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Professor: Paulo Junior

A Era Vargas
Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas assume a presidência do Brasil. No comando do
país, Vargas concentrou muitos poderes em suas mãos, foi contestado e, por fim, deu início a
uma ditadura no Brasil. 

O Governo Provisório 
No início do governo provisório, Vargas teve atitudes que levaram a uma centralização política.
Ele fechou o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras
Municipais e passou a controlar todos os poderes através de decretos-leis. Nos estados, os
governadores foram substituídos por interventores federais, e o único que ficou de fora foi Minas
Gerais.
Durante o governo provisório houve alguns conflitos, pois os políticos paulistas não aceitaram os
interventores. Assim, os remanescentes oligárquicos formaram a Frente Única Paulista. Essa
frente empenhou-se em lutar pela elaboração de uma nova constituição, ficando responsáveis
pela campanha constitucionalista. O movimento ganhou força devido a uma tragédia ocorrida em
São Paulo, em que quatro estudantes, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram mortos ao
atacarem a sede de um jornal que era a favor de Vargas. O movimento paulista aderiu a letra
inicial dos nomes dos jovens como símbolo, MMDC.
Assim, em 9 de julho de 1932, o movimento teve início com luta armada e ficou conhecido como
Revolução Constitucionalista. Os combatentes paulistas estavam mais bem equipados que as
tropas federais, por isso Vargas reuniu forças de todo o país para combatê-los e, após três
meses de lutas, Vargas, venceu a Frente Única Paulista. O movimento não foi de todo em vão,
já que conseguiram seu objetivo, que era convocar eleições para a Assembleia Constituinte. 
Em novembro de 1933, a Assembleia começou a elaboração de uma nova constituição, que foi
promulgada em 1934, a terceira do Brasil. Getúlio Vargas foi eleito pela Assembleia para
presidente do país em um mandato de quatro anos. 

Atenção!
A Constituição de 1934 trouxe várias mudanças importantes para o país, entre elas podemos
citar: voto secreto, voto feminino, a criação da justiça eleitoral e ensino primário gratuito.
Também foram reconhecidos alguns direitos trabalhistas, por exemplo, a jornada de trabalho de
oito horas diárias, férias e descanso semanal remunerado, proteção ao trabalho da mulher e da
criança, entre outros. 

O Estado Novo
Em 1937 chegava ao fim o mandato de Vargas e novas eleições deveriam ser convocadas para
escolher seu sucessor para o ano de 1938. Acontece que Vargas não queria sair do poder e,
para isso, foi divulgado um falso documento conhecido como Plano Cohen, que criou uma
instabilidade no país. O documento apoiava as causas comunistas e, com o pretexto de
combater o comunismo no Brasil, Vargas aplicou um golpe de Estado com o apoio de militares e
deu início a uma ditadura no Brasil, conhecida como Estado Novo. As primeiras medidas
tomadas foram a extinção  dos partidos políticos, o fechamento do Senado e da Câmara dos
Deputados, a suspensão dos direitos constitucionais e a outorga de uma nova constituição. 
Foi criada uma nova constituição em 1937, que ficou conhecida como Polaca. Ela reafirmava os
poderes do presidente e reduzia a autonomia dos estados. Ela também autorizava o controle do
governo sobre os sindicatos, a abolição das greves e o culto ao nacionalismo.
A Economia e a Sociedade
Nesse período, o país já contava com indústrias que permitiram ao Brasil deixar de ser,
essencialmente, agrário e exportador. O governo passou a intervir no comércio, nas indústrias e
na agricultura.
No setor agrícola houve o incentivo de produtos diversificados orientados por institutos que
também financiavam a produção. No setor industrial houve o controle na produção de minérios e
fonte de energia. É desse momento a criação do Conselho Nacional de Petróleo, da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN) e da mineradora Vale do Rio Doce. 
No Estado Novo a sociedade passou a ser controlada de perto. Havia repressão política e
censura aos meios de comunicação, que eram utilizados para reforçar o governo de Vargas.
Havia perseguição àqueles que se opunham ao governo. A propaganda do governo era
responsável pela divulgação de uma imagem positiva do país, na qual havia uma unidade
nacional, onde tudo estava integrado, havia harmonia e o governo visava o bem comum da
pátria e da sociedade. 
Os sindicatos eram controlados por pessoas do governo, que eram conhecidas como pelegos,
vinculando a participação política dos trabalhadores a órgãos do governo. Durante o Estado
Novo houve o uso da violência física, e muitos opositores foram torturados, presos, exilados e
até mesmo assassinados. 
Porém, nesse período, foram tomadas medidas importantes quanto à situação dos
trabalhadores. Foi criada, em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), fato que
organizou a vida do trabalhador brasileiro, que passou a ter leis para defendê-lo. Esse fato foi
resultado da luta dos operários, mas foi apresentado como um benefício dado pelo governo aos
trabalhadores, aumentando o prestígio de Vargas, que ficou conhecido como “pai dos pobres” ou
“protetor dos trabalhadores”. 

O Fim do Estado Novo 


Estudantes e políticos que eram contra o governo de Vargas se apoiaram na luta contra as
ditaduras nazifascistas para combater o governo do Brasil. Em 1943, foi lançado o Manifesto
Mineiro, por políticos de Minas Gerais, que exigiam a democratização do país. No mesmo ano,
em dezembro, a União nacional dos Estudantes (UNE) fez passeata contra o governo. 
A oposição crescia e Vargas decidiu ele mesmo iniciar a democratização do país. Ele concedeu
anistia aos condenados políticos, marcou eleições presidenciais, liberou os partidos políticos e
mesmo assim não deixou de lutar por sua permanência no poder, fato que ficou conhecido como
queremismo, movimento que queria que Vargas continuasse no poder.  
Devido ao apreço popular que Getúlio Vargas tinha, os militares e oposicionistas ficaram
preocupados. Sendo assim, em 29 de outubro de 1945, tropas lideradas pelo General Góis
Monteiro forçaram Vargas a renunciar, colocando fim no Estado novo. 
 
Leitura
Para o Estado Novo, a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados teve efeitos
contraditórios. De um lado, o regime ganhou tempo. O estado de guerra representava um bom
argumento para o governo adiar por tempo indeterminado a consulta popular que deveria validar
a Constituição de 1937. De outro, a opção por lutar contra o nazifascismo colocou em xeque a
manutenção de uma ditadura no país. As oposições procuraram aproveitar o desgaste do
governo decorrente dessa contradição para retomar a iniciativa. Foi nesse quadro de
redefinições que o Estado Novo entrou em crise e finalmente caiu em outubro de 1945.

Em Resumo
A Era Vargas foi marcada por um período em que Getúlio Vargas esteve à frente do poder.
Nesse período houve importantes realizações, mas ele também foi marcado por uma ditadura. A
industrialização foi impulsionada e os direitos dos trabalhadores foram assegurados na
ordenação da CLT. Mas cabe salientar que houve grande repressão política e medidas
autoritárias por parte do governo Vargas, e ainda cerceamento de liberdades.  
Fonte:
http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?
redirect=60892608227308391900012344566

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