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Os anos entre 1950 e 1960 foram marcados pelo domínio dos governos
populistas, materializados nas figuras de Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek
e Jânio Quadros. Desde a redemocratização, a UDN era conhecida por ser
uma corrente impopular e tradicionalmente perdedora, tanto que ao perceber a
possibilidade de vitória sobre a ‘’dobradinha’’ PSD/PTB, não desperdiçou a
chance de apostar na candidatura populista de Jânio Quadros. Para vencer,
seria preciso conquistar votos ‘’populistas’’ do adversário, o que ocorreu graças
à aliança feita com João Goulart e a formação da ‘’dobradinha’’ Jan-Jan. Logo
que foi eleito, Jânio não demorou muito para desgostar as forças políticas de
direita que o apoiaram - em especial a UDN. Com o tempo, enredado nas suas
próprias contradições, instável emocionalmente e incapaz de articular um
núcleo político para apoiá-lo, Jânio acabou renunciando sete meses depois da
posse. Logo no dia seguinte, os ministros militares vetaram a posse legítima de
seu vice João Goulart, que estava em missão oficial na China Popular. Jango
representava o retorno do populismo trabalhista de Vargas, e as mesmas
forças conservadoras que vinham fermentando o clima golpista nos últimos
anos retomaram suas ações com maior intensidade. A manobra golpista
acabou não dando certo, já que a Câmara dos Deputados negou a emenda.
Mas a disputa entre as forças golpistas e a Campanha da legalidade
demonstrava que a força antipopulista era existente na formação política
brasileira, e que era preciso do auxílio militar para desarticular o populismo no
Brasil. Diante da incapacidade de vitória pelas vias democráticas: ‘’As elites
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Cursos de História – Licenciatura e Bacharelado 2020
Renan Gerundo Hornes
eleição de seu sucessor. A partir desse momento estava claro que não haveria
eleições regulares e que os militares pretendiam ficar no controle do poder por
algum tempo. Realmente em um primeiro momento existiam alas entre os
militares que pretendiam executar uma prática saneadora para, em seguida,
devolver o poder aos civis, entretanto, acabaria por prevalecer àqueles grupos
pertencentes à tendência conhecida como ‘’linha dura’’, que agravaram o
autoritarismo e defenderam arduamente a continuidade no poder.
Bibliografia
Chiavenato, J. J. (2004). O golpe de 64 e a ditadura militar. São Paulo : Moderna.
Fico, C. (2016). História do Brasil Contemporâneo: da morte de Vargas aos dias atuais. São
Paulo: Editra Contexto.