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Gênesis, 3, 17-19: “Porque destes ouvido à voz de tua mulher, e comeste da árvore, de que eu tinha te
ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos,
todos os dias da tua vida”.
Antecedentes: Na Grécia Antiga, cabia aos escravos o trabalho servil, ficando o cidadão liberado para se dedicar
ao pensamento (filosofia) e governo da polis (política).
Locatio conductio rei (uso de uma coisa), operis (empreitada) e operarum (antecedente do contrato de trabalho)
Declínio do trabalho escravo
Antecedentes - Servidão e o Senhor feudal – o servo era
pessoa – e a noite de núpcias? (sec. V a XI);-
Históricos: a Período urbano (séc. XI -XV {A Corporação
de Ofício: - mestres, - companheiros; -
idade média aprendizes. Contratos que poderiam durar
até 12 anos.
monárquico
Revolução Industrial (1760-1802?)
Revolução Francesa – 1791 – Liberalismo
para o Estado (liberdade de ofício) – “Laissez-faire,
laissez-passer” – Código Napoleao (1804) –
Liberal CC 1916
Estado Liberal
- ideia de justiça social através da doutrina social da Igreja Católica e o papel desempenhado pelo marxismo.
* 1981 o Papa João Paulo II divulgou a Encíclica “Laborem Exercens” ... sindicatos, da dignidade do trabalho, da
situação do homem do campo, dos problemas dos aposentados e dos trabalhadores migrantes.
*intervencionismo – Surgimento do Direito do trabalho que conhecemos - da 1ª Guerra Mundial até a década de
1930.
liberalismo monárquico: desde a proclamação da independência (1822) até a abolição da escravatura (1888) e a
proclamação da República (1889), fase marcada pelo trabalho escravo e por algumas leis reguladoras do trabalho
livre, entre elas o Código Comercial de 1850 (AVISO PRÉVIO).
- o trabalho na Constituição Federal de 25.03.1824 : “ficam abolidas as corporações de ofícios, seus juízes e
mestres”.
Da República à Campanha Política da
Aliança Liberal
MANIFESTAÇÕES INCIPIENTES OU ESPARSAS – 1888 a 1930
o trabalho na Constituição Federal de 1891. “é garantido o livre exercício de qualquer profissão, moral,
intelectual e industrial”.
1903 – Sindicalização na agricultura; 1907 – sindicalização de trabalhadores urbanos; 1916- Código Civil
(locação de serviços); 1923 – Lei Elói Chaves
o trabalho na Constituição Federal de 10.11.1937 - Proibiu a greve, criou o princípio do sindicato único, sujeito ao
reconhecimento pelo Estado e recebeu funções delegadas do poder público. Art. 136: “o trabalho é um dever social”.
* 1943 - CLT
o trabalho na Constituição Federal de 18.09.1946. Estabilidade ao rural, seguro contra acidente de trabalho, fixação
de percentual de empregados brasileiros nos serviço públicos dado em concessão, direito de greve e participação nos
lucros.
Da REDEMOCRATIZAÇÃO À DITADURA DE
1964-1985
CF 1946 – restabelece o direito de greve e institui a JT no Poder Judiciário.
CF 1967 – introduziu o FGTS e voltou a proibir a greve nas atividades essenciais.
DA REDEMOCRATIZAÇÃO DE 1988 À FASE
CONTEMPORÂNEA
CARTA DOS DIREITOS SOCIAIS DOS EMPREGADOS URBANOS E RURAIS
2013 – EC 72 – ampliação do direito dos domésticos
Unificação do salário mínimo
FASE CONTEMPORÂNEA – TENDÊNCIAS
ATUAIS DO DIREITO DO TRABALHO
Flexibilização (reivindicação patronal)
Desregulamentação e trabalho da mulher
Teletrabalho e homeoffice
Uberização
Direito Digital do Trabalho
FUNDAMENTOS: Conceito de Direito do
Trabalho
subjetivistas (consideram os sujeitos componentes das relações jurídicas trabalhistas),
“É o conjunto de princípios e normas que regulam as relações jurídicas oriundas da prestação do serviço
subordinado a outros aspectos deste último, como consequência da situação econômico-social das pessoas que o
exercem”. (Evaristo de Moraes Filho. Introdução ao Direito do Trabalho, 1971, p. 17)
FUNDAMENTOS: Conceito de Direito do
Trabalho
subjetivistas – DIREITO especial de um grupo de pessoas, sua atividade lucrativa, é o direito dos trabalhadores.
Direito Industrial
Direito Operário
Direito Corporativo
Direito Sindical
Direito Social
Direito do Trabalho
Relações do Direito do Trabalho
com outras ciências
- Com a Filosofia (Filosofia do Direito) - O Renascimento traz a consciência do trabalho como um valor / Para os teólogos;
mundo inacabado para o homem concluir. “O trabalho é sempre uma mediação entre o homem e a natureza”.
- Com a Medicina (Medicina do Trabalho) - meios preventivos e reparatórios da saúde do trabalhador; proteção à vida;
saúde e integridade física; normas de segurança e higiene do trabalho; acidentes de trabalho; doenças profissionais.
- Com a Psicologia (Psicologia do Trabalho) - ramo da psicologia que se ocupa do estudo das técnicas para a adaptação do
trabalhador, como criatura humana, à atividade que exerce.
- Doutrinária
- Didática
- DIREITO PRIVADO: contrato de trabalho em que os sujeitos são dois particulares / as regras disciplinam o contrato.
- DIREITO SOCIAL: Cesarino Júnior. “Tertium genus” – nem público, nem privado. / proteção aos hipossuficientes.
- DIREITO MISTO: compreende necessariamente ambos (direito público e direito privado) / Híbrido – coexistência de normas de
direito público e direito privado SEM FUSÃO / deve-se observar o conjunto, predominando regras de direito privado.
- DIREITO UNITÁRIO: Decorrente da FUSÃO de ramos do direito público e privado, formando um todo orgânico diferente dos
demais. AMÁLGAMA DE DIREITOS.
- DIREITO ESPECIAL: para Catharino é um direito preponderantemente privado (possui normas de direito público), misto, unitário
e especial.
- Materiais
- Formais
- Autônomas – Consubstanciam um autodisciplinamento
das condições de trabalho pelos próprios interessados,
tendendo a traduzir um processo crescente de Fontes do
democratização das relações de poder existentes na
sociedade (acordo, convenção coletiva) Direito do
- Heterônomas são regras cuja produção não se
caracteriza pela imediata participação de seus Trabalho.
destinatários principais. São, geralmente, regras de
direta origem estatal (Constituição, leis, medidas
provisórias, decretos e outros diplomas estatais, a
exemplo da sentença normativa).
Figuras Justrabalhistas Especiais
(Godinho Delgado)
Laudo Arbitral
Decisão de caráter normativo tomada por alguém escolhido por entidades
coletivas, no contexto da negociação trabalhista, para incidência no âmbito das
respectivas bases sindicais (decisão proferida por um árbitro escolhido pelas
partes, num conflito coletivo de trabalho).
Pode ser utilizado no Direito Coletivo do Trabalho (CF, art. 114, §1º), e a dúvida
quanto a sua utilização no Direito Individual do Trabalho, onde prevalece a
noção de indisponibilidade dos direitos trabalhistas, foi superada pela reforma
trabalhista. (Art. 507-A, CLT).
Figuras Justrabalhistas Especiais
(Godinho Delgado)
Regulamento Empresarial
Tem aparente qualidade de regra jurídica, pois seus dispositivos são gerais, abstratos, impessoais, mas a
jurisprudência trabalhista tem lhe negado tal qualidade e respectivos efeitos, em face de sua origem unilateral,
daí ser negado seu caráter de fonte normativa autônoma, valendo como ato de vontade unilateral. Seus
dispositivos valerão como cláusulas do contrato de trabalho.
Obs: o autor cita ainda a doutrina, jurisprudência, analogia, princípios e equidade como fontes.
Princípios do Direito do Trabalho
Funções:
- informativa
- interpretativa
- normativa
2 – Princípio da Continuidade
3 – Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva (Intangibilidade Contratual) – Pacta sunt servanda x Jus
variandi.
*Por serem indisponíveis, tendo de se observar um patamar civilizatório mínimo que não causem prejuízo ao
trabalhador.
- Art. 444, p. único: empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou
superior a duas vezes o limite do benefício do RGPS, poderá negociar diretamente com o empregador.
- Art. 477 – B. Dar quitação através de PDV/I, previsto em ACT ou CCT, quitação plena e irrevogável dos
direitos decorrentes da relação de emprego.
Art. 484 – A. extinção do contrato por acordo entre as partes, com pagamento pela metade do aviso prévio
indenizado, da indenização da multa do FGTS.
Princípios Próprios do Direito do Trabalho
6 – Princípio da Proteção.
* Na fase pré-jurídica, como critério de política-legislativa, sendo, portanto sua função essencialmente informadora
nesse momento.
- Critério de hierarquia:
***HIERARQUIA DAS FONTES NORMATIVAS: CR, Emendas, LC-LO-LD-Med. Prov., Decretos e outros atos normativos.
Princípios Próprios do Direito do Trabalho
6.2 – Princípio da Prevalência da Condição mais Benéfica ao Trabalhador. Toda a
circunstância mais vantajosa que o empregado se encontrar prevalecerá, seja ela oriunda
do contrato de trabalho ou do regimento interno da empresa, frente a alteração posterior.
SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT.
REFORMA
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando,
entre outros, dispuserem sobre: VI - regulamento empresarial;
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão
os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
6.3 – Princípio do in dubio pro operario ou pro misero. Quando houver duas ou mais
possíveis interpretações, estará o intérprete vinculado à escolha daquela que se mostre
mais favorável ao empregado.
SEMINÁRIOS – dividir a turma em 7 equipes.
Apresentação na terceira aula.
2 – MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO.
– a autêntica,
- a jurisprudencial e
- a doutrinária.
TIPOS DE INTEGRAÇÃO:
1 – AUTOINTEGRAÇÃO – Quando o legislador se vale de norma supletiva que integra as fontes principais do
direito.
ANALOGIA: é a utilização de uma lei, utilizada como elemento de integração jurídica caso exista lacuna em uma
situação semelhante.
INTEGRAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO
2 – HETEROINTEGRAÇÃO – O operado se vale de norma supletiva que não integra as fontes principais do direito:
jurisprudência, equidade, usos e costumes e direito comparado.
* jurisprudência. São decisões reiteradas retiradas de casos concretos.
Art. 8º
§ 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais
Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não
estejam previstas em lei.
§ 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará
exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104
da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção
mínima na autonomia da vontade coletiva.”
INTEGRAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO
*equidade. Julgamento COM equidade no sentido de que o juiz deve decidir a causa pautado pelo sentimento
de justiça e de equanimidade.
* direito comparado – direito estrangeiro para suprir as leis, principalmente as Convenções da OIT, ainda que
não ratificadas, se não houver normas no Brasil tratando da matéria.
APLICAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO
1 – CONCEITO – é a incidência da norma abstrata no fato concreto posto em julgamento.
2 – ESPÉCIES:
2.2 – APLICAÇÃO NO TEMPO – regra geral da aplicação da lei nova de forma imediata e não retroativa,
respeitando-se o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
- vacatio legis: na data da sua publicação ou se não disser 45 dias depois de publicada – NO ESTRANGEIRO a
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
APLICAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO
TEMPO– Direito Individual
Problema: determinado empregado está com o contrato de trabalho em vigor, quando sobrevém regra nova que
altera determinado direito daquele empregado. O que acontece?
* Se for de natureza legal a aplicação é imediata e não retroativa. Vem daí o estudo da aderência contratual
APLICAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO
TEMPO
A) ADERÂNCIA CONTRATUAL ABSOLUTA – cláusulas contratuais e regulamentares aderem permanentemente ao
contrato, não podendo ser suprimida se traduzir prejuízo.
B) ADERÂNCIA CONTRATUAL RELATIVA – normas jurídicas. Alterada a lei , as prestações contratuais já consolidadas
não são afetadas, mas as novas prestações sucessivas submetem-se à lei nova.
Art. 2º O disposto na Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, se aplica, na integralidade, aos contratos de
trabalho vigentes. (MAS CADUCOU e não foi expedido o decreto do art. 62, §11 da CF)
APLICAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO
TEMPO – Direito Coletivo
1 – Teoria da aderência irrestrita: as regras constantes nas normas coletivas aderem aos contratos de trabalho,
não podendo ser suprimidas após expirado o prazo de validade.
2 – Teoria limitada por revogação (teoria da ultratividade): surtem efeito no prazo de validade, mas teriam a
chamada ultratividade, permaneceriam em vigor até que sobrevenha outro ACT ou CCT – S. 277 TST. SÚMULA
CUJA APLICAÇÃO ESTÁ SUSPENSA NOS TERMOS DA MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA NOS AUTOS DO
PROCESSO STF-ADPF Nº 323/DF, REL. MIN. GILMAR MENDES.
Art. 614, § 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho
superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade (REFORMA).
1 – REGRA era lex loci executionis