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Santa Cruz do Piauí, 16 de novembro de 2022

Professor: Francisco Jusciano

Alunos: Ariel, Danilo, Gabriel M., Leonardo, Marcos Paulo, Victor do Vale

Trabalho
de
História
de Dutra a Jango
O Governo Dutra (1946 – 1950)

O Governo Dutra ocorreu de 1946 a 1951, sendo o primeiro governo do período


conhecido como República de 1946 ou Quarta República. Esse foi o primeiro momento
democrático de nossa história, estabelecido com o fim da Era Vargas. Eurico Gaspar
Dutra foi eleito presidente por meio de uma eleição realizada em 1945.

Seu governo ficou marcado por uma política externa inteiramente alinhada com os
interesses norte-americanos. Além disso, o Governo Dutra rompeu relações
diplomáticas com a União Soviética e perseguiu os comunistas no Brasil, fechando o
PCB e cassando os mandatos dos políticos eleitos por esse partido político.

O Segundo Governo Vargas (1951 – 1954)

Em 1951, Getúlio Vargas retornou ao posto de Presidente da República, agora eleito


democraticamente. Em um clima de tensão política, o atual presidente assumiu em um
momento de instabilidade e crescimento da oposição em relação a sua figura e ao seu
projeto político. Sua atuação fomentou um importante debate: a forma que o
desenvolvimento econômico do Brasil deveria ser feito.
A comunidade política se fragmentou nitidamente durante este período: de um lado,
aqueles que defendiam o desenvolvimento através do capital nacional; de outro,
aqueles que defendiam a intervenção do capital internacional.
Com o retorno de Vargas, o populismo, o nacionalismo e o trabalhismo estavam
novamente em evidência. Adepto de um forte intervencionismo na economia, o
investimento na indústria de base era um dos pilares de seu novo governo, assim
como, o investimento na construção de estatais nos setores primordiais para a
economia brasileira.
A criação da Petrobras também se deu durante o segundo governo Vargas e mobilizou
o país em torno da defesa da soberania nacional na exploração do petróleo. Os
apoiadores iniciaram uma campanha em favor do monopólio estatal na exploração do
produto com o slogan “O petróleo é nosso.” Contando com o apoio de uma boa
parcela da população, incluindo civis e militares, o então presidente, conseguiu que a
lei de criação da estatal fosse aprovada em 1953.
Com um governo inserido também em uma série de polêmicas, foi durante seu
mandato que o Ministro do Trabalho, João Goulart, aumentou em 100% o salário
mínimo dos trabalhadores, o que amplificou o descontentamento da oposição com a
figura de Vargas.
No meio de toda a pressão política para a renúncia de Vargas, o presidente acaba
sendo encontrado morto no palácio do Catete, no dia 24 de agosto de 1954, deixando
uma carta que ficou conhecida como “A carta-testamento”. Sua morte causou uma
comoção no país e seu enterro foi acompanhado por milhares de pessoas. Em sua
carta, Vargas toma um posicionamento de mártir da pátria ao afirmar:
“E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do
povo e hoje me liberto para a vida eterna.”

O Governo Café Filho (1954 – 1955)

O suicídio de Vargas fez com que a breve presença de Café Filho na presidência fosse
marcada por uma grande instabilidade. Para acalmar as tensões dessa época, o novo
presidente saiu aos meios de comunicação prometendo assumir os compromissos
firmados por seu antecessor. Entretanto, a pressão política exercida pelos setores de
oposição fez com que Café Filho permitisse a entrada de políticos udenistas em seu
novo gabinete ministerial.
Os grandes problemas econômicos da época (a inflação e o déficit da balança
comercial) foram combatidos através da limitação do crédito, a redução das despesas
públicas, a criação de uma taxa única de energia elétrica e a retenção automática do
imposto de renda sobre os salários. Além disso, para buscar apoio junto aos
parlamentares na aprovação de tais medidas, Café Filho declarou que seu governo
tinha caráter provisório e não tinha maiores pretensões políticas.
A prova desse caráter transitório foi percebida quando o presidente negou a sugestão
de adiamento das eleições estaduais, propostas por políticos que temiam uma vitória
massiva do PTB por conta da comoção causada pela morte de Getúlio Vargas. O temor
dos conservadores acabou não tendo reflexo nas urnas, onde os partidos getulistas
tiveram um pequeno avanço. Logo em seguida, as disputas seriam reavivadas com as
eleições para presidente.
Já em 1954, Juscelino Kubitschek lançou sua candidatura pelo PSD. Logo em seguida,
os militares ofereceram um documento ao presidente sugerindo que as eleições
fossem organizadas em torno de um único candidato aprovado pelas forças militares.
A proposta – supostamente favorável aos udenistas – foi combatida pelo PTB, que
compôs aliança com JK ao colocar João Goulart como vice-presidente da chapa. Com
isso, a mobilização sugerida pelos militares não teve prosseguimento.
Dessa forma, a UDN enfrentou sérias dificuldades para escolher um nome que fizesse
frente à chapa PTB/PSD. A escolha final da oposição acabou sendo fechada nos nomes
do ex-tenetista Juarez Távora e Milton Campos. Correndo por fora, ainda havia a
candidatura de Ademar de Barros, que contava com seu prestígio junto ao eleitorado
paulista. De fato, as disputas naquelas eleições ficaram polarizadas entre Juscelino e
Juarez Távora.
No período de campanha eleitoral, JK buscava o apoio da população com um discurso
focado para o desenvolvimentismo e a imediata modernização da indústria brasileira.
Entre os udenistas havia uma grande preocupação em se defender a moralização do
cenário político nacional e, graças o tom incendiário de Carlos Lacerda, levantavam
suspeitas sobre as reais intenções de Juscelino Kubitschek. Ainda assim, era visível que
a chapa JK/Jango tinha maiores condições de vencer o pleito.

Com isso, alguns udenistas cogitaram a possibilidade de apoiar um golpe de Estado


conduzido pelas Forças Armadas. No final da eleição, Juscelino Kubitschek venceu as
eleições com uma pequena diferença de 6% em relação à Juarez Távora. Para tentar
desarticular a vitória de JK, Carlos Lacerda ainda “plantou” uma carta que provaria a
intenção de Jango em estabelecer um regime sindicalista através do oferecimento de
armas ao operariado.

Em novembro de 1955, o presidente Café Filho teve que se afastar do cargo para tratar
de problemas cardíacos. No seu lugar, Carlos Luz, presidente da Câmara, assumiu o
posto presidencial. Entre seus primeiros atos, Carlos indicou o general Álvaro Fiúza de
Castro para assumir o Ministério da Guerra no lugar de Henrique Lott. Tal medida
ampliou a possibilidade de um golpe militar, já que o novo ministro era visivelmente
contra a chegada de JK à presidência.

No entanto, antes de entregar seu cargo, o general Lott foi convencido por outros
militares legalistas para conduzir um golpe contra o presidente Carlos Luz. Após o
anúncio do golpe, Café Filho se recuperou subitamente e manifestou interesse em
reassumir o posto presidencial. Entretanto, a cura repentina despertou a desconfiança
de Lott, que preferiu entregar o mandato para Nereu Ramos, presidente do Senado.
Assim, a transmissão do poder para Juscelino e Jango foi garantida.
O Governo Juscelino (1956 – 1961)

Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil de 1956 a 1961 e ficou marcado na


história brasileira como um dos maiores incentivadores da industrialização do país.
Como mencionado, JK era um desenvolvimentista e acreditava que o desenvolvimento
econômico do país passava pelo fortalecimento da indústria nacional.
As duas grandes marcas de seu governo foram o Plano de Metas, um programa de
desenvolvimento econômico, e a construção da nova capital, Brasília. O Plano de
Metas foi o programa econômico que o governo JK desenvolveu, e nele foram
estabelecidas 31 metas, que deveriam ser cumpridas nos cinco anos de mandato.
As metas desse plano se inseriam dentro de cinco grandes áreas
prioritárias: energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação. Entre elas,
as três primeiras receberam grande parte dos investimentos.
A quantidade de dinheiro gasta pelo governo foi enorme, e estradas foram construídas
pelo país, assim como a produção de energia elétrica e a capacidade da indústria de
base aumentaram significativamente.
Entretanto, o governo de JK deixou algumas consequências graves, como
o crescimento da inflação em decorrência dos altos gastos. Esse governo, ainda,
mostrou-se incapaz de resolver gargalos que o país enfrentava em áreas como o
campo e a educação, e contribuiu abertamente para o acirramento
das suas desigualdades sociais.
Por fim, o último grande projeto do governo de Juscelino Kubitschek foi a transferência
da capital do Brasil para o Planalto Central. Essa proposta era cogitada na nossa
política desde o século XIX, mas foi JK quem a transformou em promessa política. A
construção de Brasília foi um empreendimento faraônico e gastou uma quantia de
dinheiro até hoje desconhecida. A fundação da nova capital aconteceu em 21 de abril
de 1960

O Governo Jânio Quadros ( 1961)

Em 1960, aconteceriam as primeiras eleições presidenciais logo após a inauguração de


Brasília. O eleito seria o primeiro a tomar posse na nova capital federal.
Jânio Quadros era um dos candidatos à presidência pelo Partido Trabalhista Nacional
(PTN). Nascido em Campo Grande (MS), ele fez sua carreira política em São Paulo. Foi
eleito vereador, deputado, prefeito da capital e governador do estado. Sua campanha
presidencial foi baseada na moralidade política e no combate à corrupção. Naquela
época, havia inúmeras denúncias de corrupção nas obras de construção de Brasília. O
símbolo da campanha era uma vassoura porque Jânio prometia “varrer” a corrupção
do país.
As eleições ocorreram em 3 de outubro de 1960, e Jânio Quadros foi eleito presidente
da república, conquistando 5,6 milhões de votos e tornando-se, até aquele momento,
o presidente mais votado de toda a história republicana. Naquela época, o vice-
presidente também era eleito. Milton Campos era o vice da chapa de Jânio, enquanto
João Goulart, pela segunda vez, disputava a vice-presidência na chapa de Lott. Jango
foi eleito vice.
A posse de Jânio Quadros e João Goulart aconteceu em 31 de janeiro de 1960, em
Brasília. A capital federal ainda não estava totalmente pronta, e o evento aconteceu
em meio à poeira e prédios inacabados, porém Juscelino Kubitschek cumpria sua
promessa de fazer a sua sucessão em Brasília.
O governo de Jânio Quadros durou apenas sete meses, sendo ele, por isso, o
presidente da república que ficou menos tempo no poder. Apesar da curta duração,
seu governo foi marcado por medidas esdrúxulas, como as proibições de rinhas de galo
e do biquíni. Em um mundo bipolar como o da Guerra Fria, a política externa
independente foi o principal destaque desse governo.
No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros enviou um bilhete ao Congresso
comunicando a sua renúncia com a justificativa de que “forças terríveis” impediam-no
de governar. Os parlamentares foram pegos de surpresa porque não havia motivos
para tal ato extremado.
Na noite anterior, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, havia ido à televisão
informar da reunião que teve com o presidente no Palácio da Alvorada e do estranho
pedido do líder de obter os artigos que ele escrevera na década de 1950 em que pedia
um estado de exceção para que o país fizesse reformas que acabassem com as
heranças da ditadura do Estado Novo. A fala de Lacerda poderia ser respondida pelo
próprio presidente, mas a renúncia já estava no Congresso.
A renúncia de Jânio Quadros foi, na verdade, uma tentativa de golpe que não deu
certo. O plano do presidente era obter amplos poderes, enfraquecer o Congresso e
governar como um ditador. A renúncia era um pretexto para que a população saísse às
ruas e pedisse a sua permanência. Supôs-se que o apoio popular lhe daria forças para
obrigar o Parlamento a ser-lhe submisso.
O Governo João Goulart (1961 – 1964)
Iniciou sua carreira política em 1946, com a fundação da Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), do qual foi presidente nacional entre 1952 e 1964.
Em 1947, foi eleito Deputado Estadual para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Sul. Em 1950, foi eleito Deputado Federal, com cerca de 40 mil votos, sendo o primeiro
cargo que o consagrou na política, com o auxílio de seu amigo e conterrâneo Getúlio
Vargas (1882-1954) que governou o Brasil de 1930 a 1945.
Ademais, no segundo governo de Getúlio, João Goulart exerceu o cargo de Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio de 1953 a 1954.
Observe que João Goulart venceu duas eleições como vice-presidente da República.
Primeiramente, foi eleito vice de Juscelino Kubitschek, em 1955, e, mais tarde, vice de
Jânio Quadros, em 1960.
Assumiu a posse da presidência dia 7 de setembro de 1961, com a renúncia de Jânio
Quadros, em agosto de 1961. Os militares e a UDN (União Democrática Nacional),
contudo, se posicionaram contra sua ascensão à presidência.
Por outro lado, Jango teve grande adesão das camadas populares como a classe
operária, os sindicatos, os estudantes. Quando assume a presidência, o país estava
desestruturado, marcado por crises políticas e econômicas.
Assim, Jango pretendia transformar o país, renovando a constituição e sobretudo,
propondo as reformas de base, nos setores educacional, fiscal, político e agrário, tal
qual a reforma agrária, reforma tributária, reforma eleitoral (com o voto para
analfabetos), a reforma universitária, dentre outras.
Suas ações foram controversas, de modo que o país, em 1963, atingiu um nível
altíssimo de dívida externa e inflação, aproximando-se de 74%.

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