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Getúlio Vargas

e seu tempo
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
Luiz Fernando Furlan

BNDES

DIRETORIA
Presidente
Carlos Lessa

Vice-Presidente
Darc Antonio da Luz Costa

Diretores
Fabio Erber
Luiz Eduardo Melin
Marcio Henrique Monteiro de Castro
Mauricio Borges Lemos
Roberto Timotheo da Costa
Getúlio Vargas
e seu tempo

Organizadores
Raul Mendes Silva

Paulo Brandi Cachapuz


Sérgio Lamarão

Prefácio de Carlos Lessa


Presidente do BNDES

Autores e colaboradores: Celina Vargas do Amaral Peixoto / Clóvis Molinari Jr. /


Fabio Sá Earp / George Kornis / Renato Lemos / Geraldo Edson de Andrade /
Renato Cordeiro Gomes / Vasco Mariz / Pedro do Coutto / Mônica Pimenta Velloso /
Dulce Pandolfi / Renato Lemos / Maria Letícia Corrêa / João Pinheiro Neto /
Lauryston Guerra / William Pinto Machado / J. Carlos de Assis / Roberto Amaral /
Alexandra Zülsdorff Mendes Silva / Leda Maria Marques Soares /
André Viana Dantas / Luis Octavio Gomes de Souza / Marcelo Costa da Silva /
Márcio Magalhães de Andrade / Victor Leandro Chaves Gomes
Edição fora do comércio, propriedade
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social ( BNDES ), Avenida Chile, 100 Centro, Rio
de Janeiro, RJ

Dados para catalogação de publicação (CDU)


SILVA, Raul Mendes; CACHAPUZ, Paulo Brandi; LAMARÃO,
Sérgio (org.)
Getúlio Vargas e seu tempo. Inclui bibliografias e cronologias.
Governo Vargas 1930-1945: 981.082/083;
Governo Vargas 1951-1954: 981.085/993
Assunto. História do Brasil. Era Vargas. Enciclopédia temática.

Desenho de capa e diagramação:


Alessandra Gérin

Pesquisa e seleção de imagens:


Raul Mendes Silva

Copyright dos textos e ilustrações


Rumo Certo Produções Culturais Ltda
Rua Cardoso Junior, 47/A , Laranjeiras
Rio de Janeiro, RJ Cep 22245 000
Plano da obra
Prefácio - 11
Carlos Lessa, Presidente do BNDES

Introdução - 13
Raul Mendes Silva

PARTE 1 PANORAMA DA ERA VARGAS


1. O Resgate da Memória da Era Vargas - 19
Entrevista de Celina Vargas do Amaral Peixoto
a Clóvis Molinari Júnior (Historiador, cineasta, pesquisador, Coordenador de Documentos Audiovisuais
e Cartográficos do Arquivo Nacional do Brasil)
e Raul Mendes Silva (Licenciado em Filosofia. Extensão em Filosofia Social, PUC.RJ. Professor, pesquisa-
dor e editor . Coordenador de várias obras de referência sobre história do Brasil)

2. O Desenvolvimento Econômico sob Getúlio Vargas - 29


Fabio Sá Earp (Doutor em Economia, professor adjunto das disciplinas: Formação Econômica do Bra-
sil, Economia Brasileira e Economia do Entretenimento do Instituto de Economia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro)
George Kornis (Doutor em Economia, professor adjunto das disciplinas : Sistemas de Proteção Social,
Padrões de Intervenção do Estado e Metamorfoses do Trabalho na Contemporaneidade do Instituto de Medi-
cina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

3. Transformações Sociais sob Getúlio Vargas - 37


George Kornis e Fabio Sá Earp

4. A Trajetória Política de Getúlio Vargas - 45


Paulo Brandi Cachapuz (Historiador, pesquisador do Centro da Memória da Eletricidade
no Brasil)

5. Política Externa - 75
Renato Lemos (Departamento de História IFCS / URRJ)

6. Artes Visuais - 83
Raul Mendes Silva
7. Arquitetura e Urbanismo - 103
Geraldo Edson de Andrade (Professor de História da Arte da UERJ. Escritor, crítico de arte. Mem-
bro da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA)

8. Literatura - 109
Renato Cordeiro Gomes (Doutor em Letras. Escritor, professor de Literatura Brasileira do Dep. de
Comunicação Social da PUC/RJ. Pesquisador do CNPq.)

9. Música - 125
Vasco Mariz (Diplomata, historiador e musicólogo. Ex-presidente da Academia Brasileira de Música,
sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Grande Prêmio da APCA de 2000 pelo conjunto
de sua obra musicológica)

10. Imprensa - 139


Pedro do Coutto (Escritor, jornalista e pesquisador. Assessor Técnico de Furnas Centrais
Elétricas SA)

11. Os intelectuais e a diversidade cultural - 147


Mônica Pimenta Velloso (Doutora em História Social – USP. Pesquisadora da Casa Rui Barbosa)

PARTE 2 OS GRANDES MARCOS DA HISTÓRIA POLÍTICA


1. A Revolução de 1930 - 159
Paulo Brandi Cachapuz

2. A Revolução Constitucionalista de 1932 - 169


Renato Lemos

3. A Aliança Nacional Libertadora e a Revolta Comunista de 1935 - 175


Dulce Chaves Pandolfi (Doutora em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense.
Pesquisadora do CPDOC / FGV e professora da PUC / RJ)

4. O Golpe do Estado Novo (1937) - 183


Dulce Chaves Pandolfi

5. A Ação Integralista Brasileira e o Levante de 1938 - 190


Paulo Brandi Cachapuz

6. O Brasil na II Guerra Mundial - 197


Sérgio Lamarão (Doutor em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisador
do CPDOC / FGV)
7. A Deposição de Vargas em 1945 - 205
Renato Lemos

8. A Campanha Eleitoral de 1950: Vargas volta ao Poder - 211


Sérgio Lamarão

9. A Crise de Agosto de 1954 e o Suicídio de Vargas - 219


Pedro do Coutto

10. Carta - Testamento de Getúlio Vargas - 225

Seleção de comentários aos temas (destacados separadamente)


Maria Letícia Corrêa (Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense)

PARTE 3 A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL


1. O Ministério de Educação e Saúde - 229
Maria Letícia Corrêa

2. O Ministério do Trabalho - 237


Luis Octavio Gomes de Souza (formado em Ciências Sociais - UFF) / e um depoimento de
João Pinheiro Neto

3. A Secretaria do Patrimônio Histórico a Artístico Nacional (SPHAN) - 247


Vasco Mariz

4. A Companhia Siderúrgica Nacional - 254


Paulo Brandi Cachapuz e Marcelo Costa da Silva (mestre em Sociologia, UFRJ)

5. A Companhia Vale do Rio Doce - 262


Victor Leandro Chaves Gomes (doutorando em Ciência Política pelo IUPERJ)

6. A Escola Superior de Guerra - 269


Entrevista de Lauryston Guerra (Membro do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB ,
1960-64. Professor e diretor da Faculdade de Economia da UERJ. Membro do Corpo Permanente da Escola
Superior de Guerra e Chefe da Divisão de Assuntos Políticos da ESG)
Entrevistadores: William Pinto Machado (Professor conselheiro da UERJ. Membro da
ESG / 98) e Raul Mendes Silva

7. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - 275


J. Carlos de Assis (Jornalista, economista, mestre em Engenharia de Produção, autor de livros sobre
economia política brasileira)
8. A Campanha do Petróleo e a Criação da Petrobrás - 281
Sérgio Lamarão

PARTE 4 CONSTITUIÇÕES E CÓDIGOS


O Constitucionalismo na Era Vargas - 291
Roberto Amaral (Professor da PUC / RJ. Cientista político, escritor, ex-Ministro de Estado da
Ciência e Tecnologia e, entre muitas obras, co-autor de Textos Políticos da História do Brasil)

Os Códigos de Águas, de Minas e Florestal - 302


Alexandra Zühlsdorff Mendes Silva (Bacharel em Ciências Sociais – UFRJ. Mestre em Psicosociologia
de Comunidades e Ecologia Social. Analista de Meio Ambiente da Embratel. Participa do mapeamento da
flora da Mata Atlântica)

APÊNDICES
Cronologia da Era Vargas - 321
Leda Maria Marques Soares (Psicologia – UFRJ. Psicóloga e redatora)

Instituições que possuem arquivos para o estudo da Era Vargas - 345

Glossário Biográfico de Personalidades da Era Vargas - 346


(ciências sociais, literatura, teatro, cinema, arquitetura e urbanismo, artes plásticas)
Seleção e Supervisão: Paulo Brandi Cachapuz e Sérgio Lamarão
Pesquisa: André Viana Dantas (mestre em Memória Social pela UniRio)
Luis Octavio Gomes de Souza
Marcelo Costa da Silva
Márcio Magalhães de Andrade (mestrando em História da Medicina e das Doenças da Casa
Oswaldo Cruz)
Victor Leandro Chaves Gomes

Índice onomástico - 401


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Museu da República
Prefácio
Carlos Lessa

Presidente do BNDES

O avatar da Nação
Independentemente das paixões políticas conflitantes que tenha desperta-
do em sua própria época e depois dela, a Era Vargas está definitivamente associa-
da à idéia de construção do projeto nacional e da identidade nacional. Antes de
Getúlio Vargas havia, pelo território e pelo esforço de mantê-lo íntegro e uni-
do, um grande país chamado Brasil; depois dele, inaugurou-se neste país o pro-
cesso de construção de uma nação que começaria, por inspiração dele, a se ver
destinada a ser grande e oficiante de seu projeto como futura civilização.

Celebrar os cinqüenta anos da morte de Vargas, seguindo a trilha de seu


próprio espírito político, é olhar para frente e postular a conclusão daquele
projeto nacional que ele visualizou. É impossível, neste contexto, não projetar 11
o passado no futuro. Aliás, esta comemoração só tem sentido para isso. Cele-
brar Getúlio é manter aberta a agenda da construção nacional para todos os
brasileiros, dos mais afluentes aos mais humildes.

Celebremos sua obra. Este livro procura expô-la em múltiplas dimensões.


Sabemos também de suas limitações. Entretanto, sua obra principal, talvez a
mais importante, não é física. Vargas simplesmente fez o povo brasileiro acredi-
tar em si mesmo. Auto-estima e serena percepção de identidade nacional são
ingredientes vitais para a construção do futuro como projeto. Representou na
política a coroação do Movimento de Arte Moderna, que descobriu o Brasil
para si mesmo. Neste sentido, ele foi o próprio espírito da nascente Nação.
Defender os interesses nacionais num mundo globalizado e priorizar a inclusão
social, são objetivos estratégicos de uma postura neo-nacionalista. A Era Vargas
merece a nossa eterna reverência e o nosso compromisso de revisitar alguns de
seus passos como inspiração e advertência.
Introdução
Raul Mendes Silva

A publicação Getúlio Vargas e seu tempo foi


desenvolvida com o apoio institucional do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-
cial (BNDES) por uma equipe de historiadores,
cientistas sociais, economistas e profissionais de
outras formações. Obra coletiva, de caráter sobre-
tudo didático, representa uma das contribuições
do BNDES para o debate em torno da chamada
Era Vargas, tema particularmente atual neste ano
em que se comemora o cinqüentenário do desapa-
recimento da principal personalidade política do Brasil no século XX. 1930. O Comando
da Revolução opera
A passagem de Getúlio Vargas pela presidência da República entre 1930
13
uma rádio, em
e 1945 e entre 1951 e 1954 foi marcante em nossa história, delimitando uma Pouso Alegre.
Ag. Nac.
era de mudanças políticas, econômicas e sociais que transformaram profunda-
mente a sociedade brasileira. Chefe civil da revolução de 1930, ditador em
1937, presidente eleito pelo povo em 1950, Vargas deixou marca específica
como político e administrador, líder de massas e impulsionador de projetos
como a usina de Volta Redonda e a Petrobrás,
sem falar no próprio BNDES. O nome de Getú-
lio ficou associado à centralização do poder em
escala nacional e à aceleração do ritmo de cresci-
mento da produção industrial num país cada vez
mais urbano e menos dependente de sua tradicio-
nal base agro-exportadora.

Para o historiador inglês Eric Hobsbawm, o


passado constitui marco de referência pelo qual
indivíduos, instituições e nações percebem os pro-
blemas que enfrentam; e o conhecimento do pas-
sado, como história ou como experiência, serve
de ponto de partida para valorizar opções e justi-
1932. Tropas
ficar decisões. No caso brasileiro, durante um largo período, ninguém mais do entrincheiradas em
que Getúlio elevou-se a essa condição de referência para as elites e as massas, São Paulo. Arq. Nac.
admiradores e correligionários, adversários e inimigos irredutíveis. Amado e
odiado com a mes-
ma paixão, ele per-
sonificou o nacio-
nalismo, o
trabalhismo e a
idéia de um Estado
forte.

Getúlio pro-
longou sua influên-
19.7.1932. Em Belo
Horizonte, o cia para além do desaparecimento físico. A morte de Vargas, acompanhada da
Regimento de demonstração imediata do seu enorme prestígio, deu novo alento à aliança en-
Cavalaria da Força tre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),
Pública embarca a ambos criados sob sua inspiração no pós-guerra. A Carta-Testamento foi incor-
caminho do front. O
Secretário do porada ao programa do PTB, que se tornou o depositário por excelência da
Interior, Gustavo herança política de Vargas. A vitória do pessedista Juscelino Kubitschek nas
Capanema ( traje eleições presidenciais de 1955, tendo como companheiro de chapa João Goulart,
civil ) tem à dir. o presidente nacional do PTB, representou, em ampla medida, uma vitória das
comandante do
Regimento, ten. cor. forças políticas identificadas com o ideário varguista. Após o curto interregno
Anísio Froes de Jânio Quadros, a coligação PSD-PTB voltou a dar as cartas na política nacio-
nal, no governo de Goulart, o herdeiro direto de Vargas. Em 1964, com a
deposição de Jango, a influência política de Getúlio foi finalmente contida.

Os militares que assumiram o poder em 1964 eram adversários históricos


14
de Vargas e seu legado político, mas nem por isso renegaram o Estado forte,
centralizado, desenvolvimentista do período getuliano. Promoveram mudan-
ças institucionais radicais, suprimiram as liberdades públicas, mas deram conti-
nuidade e mesmo aprofundaram o chamado ciclo desenvolvimentista até saí-
rem de cena 21 anos mais tarde.

Em 1994, num dos seus mais conhecidos


discursos, o presidente Fernando Henrique Car-
doso proclamou a necessidade de pôr termo à
era Vargas. Quarenta anos depois do suicídio,
FHC qualificou o legado da era Vargas, seu mo-
delo de desenvolvimento autárquico e seu Esta-
do intervencionista como “um pedaço do nosso
passado [que] atravanca o presente e retarda o
avanço da sociedade”.

O presente livro, tal como indicado no


título, focaliza exclusivamente o tempo em
1947. Vargas em que Getúlio Vargas foi figura dominante da polí-
São Borja, longe do tica brasileira: o período 1930-1954, tomado em bloco, incluindo portanto os
poder (1946-49). anos de governo do general Eurico Gaspar Dutra.
Cor.da Manhã
A obra comporta quatro partes e anexos.
A primeira parte, além de uma entrevista com
a socióloga Celina Vargas do Amaral Peixoto so-
bre a preservação do acervo documental público
e privado de seu avô, compreende mais dez tex-
tos-âncora que oferecem um panorama da era
Vargas, sob os pontos de vista político, econô-
mico, social e cultural.

Os nove textos da segunda parte lançam


uma lente de aumento sobre atores, conjuntu-
1942. Vargas
ras políticas e acontecimentos-chave do período em exame. Essa mesma
visita uma
estratégia é adotada na terceira parte, integrada por oito textos referentes a fábrica de
instituições e empresas que marcaram o processo de construção do Estado algodão em
nacional. Os 17 textos são complementados por excertos de manifestos, dis- São Paulo.
Ag. Nac.
cursos, entrevistas, artigos de jornal etc., selecionados a partir de ampla pes-
quisa de documentos de época.

A quarta e última parte ilumina alguns aspectos da obra legislativa e do


ordenamento jurídico-político produzidos no período getuliano, nomeada-
mente as constituições de 1934, 1937 e 1946, e os códigos de Minas, de
Águas e Florestal.

A publicação contém, sob a forma de anexos, um conjunto de


300 fichas biográficas de políticos, militares e personalidades representati- 15
vas da cultura brasileira (ciências sociais, literatura, teatro, cinema, arquite-
tura e urbanismo, artes plásticas) na era Vargas,
e uma cronologia dos acontecimentos mais re-
levantes da história brasileira e da história mun-
dial ao longo daqueles anos.

Também indicamos os locais onde os pes-


quisadores poderão se informar mais
detalhadamente sobre estes temas e organizamos
um índice onomástico.

A par dos textos e documentos, tivemos o


cuidado especial em selecionar em vários arqui-
vos mais de cem imagens, incluindo fotografias de cenas dos tempos de Ge- 1942. O Presidente
túlio (na sua maioria inéditas) reproduções de obras de arte e fotos de con- visitando uma
indústria no
temporâneos ilustres.
Espírito Santo.
Ag. Nac.

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