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Fundação Educacional Unificada Campograndense

Graduação em História

Grevistas e operários
AV2

Rio de Janeiro
2023.
Fundação Educacional Unificada Campograndense
Graduação em História

AV2

Professor: Leandro Cordeiro de Souza

Alunos(a):

Bruna Sobroza da Costa:22010148


Brenda Da Silva Fortunato: 20010131
Gabriele Leonardo Da Silva:20010527
Jonas Goulart Barreto:22010282
Lucas Ferreira Da Cunha:22010099
Maria Camila De Oliveira:22010092
Maria Luiza Leite Da Silva:22010145
Introdução:

Durante o período Getulista, como nos é dito no texto. A partir de 1930,


começamos a entrar em um grande impasse correlacionado em questões
trabalhistas, pois houve uma grande importância através da construção do
sindicalismo.

A correlação entre os textos se dá ao período anterior e atual ao que acontecem as


greves e criação dos sindicatos, por busca de melhores condições de trabalho, fazendo
com que Getúlio fosse eleito, pois para ele a situação era favorável. Esse trabalho irá
falar sobre final do século XX, trazendo ao papel principal os grevistas e operários
daquela época, passando ao leitor como se deu essa formação operária, do porquê eles
decidiram se impor a voltar contra as condições de trabalho a que eram submetidos, a
como essas condições eram. E um dos principais aspectos, de como ou do porquê eles
despertaram para ingressar esse movimento, já que Vargas vinha ganhando a confiança
da população e da classe trabalhadora, então vamos analisar como foi a formação dos
primeiros sindicatos, a relação entre o capital e o trabalho, e acompanhar como foi a
relevância do movimento dos trabalhadores aqui no Brasil. Vendo também um pouco
sobre as organizações sindicais da república velha, pois foi nesse período que as
primeiros associações foram formadas.

A classe trabalhadora e a consciência de classe

Com o final do sistema escravocrata, o Brasil tinha como base uma política de
branqueamento da população, porque eles acreditavam que nessa forma a sociedade
seria mais civilizada e bem-vista, em tentativa de concretizar esse objetivo, o governo
foi optou pela imigração, trazendo vários europeus aonde a maioria vinha da Itália, com
o objetivo de prosperar na “terra prometida”, conforme pregava o governo na época. Em
consequência dessa tomada decisão política, no começo do século XX, 90% dos
trabalhadores eram estrangeiros.
A elite brasileira contava com a ajuda da política estatal (política promovida
pelo estado) para manter a ordem entre os trabalhadores, pois a maioria desses
estrangeiros eram militantes ativos, sendo em seu país, alguns deles, anarquistas e
outros socialistas, lembrando também que alguns deles foram expulsos de seu país de
origem.
No Brasil, os socialistas tentaram por sua vez, fundar a formação do partido dos
trabalhadores, porém não obtiveram o apoio dos anarquistas, sendo importante frisar
que os anarquistas e socialistas tem ideologias diferentes não pensando da mesma
forma.
O ano de 1915 foi marcado por intensos movimentos operários, e em novembro
de 1918 houve uma tentativa de insurreição anarquista malsucedida. Ainda em 9 de
março de 1919 foi fundado o partido comunista local situado na cidade de São Paulo
onde era formado por comunistas e por anarquistas, é de extrema importância
compreender que esses operários a parte majoritária eram anarquistas e comunistas.
Em março de 1922 foi criado o partido comunista brasileiro, que visava
promover o entendimento a ação internacional dos trabalhadores e a organização
política do proletariado, com isso se iniciou diversas campanhas antianarquistas
conduzida pelo PCB. Segundos os comunistas, era dito que mesmo que
inconscientemente os anarquistas estariam a serviço dos capitalismos.
Feito a análise, a percepção que houve uma influência das ideologias anarquistas e
comunistas na formação dessa classe operaria e esse surgimento da classe mostra no
Brasil como o movimento trabalhista teve importância na construção da nossa
legislação social.

O autor, Fábio Campinho, segue falando que a ordem jurídica que se constitui
no Brasil, no período da República Velha, fica claro que é liberal. O estado tentava
doutrinar as condições de contrato dos assalariados, porque eram vistas como
prejudiciais "ao livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial".
Portanto, se a ordem liberal afasta a probabilidade de qualquer tipo de interposição
sobre a mão invisível que controla o mercado, a mesma de forma contraditória cria
condições para sua própria superação. A punição aos movimentos grevistas ficou
presente em toda República Velha, tendo ressaltado a visão do presidente Washington
Rodrigues, de que qualquer problema da sociedade era responsabilidade da polícia. E ao
mesmo tempo em que foi negado que existiu qualquer interferência na autorregulação
do mercado, foram criadas leis que permitiam a organização sindical como o Decreto
nº979 de 6 de janeiro de 1903 e o Decreto nº1637 de 5 de janeiro de 1907, foi aí que
vemos a atuação do sindicato. O primeiro documento a se referir da sindicalização no
Brasil foi o Decreto-Lei nº 979 de 1903, que regulava a criação de sindicatos rurais. Já
no Decreto de nº 1637 de 1907, regulava a sindicalização urbana e as sociedades
cooperativas. Decretava o pluralismo sindical e a extensa autonomia, para regularização
da entidade, o depósito em cartório dos atos constitutivos. Adicionalmente à
organização sindical liberal consta que os trabalhadores não tinham direito de fazer
greve, sem a possibilidade de negociação coletiva e a permanente intervenção policial
sobre a movimentação operária.
Devendo salientar, que diversos decretos foram estabelecidos para que
tentassem contornar a situação causando a expulsão dos imigrantes, como uma forma de
resposta aos “surtos” dos grevistas dos anos 1906, outros garantiam a proibição da
expulsão de estrangeiros que moravam mais de anos no Brasil ou que fossem casados
com alguém brasileiro, também viúvos com um filho brasileiro, outro que visava
controla a entrada de imigrantes no Brasil. A grande quantidade de imigrante passava a
ser uma ameaça ao estado atual da república, principalmente no caso dos anarco-
sindicalistas italianos.
Tudo que foi citado acima foi uma forma do Estado e das elites conter os
diversos surtos grevistas que marcaram as três primeiras décadas do século.

Transição do sindicalismo livre para o sindicalismo corporativo.

Logo na última década da República velha (1889-1930), surgem algumas


normas para regular as questões trabalhistas. Nesse momento, nas primeiras décadas de
1930 estão acontecendo vários movimentos operários, Getúlio Vargas ainda era
candidato à presidência e foi o único "líder" que incluiu pautas operárias em seus
discursos. Com o crescimento do trabalhador na cidade, não dava mais para o estado
ignorar essa questão da situação em que eles se encontravam, a relação entre patrão e
empregado era de descontentamento, podendo explodir uma revolta a qualquer
momento. Em 1929, Getúlio Vargas em um comício pela aliança liberal fala sobre a
importância dos trabalhadores e a proteção dos seus interesses, abordou também
assuntos como: a conquista das 8 horas diárias, lei de férias, salário-mínimo e os direitos
das mulheres e dos menores.

O Governo Novo implementou sua primeira ação em relação aos sindicatos por
meio do Decreto 19.770, promulgado em 1931, cuja autoria é atribuída a Evaristo de
Moraes e Joaquim Pimenta. Na exposição dos motivos desse decreto, Lindolfo Collor
expressou de maneira clara e explícita os propósitos subjacentes a ele: “Com a criação
dos sindicatos profissionais, moldados em regras uniformes e precisas, dá-se às
aspirações e às necessidades dos patrões expressão legal, normal e autorizada. O
arbítrio, tanto de uns como de outros, gera a desconfiança, é causa de descontentamento,
produz atritos que estalam em greves e lockouts. Os sindicatos, ou associações de
classe, serão os para-choque dessas tendências antagônicas. (...) Além disto e de um
modo geral, tudo quanto seja pertinente a defesa dos interesses de uma classe ou
profissão encontrará no respectivo sindicato o porta-voz autorizado e competente.”
(TEXTO 3 AUTORAS, PÁGINA 9 e 10) Em termos mais simples, os propósitos de
Lindolfo Collor podem ser resumidos da seguinte maneira: mediante o estabelecimento
de sindicatos profissionais regidos por normas rígidas e definidas, os empregadores
conseguem legitimamente expressar suas vontades e necessidades. Quando tanto os
empregadores quanto os trabalhadores atuam de forma arbitrária, ocorre um cenário
propício para conflitos, insatisfação e manifestações como greves e lockouts. Os
sindicatos, também conhecidos como associações de classe, funcionam como um
mecanismo de proteção contra essas situações antagônicas. Além disso, todas as
questões relacionadas à defesa dos interesses de um determinado grupo ou profissão
serão representadas por membros competentes e autorizados dentro do sindicato.

No texto de Fabio Campinho, ele realiza uma análise mais direta sobre como o
decreto apresentava uma ameaça efetiva à autonomia dos sindicatos independentes, uma
vez que introduzia um sistema de supervisão em que a proposta de regulação do
mercado de trabalho por parte dos trabalhadores era substituída pela proposta dos
burocratas associados ao Ministério do Trabalho. Contudo, a abordagem governamental
não se restringia exclusivamente à coerção, pois o controle sobre os sindicatos era
articulado por meio da sinergia entre repressão e inclusão. Ademais, além de empregar
forças policiais para reprimir ações grevistas, também eram oferecidas diversas
vantagens aos sindicatos oficialmente reconhecidos e seus afiliados. (TEXTO FABIO
CAMPINHO, ANÁLISE TIRADA DA PÁGINA 126)

O estabelecimento de controle sobre os sindicatos foi acompanhado de uma


série de requisitos adicionais. Foram estipuladas determinadas condições que deveriam
ser cumpridas: a necessidade de ter no mínimo 30 associados presentes; a exigência de
que pelo menos dois terços dos membros sejam indivíduos brasileiros, por meio de
nascimento ou naturalização; a restrição que impõe que os cargos de administração e
representação sejam ocupados exclusivamente por cidadãos brasileiros, por nascimento
ou naturalização, que tenham residido no país por um período mínimo de 10 anos,
permitindo-se a admissão de apenas um terço de estrangeiros que comprovem ter
residido de maneira efetiva no Brasil por pelo menos 20 anos, e por fim, a proibição de
veiculação de propaganda que promova ideologias sectárias de caráter social, político
ou religioso, bem como de candidaturas a cargos eletivos que sejam alheias à essência
das associações sindicais.

Essas restrições só criaram ainda mais obstáculos em um movimento que já era


conturbado por si só. A formação dos sindicatos ficou afetada com tanta burocracia. O
Decreto 19.770/31 estabeleceu que, após a constituição das organizações sindicais, seria
necessário obter o reconhecimento por parte do Ministério do Trabalho. Para isso, seria
obrigatório encaminhar ao referido órgão os documentos constitutivos, estatutos e
eventuais modificações, a fim de obter a devida aprovação. A obtenção do
reconhecimento conferiria personalidade jurídica aos sindicatos, entretanto, o controle
exercido pelo governo não acabava por aí. Ainda seria necessário encaminhar
periodicamente ao Ministério relatórios que evidenciassem as alterações na composição
de associados e a situação financeira do sindicato, entre outros aspectos.
Essas medidas tinham motivos muito claros: possibilitavam a identificação dos
membros das entidades sindicais, o que os deixava vulneráveis à discriminação e,
inclusive, sujeitos a possíveis perseguições políticas por parte do Governo Provisório.
Essa exposição dos filiados decorria da necessidade de registrar e manter um controle
detalhado sobre a composição e atuação dos sindicatos, o que poderia resultar em
consequências negativas e até mesmo perigosas para quem se filiar aos sindicatos.
As associações sindicais eram consideradas como entidades de colaboração
com o Poder Público, desempenhando um papel assistencial. O Decreto 19.770/31, de
forma implícita, estabelecia o princípio da unicidade sindical. Assim, o Ministério do
Trabalho detinha prerrogativas de participação nas assembleias sindicais e exercia a
atribuição de analisar trimestralmente a situação financeira dos sindicatos. No caso de
serem constatadas irregularidades, o Ministério possuía a autoridade para aplicar
sanções, tais como imposição de multas e fechamento temporário do sindicato por um
período de até seis meses, destituição da diretoria ou dissolução definitiva do sindicato.
O que era para ser um movimento em prol dos trabalhadores, se tornou mais uma
extensão do Governo, pois os sindicatos começaram a perder sua autonomia.
No texto Análise do período 30-46: uma contribuição ao estudo da História
dos Sindicatos e do Sindicalismo no Brasil, das autoras Patrícia Tuma Martins Bertolin/
Paula Cristina Monteiro Ozório / Vivian Christina S. Fernandez Dias, é mencionado
pelas autoras que a Constituição de 1934 revelada segundo Cesarino Junior, “uma nítida
preocupação pela questão social” Previa que os sindicatos e suas associações
profissionais seriam reconhecidos de conformidade com a lei e que a lei asseguraria a
pluralidade sindical e a completa autonomia dos sindicatos.
As autoras ainda mencionam que o Decreto 24.694, que procurava se adaptar à
nova Constituição, introduziu algumas alterações na legislação concernente às
associações profissionais. A principal seria o retorno à pluralidade sindical, prevendo o
reconhecimento dos sindicatos que reunissem um terço ou mais do número de operários
pertencentes à respectiva categoria profissional. Considerando que muito dificilmente
haveria a divisão desta quantidade para a constituição de novo sindicato.
Ao decorrer do texto, Fábio Campinho menciona em seu texto
SINDICALISMO DE ESTADO: CONTROLE E REPRESSÃO NA ERA VARGAS
(1930-1935)
a respeito da pluralidade, apesar de teoricamente possível, era praticamente inviável.
Para constituir-se o sindicato precisava de uma representatividade de "um terço dos
empregados que exerçam a mesma profissão na respectiva localidade" (art. 5º, II, a).
Dessa forma, pode-se imaginar em uma situação ideal, na qual todos os empregados
sejam sindicalizados, a hipótese de três sindicatos, cada um representando um terço do
total de empregados. Porém, segundo Evaristo de Morais Filho "nunca tivemos, a rigor,
uma pluralidade sindical em nossa história associativa depois de 1930".
Contudo, a garantia de direitos trabalhistas não veio a produzir efeitos
concretos na melhoria na vida dos trabalhadores, o que Ângela Araújo atribui «à burla
sistemática por parte do empresariado que continuou sendo a tônica nos primeiros anos
do Governo Constitucional».

Conclusão.

Após todo o exposto anteriormente no desenvolvimento deste trabalho com os


textos até então apresentados, podemos responder que sim, houve intervenção direta do
Estado, no período varguista, nas relações sindicais. Conseguindo então, aproveitar-se
da desmobilização sindical, promovida durante as décadas de 10 e 20 na República
Velha, para implementar o sindicalismo corporativo.
No entanto, percebe-se uma diferença nesta intervenção promovida pelo
Estado Getulista entre 1930-36 e 1937-45. Esta distinção está sendo elaborada pelo
seguinte, Vargas no primeiro período citado (1930-36) ainda não era unânime entre os
ditos revolucionários de 1930, “Com a vitória da revolução, acirrou-se o enfrentamento
entre as diferentes facções que a promoveram. Além da disputa em torno da ocupação
de cargos na administração pública, manifestaram-se profundas divergências (...)”1,
palavras estas de Pandolfi e Grynszpan.
Outro fator que demonstra que para Vargas havia concorrência para ser o
representante da classe trabalhadora é “(...) Pedro Ernesto, interventor no Distrito
Federal no pós-30, aperfeiçoara sua imagem popular de médico bondoso e voltado para
o atendimento aos pobres (...)” 2. Getúlio Vargas sentia receio de que, políticos
carismáticos, como era o caso de Pedro Ernesto, ganhassem capital político capaz de
rivalizar com o seu, e então para evitar qualquer percalço, Ernesto foi acusado de ser
comunista e foi preso. Acusações relacionadas ao comunismo eram frequentes neste
período, devido ao levante comunista de 1935 que fracassou. E, dessa maneira, Vargas
foi conseguindo conquistar a aceitação demais integrantes da elite política do país,
ordenando a prisão daqueles que poderiam quebrar de forma profunda a ordem vigente.
Porém, os oligarcas que começaram a apoiar Vargas, só não imaginaram que seria ele a
romper com esta ordem.
Ao romper com a constituinte de 34, através do golpe de 37, Vargas começa
sua empreitada em se tornar ainda mais influente dentro das massas de trabalhadores,
para assim se tornar a persona política única para eles. Então, começa a partir de 42,
uma propaganda massiva para demonstrar a benevolência de Getúlio Vargas, utilizando
a 1 PANDOLFI, Dulce Chaves; GRYNSZPAN, Mario. Da revolução de 30 ao golpe de
37: a depuração das elites. P.9. 2 GOMES, Angela de Castro. Invenção do trabalhismo.
P.211. legislação social trabalhista como seu principal trunfo. Desenvolvendo assim,
uma corrente política própria, que garantiu ao então presidente/ditador Getúlio Vargas,
o atrelamento dos seus interesses particulares com os da classe trabalhadora, impedindo
então a autonomia dos sindicatos e associações de trabalhadores.
Bibliografia:

SINDICALISMO DE ESTADO: CONTROLE E REPRESSÃO NA ERA VARGAS


(1930-1935) Fábio Campinho

Análise do período 1930-1946: uma contribuição ao estudo da História dos


Sindicatos e do Sindicalismo no Brasil Patrícia Tuma Martins Bertolin; Paula Cristina
Monteiro Ozório; Vivian Christina S. Fernandez Dias.

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