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VIDA PESSOAL:

Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja,


localizada no estado do Rio Grande do Sul. A família de Vargas, formada por
estancieiros, era rica e influente e chegou a ter influência política tanto em São Borja
como no Rio Grande do Sul.
Ao completar 16 anos, Getúlio ingressou na carreira militar e atuou em um batalhão de
São Borja, porém acabou sendo expulso da corporação aos 18 anos de idade. No
entanto, ocorrendo a possibilidade de um conflito com a Bolívia, em 1903, Vargas
ingressou novamente no Exército, mas acabou pedindo baixa no fim do mesmo ano.
Depois de oito anos, em 1911, Getúlio com 28 anos casou-se com Darcy Lima
Sarmanho de apenas 15 anos, filha de um estancieiro de São Borja. Desse casamento,
nasceram Lutero, Jandira, Alzira, Manuel e Getúlio Filho.
INÍCIO DA CARREIRA POLÍTICA:
A trajetória política de Vargas começou a nascer quando ele decidiu ingressar na
Faculdade de Direito de Porto Alegre, em 1904. Durante a sua graduação, Vargas fez
parte do Bloco Acadêmico Castilhista, o que lhe aproximou do Partido Republicano
Rio-Grandense (PRR). Por meio dessa aproximação, Borges de Medeiros, forte nome da
política gaúcha, garantiu a entrada de Vargas na política em 1908, sendo nomeado como
segundo promotor do Tribunal de Porto Alegre e, no ano seguinte, sendo eleito como
deputado estadual do Rio Grande do Sul. Vargas manteve-se na função até 1913, quando
então renunciou ao cargo após um desentendimento com Borges de Medeiros.
Entre 1913 e 1917, dedicou-se à advocacia, mas acabou novamente eleito como
deputado estadual em 1917. Em 1922, foi eleito para deputado federal e manteve-se
nessa função até 1926, quando a ascensão de Washington Luís à presidência fez com
que Vargas fosse indicado ao Ministério da Fazenda. Por fim, em 1928, tornou-se
presidente (atual governador) do estado do Rio Grande do Sul.
REVOLUÇÃO DE 30:
A carreira política de Vargas ganhou um novo impulso no final da década de 1920, ao
projetar-se na política nacional com a Revolução de 30 - também conhecida como
Golpe de 30.
Tudo se iniciou quando o presidente Washington Luís revolveu romper com o acordo de
sucessão existente entre a oligarquia paulista e mineira ao em vez de indicar um
sucessor mineiro, acabou indicando um sucessor paulista – Júlio Prestes. Insatisfeita, a
oligarquia mineira aliou-se com a oligarquia gaúcha, decidindo lançar Getúlio Vargas
para concorrer contra Júlio Prestes.
Getúlio concorreu pela chapa que ficou conhecida como Aliança Liberal, mas foi
derrotado pelo candidato de Washington Luís. Passando a conspirar contra o governo, a
Aliança iniciou um levante militar em 1930 contra o presidente após o assasinato em
Recife do vice de Vargas, João Pessoa, por razões que não se relacionavam com a
eleição.
Em menos de um mês, esse levante conseguiu derrubar Washington Luís. Com isso,
Vargas foi nomeado presidente provisório do Brasil em novembro de 1930, tendo o seu
governo dividido em três fases: Governo Provisório (1930-1934), Governo
Constitucional (1934-1937) e Estado Novo (1937-1945).
As grandes marcas do governo de Getúlio Vargas ao longo desses quinze anos foram a
centralização do poder, a imposição de uma política trabalhista, o reforço da propaganda
política em benefício do governo e a capacidade de negociação política. Ao longo da
década de 1930, o político gaúcho foi impondo uma agenda autoritária, que reforçou o
seu poder na presidência.

 GOVERNO PROVISÓRIO:

As ações de Vargas foram no caminho da centralização do poder e da imposição de um


regime autoritário. O Poder Legislativo foi dissolvido de suas funções a níveis regionais
e também a nível nacional, e as iniciativas de realização de uma nova Constituição e,
por conseguinte, de uma eleição presidencial foram deliberadamente retardadas por
Vargas.
Enfraquecendo as elites regionais do Brasil e mantendo-se no poder a longo prazo,
Getúlio teve de lidar com a oposição de grupos insatisfeitos com sua política e enfrentou
uma revolta paulista na Revolução Constitucionalista de 1932.
Em outubro do mesmo ano, a Revolução fracassou após alguns meses de combates
entre o Governo Federal e o estado de São Paulo. Inaugurando uma nova fase do seu
governo, o presidente conseguiu prolongar-se no poder ao ser reeleito indiretamente por
mais quatro anos e também realizou algumas concessões convocando eleição para
formação de uma Constituinte, e esta, quando formada, promulgou a Constituição de
1934.

 GOVERNO CONSTITUCIONAL:

O Governo Constitucional foi marcado pela continuidade de ações na área trabalhista, e


a intervenção do governo na economia começou a ser cada vez maior. Esse governo foi
abalado por conta da radicalização política, fruto do cenário internacional na década de
1930. Com os distúrbios políticos causados pela Ação Integralista Brasileira (AIB), de
orientação fascista, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), de orientação comunista,
deram a Vargas a desculpa para a imposição medidas autoritárias, explorando o temor
da população com o comunismo para impor seu autoritarismo.
Em 1935, a ANL tentou tomar o poder por meio de um golpe, a Intentona Comunista,
mas que fracassou. A partir disso, Vargas lentamente passou a impor medidas que
levaram à estruturação de um Estado autoritário. Contando com o apoio do Exército e
utilizando-se da falsa justificativa da “ameaça comunista”, Vargas divulgou o Plano
Cohen, realizou um autogolpe, cancelou a eleição presidencial de 1938 (da qual ele não
podia participar) e deu início ao Estado Novo.
Ademais, esse governo também deve como característica o voto obrigatório e secreto a
partir dos 18 anos e o direito de voto às mulheres, porém não sendo universal.

 ESTADO NOVO:

Vargas tentou, durante esse período, implantar um projeto de modernização do país à


força, contando com o fortalecimento do Executivo, representado pela figura do
presidente, e a valorização do nacionalismo e de um sentimento de unidade nacional em
detrimento dos regionalismos.
Por se tratar de uma ditadura, práticas como a tortura contra os opositores do governo
consolidaram-se entre as forças policiais do país, bem como a criação do Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP), auxiliando na regulagem do que era e não era
permitido.
Durante esse governo, Vargas negociou com os Estados Unidos os termos do que o país
receberia por aliar-se com os americanos durante a Segunda Guerra Mundial e desse
acordo saiu, por exemplo, verbas utilizadas para a construção da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no ano de 1942.
Governando também por por decretos-leis, Vargas criou o salário mínimo e a
Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), um projeto político que ficou conhecido
como trabalhismo. À medida que sua política aproximava-se das classes trabalhadoras,
a elite econômica do país e o Exército começaram a temer a prática, e a relação de
Vargas com o Exército desgastou-se, de forma que os militares deram o
ultimato forçando Vargas a renunciar à presidência em 1945.
SEGUNDO GOVERNO E SUICÍDIO DE VARGAS:
Depois de renunciar, Vargas não se afastou da política e manteve-se como uma figura
presente, preparando o caminho para que pudesse retornar à presidência no momento
certo. O primeiro passo foi ordenar a criação de um partido – o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB) – que orbitaria sobre seu legado político.
Getúlio montou uma grande estratégia para a eleição presidencial de 1950 ao
aproximar-se de Ademar de Barros, um político que tinha ganhado influência em São
Paulo, de forma que conseguiu vencer seus adversários, sendo eles Cristiano Machado
(PSD) e Eduardo Gomes (UDN). Vargas foi eleito com quase 49% dos votos.
No âmbito econômico, o presidente aproximava-se de uma política econômica em prol
do desenvolvimento do país por grupos nacionais, bem como com a interferência do
Estado. Essa postura irritava grupos da elite nacional, dos quais muitos membros da
UDN faziam parte, que não concordavam com essa postura e consideravam-na um
problema para os seus interesses econômicos.
Vargas foi constantemente atacado por figuras como Carlos Lacerda – o pivô da queda
de sua queda. A classe de trabalhadores também começou a se mobilizar contra o
governo por conta do aumento da inflação, que corroía o salário. Além disso, medidas
como a nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho e o aumento do salário
mínimo em 100% só reforçaram a oposição ferrenha dos udenistas.
Enfrentando um governo de quadro crítico, em Agosto de 1954, a situação do presidente
se agravou quando Carlos Lacerda foi alvo de uma tentativa de assassinato fracassada,
que ficou conhecida como Atentado da Rua Tonelero e aconteceu em 5 de agosto.
As investigações descobriram que a ordem do atentado havia partido do chefe de
segurança do Palácio do Catete, Gregório Fortunato. Vargas passou a ser pressionado a
renunciar e, isolado politicamente, optou pela saída mais extrema possível. No dia 24 de
agosto de 1954, redigiu uma carta-testamento e cometeu suicídio atirando contra o
próprio coração.
O velório de Vargas mobilizou milhares de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro, e os
adversários políticos de Vargas foram alvo da fúria popular. Carlos Lacerda, por
exemplo, foi obrigado a fugir às pressas do Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SILVA, Daniel Neves. "Getúlio Vargas"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/getulio-vargas.htm. Acesso em 10 de setembro
de 2023.
SILVA, Daniel Neves. "Getúlio Vargas"; Mundo Educação. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/biografias/getulio-vargas.htm. Acesso em 10 de
setembro de 2023
BEZERRA, Juliana. "Getúlio Vargas"; Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/getulio-vargas/. Acesso em 10 de setembro de 2023.

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