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República liberal

Professora: Lísya Gullo


PSD UDN

PARTIDO
POLÍTICOS
1946

PTB PCB
Constituição de 1946
O texto constitucional estabeleceu a igualdade de todos os brasileiros perante a lei.
Aboliu a censura e estabeleceu a liberdade de manifestação de ideias e opiniões.
Determinou a liberdade de cultos religiosos e crenças, assim como de posicionamento
político e filosófico.
Determinou que ninguém podia ser obrigado a fazer algo que não estivesse
determinado na lei.
Estabeleceu a casa (residência) como asilo inviolável do indivíduo.
Propriedade privada
Democracia participava
Mandato de 5 ano pra presidente
Voto secreto
Mariores de 18 anos poderiam votar, excluindo os analfabetos
Permitia a intervenção militar na polítia brasileira
Governo Dutra
Eurico Gaspar Dutra ingressou na carreira militar aos 21 anos, em 1904.
Durante a década de 1920 atuou na repressão ao movimento tenentista

Em janeiro de 1946 A candidatura de Eurico Gaspar Dutra foi lançada


pela coligação entre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), ambos criados com a pretensão de
continuidade das políticas varguistas. Disputaram as eleições contra
Dutra, o candidato brigadeiro Eduardo Gomes pela União democrática
Nacional (UDN), que combatia o varguismo, e o candidato comunista
Yedo Fiúza pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). Dutra saiu vitorioso do
pleito, obtendo cerca de 55% dos votos. Em janeiro de 1946, assumiu a
presidência do país.
Posição do Brasil na guerra fria
O governo Dutra enfrenta a guerra fria que se
estabeleceu no pós segunda guerra mundial,
colocando URSS x EUA
O governo Dutra é um governo de vertente liberal e
por tanto tomou o lado americano como o correto
Por tanto nesse momento o Brasil começa a
enfrentar a sua fase mais liberal no campo
econômico
Uma forte repressão aos movimentos sociais
começou e o governo colocou o PCB em ilegalidade
Houve o rompimento das relações diplomáticas do
Brasil com a União Soviética, país que liderava
internacionalmente o bloco socialista. A perseguição
ao socialismo resultou em centenas de intervenções
do governo nos sindicatos, o que tinha como
objetivo enfraquecer o movimento de trabalhadores
e evitar a realização de greves, por exemplo.
A economia de Dutra
Nos primeiros dois anos de seu governo, Dutra adotou uma política
econômica liberal que se colocou, portanto, permitiu que o mercado
tivesse uma grande liberdade, principalmente na importação de bens de
consumo. Isso resultou em uma alta na importação de mercadorias.
Com isso, o governo reduziu o volume de importações e incentivou o país
a produzir as mercadorias que fossem demandadas pelo mercado
interno. Essa medida contribuiu para dar um impulso à indústria
brasileira. Nos últimos anos, essa área registrou um crescimento
significativo.
O PIB cresceu, mas isso não signifou uma melhorar para a população
trabalhadora
Governo democrático de Vargas
Vargas se candidata à presidência em 1950, pelo PTB
Consegue fazer alianças até mesmo com UDN que era abertamente antivarguista e
também com o PSD
Enfrentou Cristiano Machado (PSD) e Eduardo Gomes (UDN)
Na campanha, defendeu uma política de bem-estar social, com a ampliação dos benefícios
para os trabalhadores, e defendeu a priorização da industrialização para promover o
desenvolvimento econômico do Brasil
O segundo governo de Vargas ficou marcado por forte crise política e muita tensão social.
Isso foi resultado da postura intransigente da UDN, que prestou oposição ferrenha ao
governo e contribuiu para travar a governabilidade de Vargas. A tensão social, por sua vez,
resultava da crise política, mas também dos problemas que a economia brasileira
enfrentava
.
Crise Política
O jornalista Carlos Lacerda fazendo sua parte da oposição, defendendo a ideia de recorrer a
revolução para qu Vargas não pudesse governar
Nacionalismo X Liberalismo
Os nacionalistas defendiam que o desenvolvimento do país deveria passar pela atuação de
empresas estatais que explorassem recursos e áreas fundamentais da economia. Além disso, a
influência do capital estrangeiro deveria ser limitada por meio da intervenção do Estado na
economia
A proposta liberal defendia que o desenvolvimento brasileiro deveria ser realizado com a
utilização de capital estrangeiro, e a intervenção do Estado na economia deveria ser limitada ao
máximo
Petrobrás - O petróleo é nosso
Vargas tenta contornar a situação se aproximando da UND, o que irrita o PSD e o PTB, fazendo
com que a UDN se aproveitasse da situação para inviabilizar cada vez o governo de Vargas
Rumores de corrupção surgiram e a imprensa piorava o clima de oposição, para completar foi
descoberto um financiamento ao jornal útima hora, que apoiava o governo
Crise Social
Aumento do custo de vida
Um aumento salarial havia sido determinado no final de 1951, mas
não foi suficiente para aplacar a insatisfação da população. Como
os sindicatos nesse governo foram reorganizados, a mobilização
dos trabalhadores foi certa e, assim, manifestações exigindo
melhorias salariais começaram a acontecer no país.
Perda do apoio dos trabalhadores - Marcha das panelas vazias e
greve dos 300 mil
Salário Mínimo
João Goulart foi nomeado como Ministro do Trabalho com o papel de aproximar o
trabalhador urbano do governo. Goulart conseguiu ter certo sucesso e reaproximou o
operariado do governo, mas a classe média distanciou-se.
Jango era conhecido pela classe média como um agitador e o temor de um república
sindicalista aumentou, abrindo caminho para UDN fechar o cerco da oposição
Para agravar a situação de Vargas, João Goulart propôs o aumento do salário mínimo
em 100%. Essa proposta, quando anunciada, enfureceu militares, a imprensa e a UDN.
A pressão sobre Vargas foi tão grande que o levou a negociar com o próprio Jango a
sua demissão do Ministério do Trabalho.
Os militares do governo Vargas
Atentado da Rua Toledo
Outro sinal da situação crítica do governo foi o “Manifesto dos Coronéis”, um documento
assinado por 82 coronéis e tenentes-coronéis durante a crise acerca do aumento do
salário mínimo. O documento atacava abertamente o governo de Vargas e demonstrava
que a possibilidade de um golpe dos militares contra o governo existia.
A situação crítica do governo piorou quando, em 5 de agosto de 1954, uma tentativa de
assassinato aconteceu durante o Atentado da Rua Toledo. O alvo foi Carlos Lacerda, o
maior nome da oposição. O jornalista feriu-se levemente, mas um de seus seguranças, o
major da Aeronáutica Rubens Vaz, morreu. A crise que atingiu o governo deixou a situação
insustentável
As investigações descobriram que o mandante do crime tinha sido Gregório Fortunato, o
chefe de segurança do palácio presidencial. As denúncias também descobriram que
Gregório Fortunato estava envolvido em um grande esquema de corrupção. Nenhuma das
denúncias, porém, indicava o envolvimento do presidente
O suicídio de Getúlio
Os militares e a UDN exigiam a renúncia imediata de Vargas, e os
militares o fizeram em um documento conhecido como “Manifesto à
Nação”, no dia 24 de agosto. Por fim, Vargas recebeu um ultimato dos
militares.
No mesmo dia, em seu quarto localizado no Palácio do Catete, Vargas
cometeu suicídio atirando contra o próprio coração. Uma carta-
testamento foi redigida pelo presidente, defendendo os feitos de seu
governo. A reação da população foi de comoção e milhares de pessoas https://www2.camara.l
eg.br/atividade-
acompanharam o funeral de Vargas. legislativa/plenario/dis
cursos/escrevendohist
oria/getulio-
vargas/carta-
testamento-de-getulio-
vargas
Governo Jk
Juscelino Kubitschek, também conhecido como JK, foi um político brasileiro que esteve na
presidência de nosso país entre 1956 e 1961. Médico por formação, ele ingressou na política na
década de 1930
A possibilidade da candidatura presidencial de Juscelino Kubitschek alarmava a UDN e seu grande
expoente, o jornalista Carlos Lacerda. Esse partido, de matiz liberal e conservadora, entendia que
Juscelino representava uma continuidade do legado político de Getúlio Vargas
A UDN e Carlos Lacerda atuaram de todas as formas possíveis para que um golpe militar e
parlamentar acontecesse no país e um governo provisório fosse formado para impedir que a
eleição de 1955 fosse realizada. A aliança entre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o PSD para a
disputa presidencial transformou JK no alvo de Carlos Lacerda
As eleições
Diariamente, Carlos Lacerda defendia a imposição de um “regime
de emergência” para impedir o retorno do PTB ao poder. A eleição
presidencial de 1955 foi realizada nesse clima político conturbado e
a disputa foi travada pelos seguintes candidatos:
Juscelino Kubitschek (PSD);
Juarez Távora (UDN);
Adhemar de Barros (PSP)."
Juscelino vence as eleições e Carlos Lacerda começa a trabalhar
para impedir a posse do novo presidente
O quase golpe
Um golpe de Estado passou a ser organizado contra Juscelino
Kubitschek "No entanto, o golpe não prosperou graças a uma figura
central na política brasileira: o ministro da Guerra Henrique Teixeira
Lott.
Ele era um militar legalista que defendia o respeito à Constituição. Ele
aglomerou apoiadores nas Forças Armadas e realizou um
contragolpe para impedir que Carlos Lacerda e outros militares
tomassem o poder e impedissem a posse de Juscelino. Esse
acontecimento ficou conhecido como Movimento de 11 de
novembro ou Golpe Preventivo de 11 de novembro.
O governo de fato
Juscelino Kubitschek assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1956 e seu governo ficou
marcado pela sua política desenvolvimentista, isto é, que incentivava o desenvolvimento
econômico do país via industrialização. O político mineiro entendia que a modernização do
país passava, essencialmente, pelo desenvolvimento industrial.
Para sustentar sua proposta desenvolvimentista, o governo JK organizou o Plano de Metas
Para JK o desenvolvimento passava pela industrialização
As áreas consideradas cruciais dentro desse plano eram energia, transportes, indústria de
base, alimentação e educação
A saúde e educação foi a parte que recebeu a menor fatia, enquanto a indústria de base,
eneria e transporte receberam grandes somas
Brasília
Essa ideia era ventilada na política brasileira desde o final do século XIX e foi
transformada em promessa de campanha de Juscelino supostamente após ele ser
questionado por um eleitor sobre a construção de uma nova capital para o Brasil.
A construção de Brasília se estendeu por todo o seu mandato e foi um projeto
grandioso, movimentando uma enorme soma de dinheiro. Até hoje não se tem
certeza da quantia que foi gasta na construção da nova capital. O projeto contou
com a participação de nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. A fundação da
nova capital aconteceu em 21 de abril de 1960.
Obras do PAS relacionadas a BSB
Começado em 1960 sendo entregue em
1970
Inaugurado no governo Médici
O prédio não sofreu alterações até hoje e

contou também com o engenheiro
Joaquim Cardozo em seu projeto,
responsável pela construção do vão livre
A ideia é apresentar o palácio aos
visitantes estrangieros, por isso todos os
materiais e obras dentro do Itamaraty são
de brasileiros
Itamaraty e seus artistas

Athos Bulcão
Burle Marx
Ponto de encontro

Mary Vieira
Governo Jânio Quadros
Ao contrário das eleições anteriores, em 1955, o
clima político estava mais ameno, sem tensões ou
traumas. Em 1960, aconteceriam as primeiras
eleições presidenciais logo após a inauguração de
Brasília. O eleito seria o primeiro a tomar posse na
nova capital federal
Jânio Quadros era um dos candidatos à presidência
pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN). Sua
campanha presidencial foi baseada na moralidade
política e no combate à corrupção. Naquela época,
havia inúmeras denúncias de corrupção nas obras
de construção de Brasília. O símbolo da campanha
era uma vassoura porque Jânio prometia “varrer” a
corrupção do país, tendo apoio da UDN
Governo de Jânio Quadros
As eleições ocorreram em 3 de outubro de 1960, e Jânio Quadros foi eleito presidente da
república. Naquela época, o vice-presidente também era eleito. Milton Campos era o vice da
chapa de Jânio, enquanto João Goulart, pela segunda vez, disputava a vice-presidência na
chapa de Lott. Jango foi eleito vice.
Um dos destaques do seu governo foram os decretos sobre a moralidade e aos costumes,
ele proibiu o uso de biquínis em concursos de beleza.
Os meios de comunicação sofreram censura prévia quando Quadros publicou um decreto
proibindo cenas imorais que “exercesse influência nefasta ao espírito infanto-juvenil” ou que
explorassem a superstição e a crendice popular.
governo de Quadros não tinha enfrentado nenhuma crise política ou militar, ao contrário
dos seus sucessores
Política externa de Jânio
Jânio Quadro adotou a política externa
independente
O Brasil poderia fazer acordos comerciais com
países pertencentes aos blocos capitalistas e
socialistas
A posição do Brasil em relação a Revolução
cubana
o presidente Jânio Quadros condecorou
Ernesto Che Guevara, um dos líderes da
Revolução Cubana e um dos principais inimigos
dos Estados Unidos.
Renuncia de Jânio
No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros enviou um bilhete ao Congresso
comunicando a sua renúncia com a justificativa de que “forças terríveis” impediam-no
de governar. Os parlamentares foram pegos de surpresa porque não havia motivos
para tal ato extremado.
"A renúncia de Jânio Quadros foi, na verdade, uma tentativa de golpe que não deu
certo. O plano do presidente era obter amplos poderes, enfraquecer o Congresso e
governar como um ditador. A renúncia era um pretexto para que a população saísse
às ruas e pedisse a sua permanência. Supôs-se que o apoio popular lhe daria forças
para obrigar o Parlamento a ser-lhe submisso"
Não houve esse tal apoio popular e João Goulart estava em uma missão na China, na
época ja comunista o que definitivamente não agradou os militares
A posse de Jango
A saída de Jânio significava a posse de Jango, pessoa que os militares não
queriam deixar governar alegando ligações com o comunismo
O III Exército, localizado no Rio Grande do Sul, posicionou-se a favor da
posse de Jango. Os governadores de Goiás e do Rio Grande do Sul, Mauro
Borges e Leonel Brizola, respectivamente, organizaram a Rede da
Legalidade
A resistência dos ministros militares cessou quando o Congresso Nacional
aprovou o parlamentarismo. Dessa forma, João Goulart poderia tomar
posse, mas com poderes restritos. Em 7 de setembro de 1961, finalmente,
ele foi empossado como o novo presidente do Brasil.
Contagem de tentativas de
golpe desde o fim do Estado
Novo
3 tentativas
O governo João Goulart
Como dito na aula anterior João Goulart passou pela pressão dos
militares e da UDN para impedir a sua posse, porém com apoio
de determinados grupos e de seu cunhado Brizola, ele assumiu a
presidência
Jango ficou no Uruguai enquanto a situação se desenrolava e
uma das soluções foi enviar Tancredo Neves ao país para
oferecer a posse em um regime parlamentarista
O parlamentarismo durou por 14 meses do governo de Jango e
foi abandonado quando a população manifestou seu desejo pelo
presidencialismo no plebiscito realizado em janeiro de 1963. João
Goulart teve seu papel neutralizado por conta das limitações que
o sistema parlamentarista impunha
O período parlamentar:
O Brasil teve um parlamentarismo muito instável tendo ate 3 primeiros ministros:
Tancredo Neves (set./1961 a jun./1962);Francisco de Paula Brochado da Rocha
(jun./1962 a set./1962); Hermes de Lima (set./1962 a jan./1963)"
Nesse primeiro momento do governo, João Goulart teve uma real dimensão dos
problemas que o país sofria, uma vez que o endividamento do Brasil era grave e a
pressão social por melhorias nas condições de vida era cada vez maior. No contexto da
sua posse, camponeses e estudantes eram os dois grupos mais radicalizados, um
indicativo dos graves problemas existentes nessas áreas.
"Outro elemento de tensão era a inflação, que pressionava cada vez mais a renda dos
trabalhadores das classes média e baixa.
A presença america.
A política externa
Na política externa, João Goulart deu continuidade à política independente de seu
antecessor
A relação com os Estados Unidos agravou-se com outras medidas do governo
Jango, como a nacionalização das minas de ferro, localizadas no estado de Minas
Gerais. Leonel Brizola, por sua vez, desapropriou uma empresa norte-americana
do serviço de telefonia no estado do Rio Grande do Sul.
Ainda em 1962, o governo de Jango ratificou a Lei de Remessa de Lucros, um
projeto que delimitava que empresas estrangeiras poderiam encaminhar para o
exterior somente 10% do seu lucro anual. O Brasil sofreu intensa pressão do
embaixador norte-americano para que essa lei não fosse sancionada, uma vez que
prejudicava os interesses econômicos de empresas norte-americanas em nosso
país.
Fase presidencialista
Houve a antecipação do plebiscito que
aconteceria em 1968, ele foi adiantada
para 1953
Começa então a defesa das reformas de
base, que era um programa que tinha
como principal setores: "agrária, tributária,
educacional, urbana, eleitoral e bancária. O
primeiro grande debate deu-se sobre a
questão da reforma agrária, e foi o que
travou o governo de Jango.
A questão agrária
O debate sobre a reforma agrária era impulsionado pelas Ligas Camponesas, uma
organização de camponeses que se formou, a partir da década de 1950, para lutar
pelo acesso do trabalhador rural à terra. No âmbito político, o debate era intenso, e
no campo, a violência proliferou-se quando proprietários atacaram trabalhadores
rurais sindicalizados.
O debate emperrou-se pela questão da indenização àqueles que teriam terras acima
de 500 hectares desapropriadas. Proprietários de terra, a UDN e o PSD exigiam que
as indenizações fossem realizadas à vista e em dinheiro. O governo, por sua vez,
aceitava somente a indenização por meio de títulos da dívida pública que passassem
por correção monetária. Como nenhum acordo foi feito, Jango viu seu apoio
minguando uma vez que a esquerda estava compromissada em levar adiante suas
reformas,, mas tudo que a direita queria era um golpe, para completar os setores
militares também estavam dividivos.
Os indícios de golpe:
Como vimos a conspiração de golpe no Brasil é antiga, vindo muito antes do golpe militar ou do governo de João Goulart
Além do que já trabalhamos, outros indicativos de golpe vieram ainda nos anos 60, mostrando que a conspiração era uma união do
conservadorismo brasileiro e de um empurrão americano
Um indicativo disso ocorreu em 1962, quando o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) financiou centenas de candidaturas de
deputados estaduais, federais e governadores com viés conservador. O dinheiro utilizado pelo Ibad foi disponibilizado pela CIA, a inteligência
norte-americana
"A ação do Ibad foi descoberta, e a instituição foi fechada por corrupção eleitoral após uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) confirmar
as irregularidades cometidas. O IBAD não era a única instituição que atuava de maneira secreta para desestabilizar o governo de João Goulart,
havia também o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES).
O IPES era formado por pessoas do grande empresariado brasileiro, representantes de empresas estrangeiras, jornalistas e militares que
atuaram na criação de uma extensa narrativa contra o governo, apelando para um discurso anticomunista. Para isso, eram produzidos materiais
didáticos e audiovisuais e eventos eram organizados tendo em vista difundir esse viés conservador.
Os meio de comunicação
A campanha da imprensa contra o governo de João
Goulart foi implacável, a exemplo do jornais O Globo,
Jornal do Brasil e Folha de S. Paulo, e das emissoras
Tupi e Globo. Os meios de comunicação tiveram papel
crucial na difusão da campanha que defendia a
destituição de João Goulart por meio de um golpe
A rebelião dos Sargentos e a proposta
de estado de sítio
Em setembro de 1963, cerca de 600 militares das FFAA rebelaram-se por conta da determinação do STF que os proibiu de
disputar cargos políticos nas eleições de 1962. Essa rebelião aconteceu em Brasília, tomando pontos importantes da
cidade e aprisionando o ministro do STF e o presidente da Câmara. Rapidamente o movimento foi debelado, mas mostrou
que conquistar a capital era algo fácil e demonstrou a fraqueza do presidente quando ele não se pronunciou sobre o
assunto
"A proposta de estado de sítio aconteceu em outubro de 1963. Jango foi orientado por ministros militares a decretar
estado de sítio por conta das declarações de Carlos Lacerda a um jornalista norte-americano. Na entrevista, Lacerda
acusou Jango de ser totalitário, convocou os EUA a intervir na situação do Brasil, além de afirmar que os militares debatiam
o que fazer com o presidente.. Os ministros que orientaram Jango a decretar o estado de sítio queriam utilizar desse
mecanismo para prender Carlos Lacerda por suas declarações. O presidente refletiu sobre o pedido e o encaminhou para
aprovação no Congresso.
O comício na Central do Brasil
Em 1964, a situação de João Goulart era complicada, e ele
decidiu-se pela aposta. Optou por adotar uma via à
esquerda e convocou um comício para garantir à
população o seu compromisso com as Reformas de Base.
Esse foi o Comício da Central do Brasil, realizado no dia 13
de março de 1964. O anúncio de que o presidente
reforçaria seu apoio à reforma agrária fez com que o
grande grupo aliado de Jango, o PSD, rompesse com a
presidência.
Reação
A reação dos grupos conservadores à atitude do presidente foi imediata, e, no dia 19
de março, realizou-se, em São Paulo, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade,
que contou com a participação de cerca de 500 mil pessoas, parcela da população
tida como expressiva. A marcha manifestou o temor que as pessoas tinham da
suposta “ameaça comunista” e defendeu a realização de um golpe pelos militares.
A revolta da Marinha
Por fim o Golpe acontece
Os militares, liderados por Humberto Castello Branco, planejavam tomar o poder em meados de abril, a partir de uma
rebelião militar que contaria com o apoio militar dos Estados Unidos, se fosse necessário. A crise nos meios militares era tão
intensa que o golpe saiu de onde não era esperado e veio sem planejamento.
Na madrugada do dia 31 de março de 1964, o general Olímpio Mourão, comandante da 4ª Região Militar, em Juiz de Fora,
deu início a uma rebelião. As tropas lideradas por ele partiram para o Rio de Janeiro com o intuito de depor João Goulart da
presidência. O estado de Minas Gerais havia se rebelado contra o presidente, e o seu governador, Magalhães Pinto, apoiava
a rebelião militar.
João Goulart teve possibilidades de resistir e finalizar a rebelião, mas decidiu não resistir para evitar o derramamento de
sangue, e os golpistas tomaram o poder facilmente. Além disso, não houve resistência de nenhum dos grupos de esquerda
mais influentes do Brasil. As Ligas Camponeses, o Partido Comunista, o Comando Geral dos Trabalhadores e Leonel Brizola
sequer esboçaram reação.
A ação dos militares seguiu-se pelos dias seguintes e levou à deposição de João Goulart da presidência por meio de uma
sessão parlamentar presidida por Auro de Moura. Poucos dias depois, o general Humberto Castello Branco foi eleito
presidente do Brasil, e os militares já deram o tom do que seriam os próximos 21 anos do Brasil: opositores foram
perseguidos, políticos foram cassados e a tortura consolidou-se como prática."
Aqueles políticos que apoiaram o golpe acreditando ser algo transitório se frustraram e o AI 1 é estabelecido
AI 1 - Determinava que o governo militar poderia cassar mandatos legislativos, suspender os direitos políticos (por dez anos)
ou afastar do serviço público todo aquele que pudesse ameaçar a segurança nacional. Além disso, convocou eleições
indiretas para presidente e a extensão do mesmo cargo até o ano de 1966. Em abril daquele mesmo ano, o novo governo
divulgou uma lista com 102 políticos e funcionários que tiveram seus postos e direitos anulados.
Contagem de tentativas de
golpe desde o fim do Estado
Novo
4 tentativas

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