa e Silva. Assim, apenas prepararam a eleição quando seria escolhido
Médici como presidente.
Emílio Garrastazu Médici

Mandato 30/10/1969 a 15/3/1974


Política Derrotou a Guerrilha do Araguaia e criou o Departamentos de Operação de
Interna Informação
Criação da Embrapa, e início da construção de grandes obras como a
Economia
Hidrelétrica de Itaipu
Política Acordo com o Paraguai e Argentina para a construção da usina. Visita aos
Externa Estados Unidos.
Ernesto Geisel

Mandato 15/03/1974 a 15/03/1979


Política Criação do estado do Mato-Grosso do Sul, fusão do estado da Guanabara ao
Interna Rio de Janeiro e fim do AI-5.
Economia Aumento da dívida externa e estímulo ao capital estrangeiro.
Política Reconhecimento da independência da Angola, acordos sobre energia nuclear
Externa com a Alemanha Ocidental e reatadas as relações diplomáticas com a China.
João Baptista Figueiredo

Mandato 15/03/1979 a 15/03/1985


Política Interna Criação do estado de Rondônia e Reabertura política com a lei da Anistia
Economia Modernização da agricultura, aumento da inflação e empréstimo do FMI.
Política Externa Visita aos Estados Unidos.

A Nova República é um período da história brasileira que teve início em 1985


e que está em vigor até os dias de hoje. O marco que determinou o começo
desse período foi a eleição de Tancredo Neves como presidente do Brasil. A
Nova República é marcada por ser o período da redemocratização do Brasil e é
entendido como a fase mais democrática de nossa história.

Resumo sobre Nova República


 A Nova República teve início em 1985 como consequência da vitória de
Tancredo Neves na eleição presidencial.

 Tancredo Neves não assumiu a presidência, pois faleceu devido a


problemas de saúde. Seu vice, José Sarney, foi quem tomou posse.

 Um grande marco na redemocratização do Brasil foi a promulgação da


Constituição de 1988.
 Até o momento, dois presidentes sofreram impeachment: Fernando
Collor e Dilma Rousseff.

 Na Nova República, estabeleceu-se o Brasil como um país republicano e


presidencialista.

Características da Nova República


A Nova República teve início com o término da ditadura e a redemocratização
do Brasil. Ao longo desse período, algumas características foram marcantes:

 Redemocratização do país.

 Promulgação de uma Constituição por meio da participação popular;

 Retorno do multipartidarismo;

 Realização periódica de eleições;

 Ampliação da cidadania.

 Combate à inflação.

 Ampliação da classe média.

 Forte desigualdade social.

 Realização de reformas neoliberais.

 Ampliação das relações comerciais com os vizinhos sul-americanos;

 Aumento da relevância brasileira na diplomacia internacional.

 Ampliação do Ensino Superior no país.

Contexto de início da Nova República: fim da Ditadura Militar


Quando falamos de Nova República, estamos falando da redemocratização
pela qual o Brasil passou a partir da década de 1980. Naquele
momento, a ditadura em vigor desde 1964 estava enfraquecida, e o país já
vinha passando por um processo de abertura que fazia parte de uma estratégia
dos militares para tutelar o Estado sem que fosse necessário governá-lo.

Porém, a população brasileira desejava a democratização do país, e esse foi o


grande momento de nossa política na década de 1980. Para as historiadoras
Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, dois fatores cruciais para o enfraquecimento
da ditadura foram a crise da economia e a mudança na atuação da oposição
política aos militares, que se tornou mais enérgica.|1
O processo de abertura do país ficou marcado por acontecimentos como
a Lei da Anistia, que permitiu que os exilados políticos pudessem retornar ao
território nacional por motivo de segurança e pela reformulação partidária pela
qual o Brasil passou e que permitiu o surgimento de novos partidos, como o
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB).

Outro momento marcante do fim da ditadura no Brasil foi a Emenda Dante de


Oliveira, proposta pelo deputado Dante de Oliveira em 1983. Essa emenda
tratava sobre o retorno do voto direto na eleição presidencial, o que era um
importante marco para uma possível redemocratização do país, pois a última
eleição com voto direito havia acontecido apenas em 1960.

Essa emenda mobilizou a população brasileira em defesa do voto direto e deu


início à campanha das Diretas Já. Nessa campanha, milhões de brasileiros
foram às ruas nas principais cidades do país exigindo a aprovação da emenda.
Para a frustração da população, entretanto, a emenda foi rejeitada, e a eleição
de 1985 foi marcada para acontecer de maneira indireta.

Eleição de 1985
A eleição de 1985 foi um momento marcante na história do Brasil e foi o
acontecimento que marcou o fim da ditadura após 21 anos de duração. Essa
eleição foi indireta e contou com dois candidatos a presidente. Representando
os militares, o Partido Democrático Social (PDS) lançou a candidatura de Paulo
Maluf.

Representando a oposição, o PMDB lançou o político mineiro Tancredo


Neves como candidato a presidente e José Sarney a vice-presidente. O acordo
entre Tancredo e Sarney se tratou de uma aliança política de última hora que
fez com que Sarney e uma parcela de políticos do PDS rompessem com seu
partido e apoiassem o PMDB.

O resultado foi que a candidatura de Tancredo Neves obteve êxito e ele venceu
a eleição com 380 votos, contra 180 votos de Paulo Maluf. A vitória de
Tancredo marcou o fim da ditadura, pois pela primeira vez, desde 1964, o
Brasil teria um presidente que não havia sido escolhido pelos militares.

A posse de Tancredo Neves deveria acontecer em 15 de março de 1985, mas


não foi o que ocorreu, pois ele passou mal um dia antes da posse e foi
internado às pressas. Tancredo Neves sofria com dores abdominais havia
semanas, mas escondeu a situação temendo que isso pudesse ser usado
pelos militares para impedir sua candidatura e posse. Ele passou por sete
cirurgias e acabou falecendo no dia 21 de abril de 1985. Um acordo político
consumado na época determinou que José Sarney tomasse posse como
presidente.

Principais acontecimentos da Nova República


A Nova República, portanto, teve início em 1985, com a vitória da chapa de
Tancredo Neves-José Sarney e da posse de Sarney como presidente do
país. Esse período é tido como a segunda fase democrática da história
brasileira (a primeira foi o período da República de 1946, que se estendeu de
1946 a 1964).

A reconstrução da democracia brasileira se deu ao longo da década de 1980,


sendo que o grande marco de todo esse processo foi a promulgação
da Constituição de 1988, que substituía a Constituição do período autoritário e
que é reconhecida ainda hoje como o texto mais democrático da história
brasileira.

Conhecida como Constituição Cidadã, a atual Constituição do Brasil foi


promulgada em 5 de outubro de 1988 e elaborada pela Assembleia
Constituinte de 1987. A Constituição foi formulada com intensa participação de
movimentos sociais que procuravam garantir ganhos democráticos para nosso
país depois de duas décadas de ditadura.

Grupos historicamente marginalizados conquistaram direitos inéditos, embora


ainda houvesse muitos pontos que não avançaram o suficiente, como a
questão da reforma agrária. Além da democratização do país, um dos grandes
desafios dos governos brasileiros no período da Nova República foi a questão
da estabilização da economia brasileira.

A má gestão da economia e os gastos gigantescos praticados no período da


ditadura deixaram um legado de instabilidade econômica que afetava a vida da
população sob a forma de uma alta inflação. Durante o governo Sarney, por
exemplo, a inflação alcançou quase 2000% por ano.

Plano Real
Os governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello falharam no
combate à inflação elevada de nosso país, sendo que diversos planos, como o
Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Collor, entre outros, foram
apresentados à nação. Um dos momentos mais traumáticos da história recente
do cidadão brasileiro foi o confisco de valores de poupança.

Foi somente durante o governo do presidente Itamar Franco que a situação se


normalizou. Isso aconteceu graças ao Plano Real, elaborado pelo Ministério da
Fazenda, à época nas mãos de Fernando Henrique Cardoso. O plano foi
implantado em três etapas, e, ao final de 1994, a inflação já era de 1% ao mês.

Presidentes da Nova República


Depois da Constituição de 1988, determinou-se que nosso país seria
uma república presidencialista e que o mandato presidencial teria duração de
quatro anos. A reeleição só foi admitida no sistema político brasileiro depois
que uma emenda constitucional foi aprovada durante o governo de Fernando
Henrique Cardoso.

Desde o início da Nova República, os presidentes da República foram os


seguintes:
 José Sarney (1985–1990)

 Fernando Collor de Mello (1990–1992)

 Itamar Franco (1992–1995)

 Fernando Henrique Cardoso (1995–2003)

 Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2011)

 Dilma Rousseff (2011–2016)

 Michel Temer (2016–2019)

 Jair Bolsonaro (2019–)

Desde o início da Nova República, dois presidentes sofreram processos


de impeachment, sendo destituídos de suas funções. Fernando Collor foi
impedido, em 1992, por envolvimento em esquemas de corrupção e Dilma
Rousseff foi impedida, em 2016, sob a acusação de pedaladas fiscais.

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