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TRABALHO DE GEOGRAFIA

A DITADURA MILITAR

COMO ACONTECEU?

- O golpe contra João Goulart estava organizado para acontecer por volta do dia 10 de abril,
em uma ação conjunta de militares, membros do Ipes e dos EUA mas as coisas não saíram
como previsto. No dia 31 de março, uma rebelião organizada por Olympio de Mourão deu
início ao golpe militar.

Olympio Mourão era comandante da 4ª Região Militar e iniciou uma rebelião em Juiz de Fora.
Suas tropas marcharam em direção ao Rio de Janeiro com o objetivo de derrubar o governo.

Enquanto os militares marchavam contra o governo, os parlamentares brasileiros resolveram


agir e, no dia 2 de abril de 1964, Auro de Moura, Senador da República, declarou vaga a
presidência da República e abriu o caminho para que a Junta Militar tomasse o poder do Brasil.
No dia 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional nº 1 e a Ditadura Militar no Brasil começou a
ganhar forma.

PORQUE ACONTECEU?

- A ditadura militar no Brasil aconteceu devido a uma série de fatores, incluindo instabilidade
política, tensões sociais e econômicas, além do contexto da Guerra Fria.

Em 1964, as Forças Armadas brasileiras depuseram o presidente democraticamente eleito


João Goulart, alegando ameaça comunista. Isso deu início a um regime autoritário que durou
até meados da década de 1980.

ATOS INCONSTITUCIONAIS

- Os atos institucionais eram decretos com poder de Constituição e foram utilizados pelos
militares para darem legitimidade às violências e ilegalidades cometidas durante o período da
Ditadura Militar. Ao todo, foram emitidos 17 atos institucionais.

Os principais atos institucionais foram os cinco primeiros, emitidos entre 1964 e 1968. Entre
eles, o Ato Institucional nº 5 foi o mais famoso porque iniciou o momento de maior violência
da Ditadura Militar, os conhecidos “anos de chumbo”

O AI-5 é uma norma legal instituída pelo governo militar que estabelecia prerrogativas para
que os militares pudessem perseguir os opositores do regime. Consistia basicamente em uma
ferramenta que dava legalidade jurídica para o autoritarismo e a repressão impostos pelos
militares desde 1964. Esse ato foi anunciado, via rádio, no dia 13 de dezembro de 1968,
durante o governo de Artur Costa e Silva

Esse ato dava as seguintes prerrogativas ao presidente da República da época:


Fechar o Congresso Nacional, assim como as Assembleias Legislativas e as Câmaras de
Vereadores.

Cassar mandatos políticos de deputados, senadores e vereadores;

Suspender os direitos políticos de cidadãos;

Além disso, por meio do AI-5, decretava-se:

Proibição do direito de habeas corpus àqueles que fossem acusados de cometer crimes
políticos;

Desobrigação do governo de ter que explicar à Justiça qualquer ação realizada com base no AI-
5

BENEFICIOS

- Entre os anos de 1969 e 1973, o PIB brasileiro cresceu de 9,8% ao ano para 14% ao ano e a
inflação caiu de 19,46% para 15,6%. Além disso, outras medidas do governo contribuíram para
o clima de crescimento econômico e efervescência financeira, como a redução de gastos
públicos e de emissão de papel moeda. Esse crescimento econômico foi chamado de “O
milagre econômico”

Durante o milagre econômico brasileiro, foram construídas diversas obras públicas, apelidadas
pela imprensa da época como Obras Faraônicas, uma referência irônica a suas infraestruturas
gigantescas e pouca importância prática. Como por exemplo:

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira e Itaipu, a Usina Nuclear Angra 1, a Ponte Rio-Niterói e o
começo da construção da Transamazônica

MALEFICIOS

- Como em todas as ditaduras, o regime militar de 64 foi caracterizado pelo desrespeito aos
direitos humanos. Através da Lei da Anistia, assinada em 28 de agosto de 1979, cerca de 16 mil
brasileiros recebem algum tipo reparação devido às perseguições, prisões, torturas,
condenações, banimentos, demissões sofridas durante o regime. Além de que 50 mil pessoas
foram presas apenas em 1964; 536 sindicatos sofreram intervenção no período, entre eles o
Sindicato dos Bancários de São Paulo; e 6,5 mil militares que eram contra o regime foram
perseguidos.

Durante a ditadura militar havia apenas entre os mais ricos e a classe média uma falsa
sensação de segurança causada pela enorme repressão policial contra as camadas mais pobres
da população.
A CULTURA NA DITADURA

- Já no começo da Ditadura, o governo federal se utilizou das mais diversas estratégias de


coerção e controle da opinião pública. Os Atos Institucionais e a censura prévia à imprensa
foram apenas dois desses mecanismos, amplamente utilizados ao longo de boa parte do
período ditatorial no combate aos setores de oposição.

Os anos 60 e 70 vivenciaram o esplendor da produção musical no Brasil. Compositores e


cantores como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil
elevaram o cenário da música nacional a níveis de criatividade raramente experimentados. Boa
parte dessa produção foi motivada pela combativa resistência à repressão militar, que então
cerceava, através dos meios mais perversos, as liberdades artísticas

O órgão do governo responsável monitorar produções midiáticas — seja música, cinema,


revistas, jornais, etc. — e censurá-las era o DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas).
Obras artísticas ou grandes publicações não poderiam chegar ao público sem, antes, serem
fiscalizadas pelos militares.

Ainda assim, muitos artistas não se intimidavam, e seguiam se impondo como membros de
uma oposição que lutava pela liberdade de expressão. Infelizmente, vários deles foram presos.

Como por exemplo: Caetano Veloso, Gilberto Gil. Raul Seixas e Rita Lee, todos esses cantores
foram presos ou extraditados do Brasil.

CONCLUSAO

- Golpe de 1964 deu início a um período de 21 anos de repressão que assolaria a história do
Brasil. Através do exercício da violência, por meio de um Estado autoritário e antidemocrático,
a Ditadura Militar deixou centenas de mortos e desaparecidos, cerceando a liberdade da
população civil e agravando ainda mais os índices de desigualdade social no país.

Embora nos últimos anos a historiografia da ditadura militar tenha dado um grande salto, urge
ainda a necessidade de ressaltarmos a importância do trabalho de memória: “Lembrar para
não repetir”. Em tempos de ameaça à democracia, olhar para o passado pode nos dar uma
perspectiva para pensarmos nosso horizonte e projetarmos um futuro cada vez mais
comprometido com os ideais democráticos.

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