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Evolução do Direito do Trabalho no mundo e no nosso país, bem

como os princípios que rege esse direito.

Em tempos remotos, no geral, o trabalho não era fruto de uma relação voluntária. Na
Antiguidade, essa tarefa era essencialmente destinada ao escravo, tratado como coisa sem
qualquer previsão de direitos. O marco inicial da evolução do Direito do Trabalho é, de fato,
a Revolução Industrial do séc.XVIII. Caracterizado por uma profunda mudança nos modos
de produção da sociedade. Os novos bens eram criados em grande escala com o uso de
máquinas e divisão do trabalho, os empregados se submetiam a condições de trabalho
severas, com jornadas exaustivas, baixa remuneração, exposição a riscos etc.

Nesse momento, o Direito Trabalhista se desenvolve justamente como resposta a essas


questões sociais abusivas.

Em 1802 a 1848 O Direito do Trabalho é construído inicialmente com leis isoladas,onde


visavam a redução da exploração do trabalho das mulheres e crianças nas fábricas. Porem
este movimento nao teve forca significativa para afetar o ordenamento jurídico. Assim,
prevalecia a concepção de direito liberal, com uma intervenção mínima nas relações entre
empregadores e empregados.

Em um segundo momento da segunda fase do direito trabalhista, a legislacao comeca a


ganhar forma e forÇa, Com o Manifesto Comunista (1848), o Movimento Cartista e a
Revolução de 1848, temos as primeiras grandes ações de luta pela transformação da
estrutura socioeconômica, a manifestação da Igreja Católica em favor da regulamentação
das condições de trabalho, pois a instituição exercia notável influência naquele período.

Trata-se de um momento de avanços e recuos nos direitos trabalhistas, em uma gradual


consolidação.

A terceira fase dos direitos trabalhistas está associada ao reconhecimento da chamada 2ª


dimensão dos direitos fundamentais. Até então, as declarações de direitos constitucionais
se restringiam a organizar o Estado e fixar liberdades civis e políticas, com o intuito de
limitar o poder. Somente após a Segunda Guerra Mundial, esses direitos sociais ganham
ainda mais centralidade, em virtude da ênfase na ideia de dignidade da pessoa humana.

No Brasil, o marco inicial da evolução do Direito Trabalhista é a progressiva abolição da


escravidão, que culmina na Lei Áurea (1888).
Com a proibição do trabalho forçado, surgiu a necessidade de alocar mão de obra nas
oficinas, armazéns, fazendas e manufaturas do país. Demanda que, em boa parte, foi
suprida pela imigração de italianos, portugueses, espanhóis e outros estrangeiros.

Ocorre que, com a Proclamação da República (1889), prevaleceram as concepções do


liberalismo. Assim, os movimentos sociais não exerciam uma pressão suficiente para fazer
eco no ordenamento jurídico nacional.

Esse cenário é modificado gradativamente com o implemento de leis isoladas.

A verdadeira expansão do Direito Trabalhista no Brasil só ocorreu após a Revolução de


1930, com a criação de diversas leis e decretos trabalhistas pelo Governo Vargas. Somente
em 1943 o Governo, elaborou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), agrupando,
organizando e sistematizando as regras trabalhistas..

Nos anos seguintes, houve necessidade de ajustes com as crises econômicas do final do
séc. XX, a Constituição Federal de 1988 e a tendência atual de flexibilização do Direito
Trabalhista.

Como a expansão do Direito do Trabalho sempre gerou o embate com concepções mais
liberais de Direito, a tendência é que o impacto dessas regras variem de país para país.

No Brasil, vigora um modelo de garantia de condições mínimas. Isto é, a margem de


autonomia dos contratos é limitada às áreas que não estão preestabelecidas em lei.

Igualmente, pode-se mencionar a forte participação sindical nas negociações entre


empregadores e empregados.

Nesse sentindo, e extremamente importante observar os princípios que regem o Direito


Trabalhista, como:
Princípio da irredutibilidade salarial; Importantíssimo princípio do Direito do Trabalho que
garante que os salários dos trabalhadores nunca podem ser reduzidos.

Princípio da norma mais favorável; determina que havendo duas normas diferentes sobre
o mesmo assunto, deve ser aplicada a mais favorável ao trabalhador.
Princípio da primazia da realidade; determina que a realidade da relação de trabalho
prevalece sobre qualquer cláusula ou documento, o que importante é a verdade real, o que
realmente aconteceu.

Princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas;Importantíssimo por ser uma


proteção aos trabalhadores, esse princípio determina que os direitos trabalhistas são
irrenunciáveis.

Princípio da continuidade da relação de emprego; determina que em regra geral os


contratos são por prazo indeterminado, e não possuem prazo fixo para terminar.

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