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1-EVOLUÇÃO HISTÓRICA
- Com a Revolução neolítica houve o assentamento dos nômades mediante o desenvolvimento da agricultura e
domesticação de animais (desenvolvem a pecuária, fabricação de armas e artesanato....trabalho no sentido de
emprego de força física e do intelecto para a obtenção de um fim)
- Escravidão: 1ª forma de trabalho- era condição considerada natural daqueles que deveriam se dedicar aos
trabalhos físicos para a produção de alimentos e bens que a sociedade necessitava.
(1ª Forma de Trabalho com subordinação, quem trabalhava não era sujeito de direito= escravo = coisa =
trabalho desonroso)
- Feudalismo: servidão- em que os servos da exerciam trabalho livre (mas não eram livres) mas estavam ligados
a gleba de terra do senhor feudal pois deveriam fornecer parte de sua produção ao Senhorio em troca de
proteção e comida e moradia.
(As regulamentações não se davam em função da proteção do trabalhador, mas para organizar a produção
visando o sucesso da própria Corporação) - Jornada de trabalho de até 18 horas no verão (ou até o pôr-do-sol)
porém nessa fase existia uma maior liberdade ao trabalhador.
- Revolução Francesa: fim das Corporações de Ofício Lei Le Chapelier – lei para terminar com as corporações
de oficio. Nasce a lei do mercado, o liberalismo, sem intervenção estatal nas relações contratuais.
- Revolução Industrial – século XVIII: transformação do trabalho em emprego (trabalho em troca de salário)
Com a máquina a vapor, as máquinas de fiar e as máquinas têxteis, inicia-se a substituição do trabalho manual
pelo trabalho com o uso de máquinas. Pessoas operando máquinas = trabalho assalariado.
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A Rev. Industrial potencializa-se o esforço humano, introduzindo a linha de montagem e a produção em larga
escala, e os frutos da produção passam a ser divididos entre o proprietário das máquinas (empresários ) e o
operário.
- Condições de trabalho: falta de contrato escrito, jornadas excessivas, exploração, trabalho vitalício, acidentes
- Estruturação do Movimento Trabalhista: Organização Sindical (inicialmente proibida a luta por melhores
condições)
Nesse momento começa a nascer uma causa jurídica, pois os trabalhadores começam, a reunir-se, associar
para reivindicar melhores condições de trabalho e de salários, pois o trabalho dos empregados era uma
verdadeira servidão.
Na Inglaterra em 1802- Lei de PEEL- limitou a jornada em 12 horas e impôs normas de higiene e
educação;
Em 1819- Lei que torna ilegal o emprego de menores de 9 anos.
Nos EUA em 1886- Em Chicago houve greve e manifestações para reduzir a jornada de 13 para 08
horas diárias.
Em 1891- o Papa Leão XIII através da encíclica Rerum Novarum (das coisas novas) pontifica uma fase de
transição para a justiça social traçando regras para a intervenção estatal nas relações entre trabalhador e
empregador.
- Surgimento da Eletricidade: novas adaptações (novas máquinas)
- Após a 1ª Guerra Mundial: Constitucionalismo Social (normas de proteção social, incluindo regras de trabalho
são introduzidas nas Constituições )
1917: México (- estabelecia a jornada de 8 horas, proibia trabalho de menores de 12 anos, salário
mínimo, direito a sindicalização e greve)
1919: Weimar- Alemã (representação dos trabalhadores na empresa, seguro social)
1927: Itália (“Carta Del Lavoro”)
(limitaram a jornada, instituíram proteção ao menor e à mulher e seguro social, entre outros, criou o sistema
corporativista que inspirou o Brasil. A Carta Del Lavoro organizava a economia em torno do Estado promovendo
o interesse nacional e impunha regras a todos. O Estado regulava tudo, determinando o que seria melhor para
cada um;.
- Nova Teoria: separação entre econômico e social (no Brasil foi verificado na Constituição de 1988)
No Brasil o contexto é diferente, a escravatura perdurou até 28/09/1871, em que a lei do Ventre Livre
determinou que os filhos de escravos nasceriam livres. Em 1885 – a lei Saraiva Cotagibe, libertou os escravos
com mais de 60 anos. Sendo que em 13/05/1888, a princesa Isabel assinou a lei Áurea abolindo a escravatura.
Este fato trouxe para o Brasil uma nova realidade, pois houve o aumento da demanda no mercado e não havia
trabalho para todos, a mão de obra era numerosa porém desqualificada.
- Antigas Constituições Brasileiras: tratavam apenas da forma de Estado e sistema de Governo. A partir de
1890 surgem algumas leis esparsas trabalhistas. EX: 1891- Decreto 1313/91 proibindo o trabalho de menor de
12 anos em fábrica.
- 1937: Golpe Getúlio Vargas (1937/1945- deposto). Constituição inspirada no Corporativismo Italiano- marca a
fase intervencionista do Estado. Ditadura militar.
Sindicato Único vinculado ao Estado
Proibição de Greve- recurso antisocial
- Emenda Constitucional nº24 de 1999- transforma as juntas de conciliação em Varas do Trabalho, e extingue a
representação dos classistas.
- Emenda Constitucional nº45 de 2004- amplia a justiça do trabalho para abarcar também as controvérsias
oriundas das demais relações de trabalho (representante comercial, profissional liberal).
CONCEITO: DIREITO DO TRABALHO é o complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam as
relações de trabalho, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às
relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de suas associações
coletivas.
- Direito Público ou Privado? Direito Público voltado ao Estado e de normas obrigatórias de participação
estatal
D. Público: proteção legal do Estado ao trabalhador, não há margem de discussão das cláusulas, normas de
atuação do Estado (fiscalização: higiene,segurança do trabalho, etc) ,irrenunciabilidade das normas e direitos
(possibilidade apenas de transação)
D. Privado : contrato entre particulares (interesse próprio, todos os ramos têm interferência estatal
- Há diversas classificações:
a- Materiais: É o conjunto de fenômenos de ordem social, econômica ou científica, ou com engajamento
moral, político religioso, que leva a criação ou modificação das normas.
As leis, editadas sempre com vistas ao coletivo, são geradas pela necessidade social em um
determinado momento histórico: as normas são sempre contemporâneas ao tempo de sua edição (Ex.
leis. Abolição da escravatura, determinou a necessidade de regramento das relações trabalhistas.
b.2- autônomas: elaboradas pelos próprios interessados. Ex: convenção coletiva, acordo coletivo.
Outros institutos que podem orientar a resolução de controvérsias trabalhistas , art. 8º, § único, da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho):
- Fontes: Constituição federal, Leis, Atos do Poder Executivo (Dec-lei, MP, Min. Trab), Sentença Normativa
(TST/TRT – dissídios coletivo), Convenções e Acordos Coletivos, Regulamentos de Empresa, Disposições
Contratuais, Usos e Costumes (Ex.: pagto. Habitual), normas internacionais (Convenção da OIT tem natureza
federal).
- Hierarquia: quando a norma inferior tem seu fundamento de validade em regra superior Pirâmide hierarquia
das normas trabalhistas = NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR
– Art. 619 da CLT - contrato de trabalho fica abaixo das convenções e acordos coletivos.
A- ORDEM PÚBLICA:
a.1- Absolutas: interesse público sobre o individual. Não podem ser afastadas pelas partes. Exs.: Med. e Seg,
sal. Mínimo, férias.
a.2- Relativas: embora haja interesse do Estado, podem ser flexibilizadas. Exemplos: compensação,
irredutibilidade do salário — Negociação Coletiva
B- DISPOSITIVAS: o Estado estabelece um mínimo, mas há autonomia da vontade das partes sem
estabelecer outras regras. Não estabelecidas outras regras, prevalece o mínimo – o mínimo pode ser
complementado Exemplo: adicionais
C- AUTÔNOMAS INDIVIDUAIS: o Estado não interfere nas regras de conduta no campo trabalhista.
D- AUTÔNOMAS COLETIVAS: acordo ou convenção coletiva estabelecer regras não previstas na lei.
Exemplo: cesta básica
Obs.: Normas autônomas que colidam c/ normas de ordem pública não são válidas
6- PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio é o primeiro passo na elaboração de uma regulação. Estabelecem certas limitações, fornece diretrizes
que embasam uma ciência. Informam, orientam e inspiram regras legais.
Os princípios são dotados de uma força normativa, que dão sentido as normas, suprem as lacunas existentes e
orientam quanto a aplicação e interpretação das mesmas.
Exemplos: Dignidade da Pessoa Humana, Enriquecimento sem Causa, Boa-fé dos Contratos, pacta sunt
servanda.
6.3.1-* Razoabilidade : É a faculdade de que dispõe o ser humano de avaliar, julgar, e ponderar as idéias. É
utilizado para solução de conflitos. O indivíduo deve proceder conforme a razão do homem médio.
Ex.: prova da justa causa pelo empregador, já que o homem médio não provocaria sua própria demissão;
Condutas que ferem o princípio da razoabilidade: empregado afirmar que trabalhava 24 hs por dia; um
empregador apresentar cartões uniformes de entrada e saída do funcionário; um cego alegar que foi obrigado a
ser motorista da empresa.
6.3.2-* Boa-Fé nos Contratos: O contrato deve ser firmado com base na boa-fé das partes, sem privilegio ilícito
e oculto decorrente do acerto
* Proteção (superioridade jurídica para compensar a superioridade econômica do empregador. Pode ser
desmembrado em 3:
1.“In dúbio pro operário”: (parcial na JT) :Diante de uma única disposição relativa ao negócio
jurídico suscetível de interpretações diversas e ensejadoras de dúvidas, aplica-se aquela interpretação que é
mais favorável ao empregado.
Ex: contrato de trabalho com cláusula ambígua
6.3.4-* Irrenunciabilidade de Direitos (Art. 9º da CLT) O empregado não pode renunciar direitos mínimos
garantidos em lei.
Artigo 9º – Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação)-
Renúncia e transação:
Transação: ato bilateral diante do qual os litigantes por meio da dúvida quanto a titularidade ou quanto a
extensão de um direito, resolvem por concessões recíprocas, por fim ao litígio.
Renúncia: ato unilateral em que o renunciante abdica de um direito certo. Ex: Súmula 51, II do TST.
Pode haver renúncia em Juízo, pois diante do Juiz não há coação (porém, há controvérsia quanto aos direitos
irrenunciáveis = Verbas Rescisórias e Aviso Prévio são Irrenunciáveis e o empregado não poderá renunciá-las
nem mesmo diante do juiz)
6.3.5-* Continuidade da Relação de Emprego : A idéia é que a relação de emprego tenha continuidade.
Presume-se que o contrato será por tempo indeterminado.
Esse princípio também ocorre no caso dos artigos 10 e 448 da CLT:
Art. 10 da CLT – Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os
direitos adquiridos por seus empregados.”
Art. 448 da CLT – A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não
afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados
6.3.6-* Princípio da Primazia da Realidade : Os fatos sobrepõem-se aos documentos.
BIBLIOGRAFIA
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, São Paulo: Atlas, sugestão de leitura contida na Bibliografia
Básica e Complementar