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Era Vargas (1930 - 1945) - Conceito Ilustrado

Revolução de 30
De acordo com a política do café com leite, políticos de São Paulo e Minas
Gerais se alternavam na presidência da república. Esses políticos usavam a influência
política que eles tinham para conseguir votos para quem eles decidissem apoiar. Nas
eleições de 1930, no entanto, Washington Luís, o presidente do Brasil naquele
momento, era do Rio de Janeiro, mas havia feito toda sua carreia política em São
Paulo e, portanto, deveria apoiar um candidato mineiro, porém ele apoia o candidato
paulista Júlio Prestes, rompendo com a política do café com leite. Washington Luís
possivelmente pretendia dar continuidade a sua política financeira indicando outro
paulista.
As elites mineiras e líderes políticos ressentidos com essa atitude decidiram
apoiar a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas e seu vice paraibano João Pessoa,
formando a Aliança Liberal, que unia forças das oligarquias de Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e da Paraíba.
Nas eleições, Júlio Prestes saiu vencedor. Os políticos mais tradicionais da
Aliança Liberal aceitaram a vitória e se colocam à disposição para contribuir com o
novo governo, enquanto que os políticos mais jovens pensavam em uma revolução
para se chegar ao poder. Em 26 de julho de 1930, João Pessoa é assassinado devido
a disputas políticas do próprio estado da Paraíba. Mesmo que sua morte não tivesse
relação com as eleições, o clima político do momento fez parecer que sim, por
exemplo se pensava no possível envolvimento de Washington Luís e Júlio Prestes ou
de seus apoiadores no assassinato. A morte de João Pessoa causou grande comoção
nacional e a Aliança Liberal aproveitou para explorar politicamente esse
acontecimento, usando-o como pretexto para iniciar uma revolução. Dessa forma, em
outubro de 1930, a Aliança Liberal dá início ao movimento armado conhecido como
Revolução de 30 com o objetivo de tirar Washington Luís do poder e impedir a posse
de Júlio Prestes. A revolução aconteceu em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e
Paraíba e contou com o apoio militar do movimento tenentista, o qual era apoiado
pelas camadas médias urbanas e trabalhadores que lutavam contra o domínio de
grandes fazendeiros na política, ou seja, a política da velha oligarquia cafeeira. Após
dias de combates, a Aliança Liberal consegue deter as tropas do governo federal.
Washington Luís é deposto e substituído por uma junta militar que logo depois coloca
Getúlio Vargas como presidente da república. E assim se inicia o Governo Provisório.

Governo provisório (1930 - 1934)


Ao chegar ao poder, Getúlio fechou o congresso e as assembleias legislativas
municipais e estaduais até que fosse eleita uma Assembleia Constituinte que ficaria
responsável por elaborar uma nova constituição para o Brasil. Vargas passou a
assumir poderes do executivo e do legislativo, governando através de decretos-leis,
centralizando o poder em torno de si. As medidas centralizadoras de Vargas serviram
para intermediar os interesses de grupos distintos nas regiões.
Uma medida importante tomada por Vargas foi a criação do Ministério do
Trabalho, através dele foi implementado o corporativismo, ou seja, o Estado mediaria
as relações entre patrões e funcionários através dos sindicatos, os quais seriam
controlados pelo Estado. Importantes leis trabalhistas também foram implementadas,
como a jornada de 8 horas diárias, férias remuneradas, salário mínimo e
regulamentação do trabalho infantil e feminino.
No governo provisório, Vargas também substituiu os governadores por
interventores, que eram em sua maioria membros do tenentismo e que tinham a
confiança de Vargas.
O interventor escolhido para São Paulo foi João Alberto um militar do Rio de
Janeiro. Essa escolha desagradou bastante a oligarquia paulista que desejava um
interventor civil e paulista. Vargas atendeu o pedido dos paulistas escolhendo Laudo
de Camargo como interventor, mas com pouca autonomia para governar ele acabou
renunciando. Para substitui-lo foi escolhido Manuel Rabelo, um militar do Rio de
Janeiro.
Após a Revolução de 30, uma parte dos membros do movimento tenentista
partiu em apoio ao comunismo e outra em apoio ao fascismo, devido a pobreza teórica
e a falta de uma ideologia bem definida dentro do movimento. A divisão do tenentismo
em alas de esquerda e direita e o fortalecimento do poder de Vargas fez com que o
movimento praticamente desaparecesse.
Devido à crise de 1929, as exportações do café haviam diminuído bastante.
Vargas, sabendo da importância do café para economia brasileira, decide que o
governo iria comprar e estocar o café. Porém, a produção mundial de café também
estava aumentando, pois outros países também começaram a produzir. A solução
encontrada pelo governo foi de queimar os estoques de café, dessa forma, a oferta
era reduzida e sustentava os preços, isso beneficiou a economia brasileira a curto
prazo. O dinheiro das exportações de café era usado para comprar produtos
industrializados de fora do país, com a diminuição das exportações de café, devido ao
momento de crise e o aumento da produção mundial, reduziu-se também a compra
de produtos industrializados. Diante desse cenário, teve-se a necessidade de
incentivar a industrialização brasileira. Sendo assim, a indústria leve, que precisava
de poucos investimentos, começou a ter um crescimento expressivo na década de
1930.
Em São Paulo, o Partido Democrático (PD) havia apoiado a Revolução de 30,
mas estava insatisfeito com o governo de Vargas devido aos interventores escolhidos
para São Paulo. Sendo assim, após a nomeação de Manuel Rabelo, o PD se alia com
o Partido Republicano Paulista (PRP) formando a Frente Única Paulista (FUP), a qual
reivindicava autonomia para São Paulo, já que essa autonomia tinha sido perdida com
a escolha de interventores militares e não-paulistas. A FUP também exigia a
reconstitucionalização do país, ou seja, a volta da democracia com a elaboração de
uma constituição.
Cedendo às pressões, o governo aprova o Código Eleitoral, que trazia o voto
secreto e obrigatório, a representação proporcional e o voto feminino. Foi criada a
Justiça Eleitoral para combater fraudes e organizar as eleições e, por fim, foram
marcadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte para maio de 1933.
Vargas também nomeia o civil paulista Pedro de Toledo como interventor de São
Paulo.
Apesar dos progressos, houve manifestações e protestos em São Paulo
pedindo a reconstitucionalização imediata. Durante esses protestos, 4 jovens foram
mortos devido a conflitos entre manifestantes e apoiadores de Vargas. Os quatros
jovens eram: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, dando início ao movimento
MMDC, que tinha como objetivo tirar Getúlio Vargas do poder.
E assim tem início a Revolução de 1932, ou Revolução Constitucionalista. Em
São Paulo, houve grande campanha em prol do alistamento, conseguindo apoio
popular para ajudar a formar o exército constitucionalista. Muitos jovens de classe
média se alistaram e muitas mulheres doaram joias para cobrir as despesas da
revolução. O conflito entre São Paulo e as tropas do governo federal teve início em 9
de julho de 1932. Lutando praticamente só, São Paulo não conseguiu deter as tropas
federais, já que elas estavam em maior número e em superioridade bélica. Ainda
houve uma pequena ajuda de Mato Grosso, mas São Paulo também esperava a ajuda
de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que se mostraram simpatizantes à
reconstitucionalização, mas não estavam dispostos pegar em armas para derrubar um
governo que eles mesmos tinham ajudado a colocar no poder. São Paulo se rendeu
em 1 de outubro de 1932, pondo fim à revolução. Depois do conflito, Getúlio percebeu
que não poderia governar sem o apoio de São Paulo, devido a sua força econômica
e política, por isso tratou de manter uma boa relação com os paulistas. Um exemplo
disso foi redução das dívidas dos cafeicultores afetados com a crise de 29.
Em maio de 1933, foram realizadas eleições para a Assembleia Constituinte e
em 1934 foi promulgada a nova constituição incorporando elementos já aprovados
anteriormente e estabelecendo outros. Podemos dizer que as principais
características da constituição de 1934 foram: o sufrágio universal, ou seja, o direito
de todos os cidadãos participarem do processo eleitoral, e o ensino primário gratuito
e obrigatório. Nessa constituição, como medida transitória, o presidente seria eleito
por voto indireto, ou seja, pela própria assembleia, dessa forma, Getúlio Vargas foi
eleito para um mandato de 4 anos sem direito a reeleição, dando início ao governo
constitucional.

Governo Constitucional (1934 - 1937)


No Brasil, sob a influência do cenário político internacional, muitos grupos
começaram a simpatizar pelo fascismo, nazismo e comunismo, surgindo uma grande
polarização política entre direita e esquerda. A União Soviética vinha se mostrando
imune à crise de 1929 e a Itália e Alemanha apresentavam o fascismo e o nazismo
como uma alternativa ao capitalismo e ao comunismo. Foi nesse contexto que surgiu,
em 1932, a Ação Integralista Brasileira, inspirados no nazi-fascismo eles se
caracterizavam por serem nacionalistas e adotarem princípios religiosos. Os
integralistas repudiavam a democracia liberal e acreditavam que somente um governo
autoritário e liderado por um líder “carismático” é que seria capaz de levar o país ao
progresso. Eles tinham como lema “Deus, Pátria e Família”, usavam camisas verdes,
saudavam-se erguendo a mão dizendo “Anauê”, palavra de origem tupi que significa
“você é meu irmão”, utilizavam o sigma como símbolo, que na matemática representa
o somatório de valores, indicando que através da união dos indivíduos e da família se
garantiria a integração da sociedade. Seu principal líder era Plínio Salgado. Seus
pensamentos políticos eram semelhantes à política adotada por Vargas, portanto, eles
apoiavam Vargas em muitas ocasiões como forma de conseguir alguma retribuição
para chegar ao poder.
Como forma de combater o fascismo, surgiu em 1935 a Ação Nacional
Libertadora (ANL). Eles pretendiam reunir partidos e movimentos sociais de esquerda.
Era formada principalmente por comunistas, mas havia apoiadores de várias classes
sociais e convicções políticas. O apoio à ANL estava mais presente dentro das forças
armadas do que no movimento operário. A ANL defendia a democracia, a reforma
agrária, a suspensão do pagamento da dívida externa, nacionalização de empresas
estrangeiras e queria um governo popular. A ANL tinha como presidente de honra o
comunista Luís Carlos Prestes e também era apoiada pelo Partido Comunista
Brasileiro (PCB). Em um manifesto em apoio à ANL, Prestes terminou seu discurso
dizendo: “Todo poder à ANL!”. Essa frase foi vista como uma ameaça à ordem política
e social, colocando em risco a segurança do Estado, fazendo com que a ANL fosse
colocada na ilegalidade. Devido a isso, em 23 de novembro de 1935, se iniciaram
rebeliões nos quarteis com o objetivo de derrubar o governo de Vargas e implantar o
comunismo no Brasil. Essas rebeliões tiveram o apoio da Internacional Comunista,
órgão que coordenava e patrocinava movimentos revolucionários socialistas. Elas
aconteceram principalmente em Natal, Recife e Rio de Janeiro, mas devido à falta de
organização foram rapidamente combatidas pelas forças federais. Essa tentativa de
implantar o comunismo no Brasil ficou conhecida pejorativamente como Intentona
Comunista, intentona significa projeto louco ou insano. Prestes foi preso, assim como
outros participantes da Intentona. O governo usou o movimento como pretexto para
reprimir quem simpatizasse com o comunismo ou com movimentos de esquerda.
Em 1936, devido as rebeliões da intentona comunista, foi aprovado o Estado
de Guerra, o qual suspendeu todas as garantias constitucionais e garantiu a Getúlio
amplos poderes, fazendo com que várias medidas de exceção fossem aprovadas.
Em 1937, o mandato de Getúlio estava se aproximando do fim e as campanhas
de candidatos à presidência se iniciaram. Vargas ficou neutro, não demonstrou a
apoio a nenhum candidato.
Ainda em 1937, as forças militares descobriram e divulgaram ao governo a
existência do “Plano Cohen”, que se tratava de um documento suspostamente feito
por comunistas brasileiros e internacionais visando implantar o comunismo no Brasil.
No documento, era planejado greves, manifestações, saques e depredações. O clima
de ameaça comunista fez com que a autenticidade do documento não fosse
questionada naquele momento. O Plano Cohen foi divulgado em vários meios de
comunicação e deixou a população bastante aterrorizada. O Estado de Guerra foi
decretado novamente em 1937, dando amplos poderes a Vargas. Dessa forma,
através de um golpe de estado, Getúlio continua no poder, dando início ao Estado
Novo (1937 -1945).
Houve pouca resistência ao golpe, já que devido ao Estado de Guerra muitos
inimigos de Vargas foram enfraquecidos ou neutralizados. Anos depois soube-se que
o Plano Cohen havia sido elaborado por um integralista como forma de manter Vargas
no poder. Não se sabe se houve a participação do exército e de Vargas na elaboração
do documento ou se eles sabiam da real origem do plano.

Estado Novo (1937 - 1945)


Com amplos poderes, Getúlio fecha o Congresso, extingue todos os partidos
políticos e outorga uma nova constituição em 10 de novembro de 1937, a qual fica
conhecida como Polaca, devido às suas semelhanças com a constituição da Polônia.
Ela era caracterizada pelo seu autoritarismo e por concentrar amplos poderes no
executivo. Também era presente na constituição de 37 a forte intervenção do Estado
na economia, o corporativismo, a proibição de greves, a eliminação da autonomia dos
estados e a pena de morte.
Apesar das semelhanças com o fascismo, o Estado Novo não foi tão autoritário
quanto o fascismo europeu e não possuía um plano ideológico bem definido. Vargas
também não fazia parte de um partido político e não havia grande mobilização popular
em prol dele.
Os integralistas, que esperavam a retribuição de Vargas por seu apoio,
acabaram se decepcionando, já que a AIB foi extinta devido ao decreto que acabava
com todos os partidos políticos. Por conta disso, grupos de integralistas promoveram
um ataque ao Palácio da Guanabara em maio de 1938, mas foi facilmente reprimido
devido a desorganização. Esse acontecimento ficou conhecido como Intentona
Integralista ou Levante Integralista. Após isso, o Integralismo praticamente
desapareceu.
Em 1938, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP)
para realizar funções administrativas e melhorar a eficiência do serviço público. Em
1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) como forma de
propagar as ideias do governo, exaltar a figura de Vargas e fazer a censura e o
controle sobre diversos meios de comunicação. Em 1943, foi sancionada a
Consolidação das Leis do Trabalho, a qual reuniu, unificou e sistematizou toda a
legislação trabalhista já elaborada anteriormente, além criar novos direitos e novas
regulamentações trabalhistas. Vargas ficou conhecido como “Pai dos pobres” devido
a ele ter aprovado leis trabalhistas, medidas de assistência social e por ter buscado
promover uma relação próxima com os cidadãos, principalmente os das classes
populares. Além disso, o DIP promoveu, através da propaganda, o culto à
personalidade de Vargas, exaltando-o como um líder carismático. Devido a essas
circunstâncias o governo de Vargas é tido como populista.
Durante o Estado Novo foi adotada uma política de forte intervenção do Estado
na economia. Várias empresas estatais foram criadas como forma de diminuir a
dependência do Brasil com empresas estrangeiras, consequentemente com o capital
estrangeiro. Algumas dessas estatais foram: Companhia Siderúrgica Nacional no
setor da siderurgia em 1940, Companhia Vale do Rio Doce no setor da mineração em
1942, Fábrica Nacional de Motores no setor de mecânica pesada em 1943, Fábrica
Nacional de Álcalis no setor químico em 1943 e a Companhia Hidrelétrica do Vale do
São Francisco no setor da hidroeletricidade em 1945.
Durante a Segunda Guerra Mundial o Brasil se mostrou neutro, embora muitos
integrantes do governo simpatizassem com os países do Eixo (Alemanha, Itália e
Japão). No início da guerra, os Estados Unidos esperavam que o Brasil entrasse na
guerra ao lado dos Aliados, já que a região do Nordeste era um ponto estratégico de
operações militares que seria útil na guerra. Através de acordos com o Brasil, os EUA
prometeram equipar, modernizar e treinar as forças brasileiras e também financiar a
construção da CSN para poder fornecer aço aos Aliados, além de outros incentivos
econômicos e comerciais. Em 1942, navios mercantes brasileiros foram afundados
por submarinos alemães, esse acontecimento fez com os brasileiros se
manifestassem a favor da entrada do Brasil na guerra. Em agosto de 1942, sob
pressão de grandes manifestações populares o Brasil declara guerra à Alemanha. Em
1943, é criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Europa. Em 1944,
mais 20 mil brasileiros lutaram na Itália conseguindo realizar as principais missões
que lhes foram designadas, esses soldados ficaram conhecidos como “pracinhas”.
Durante a guerra, 454 brasileiros morreram em combate.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra mundial evidenciou uma incoerência:
soldados brasileiros foram lutar contra regimes autoritários na Europa, enquanto que
no Brasil se mantinha o regime autoritário de Vargas. Percebendo essa incoerência,
ainda durante a guerra, foi divulgado o Manifesto dos Mineiros, um documento feito
por intelectuais que pedia o fim da ditadura e a redemocratização do país. Getúlio
sabia que não poderia manter o autoritarismo do Estado Novo, então ele decide dar
início ao processo de redemocratização, como forma de ganhar apoio e melhorar sua
imagem para tentar se sair como herói. Dessa forma, Vargas, tentando atender as
reivindicações da população, marcou eleições gerais para 2 de dezembro de 1945 e
permitiu criação de novos partidos políticos.
Nas eleições de 1945, os principais partidos e seus representantes foram:
Eduardo Gomes pela União Democrática Nacional (UDN) fazendo oposição a Vargas;
Eurico Gaspar Dutra pelo Partido Social Democrata (PSD), o qual possuía o apoio de
muitos políticos ligados ao regime de Vargas. Iedo Fiúza pelo Partido Comunista
Brasileiro (PCB); e o Partido Trabalhista Brasileiro que estava ligado aos sindicatos
criados por Vargas e não lançou candidato, mas apoiou o PSD. Vargas como não
podia se reeleger se candidatou aos cargos de senador e de deputado. Uma semana
antes das eleições, Vargas manifestou seu apoio a Dutra.
Em maio de 1945, surgiu o movimento chamado de “queremismo”, onde seus
apoiadores pediam uma assembleia constituinte para permitir que Vargas concorresse
às eleições presidenciais ou algum outro recurso que também permitisse isso, ou seja,
queriam a continuação de Vargas no poder. O próprio PCB apoiou o Queremismo, ao
mesmo tempo em que lançava Iedo Fiúza, caso o queremismo não atingisse seu
objetivo. O PCB seguindo ordens de Moscou, ou seja, da Internacional Comunista,
apoiava regimes que demonstrassem interesse em lutar contra o fascismo, assim
como fez o governo de Vargas ao combater os Integralistas e ao lutar na Segunda
Guerra Mundial ao lado dos Aliados.
Em 30 de outubro de 1945, Vargas foi deposto pelas forças armadas devido a
uma série de fatores. O exército temia que Vargas estivesse planejando algo para
continuar como presidente, e o apoio do PCB e do movimento queremista poderia
ajudar a tornar isso real. Em 28 de outubro de 1945, Getúlio nomeou seu irmão,
Benjamim Vargas, para o cargo de chefe da polícia do distrito federal, os chefes
militares viram a medida como forma reforçar a posição do presidente e evitar as
eleições previstas para dezembro. Além do mais, surgiram boatos de que Benjamim,
agora chefe de Polícia, iria mandar prender os generais contrários ao regime de
Vargas. Devido a esses fatores, os militares intimaram Getúlio a renunciar em 30 de
outubro de 1945.
Em 2 de dezembro de 1945 a eleições ocorreram normalmente, saindo vitorioso
Eurico Gaspar Dutra. E assim termina a Era Vargas.

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