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República Nova (1945-1964)

O período conhecido como República Nova ou República de 46 inicia com a renúncia


forçada de Vargas, em outubro de 1945. O General Eurico Gaspar Dutra foi o presidente
eleito e empossado no ano seguinte. Em 1946 foi promulgada nova Constituição, mais
democrática que a anterior, restaurando direitos individuais.

Apesar de perder a final para o Uruguai, por 2 a 1, coloca o país definitivamente em


destaque no cenário internacional, bate todos os recordes e deixa como legado o Estádio
do Maracanã, o maior do país.

Ainda em 1950, o maior comunicador brasileiro do século XX, Assis Chateaubriand,


inaugurou a TV Tupi São Paulo, que no início chamava-se PRF-3. Sua cadeia de rádio,
jornais e televisão crescia a olhos vistos.

Nesse ano, Getúlio Vargas foi mais uma vez eleito presidente, desta vez pelo voto
direto. Em seu segundo governo foi criada a Petrobrás, fruto de tendências nacionalistas
que receberam suporte das camadas operárias, dos intelectuais e do movimento
estudantil. Porém, os tempos não eram mais os mesmos, e Getúlio não conseguiu
conduzir tão bem o seu governo. Pressionado por uma série de eventos, em 1954
Getúlio Vargas comete suicídio dentro do Palácio do Catete. Assume o vice-presidente,
João Fernandes Campos Café Filho.

Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente e tomou posse em janeiro de 1956,
ainda que tenha enfrentado tentativas de golpe. Seu governo caracterizou-se pelo
chamado desenvolvimentismo, doutrina que se detinha nos avanços técnico-industriais
como suposta evidência de um avanço geral do país. O lema do desenvolvimentismo
sob Juscelino foi 50 anos em 5. Em 1960, Kubitschek inaugurou Brasília, a nova capital
do Brasil.

Já em 1961, Jânio Quadros, eleito em 1960, assumiu a presidência, mas renunciou em


agosto do mesmo ano. Jânio, um ex-professor sul-matogrossense radicado em São Paulo
pregava a moralização do governo, iniciou sua carreira política no PDC e se elegeu com
o apoio da UDN, fez um governo contraditório: ao lado de medidas polêmicas (como a
proibição de lança perfume e da briga de galo), o presidente condecorou o
revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, para a surpresa da UDN. Com a
condecoração, Jânio tentava uma aproximação com o bloco socialista para fins
estritamente econômicos, mas assim não foi a interpretação da direita no Brasil, que
passou a alardear o pânico com a "iminência" do comunismo.

O vice-presidente João Goulart, popularmente conhecido como "Jango", assumiu em 7


de setembro de 1961 a presidência, após uma crise política: os militares não queriam
aceitá-lo na presidência, alegando o "perigo comunista", ou seja que Jango era
simpatizante do comunismo e mantinha vários comunistas em seu governo. Além de ex-
ministro trabalhista, Goulart encontrava-se na China quando da renúncia de Jânio
Quadros. Uma solução intermediária é acertada e instala-se o parlamentarismo no
Brasil.

Em 1963, entretanto, João Goulart recuperou a chefia de governo com o plebiscito que
aprovou a volta do presidencialismo. João Goulart governou até 1 de abril de 1964,
quando se refugiou no Uruguai deposto pelo Golpe Militar de 1964. No seu governo
houve constantes problemas criados pela oposição militar, em parte devido a seu
nacionalismo e posições políticas radicais como a do Slogan "Na lei ou na marra" e
"terra ou morte", em relação à reforma agrária . O maior protesto dos setores
conservadores da sociedade contra seu governo ocorreu nas cidades de São Paulo e Rio
de Janeiro, em 19 de março de 1964, com a chamada Marcha da Família com Deus pela
Liberdade.

A Quarta República Brasileira, também conhecida como República Populista,


República Nova e República de 46, tem início com o fim do governo provisório de
José Linhares (31 de janeiro de 1946), que por sua vez, teve início após a renúncia
forçada de Getúlio Vargas (29 de outubro de 1945), pondo fim à Terceira República.
Neste período da história brasileira a Petrobras, sob governo Vargas, é fundada e a
capital nacional é transferida do Rio de Janeiro para a cidade planejada de Brasília.

O chamado populismo latino-americano, em voga no continente naquela época, se


apoiava na imagem carismática de determinado político, e em seus atos populares que
na visão do povo promovem uma vida melhor para a população, acabando por
"endeusar" o governante, mesmo que esses atos ou melhoras sejam de caráter
momentâneo e não realizem a devida e real justiça social.

A visão do populismo é sem dúvida controvertida podendo-se admitir que determinada


figura da sociedade pode ser popular ou manter essa prática mas não atuar em cargo
eletivo.

O período termina em 31 de março de 1964, com o Golpe Militar de 1964, que depôs o
então presidente eleito democraticamente João Goulart. O governo da época, atordoado
pelas críticas de todos os lados e fustigado pelos problemas econômicos que se
avolumavam, optou pelo apoio das esquerdas. Em 31 de março, à noite, o movimento
militar eclodiu em Belo Horizonte e espalhou-se rapidamente por todo o Brasil,
praticamente sem reação da esquerda. Alguns políticos e líderes críticos ao regime
foram presos ou optaram pelo exílio, como Goulart que exilou-se no Uruguai. Era o
início da ditadura militar no Brasil.

Transição

Os anos de 1945 e 1946 foram marcantes para o Brasil. No curto espaço de tempo entre
a deposição de Getúlio Vargas, a 29 de outubro de 1945, e a promulgação de uma nova
Constituição, em 18 de setembro de 1946, ocorreram fatos decisivos para a evolução de
nosso processo histórico.

Em 1945, Getúlio Vargas foi deposto, reinstituindo o pluripartidarismo e as eleições


livres; tomou posse o substituto de Vargas, o Ministro José Linhares. Dentre as maiores
preocupações do antigo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro José
Linhares, estava a realização de novas eleições. Os principais partidos recém-criados - o
Partido Social Democrático (PSD), O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e a União
Democrática Nacional (UDN), ao lado de outros menores, como o Partido Comunista
Brasileiro (PCB) - indicaram seus candidatos.
Em 1946, entrou em vigor uma nova constituição, a Constituição de 1946 e as eleições
realizadas em 1946 conduziram ao poder, como presidente, o General Eurico Gaspar
Dutra.

Governo Eurico Gaspar Dutra (1946–1951)

Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o


Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e venceu as eleições de 2 de dezembro de 1945,
com 3.351.507 votos, superando Eduardo Gomes da União Democrática Nacional e
Iedo Fiúza do Partido Comunista do Brasil. Para vice-presidente, a escolha recaiu sobre
o político catarinense Nereu Ramos, também do PSD, eleito pela Assembleia Nacional
Constituinte de 1946. (Quando Dutra foi eleito presidente, ainda estava em vigência a
constituição de 1937, que não previa a figura do vice-presidente).

Dutra assumiu o governo em 31 de janeiro de 1946, juntamente com a abertura dos


trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O
pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o
PSD e a UDN, embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do
Partido Comunista do Brasil (PCB) e PTB. Dutra não interferiu nas decisões, mesmo
quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência
da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos. O quinquênio presidencial, que
começara com a proibição do jogo no Brasil (abril de 1946), entraria no ano de 1948 em
sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que
considerou fora da lei o PCB (1947) e depois pela ruptura de relações com a União
Soviética (1948).

Governo Getúlio Vargas (1951–1954)

No campo político, uma nova ideologia empolgou amplos setores da classe média,
militares, estudantes, profissionais liberais, intelectuais, operários: o nacionalismo, cuja
expressão mais significativa foi a campanha "O petróleo é nosso!" da qual surgiram a lei
do monopólio estatal da prospecção e do refino do petróleo e a criação da Petróleo
Brasileiro S/A (Petrobras), em outubro de 1953.

Em que pese o apoio dos nacionalistas à defesa do petróleo e à tendência estatizante de


seu governo, Vargas começou a detectar sinais claros da insatisfação de setores
estratégicos de opinião, sobretudo dos representantes do capital estrangeiro e da
burguesia nacional. Não obstante, também a classe média dava mostras de impaciência,
como ficou claro pela eleição de Jânio Quadros para a prefeitura de São Paulo, sem
apoio dos grandes partidos. Getúlio procedeu a uma mudança ministerial: convocou,
para o ministério da Fazenda, Osvaldo Aranha, que atenuou a política cambial e tomou
medidas de estabilização econômica; e para o do Trabalho, um jovem político gaúcho,
até então desconhecido, João Goulart, que iniciou alianças com o movimento operário,
em substituição à política populista de Vargas.

Porém, Getúlio não conseguiu conduzir tão bem o seu governo. Pressionado por uma
série de eventos, em 1954 Getúlio Vargas comete suicídio dentro do Palácio do Catete.
Seu vice-presidente passou a dirigir o País, João Fernandes Campos Café Filho.
Governo Juscelino Kubitschek (1956–1961)

Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente e tomou posse em janeiro de 1956,
ainda que tenha enfrentado tentativas de golpe. Seu governo caracterizou-se pelo
chamado desenvolvimentismo, doutrina que se detinha nos avanços técnico-industriais
como suposta evidência de um avanço geral do país. O lema do "desenvolvimentismo"
sob Juscelino foi 50 anos em 5. Em 1960, Kubitschek inaugurou Brasília, a nova capital
do Brasil.

O quinquênio de Juscelino Kubitschek voltou-se para o desenvolvimento econômico e a


política de industrialização. Expandiu-se a infraestrutura de rodovias, ferrovias e portos,
energia elétrica, armazéns e silos. A fim de atenuar as disparidades regionais, Juscelino
criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e promoveu a
interiorização, através de uma rede de estradas e da mudança da capital para Brasília.
Essa foi uma época de industrialização do país. Iniciou-se a fase de implantação das
indústrias de bens de consumo duráveis e de bens de produção. Instalaram-se as
indústrias automobilística, de eletrodomésticos, de construção naval, de mecânica
pesada, de cimento, de papel e de celulose.

Governo Jânio Quadros (1961)

Já em 1961, Jânio Quadros (eleito em 1960) assumiu a presidência, mas renunciou em


agosto do mesmo ano. Jânio, um ex-professor paulista que pregava a moralização do
governo e era membro da UDN, fez um governo contraditório: ao lado de medidas
esdrúxulas (como a proibição de biquínis nas praias), o presidente condecorou o
revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, para a surpresa da UDN. Com a
condecoração, Jânio tentava uma aproximação com o bloco socialista para fins
estritamente econômicos, mas assim não foi a interpretação da direita no Brasil, que
passou a alardear o pânico com a "iminência" do comunismo.

A fórmula adotada por Jânio foi combinar uma política interna conservadora,
deflacionista e antipopular, com uma política externa de rompantes independentes, para
atrair a simpatia da esquerda. Muito mais retórica que efetiva, essa política, que se
notabilizou por ataques à China nacionalista e pela condecoração do líder da Revolução
Cubana Ernesto "Che" Guevara, acabou por atrair a desconfiança da burguesia e a ira
dos militares. O aumento das tarifas públicas, a ampliação da carga horária da
burocracia estatal e a preocupação demagógica com questões insignificantes, como a
proibição das brigas de galo e de transmissões de televisão que mostrassem moças de
biquíni, acabaram por desgastar o apoio que ainda recebia da opinião pública.

Acredita-se atualmente que Jânio Quadros tentou promover o autogolpe, ou seja,


renunciar para voltar com plenos poderes, apostando que o congresso não aceitaria a
renúncia por causa do vice, ligado à esquerda trabalhista. Mas, se for verdade, falhou, e
o congresso aceitou sua renúncia.

Governo Ranieri Mazzili (1961)

Ranieri Mazzili, na qualidade de presidente da Câmara dos Deputados, conforme previa


a Constituição vigente, assumiu a presidência da República algumas vezes, dentre elas
duas especialmente marcantes. A primeira foi em 25 de agosto de 1961, em virtude da
renúncia de Jânio Quadros e da ausência do vice-presidente João Goulart, que se
encontrava em missão na China. Nesta ocasião os ministros militares do governo Jânio
Quadros — general Odílio Denys (Exército), brigadeiro Gabriel Grün Moss
(Aeronáutica) e almirante Sílvio Heck (Marinha) — formaram uma junta militar
informal que tentou impedir, sem sucesso, a posse de João Goulart, abrindo-se uma
grave crise político-militar no país. A solução para o impasse foi a aprovação pelo
Congresso, em 2 de setembro, de uma emenda à Carta de 1946, instaurando o sistema
parlamentarista de governo. João Goulart assumiu, então, a presidência em 7 de
setembro de 1961.

A segunda vez que o presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli assumiu a
presidência da República interinamente de forma marcante, foi em 2 de abril de 1964,
por ocasião do golpe de Estado que depôs o presidente João Goulart. Em menos de três
anos, era a sexta vez que assumia o cargo interinamente. Apesar disso, o poder de fato
passou a ser exercido por uma junta, autodenominada Comando Supremo da Revolução,
composta por três de seus ministros: o general Artur da Costa e Silva, o vice-almirante
Augusto Rademaker Grünewald e o tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de
Melo. No dia 15 de abril, entregou o cargo ao marechal Humberto de Alencar Castelo
Branco, que venceu uma eleição indireta no dia 11 de abril. Embora não seja militar, seu
segundo governo é considerado o primeiro da quinta República, mais conhecida como
regime ou ditadura militar.

Governo João Goulart (1961–1964)

O vice-presidente João Goulart, conhecido como Jango, assumiu após uma rápida crise
política: os militares não queriam aceitá-lo na presidência, alegando o "perigo
comunista". Além de ex-ministro trabalhista, Goulart encontrava-se na China quando da
renúncia de Jânio Quadros (que, pela teoria do auto golpe, tentou aproveitar-se dessa
viagem de seu vice). Uma solução intermediária é acertada e instala-se o
parlamentarismo no Brasil. Em pouco mais de um ano, sucederam-se três Presidentes
do Conselho de Ministros - Tancredo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima. Com
apoio nas bases populares e sindicalistas, Goulart conseguiu antecipar o plebiscito para
janeiro de 1963 e reverteu facilmente o sistema para o presidencialismo. Assim, em
1963, João Goulart recuperou a chefia de governo com o plebiscito que aprovou a volta
do presidencialismo.

Goulart passou então a manobrar para manter o apoio das bases populares e sindicais e
ao mesmo tempo atrair as simpatias do centro político. Para isso, lançou o plano trienal
de desenvolvimento econômico e social, em que defendia conjuntamente as reformas de
base, agrárias e urbanas, medidas anti-inflacionárias clássicas e investimentos
estrangeiros.

O resultado foi exatamente o oposto. O plano foi atacado tanto pela esquerda quanto
pelos conservadores, todos preocupados mais com as implicações políticas que com os
resultados práticos. O governo, atordoado pelas críticas de todos os lados e fustigado
pelos problemas econômicos que se avolumavam, optou pelo apoio das esquerdas. Em
31 de março, à noite, o movimento militar eclodiu em Belo Horizonte e espalhou-se
rapidamente por todo o Brasil, praticamente sem reação da esquerda. Alguns políticos e
líderes críticos ao regime foram presos ou optaram pelo exílio, como Goulart que
exilou-se no Uruguai. Em 2 de abril, o presidente do Senado Auro de Moura Andrade
declara vaga a Presidência da República e empossa o presidente da Câmara dos
Deputados, Ranieri Mazzilli. Era o início da ditadura militar no Brasil.

Estados e Territórios Federais do Brasil


Na época o Brasil era uma República Federativa formada pela união de 22 Estados
Federais, 4 Territórios Federais e um Distrito Federal e uma cidade-estado. Cada Estado
era dotado de um Governador eleito por voto direto e uma Assembleia Legislativa
também eleita por voto direto, já os Territórios Federais tinham um Governador
nomeado pelo Presidente da República. O Distrito Federal era governado por um
Prefeito nomeado pelo Presidente da República e por uma Câmara Municipal eleita por
voto direto.

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