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INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

TURMA 6131B

TRABALHO DE HISTÓRIA
GOVERNO VARGAS (1951-1954)

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
Novembro de 2022
SUMARIO

1. Biografia

2. Aspectos Políticos

3. Aspectos Econômicos

4. Aspectos Sociais

5. Conclusão: Relação do seu governo com o populismo


Integrantes

 Adriele Umburana de Jesus

 Jéssica Santos Aguiar

 Paulo Vítor de Jesus Pereira


Biografia
Getúlio Dornelles Vargas foi um advogado e político brasileiro, líder da Revolução de 1930, que
pôs fim à República Velha, depondo seu 13.º e último presidente, Washington Luís, e impedindo a
posse do presidente eleito em 1.º de março de 1930, Júlio Prestes. Além de Getúlio Vargas e Júlio
Prestes, o Bloco Operário e Camponês, concorreu também o operário Minervino de Oliveira,
pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), que obteve pequena votação. O pleito, como era praxe
durante a chamada "República Velha", foi alvo de acusações de fraudes de ambos os lados.
Vargas foi presidente do Brasil por quase vinte anos. O primeiro período foi de 15 anos
ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo
Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido
eleito presidente da república pela Assembléia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945,
como ditador, durante o Estado Novo implantado após um golpe de Estado.
No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil como presidente
da república, por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se
suicidou. Getúlio era chamado por seus simpatizantes de "pai dos pobres", pela legislação
trabalhista e políticas sociais adotadas sob seus governos. A sua doutrina e seu estilo político foram
denominados de "getulismo" ou "varguismo". Os seus seguidores, até hoje existentes, são
denominados "getulistas". As pessoas próximas o tratavam por "Doutor Getúlio", e as pessoas do
povo se referiam a ele como "Getúlio". Getúlio, até os dias de hoje, foi o único presidente que
chegou ao poder por forma indireta e direta. Também foi o presidente que mais tempo permaneceu
no cargo, na história do Brasil.
Cometeu suicídio no ano de 1954, com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete,
na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Sua influência se estende até hoje, visto que
muitas das instituições políticas, econômicas e sociais que Vargas criou, sob o comando direto da
administração do Estado ou mediante regulação estatal, continuam a existir e operar em inúmeras
áreas. Muitas variações e ajustes feitos contra o seu legado atravessaram décadas para conseguirem
pelo menos arranhar alguns dos arranjos da “Era Vargas”. Getúlio Vargas foi inscrito no Livro dos
Heróis da Pátria, em 15 de setembro de 2010, pela lei nº 12.326.
Aspectos Políticos
Uma das primeiras coisas que Vargas fez foi buscar a pagar a sua imagem ditador, durante a sua
campanha, Vargas se baseou na defesa da industrialização e na necessidade de ampliar-se à
legislação trabalhista.
Logo após ser eleito, o governo democrático de Vargas foi fortemente marcado pela forte atuação
da oposição de Getúlio - crise econômica, causada principalmente pelo aumento da inflação - e a
tensão social, o que aconteceu em decorrência das crises políticas e também das transformações que
o país passava com o forte crescimento urbano.
É importante pontuar que o projeto nacionalista de Getúlio se chocava com os interesses
internacionais estabelecidos no Brasil, naquela época.
A oposição que atacava Vargas, formada majoritariamente por políticos udenistas (da UDN),
tinha como argumento que as medidas nacionalistas tomadas pelo presidente eram parte de um
projeto que abriria o caminho para a subversão e a revolução, e havia também algumas acusações
de que ele pretendia construir uma “república sindicalista” no país, aos moldes do peronismo na
Argentina.
Essas críticas causaram grande preocupação na classe média brasileira, convencida de que a
política nacionalista na economia era parte de um projeto que levaria o país à luta de classes. Vargas
até tentou conquistar o apoio da oposição udenista por meio de acordos políticos, mas os udenistas
rechaçaram qualquer tipo de acordo com ele, pois o antigetulismo era um sentimento que
alimentava uma parcela considerável da elite política brasileira, e a UDN era um partido que havia
surgido como oposição ao varguismo.
E a crise política do governo de Vargas só aumentou em 1954, e as denúncias de que o presidente
instalaria a “república sindicalista” ganharam força. Houve até uma denúncia de que o presidente
fazia parte de um esforço para implantar o pacto ABC, um acordo de cooperação comercial entre
Brasil, Argentina e Chile para enfrentar a influência americana.
Esse pacto havia nascido de uma ideia de Perón, mas Vargas nunca aceitou fechar esse tipo de
acordo com a Argentina. De toda forma, essas denúncias levaram à tramitação de um pedido de
impeachment do presidente no começo de 1954. A tentativa de impeachment, no entanto, fracassou,
e Vargas seguiu na presidência.
Aspectos Econômicos

Em sua campanha eleitoral, Getúlio Vargas realizou comícios em diferentes partes do Brasil e
alinhou seu discurso com duas demandas importantes da população naquele momento: a garantia do
desenvolvimento econômico do país e a promoção do bem-estar social. Assim, Vargas reforçou seu
discurso, afirmando que realizaria o desenvolvimento econômico do país de maneira independente
ao mesmo tempo que combateria a inflação e promoveria o bem-estar da população.
O debate político durante o segundo governo de Getúlio Vargas concentrou-se, principalmente, na
questão do desenvolvimento econômico do Brasil. Esse debate gerou uma divisão muito clara nos
quadros políticos brasileiros entre aqueles que defendiam o desenvolvimento de uma forma mais
nacionalista e aqueles que defendiam o desenvolvimento do Brasil sob a influência do capital
internacional.
Essa divisão manifestou-se, sobretudo, na exploração de recursos considerados vitais para o
desenvolvimento da economia do país na época: o petróleo e a energia elétrica. Durante seu
governo, Vargas desenvolveu a Campanha do Petróleo, que defendia a exploração desse recurso a
partir do monopólio estatal.
A Campanha do Petróleo mobilizou diferentes grupos da sociedade brasileira que defendiam que
a exploração do petróleo era uma questão de soberania nacional. Sob o lema de “O petróleo é
nosso”, a campanha do governo pela criação de uma empresa estatal para exploração do petróleo
deu resultado e, assim, em 1953, nasceu a Petrobras.
O projeto político-econômico proposto por Getúlio Vargas entrava em choque com empresas
estrangeiras, com os interesses locais industriais e financeiros associados ou em vias de se
associarem ao capital internacional, e com os poderosos proprietários de terras que permaneciam
politicamente ativos em suas regiões. Todos esses grupos combatiam um Estado regulador do
mercado, concentrador de riquezas e favorável à adoção de políticas de contenção do capital
estrangeiro em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento nacional, e julgavam-se
prejudicadas por uma legislação trabalhista que avaliavam ser excessivamente onerosa aos
empresários.
Aspectos Sociais

Além da crise política que prejudicava a governabilidade de Vargas, a tensão social também foi
um elemento importante para o aumento da instabilidade de seu governo. Primeiro, e conforme
mencionado, a crise política e os ataques promovidos pela UDN criaram um clima de insegurança e
difundiram a insatisfação na população.
Além disso, a inflação era um grande problema para o governo, pois reforçava a tensão existente.
Antes de mais nada, é importante pontuar que o salário-mínimo não era reajustado no país desde
1943, e quanto mais a inflação crescia, mais o custo de vida aumentava e mais poder de compra o
trabalhador perdia.
Em dezembro de 1951, houve um pequeno aumento no salário que não conteve a insatisfação
popular. Com a reorganização dos sindicatos (haviam sido desmontados pela postura autoritária do
governo Dutra), as lideranças de trabalhadores logo começaram a organizar-se para exigir melhorias
salariais significativas.
A organização dos trabalhadores levou à realização de uma das maiores greves da história do
Brasil: a Greve dos 300 mil. Essa aconteceu durante março de 1953 e mobilizou trabalhadores de
diferentes categorias. Poucos dias antes da greve, uma passeata formada por 60 mil trabalhadores
aconteceu em São Paulo.
Esses acontecimentos levaram Vargas a perceber que era necessário reforçar as ações na direção
de manter o apoio do operariado urbano — o grupo mais importante para sua estratégia política.
Assim, resolveu nomear Oswaldo Aranha para o Ministério da Fazenda e João Goulart para o
Ministério do Trabalho.

Política Populista e relação com o Governo Vargas

A Quarta República, também conhecida como República Populista ou República de 46, foi um
período democrático da nossa história que se estendeu de 1946 a 1964.

-Populismo constitui uma relação pessoal entre um líder e um conglomerado


de indivíduos, relação essa explicada através do recurso a ideia de demagogia, nem sempre
claramente definida. Segundo esta concepção, o líder populista não aparece como um verdadeiro
político, mas, sobretudo como um aproveitador da ignorância popular (DEBERT, 1979, p. 01).

Diante de algumas representações políticas que o Brasil teve a partir da consolidação da


República, o populismo, tanto como ideologia quanto como prática política, está entre as que mais
influenciaram no imaginário e nos estudos sociológicos e políticos desenvolvidos no país.
Por meio desta “democracia” (aqui, no sentido de almejando um acesso maior da população tanto à
decisão quanto a questões políticas e administrativas do Estado) que começava a idealizar-se uma
política que resultou na incorporação das massas populares no processo.
No Brasil, um exemplo de político com vocação e dotado de carisma, foi Getúlio Dorneles
Vargas. Como presidente, ele soube exatamente como usar de certa demagogia e tornou-se fonte
para os estudos das manifestações da política do populismo.

“Brasileiros! No alvorecer do novo ano, quando nas almas e nos corações se acende mais viva e
crepitante a chama das alegrias e das esperanças e sentimentos mais forte e dominadora a
aspiração de vencer, de realizar e progredir, venho comunicar-me convosco e falar, diretamente, a
todos, sem distinções de classe, profissão ou hierarquia, para unidos e confraternizados, erguemos
bem alto o pensamento, num voto irrevogável pela grandeza e pela felicidade do Brasil (VARGAS,
1938, p.121)”

Palavras de efeito que causam furor diante das massas devem ser ditas por um comandante de
pulso firme, com olhar atento e visão para adaptações que a modernidade exige. Distante do povo, o
político não é capaz de mudar a ordem vigente em um Estado. Perto dele, no entanto, há
responsabilidade assumida pelo discurso de “fazer pelo bem”.
Vargas sabia das aspirações do povo, mas concomitantemente, estava ligado a uma oligarquia que
esperava mais do que um governante convencional. Buscava a manutenção de seus princípios
dentro da ordem estabelecida e almejada, no contexto em que o país vivia.

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