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DIREITO DO TRABALHO

Ordenamento jurídico de proteção ao trabalho.


Razões históricas:
• exploração desumana do capitalismo;
• concentração do proletariado;
• surgimento da miséria sem precedentes;
• emprego do trabalho de meia-força (da mulher);
• formação de uma consciência de classe;
• reação à filosofia individualista da Revolução
Francesa;
• não intervenção estatal;
• movimentos grevistas.
DIREITO DO TRABALHO - Evolução (I)
No Mundo:

• Manifestações esparsas – até Peel’Act


1802 / 1848
• Sistematização – 1848 / 1919
• Institucionalização (Constituições) - 1917 /
1919
• Desetabilização – a partir de 1970
DIREITO DO TRABALHO - Evolução (II)
No Brasil:

• Manifestações esparsas – 1888 - 1930


(Crise do Café)
• Institucionalização – 1930 - 1988
• Crise e transição – 1988

Tendências Atuais:
• Flexibilização
• Desregulamentação
DIREITO DO TRABALHO
Ordenamento jurídico de proteção.
Intervencionismo estatal:
Desde a Revolução Industrial os trabalhadores
começaram a associar-se, para reivindicar
melhores condições de trabalho e de salários,
diminuição das jornadas excessivas e da
exploração de menores e mulheres.
Contra o liberalismo da Revolução Francesa e a
total autonomia da vontade nos contratos e do
“laisser faire, laisser passer”, surge o
intervencionismo do Estado, objetivando o bem-
estar social e melhores condições de trabalho.
DIREITO DO TRABALHO
Ordenamento jurídico de proteção.
Necessidade de intervenção do Estado:

A interferência básica do Estado nas relações de


trabalho surge para compensar a desigualdade
econômica desfavorável ao trabalhador,
hipossuficiente, através de proteção jurídica a
ele favorável.

A pressão dos trabalhadores ao longo dos séculos


XIX e XX ajudou a modificar várias sociedades
capitalistas no Ocidente. Surge o Estado Social
(menos liberal e mais interveniente).
DIREITO DO TRABALHO
Ordenamento jurídico de proteção ao trabalho.

Normas trabalhistas :

1. As normas trabalhistas resultaram do conflito


entre trabalhadores, proletários, e
empregadores.
2. Elas surgiram para minimizar injustiças
sociais agravadas pelo capitalismo liberal, a
partir da Revolução Industrial (Séculos XVIII e
XIX).
3. O Direito do Trabalho tornou-se instrumento
necessário de proteção e justiça social.
DIREITO DO TRABALHO
Primeiras normas trabalhistas :

Na Inglaterra:
• Inicia-se com o Peel´s Act (1802), diploma legal
inglês voltado a fixar certas restrições à
utilização de trabalho de menores.
• Em 1819, trabalho infantil até 12 horas por dia.
• Em 1833, idade infantil mínima de 9 anos.
• Em 1947, limite de 10 horas diárias para
mulheres e crianças.
• Em 1897, lei de acidentes do trabalho.
DIREITO DO TRABALHO
Primeiras normas trabalhistas :
Na França:
• Em 1813, proibiu trabalho em minas subterrâneas a
menores de 10 anos.
• Em 1814, descanso semanal (domingos).
• Em 1841, disciplina trabalho para menores.
• Em 1848, jornada de 10 horas em Paris e 11 horas no
resto do país.
• Em 1874, proíbe o trabalho para menores de 12 anos.
• Em 1884, nova lei sobre sindicatos profissionais
(Waldeck-Rousseau).
• Em 1893, segurança e higiene do trabalho.
• Em 1898, responsabilidade patronal nos acidentes de
trabalho.
DIREITO DO TRABALHO
Itália Fascista: Carta del Lavoro (1927 ) (I)
Elementos básicos da organização sindical fascista
italiana:
• Sindicato subordinado ao controle do Estado;
• representar legalmente toda a categoria;
• defesa dos interesses dos empregadores ou
trabalhadores perante o Estado;
• demais associações profissionais o direito de
celebrar contratos coletivos de trabalho obrigatórios
a todos os membros da categoria;
• direito do sindicato impor contribuições;
• exercer funções delegadas de interesse público.
DIREITO DO TRABALHO
Carta del Lavoro - Itália (1927) (II)

• Modelo dos sistemas políticos


corporativistas, além da Itália foi adotado na
Espanha, em Portugal e no Brasil pela CF de
1934.
• Sindicatos sem autonomia e sem liberdade de
ação.
• Lema da Carta del Lavoro: “Tudo dentro do
Estado, nada fora do Estado, nada contra o
Estado”
DIREITO DO TRABALHO
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
Fatores concorrentes:

• Anarquismo (sem Estado e sem governo)


• Manifesto comunista (1848)
• Encíclica “Rerum Novarum” de Leão XIII (1891)
• Organização Internacional do Trabalho - OIT
• Constitucionalismo Social
• Sindicalismo
• Corporativismo
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (I)
Constituição Mexicana (1917):
• o turno diurno de 8 horas e noturno de 7 horas;
• limite de idade de 12 anos para o trabalho;
• descanso semanal;
• salário mínimo;
• isonomia salarial;
• proteção à maternidade;
• direito sindical e de greve;
• normas referentes a acidentes de trabalho;
• normas sobre dispensa e verbas indenizatórias.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (II)
Constituição Alemã (Weimar, 1919):
• participação dos trabalhadores na gestão das
empresas e no estabelecimento de condições
de trabalho;
• liberdade de organização sindical;
• seguridade social;
• criação do direito do trabalho, entre outras.
• Foi considerada como modelo de democracia
social.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (III)
Evolução:
O propósito da OIT de implantar legislação do
trabalho em escala global obteve sucesso.
• Países filiados à ONU, gradualmente,
incluíram os fundamentos do Direito do
Trabalho em suas Constituições.
• O Brasil incorporou na CF de 1988 um
conjunto de direitos básicos dos
trabalhadores: o art. 6º garante o direito ao
trabalho; os arts. 7º a 11 listam os direitos
gerais dos trabalhadores.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (IV)

BRASIL:
Constituições:
1824 – Liberdade de trabalho
1891 – Liberdade de associação.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (V)
BRASIL - Constituição de 1934:
• Institui a Justiça do Trabalho;
• Institui o pluralismo sindical;
• Garante isonomia salarial;
• Proíbe trabalho para menores de 14 anos;
• Proíbe trabalho noturno para menores de 16
anos;
• Proíbe trabalho insalubre para mulheres e
menores de 18 anos;
• Assegura indenização em dispensa injusta;
• Institui licença-gestante remunerada.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (VI)
BRASIL - Constituições de 1937 e 1946:

• Mantidos princípios sociais da CF/1934;


• Restrição ao direito de greve;
• Implantação do sistema de sindicato único;
• Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário;
• Normas trabalhistas passam à legislação
infraconstitucional, à CLT.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (VII)

BRASIL - Constituições de 1967 e 1969:

A CF de 1967 e a EC de 1969 - poucas alterações,


acrescendo apenas alguns princípios
fundamentais de Direito do Trabalho.
Intervenção repressiva militar e policial no
sindicalismo, contra dirigentes e colaboradores
que defendessem as doutrinas socialistas,
principalmente a comunista.
DIREITO DO TRABALHO
Constitucionalismo social: (VIII)
BRASIL - Constituições de 1988:
a) moderna, democrática, liberal e "cidadã", e pródiga em
direitos para todos;
b) excessivamente detalhista;
c) estabelece dos arts. 7°- ao 11 lista de direitos básicos
relativos ao trabalho, de natureza individual e coletiva;
d) não solucionou a questão sindical: assegura a
liberdade sindical, mas mantém o sistema de sindicato
único, incompatível com a liberdade sindical;
e) manteve e aumentou o sistema de contribuições
sindicais compulsórias como forma de financiar os
sindicatos.

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