Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO TRABALHO
Noções gerais
da greve
Flávia Aguiar Cabral Furtado Pinto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
No Brasil, após um longo histórico de desconfianças, proibições e restrições,
o movimento paredista ganhou o status de direito fundamental social, a par-
tir da democratização do país e do advento do Estado Democrático de Direito.
O direito de greve, no entanto, não é ilimitado, pois seu exercício tem reflexos
sociais e econômicos em toda a coletividade.
Neste capítulo, você vai estudar a origem histórica do movimento paredista
e sua evolução no Brasil. Vai ver qual é a diferença entre greve e lockout e
estudar sobre as modalidades, os limites, os direitos e deveres dos grevistas.
Apesar da tutela constitucional do direito de greve, e talvez por isso mesmo, a greve
permanece como um elemento desconfortável no interior do ordenamento jurídico,
marcado pela contradição de permitir o descumprimento do dever de trabalhar, que
compõe o contrato de trabalho, com o objetivo de reivindicar melhores condições
de trabalho. A maioria das interpretações sobre o direito de greve, quando não
lamentam sua existência, ao menos apontam seu caráter conflitivo indesejável,
advogando pela harmonia das relações entre capital e trabalho que implica no
abandono deste instrumento primitivo de solução de conflitos. A greve seria a
perturbação de origem ilícita, que atenta contra o bem e seguro desenvolvimento
das instituições e do processo produtivo. O reconhecimento legal do direito de
greve não é capaz de incorporá-lo ao normal funcionamento das instituições.
Modalidades de greve
Os movimentos paredistas são classificados em diversas modalidades,
a depender de vários fatores, como os objetivos que os grevistas pretendem
atingir, a forma como os grevistas a exercem e sua legalidade.
Com relação aos objetivos a serem atingidos pelos grevistas, Manus (2015)
divide as greves em profissionais, de solidariedade e políticas. As greves
profissionais são as mais comuns, realizadas entre profissionais de uma
mesma categoria que têm interesses comuns. As greves de solidariedade
ocorrem quando trabalhadores de empresas ou segmentos diversos aderem
ao movimento paredista por solidariedade aos grevistas.
Referências
BARROS, A. M. de. Curso do direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2011.
BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 nov. 2020.
BRASIL. Decreto-lei nº 5,452 de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho. Brasília: Presidência da República, 1943. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 14 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº. 7.783 de 28 de junho de 1989. Dispõe sobre o exercício do direito de greve,
define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1989.
Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=7783&
ano=1989&ato=8c0Izaq1EeFpWT203. Acesso em: 14 nov. 2020.
14 Noções gerais da greve
Leituras recomendadas
ALMEIDA, A. P. de. CLT Comentada: legislação, doutrina, jurisprudência. 9. ed. São
Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo nº 797. Brasília: Presidência da República,
2015. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informa-
tivo797.htm#Greve%20de%20servidor%20p%C3%BAblico%20e%20desconto%20de%20
dias%20n%C3%A3o%20trabalhados%20-%201. Acesso em: 14 nov. 2020.
GOMES, A. V. M.; PINTO, F. A. C. F.; PINTO, C. E. F. O direito de greve como manifestação
do exercício da democracia: análise da decisão do TST sobre a legitimidade da greve
política. Revista Chilena de Derecho del Trabajo Y de La Seguridad Social, v. 11, n. 21,
p. 47–64, 2020. Disponível em: https://revistatrabajo.uchile.cl/index.php/RDTSS/article/
view/57844. Acesso em: 14 nov. 2020.