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ESCOLA ESTADUAL SALOMÉ DE MELO ROCHA

LEANDRO HERTER DOS SANTOS

HISTÓRIA DA DEMOCRACIA NO BRASIL

Guia Lopes da Laguna-MS


2023
Esse trabalho visa apresentar uma visão sobre a história da democracia no Brasil e quais
os problemas enfrentados por ela, atentando ser claro e objetivo.
O contexto histórico desse trabalho começa no fim do período Imperial, quando foi
proclamado a República no Brasil, no dia 15 de novembro de 1889.
Sendo assim, o tema tem extrema importância, notoriedade e relevância para área de estudo.
No decorrer da história do Brasil, nem sempre a democracia foi o modelo que prevalecia.
Nesses tempos, a população passou por vários eventos que traçaram a história da política no
Brasil, como ditaduras, eleições indiretas ou suspensas e cessação de políticos.
Porém, a atual fase da democracia ainda é jovem, na qual iniciou-se após a abertura
política que teve seu ápice na primeira eleição presidencial, no ano de 1989, após o fim das
eleições indiretas, que aconteceram na ditadura militar.
A primeira fase da democracia começou no período inicial da República, situado entre os
anos de 1889 e 1894, onde o país sofreu um domínio pela parte militar do país
No ano de 1891, marechal Deodoro da Fonseca, assumiu o cargo de presidente, entretanto
renunciou o cargo no mês de novembro do mesmo ano. Deodoro teve seu vice, Floriano
Peixoto, como substituto, que obteve o apoio popular para lutar contra os monarquistas.
Começou-se então a chamada 1ª República ou República Velha, que data-se do período de
tempo de 1889 a 1930 e foi controlado pelas oligarquias agrárias de Minas Gerais e São
Paulo, na conhecida “política do café com leite”. A alternância de poder continuou até 1930.
Não havendo acordo para a sucessão paulista Washington Luís, na qual indicou outro
paulista, Júlio Prestes, para substituí-lo. Indignados, os políticos do Partido Republicano
Mineiro compuseram a Aliança Liberal, promovendo Getúlio Vargas como candidato a
presidência do país, juntamente com João Pessoa, como seu vice. Em abril de 1930, a chapa
de Prestes venceu a eleição. Inconformados, os políticos da Aliança puseram fim a 1ª
República com a revolução de 1930.

Era Vargas
Entre os anos de 1930 e 1934, ficou estabelecido o governo provisório, com Vargas no
comando da República, com poderes quase ilimitados. Na época, Vargas nomeou
interventores nos estados indo contra a Constituição da época, desagradando a sociedade da
época, especialmente de São Paulo. O ápice da crise foi em 23 de maio de 1932, com o
assassinato dos 4 estudantes paulistanos Martins, Maragaia, Dráusio e Camargo. Em julho do
mesmo ano, explodiu a Revolução Constitucionalista de 1932, na qual os paulistas que
promoveram a revolução, acabaram sozinhos na luta contra tropas do Rio Grande de Janeiro,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul e, em 28 de setembro, finalmente se renderam.
Entretanto, Vargas teve que aceitar a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte
e promulgou a constituição de 1934 sendo essa a segunda da República, trazendo direitos
trabalhistas, voto secreto, ensino primário obrigatório e voto feminino como suas principais
novidades. Esta constituição também estabeleceu que após sua promulgação, o primeiro
presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembleia Constituinte, elegendo
Getúlio Vargas como presidente.
Em 1935 aconteceu a Intentona Comunista, chefiada por Luiz Carlos Prestes, que
marchou pelo interior do Brasil, ordenando a rebelião dos quartéis do Rio de Janeiro, Recife e
Natal, em novembro do mesmo ano, O levante foi sufocado em poucas horas e os comunistas
foram presos.
Dois anos depois, o governo federal divulgou um documento forjado, atribuindo-o ao
Internacional Comunista, contendo um suposto plano para os comunistas tomarem o poder.
Porém, isso era um pretexto para Vargas derrubar a Constituição de 1934 e declarar o Estado
Novo, em novembro de 1937, estendendo-se até 1945.
Ainda em 1937, uma nova Constituição foi promulgada por Vargas, que na prática
transformou-o em um ditador e o Estado em um Estado autoritário. O federalismo,
independência entre os 3 poderes e a liberdade partidária, foram suprimidos. O Congresso
Nacional foi fechado, e foi criado o Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos eram
nomeados pelos governadores, que por sua vez eram nomeados pelo presidente.
Na Segunda Guerra Mundial, Vargas enviou Soldados da Força Expedicionária Brasileira
(FEB) para lutar pelos aliados. Tal fato contribuiu para o golpe militar de 29 de outubro de
1943, que depôs Vargas, desfechado por generais que compunham o ministério do próprio
governo.
Em dezembro de 1945, foram realizadas eleições livres para parlamento e presidência, e
Vargas, exilado no Rio Grande do Sul, foi eleito Senador pelo voto popular, fato que lhe deu
força política para ser eleito presidente do Brasil em 1951, com voto popular, com uma
ideologia desenvolvimentista que incluiu a criação da Petrobras.
Entretanto, acusações de manter privilégios e questões envolvendo o atentado contra o
jornalista Carlos Lacerdo, crítico de seu governo, geraram um pressão política para Vargas
renunciasse. No dia 24/08/1954 Getúlio Vargas suicidou-se.

Parlamentarismo
Em 1955, Juscelino Kubistchek foi eleito, com um governo focado no desenvolvimento levou
o Brasil à industrialização. No fim de seu mandato, transferiu a capital do Brasil do Rio de
Janeiro para Brasília, inaugurada em 1960.
No mesmo ano, Jânio Quadros tomou posse do Governo, por meio de uma eleição, mas
renunciou após 7 meses, dando início a uma crise inconstitucional, pois os militares se
recusaram a dar posse ao vice-presidente João Goulart, pois, os militares o consideraram “de
esquerda”. Em agosto de 1961, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, cunhado
de Goulart, lançou um manifesto pela sua posse. O exército ficou dividido, e a crise foi
debelada com a aprovação da emenda Constitucional que introduziu o regime parlamentarista
no país. Mas, em 1963, Jango realizou um peblisco, e o povo votou pela volta do
presidencialismo.

O golpe de 1964
As reformas defendidas por Jango além de suas simpatias com a Revolução Cubana,
assustaram os latifundiários e irritaram os militares. A crise se afundou depois do comício a
favor das reformas, que Jango realizou no Rio de Janeiro, em março de 1964. O levante
militar se deu no dia 31 de março. Não houve resistência, e Goulart partiu para seu exílio no
Uruguai.
Esta primeira fase do regime militar foi marcado pelo governo de coalização entre os chefes
militares e os políticos da UDN que estimularam o golpe. As tentativas de resistência,
infelizmente fracassaram, como exemplo temos a Frente Ampla, que buscava o poder de volta
para o povo.
Iniciou-se um período de repressão e censura cultural, com grande uso de tortura por parte dos
militares, na repressão de estudantes, ligas camponesas ou operárias organizados, que
chegaram a formar grupos guerrilheiros de resistência. Neste período, o poder do presidente
foi ampliado por meio de atos Institucionais, as eleições se tornaram indiretas, direitos foram
suspensos e cassados, e partidos políticos extinguidos, para depois ser permitido apenas dois:
Arena (governista) e MDB (oposição).
Em 1968, após manifestações e protestos, foi implantado de vez a ditadura, através do Ato
Institucional N°5.
No governo de General Médici (1969-1974) o terrorismo do estado avançou e houve certo
desenvolvimento econômico, o chamado “milagre brasileiro”, que elevou a taxa de lucros e
concentração de renda, porém, tal fato se perdeu na Crise do Petróleo de 1973.

A abertura política
Nas eleições legislativas de 1974, o governo militar e seus seguidores foram derrotados,
lentamente, começou-se a abrir a política no Brasil, que atingiu seu auge na Lei da Anistia,
em 1979, que permitia o retorno dos exilados políticos que estavam no exterior.
O pluripartidarismo foi restabelecido. Em 1982, houve eleição direta para o cargo de
governador.
Em 1984, foi rejeitado no Congresso Nacional a emenda que restabelecia o voto direto por
completo, mesmo havendo manifestações para o sistema de eleição voltar.
Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi o último presidente a se eleger através do voto
indireto, mas morreu 3 meses depois, antes de tomar posse, sendo empossado seu vice, José
Sarney. O período histórico pós 1985, foi chamado de Nova República.
Durante esse governo foi promulgada a Constituição Federal de 1988, substituindo a anterior,
ampliando os direitos sociais e as atribuições do Poder Público, instituiu eleições majoritárias
para todos os cargos, em dois turnos e, entre outras ações de cunho social e econômico,
determinou o fim da censura.

Eleições Livres
A primeira eleição direta, para presidente, pós regime militar, deu-se em 1989. Sendo
Fernando Collor, eleito à presidência assumindo em março de 1990. O Plano Collor, conjunto
de medidas econômicas para conter a hiperinflação do período, confiscou a poupança e teve
fortes impactos negativos. Após uma série de escândalos virem a tona, até que foi instalado,
em junho de 1992, no Congresso Nacional, um Comissão Parlamentar de Inquérito para
apurar os fatos, a população fez várias manifestações contra o presidente, até que em
setembro daquele ano, Collor foi afastado do cargo por meio de Impeachment, assumindo o
cargo o vice-presidente Itamar Franco.
Em 1995, o povo brasileiro escolheu manter o sistema de governo republicano e
presidencialista, entre as escolhas estavam: República ou Monarquia e Presidencialismo e
Parlamentarismo.
O 25° presidente do período republicano, Fernando Henrique Cardoso, tomou posse em 1995.
No seu primeiro mandato, em 1997, foi aprovado uma emenda constitucional que permitia a
reeleição em cargos do executivo. No ano seguinte, Cardoso foi reeleito.
O próximo presidente eleito pelo povo brasileiro foi Luiz Inácio Lula da Silva, reconduzido
ao cargo em 2006. Depois Dilma Rousseff assumiu o cargo de presidente em 2011, sofrendo
Impeachment 4 anos depois, sendo substituída pelo seu vice Michel Temer. Em 2018, Jair
Messias Bolsonaro, foi eleito Presidente da República, assumindo o cargo em 2019. 4 anos
depois, Lula vence Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022. Em 8 de janeiro de
2023, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto,
pois estavam inconformados com o resultado das eleição de 2022.

Conclusão
Após apresentar a história da democracia no Brasil, pode-se notar que a mesma sofreu
grandes dificuldades e alterações em sua formação e implantação. Indo de uma democracia
(nem um pouco democrática, pois só alguns podiam votar) até uma democracia melhor e mais
estruturada, mas distante da perfeição. Também pode-se perceber que as consequências do
passado da democracia refletem até hoje, tendo como exemplo a superpolarizada de
ideologias políticas (ou você é de esquerda ou você é de direita, sem abrir espaço espaço para
ser centralizado)

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