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Graduação em História
Grevistas e operários
AV2
Rio de Janeiro
2023.
Fundação Educacional Unificada Campograndense
Graduação em História
AV2
Alunos(a):
Com o final do sistema escravocrata, o Brasil tinha como base uma política de
branqueamento da população, porque eles acreditavam que nessa forma a sociedade
seria mais civilizada e bem-vista, em tentativa de concretizar esse objetivo, o governo
foi optou pela imigração, trazendo vários europeus aonde a maioria vinha da Itália, com
o objetivo de prosperar na “terra prometida”, conforme pregava o governo na época. Em
consequência dessa tomada decisão política, no começo do século XX, 90% dos
trabalhadores eram estrangeiros.
A elite brasileira contava com a ajuda da política estatal (política promovida
pelo estado) para manter a ordem entre os trabalhadores, pois a maioria desses
estrangeiros eram militantes ativos, sendo em seu país, alguns deles, anarquistas e
outros socialistas, lembrando também que alguns deles foram expulsos de seu país de
origem.
No Brasil, os socialistas tentaram por sua vez, fundar a formação do partido dos
trabalhadores, porém não obtiveram o apoio dos anarquistas, sendo importante frisar
que os anarquistas e socialistas tem ideologias diferentes não pensando da mesma
forma.
O ano de 1915 foi marcado por intensos movimentos operários, e em novembro
de 1918 houve uma tentativa de insurreição anarquista malsucedida. Ainda em 9 de
março de 1919 foi fundado o partido comunista local situado na cidade de São Paulo
onde era formado por comunistas e por anarquistas, é de extrema importância
compreender que esses operários a parte majoritária eram anarquistas e comunistas.
Em março de 1922 foi criado o partido comunista brasileiro, que visava
promover o entendimento a ação internacional dos trabalhadores e a organização
política do proletariado, com isso se iniciou diversas campanhas antianarquistas
conduzida pelo PCB. Segundos os comunistas, era dito que mesmo que
inconscientemente os anarquistas estariam a serviço dos capitalismos.
Feito a análise, a percepção que houve uma influência das ideologias anarquistas e
comunistas na formação dessa classe operaria e esse surgimento da classe mostra no
Brasil como o movimento trabalhista teve importância na construção da nossa
legislação social.
O autor, Fábio Campinho, segue falando que a ordem jurídica que se constitui
no Brasil, no período da República Velha, fica claro que é liberal. O estado tentava
doutrinar as condições de contrato dos assalariados, porque eram vistas como
prejudiciais "ao livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial".
Portanto, se a ordem liberal afasta a probabilidade de qualquer tipo de interposição
sobre a mão invisível que controla o mercado, a mesma de forma contraditória cria
condições para sua própria superação. A punição aos movimentos grevistas ficou
presente em toda República Velha, tendo ressaltado a visão do presidente Washington
Rodrigues, de que qualquer problema da sociedade era responsabilidade da polícia. E ao
mesmo tempo em que foi negado que existiu qualquer interferência na autorregulação
do mercado, foram criadas leis que permitiam a organização sindical como o Decreto
nº979 de 6 de janeiro de 1903 e o Decreto nº1637 de 5 de janeiro de 1907, foi aí que
vemos a atuação do sindicato. O primeiro documento a se referir da sindicalização no
Brasil foi o Decreto-Lei nº 979 de 1903, que regulava a criação de sindicatos rurais. Já
no Decreto de nº 1637 de 1907, regulava a sindicalização urbana e as sociedades
cooperativas. Decretava o pluralismo sindical e a extensa autonomia, para regularização
da entidade, o depósito em cartório dos atos constitutivos. Adicionalmente à
organização sindical liberal consta que os trabalhadores não tinham direito de fazer
greve, sem a possibilidade de negociação coletiva e a permanente intervenção policial
sobre a movimentação operária.
Devendo salientar, que diversos decretos foram estabelecidos para que
tentassem contornar a situação causando a expulsão dos imigrantes, como uma forma de
resposta aos “surtos” dos grevistas dos anos 1906, outros garantiam a proibição da
expulsão de estrangeiros que moravam mais de anos no Brasil ou que fossem casados
com alguém brasileiro, também viúvos com um filho brasileiro, outro que visava
controla a entrada de imigrantes no Brasil. A grande quantidade de imigrante passava a
ser uma ameaça ao estado atual da república, principalmente no caso dos anarco-
sindicalistas italianos.
Tudo que foi citado acima foi uma forma do Estado e das elites conter os
diversos surtos grevistas que marcaram as três primeiras décadas do século.
O Governo Novo implementou sua primeira ação em relação aos sindicatos por
meio do Decreto 19.770, promulgado em 1931, cuja autoria é atribuída a Evaristo de
Moraes e Joaquim Pimenta. Na exposição dos motivos desse decreto, Lindolfo Collor
expressou de maneira clara e explícita os propósitos subjacentes a ele: “Com a criação
dos sindicatos profissionais, moldados em regras uniformes e precisas, dá-se às
aspirações e às necessidades dos patrões expressão legal, normal e autorizada. O
arbítrio, tanto de uns como de outros, gera a desconfiança, é causa de descontentamento,
produz atritos que estalam em greves e lockouts. Os sindicatos, ou associações de
classe, serão os para-choque dessas tendências antagônicas. (...) Além disto e de um
modo geral, tudo quanto seja pertinente a defesa dos interesses de uma classe ou
profissão encontrará no respectivo sindicato o porta-voz autorizado e competente.”
(TEXTO 3 AUTORAS, PÁGINA 9 e 10) Em termos mais simples, os propósitos de
Lindolfo Collor podem ser resumidos da seguinte maneira: mediante o estabelecimento
de sindicatos profissionais regidos por normas rígidas e definidas, os empregadores
conseguem legitimamente expressar suas vontades e necessidades. Quando tanto os
empregadores quanto os trabalhadores atuam de forma arbitrária, ocorre um cenário
propício para conflitos, insatisfação e manifestações como greves e lockouts. Os
sindicatos, também conhecidos como associações de classe, funcionam como um
mecanismo de proteção contra essas situações antagônicas. Além disso, todas as
questões relacionadas à defesa dos interesses de um determinado grupo ou profissão
serão representadas por membros competentes e autorizados dentro do sindicato.
No texto de Fabio Campinho, ele realiza uma análise mais direta sobre como o
decreto apresentava uma ameaça efetiva à autonomia dos sindicatos independentes, uma
vez que introduzia um sistema de supervisão em que a proposta de regulação do
mercado de trabalho por parte dos trabalhadores era substituída pela proposta dos
burocratas associados ao Ministério do Trabalho. Contudo, a abordagem governamental
não se restringia exclusivamente à coerção, pois o controle sobre os sindicatos era
articulado por meio da sinergia entre repressão e inclusão. Ademais, além de empregar
forças policiais para reprimir ações grevistas, também eram oferecidas diversas
vantagens aos sindicatos oficialmente reconhecidos e seus afiliados. (TEXTO FABIO
CAMPINHO, ANÁLISE TIRADA DA PÁGINA 126)
Conclusão.