Você está na página 1de 3

Capítulo 16 - Os Anos 1950-1960: A Bossa, a Democracia e o País

Subdesenvolvido

GOLPE E CONTRAGOLPE
A história do Brasil é marcada por golpes, porém na década de 50, um golpe
preventivo conhecido como o movimento 11 de novembro garantiam a
normalidade, mesmo que por apenas alguns anos.
Isso fez com que o país passasse pela situação inusitada de ter 3 presidentes
diferentes em uma mesma semana, com um deles ficando no cargo por
apenas 3 dias.
A pressão da oposição sob Getúlio Vargas levou o então presidente cometer
suicídio no dia 24 de agosto 1954.
Entre os opositores estava a ala militar e o partido UDN, com a morte de
Vargas, Café Filho assumiu, fazendo uma política de conciliação,
distribuindo cargos a membros da UDN.
União Democrática Nacional (UDN): partido liberal e conservador
organizado em torno de uma pauta moralista que atacava, principalmente, a
corrupção, associando-a a seus adversários. O discurso desse partido
centrava-se no antigetulismo e, durante a Quarta República, atuou no
enfraquecimento da democracia instaurada.
UDN foi um partido político brasileiro fundado em 1945, de orientação
conservadora e frontalmente opositor às políticas e à figura de Getúlio
Vargas. O partido defendia o liberalismo clássico, a moralidade e era
fortemente contrário ao populismo.
A UDN então passa a defender uma proposta para cancelar as eleições
presidenciais de 55 o partido temia uma força da chapa do PSD com o PTB,
o receio era a herança do varguismo através de João Goulart do PTB e a
força eleitoral de Juscelino Kubitschek com o PSD.
O PSD e o PDB formavam uma aliança forte, era uma chapa que defendia
o legado de Vargas.
Só que a anulação não foi possível, então os políticos da UDN liderados por
Carlos Lacerda mudaram a estratégia, passaram a defender que caso um
candidato não tivesse mais de 50% dos votos, o Congresso escolheria um
novo presidente.
Como a Aliança PSD e PTB saiu vitoriosa com Juscelino e Jango ao UDN
passou a contestar afirmando que se tratava de uma vitória ilegítimo, pois
não obteve a maioria dos votos.
Na ocasião, Juscelino havia vencido com pouco mais de 35% contra 30%
de Juarez Távora da UDN e 25% de Ademar de Barros do PSP
Só que diferentemente de hoje, na época não existia segundo turno e a
Constituição de 1946 também não exigia a maioria absoluta, portanto
juridicamente não tinha nenhuma base.
A constituição e nem a legislação eleitoral exigia essa maioria absoluta.
Porém, os questionamentos da UDN chegaram aos quartéis.
Carlos Lacerda (deputado federal 1055-1960, membro da UDN) chegou a
fazer um pronunciamento explícito, pedindo uma intervenção militar,
afirmando que os patriotas eram os únicos que poderão evitar entregar o país
aos criminosos.
impressionante como o discurso é sempre o mesmo né.
O fato é que em novembro de 55 o apelo de Lacerda teve eco.
Uma coisa era certa, o golpe de estado estava em andamento.
Toda essa conspiração tinha a ajuda discreta de Café Filho (que assumiu o
governo após a morte de Vargas)
Ele tinha a ajuda de vários ministros.
O coronel Jurandyr Mamede, defendeu o golpe militar, só que isso chamou
a atenção do general Henrique Teixeira Lott, que era o ministro da guerra e
uns líderes da ala legalista do exército.
Lott seria a pedra no sapato dos golpista, enquanto estivesse no comando
não haveria chance de golpe.
Lott passou a cobrar da presidência uma punição para o coronel golpista, só
que o presidente Café Filho meteu o atestado e deixou o cargo por problemas
de saúde, quem assumiu em 8 de novembro foi o então presidente da câmara
dos deputados Carlos Luz, que por sua vez era um defensor do golpe, que
rejeitou punir Mamede e forçou Lott a pedir demissão.
Carlos Luz não escondia sua simpatia pelos golpistas, estava certo de que
conseguiria demitir Lott sem provocar um terremoto no Exército.
Lott estava inclinado a isso, mas como foi convencido por outros generais
legalistas a derrotar o golpe em curso.
Foi isso que ele fez, o general ordenou que tropas ocupassem as ruas do Rio
de Janeiro, em 11 de novembro e contou com apoio político militar de outros
estados, as tropas invadiram prédios governamentais e anunciaram a
disposição do presidente Carlos Luz, apenas 3 dias depois de assumir.
Naquele mesmo dia os deputados confirmaram a deposição de Carlos Luz e
Nereu Ramos então presidente do Senado assumiu a presidência do Brasil,
Washington confirmou a Posse de JK 31 de janeiro de 1956.

Você também pode gostar