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Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera

Ana Claudia das Chagas


Eliziane Vieira de Santana
Gabriela Maria da Silva
Gleiciane Ferreira Brandão
Katharine de Fatima de Castro Santos
Nilton Soares dos Santos
Maria Aparecida da Silva Fonseca

FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL

ARAPIRACA- AL, 2023


Ana Claudia das Chagas
Eliziane Vieira de Santana
Gabriela Maria da Silva
Gleiciane Ferreira Brandão
Katharine de Fatima de Castro Santos
Nilton Soares dos Santos
Maria Aparecida da Silva Fonseca

FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL

Produção da Aprendizagem Significativa do componente


curricular formação social, histórica e política do Brasil do
curso Serviço Social EAD da Universidade Pitágoras,
ministrado pela Tutora, Patrícia, no ano de 2023.

ARAPIRACA- AL, 2023


Ditadura Militar.

Os governos militares entre 1964 e 1985 estiveram á frente do Brasil, desta


forma o período da ditadura foi um dos mais difíceis da história brasileira. Um grande
marco deste período foi a falta de liberdade dos povos e o início da tortura contra os
opositores políticos e pela prática de terrorismo de Estado.
A Ditadura Militar teve inico a grandes conflitos, entre eles o golpe civil-militar
que teve início em 1964, o atentado foi contra João Goulart o presidente que
procedia na presidência atual da ditadura. No entanto m i l i t a r e s passaram a
impor um regime autoritário que era sustentado por atos institucionais. Ao longo dos
21 anos de ditadura, o Brasil teve cinco “presidentes-generais”. O saldo da ditadura
foi de 434 entre mortos e desaparecidos, além da morte de milhares de indígenas.
O golpe que ficou marcado como civil-militar promoveu a instauração da
Ditadura Militar no Brasil. Teve escoação 31 de março de 1964, quando militares
instalados em Juiz de Fora rebelaram-se contra o governo, e foi concluído em 2 de
abril, quando os parlamentares brasileiros ratificaram a destituição de João Goulart.
O golpe, portanto, foi iniciado pelos militares, mas também contou com apoio político
e civil.
O golpe de 1964 foi a conclusão de um projeto de longa data que visava à
derrubada do trabalhismo, projeto que defendia o desenvolvimentismo da
economia e a promoção de bem-estar social para a população e à imposição de
uma agenda que promovesse a modernização do Brasil pela via autoritária.
João Goulart, conhecido também como Jango, era um político gaúcho que
tinha ascendido na política brasileira em nível nacional, durante a década de 1950.
Era um dos mais conhecidos trabalhistas do Brasil e era considerado um dos
grandes sucessores de Getúlio Vargas. Em 1961, uma crise política levou João
Goulart à presidência.
Jango assumiu a presidência, porque Jânio Quadros tinha renunciado ao
cargo em agosto de 1961. Como Jango era vice, a Constituição demandava que ele
fosse empossado no cargo, o que aconteceu em 7 de setembro de 1961. As tensões
que existiam no Brasil aumentaram com o projeto de reformas do presidente
conhecido como Reformas de Base.
As Reformas de Base eram um projeto que estipulava reformas estruturais no
Brasil, com o objetivo de reduzir as desigualdades existentes e, a partir disso,
garantir o desenvolvimento do país. Geraram muita insatisfação, sobretudo a
reforma agrária, projeto que garantia acesso à terra aos despossuídos e
prejudicava interesses de grandes proprietários de terra.
Além disso, a relação política de Jango com os trabalhadores e os sindicatos
era vista pela classe média e alta do Brasil como indício de comunismo. Essa
mesma interpretação era feita pelo governo americano em relação a Jango,
principalmente, porque aquela época era o auge da Guerra Fria, e os Estados
Unidos haviam acabado de passar pela histeria macartista.
Houve também envolvimento extenso da imprensa no golpe, sobretudo por
meio da Rede da Democracia, uma associação entre grandes jornais do Brasil que
se uniram com o objetivo de tecer críticas a fim de promover o desmoronamento do
governo de Jango. Contou com o envolvimento das três maiores empresas
jornalísticas do Brasil: Globo, Jornal do Brasil e Diários Associados.
Em 31 de março de 1964, os militares da 4ª Região Militar em Juiz de Fora
iniciaram uma rebelião contra o governo sob a liderança de Olímpio Mourão Filho.
Não houve nenhum tipo de resposta do governo, e a rebelião militar aumentou,
chegando ao Rio de Janeiro e Brasília. Em 2 de abril de 1964, os senadores, por
meio de uma sessão extraordinária liderada por Auro de Moura, consolidaram o
golpe ao declararem que a presidência do país estava vaga.
Isso concluiu o golpe que derrubou João Goulart e instaurou,
temporariamente, Ranieri Mazzilli como presidente do Brasil. No dia 9 de abril, o
primeiro presidente militar da ditadura foi nomeado: o general Humberto Castello
Branco. Os militares também outorgaram o Ato Institucional nº 1, que impunha as
primeiras medidas autoritárias da ditadura.
Muitos historiadores tratam o golpe de 1964 como um golpe “civil-militar” e
não apenas “militar”. Isso é justificado por esses historiadores pelo fato de o golpe
de 1964 ter sido realizado por meio de uma grande articulação entre militares e entre
civis, uma vez que havia uma conspiração em curso, desde 1962, e que uma
vez iniciada derrubada de Jango pelos militares, os civis, isto é, os parlamentares,
chancelaram o golpe, mesmo ele sendo ilegal à luz da Constituição de 1946.
Quem governou o Brasil na Ditadura Militar.

Nos 21 anos da Ditadura Militar, o Brasil teve cinco presidentes militares e


todos eles foram eleitos indiretamente, isto é, sem a participação da população no
processo de escolha. O fato de a Ditadura Militar no Brasil ter tido “presidentes” e
não apenas um ditador – como foi o caso chileno e o argentino – é sintomático da
intenção original dos militares: eles queriam apresentar um ar de normalidade.
A existência de cinco presidentes demonstra o interesse militar em
demonstrar que o país seguia na normalidade de antes, pois éramos supostamente
governados por presidentes e não ditadores. Mas é importante percebemos que,
enquanto o país “demonstrava normalidade” com a nomeação de presidentes, a
oposição era perseguida e a liberdade no país era cerceada.
Sendo assim, a “normalidade” era apenas uma fachada para esconder a real
faceta da ditadura: autoritária e violenta. O jornalista Elio Gaspari inclusive chega a
nomear a ditadura como uma “ditadura envergonhada”, uma vez que ela era
autoritária, mas procurava mascarar seu autoritarismo para apresentar-se como
democrática.
De toda forma, os cinco presidentes do período foram:

 Humberto Castello Branco (1964-67);

 Artur Costa e Silva (1967-69);

 Emílio Médici (1969-74);

 Ernesto Geisel (1974-79);

 João Figueiredo (1979-85).

A ditadura foi marcada pela violação dos direitos civis e políticos da


população e de concentração do poder aos militares, quem comandava o Brasil
naquela época. Os mesmos usaram da Doutrina de Segurança Nacional, como
justificativa para tais abusos e perseguir todos aqueles que supostamente
ameaçavam a segurança nacional.
Sendo então realizados, prisões arbitrárias, sequestros, cassações, invasões
de propriedade, tortura, assassinatos de cidadãos, sumiços de cadáveres e até
atentados a bomba realizados pelo então poder do estado, sempre com a desculpa
de combater aqueles que ameaçavam o país.
A legislação jurídica do Brasil foi imposta por atos inconstitucionais, sendo ao
todo 19 atos, o mais rígido foi o Al-5, o mais rígido e responsável por iniciar a parte
mais severa da ditadura.
Os atos inconstitucionais permitiam aos militares tirar os direitos ao voto da
população brasileira, direitos políticos, mandatos, fechar o congresso, demitir
funcionários públicos, intervir diretamente nos governos estaduais e municipais.
A Ditadura Militar reprimiu também o livre pensar, centenas de livros foram
proibidos de serem publicados ou a circulação deles. As universidades começaram
a ser monitoradas, agentes do governo foram infiltrados no meio dos estudantes
para ouvir o que era falado nesse local, o movimento estudantil foi perseguido.
A tortura.
Foi um dos maiores horrores praticados nesse período, sendo uma das
formas de perseguir e combater opositores do regime, sendo alguns torturadores
apenas filhos de presos da ditadura, para que assim os seus pais denunciassem
seus aliados.
Estudos sugerem que as técnicas de torturas utilizadas na Ditadura, vieram
do exército francês (usadas na guerra de Indochina e Argélia). Entre as técnicas
utilizadas estão o pau de arara, o uso de choques elétricos, o uso de palmatoria e
entre outros.
Sendo a tortura não apenas física, mas também psicológicas, já que
deixavam os prisioneiros em solitárias, sem comidas e usavam de seus filhos para
obter a oposição. Apesar de tanta repressão a ditadura foi marcada por várias
manifestações dos opositores, sendo elas na política, na arte, na educação, no
esporte e entre outros.
Ocorreu também o Frente Ampla, criado por Carlos Lacerda um dos
apoiadores do golpe em 1964, que se tornou oposição depois de seus interesses de
se candidatar a presidência em 1965, foram frustrados pelo endurecimento do
regime.
A mesma surgindo em 1966, com a participação de Juscelino Kubitschek
(senador em 1964, e apoiadores do golpe) e João Goulart (então presidente na
época do golpe). Tendo como principal objetivo o retorno da democracia no Brasil,
com isso acabou sendo proibida de funcionar depois de uma determinação do
Ministério da justiça.
Tendo em vista que o At-5 foi o pior dos Apps decretados na ditadura, ou
seja, o mais rígido. Ele foi outorgado, em 13 de dezembro de 1968, tendo objetivo
final estender a ditadura militar, concluindo assim a faze de aparente democrático
regime (1964/1968), que foi apenas para acostumar a população com a nova
realidade.
Em dezembro de 1967 começa uma série de atentados a bomba realizados
pelos agentes da ditadura, para colocar a culpa nos comunistas o At-5 tinha doze
artigos e permitia os militares de intervir nos municípios e estados brasileiros e
proibia-se que presos políticos tivessem direito a habeas corpus – a definição de
crime político, lógico, era realizada pela própria ditadura.
O presidente poderia confiscar bens privados, demitir pessoas e decretar
estado de sítio quando quisesse. Por fim, o Congresso Nacional foi fechado por
tempo indeterminado. A abertura da ditadura do Brasil ocorreu no governo de
Ernesto Geisel. Porém os militares não estavam promovendo a verdadeira abertura
democrática, eles queriam controlar tal ato. Visando ceder de um lado, para
conseguir consolidar governos que fossem fiéis aos militares e que atendessem aos
seus interesses nos anos seguinte.
Mas, com as poucas concessões, a população brasileira inflamada com a
vontade de liberdade, começa a lutar por um regime realmente democrático, porém
alguns militares não aceitavam o abrandamento do regime, realizando então o
atentado conhecido como atentado Rio centro, que foi a realização de um atentado a
bomba em um centro de convenções que estava realizando comemorações pelo dia
do trabalhador, mas a bomba acabou explodindo antes, matando assim um dos
envolvidos no atentado.
Abertura da ditadura.

Essa abertura teve então como primeira medida o Decreto da Anistia que
revogava o Pl-5, e perdoava todos os crimes políticos cometidos durante a ditadura
militar (até 1979). E foi permitindo também a criação de partidos políticos, surgindo
assim 5 deles.
Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB)- conversão do MDB;
Partido dos Trabalhadores (PT);
Partido Democrático Trabalhista (PDT);
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB);
Partido Democrático Social (PDS) – Conversão do Arena;
No governo de João Figueiredo se consolidou o fracasso da abertura da
ditadura supervisionada pelos militares, a população brasileira conseguiu o direito
as eleições para governadores em 1982, e em 1983/1984 A CAMPANHA
DIREITAS JÁ se fortaleceu, na campanha a população exigia o direito de escolher
quem ia governar o país.
Mas a campanha fracassou nesses anos, sendo feita as eleições indiretas
apenas em 1985, onde tinha como candidatos Paulo Maluf candidato dos militares
e Tancredo Neves candidato da oposição. Tendo assim Tancredo Neves sendo
eleito e colocando o fim no período da ditadura militar brasileira.
Consequências

 434 mortos por conta do autoritarismo do regime, além de mais de 8


mil indígenas mortos pela política de ocupação da Amazônia;
 20 mil torturados;
 Quase cinco mil pessoas com direitos políticos cassados;
 Aumento da corrupção, pois não havia liberdade para investigar os
crimes dos militares;
 Redução nos direitos dos trabalhadores;
 Aumento da desigualdade social;
 Aumento do endividamento do Brasil;
 Inflação alta e crise econômica etc.
 Criação da constituição de 1988

A Constituição de 1988

A Constituição de 1988 foi fruto da redemocratização do Brasil. Com o fim do


autoritarismo que caracterizou a Ditadura Militar, a democracia era uma demanda
da sociedade, e o processo de elaboração da Constituição de 1988 expressou isso.
A nova Constituição recebeu o nome de Constituição Cidadã e foi resultado de 20
meses de trabalho.
Nos anos da ditadura, o Brasil estava sob os efeitos da Constituição de 1967,
documento redigido em cumprimento do que decretava o Ato Institucional nº 4. A
Constituição de 1967 era dura e tinha como objetivo reforçar o autoritarismo dos
Atos Institucionais decretados até aquele momento. Entre os direitos retirados
estava o direito do cidadão de escolher o presidente da República.
No entanto, à medida que a ditadura enfraquecia, parte da sociedade
brasileira engajava-se na luta pelo retorno da democracia. Uma das mais
importantes exigências era uma nova Constituição que fosse democrática e que
atendesse aos direitos do cidadão e resguardasse suas liberdades.
Um dos símbolos dessa reivindicação foi um manifesto assinado por uma
série de intelectuais. Esse documento foi lido em 1977 por Goffredo da Silva
Teles, jurista e professor universitário, na Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo. Nesse manifesto, conhecido como Carta aos Brasileiros, os autores
demandavam uma nova Constituição para o Brasil e o retorno da democracia.
Com o falecimento de Tancredo, as aspirações do povo foram transferidas
para a organização de uma Constituinte que redigisse uma nova Constituição.
Assim, poucas semanas após assumir a presidência, Sarney assinou o documento
que autorizava a realização de uma eleição geral para a composição da Assembleia
Constituinte.
A eleição aconteceu em 15 de novembro de 1986, e os constituintes eleitos
tomaram posse em 1º de fevereiro de 1987 e deram início aos trabalhos da
Assembleia Constituinte. O trabalho da Constituinte estendeu-se por 20 meses e foi
realizado por 559 constituintes. O processo de elaboração da Constituição de 1988
teve também grande envolvimento da população.
Os trabalhos da Constituinte ficaram marcados pelo envolvimento de
diferentes organizações e movimentos sociais que atuaram com os políticos a fim
de garantir que a nova Constituição incluísse direitos sociais e liberdades
individuais importantes.
Ao todo, a Constituinte recebeu 122 emendas populares, que contaram com
a assinatura de mais de 12 milhões de pessoas. Esse grande volume de
assinaturas evidencia o grau de envolvimento da população com a elaboração da
nova Constituição e o interesse popular de que o texto atendesse às demandas
existentes pela democracia.
A Constituição de 1988 foi escrita em um clima de esperança de que o
documento fosse a base fundamental para a implantação da democracia no Brasil.
A ideia central era de que, a partir de uma Constituição democrática, a nação
desenvolvesse instituições fortes o suficiente para sustentar o país caso fosse
abalado por momentos de crise.
O texto final da Constituição foi promulgado em 5 de outubro de 1988 e foi
apresentado pelo presidente da Constituinte, Ulysses Guimarães, que discursou
durante onze minutos. No início e no encerramento de sua fala, o presidente
afirmou: “a Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar”.

Referências

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São
Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 488. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/constituicao-1988.htm Acesso em
20/05/2023 ás 16hr.

WESTIN, Ricardo. Senado noticias, 2015. Disponível em:


https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ha-40-anos-lei-de-anistia-
preparou-caminho-para-fim-da-ditadura. Acesso em 21/05/2023 ás 19hr.

FERNANDES, Cláudio. "Governos Militares"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governos-militares.htm. Acesso em 23 de
maio de 2023.

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