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TRABALHO E PENA ( ALDACY

COUTINHO)

A EXPRESSÃO NAS MAIS VARIADAS LINGUAS TROUXE


O SENTIMENTO DE DOR. DE UMA LADO O PORTUGUÊS
TRABALHO, O FRANCÊS TRAVAIL E O
ESPANHOLTRABAJO REMONTAM SUA ORIGEM LATINA
NO VOCÁBULO TRIPALIUM, UM INSTRUMENTO DE
TORTURA COMPOSTO DE TRÊS PAUS DE FERRO QUE
ERAM PARA PRENDER ANIMAIS DOMÉSTICOS. DO
OUTRO LADO, A EXPRESSÃO ITALIANA LAVORO E A
INGLESA LABOUR DERIVAM DE LABOR QUE EM LATIM
SIGNIFICAVA DOR, SOFRIMENTO, ESFORÇO, FADIGA,
ATIVIDADE PENOSA.
VAMOS PENSAR NESSE
CASO?
Sem comprovar destino, trabalhador não garante direitos de acidente de
trajeto
Um operador de máquinas que sofreu acidente de moto teve seu pedido de
estabilidade negado pela Justiça por não comprovar que o desastre ocorreu
durante o percurso entre a fazenda onde trabalhava e sua moradia.
A ocorrência de sinistro no caminho do trabalho para a residência e vice-versa,
em qualquer que seja o meio de locomoção, é chamado de acidente de trajeto
e se equipara a acidente de trabalho para efeitos previdenciários, de acordo
com o previsto na Lei de Benefícios da Previdência Social (8.213/1991). Com
isso, a vítima tem direito à estabilidade no emprego por 12 meses.
Ao ajuizar a ação na Vara do Trabalho de Mirassol D'Oeste, o trabalhador
relatou que o acidente ocorreu quando saía do trabalho para passar o fim de
semana em casa, na cidade de Rio Branco, interior de Mato Grosso. No
entanto, consta no boletim de ocorrência registrado após o ocorrido que ele
residia em Campo Novo do Parecis, sendo que nas fichas de atendimento de
urgência e de internação a informação é que ele residia em Lambari d'Oeste.
Conforme estabelecem as normas sobre a questão, cabia ao operador de máquinas
comprovar que estava se deslocando do trabalho para casa quando se acidentou.
Entretanto, ele não apresentou nenhuma prova neste sentido.
Ao julgar o caso, o juiz Pedro Ivo Arruda ressaltou que, ainda que fosse incontroverso o
acidente de trajeto, este tem efeitos previdenciários, não gerando responsabilização da
empresa em arcar com indenização por danos materiais ou compensação por danos
morais, como pleiteou o trabalhador.
Da mesma forma, o operador de máquinas não conseguiu a condenação da fazenda ao
pagamento de indenização pelo benefício de auxílio acidente pago pelo INSS e que ele não
recebeu durante o período em que esteve afastado do trabalho, em razão de sua Carteira
de Trabalho não ter sido assinada.
O pedido não foi julgado pelo magistrado por se tratar de tema que foge à competência do
judiciário trabalhista. "Ainda que alegue se tratar de indenização substitutiva, a pretensão
diz respeito ao pagamento de efetivo benefício previdenciário, não possuindo, a Justiça do
Trabalho, competência material para julgar o respectivo mérito", explicou.
Vínculo de Emprego
O magistrado reconheceu, no entanto, ter havido vínculo de emprego entre o operador de
maquinário e a fazenda situada nas proximidades da fronteira de Mato Grosso com a
Bolívia, ordenando o registro da Carteira de Trabalho de janeiro de 2015 a novembro de
2016.
Como consequência do reconhecimento do vínculo, condenou a empregadora a pagar
aviso prévio, férias e 13º salário referentes aos dois anos, além de fazer os depósitos do
FGTS. Por fim, determinou a liberação das guias para habilitação do trabalhador no
Programa do Seguro Desemprego.
PJe 0000043-61.2018.5.23.0091 Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região
TRAGÉDIA ANUNCIADA
O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, informou
nesta segunda-feira (28) que foi parcialmente deferida uma ação
cautelar ajuizada pela procuradoria contra a Vale, que pedia o
bloqueio de R$ 1,6 bilhão em recursos para compensação de dano
moral coletivo e para garantir o pagamento de salários a eventuais
sobreviventes da tragédia ambiental de Brumadinho.
Para Fleury, que participou na manhã de hoje (28) de um evento sobre
trabalho escravo, o Brasil vive um processo de “sub-humanização dos
trabalhadores”, e o exemplo de Brumadinho é óbvio. Em alguns casos,
afirmou, a dor será “definida” pela Justiça. “E a dor dos que estavam
trabalhando? Essa dor está limitada pela reforma trabalhista.” Ele se
referia a item da Lei 13.467 que fixa limite à indenização em 50 vezes
o salário do empregado. Esse dispositivo está sendo questionado no
Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 6.050, da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). O relator é o ministro
Gilmar Mendes.
Conhecendo o Direito do
Trabalho
Na sociedade pré-industrial, não havia um sistema de
normas jurídicas de Direito do Trabalho. Antes da
existência da liberdade de trabalho, não há que se
falar em Direito nas relações de trabalho, porque, salvo
em casos pontuais, o trabalho era forçado.
Predominou a escravidão, que fez do trabalhador
simplesmente uma coisa, sem possibilidade sequer de
se equiparar a sujeito de direito. No período Romano,
vimos surgir a figura das empreitadas, a locação de
coisas e a locação da energia de trabalho.
INFLUÊNCIA DO DIREITO
CIVIL
Foi realmente muito expressiva a influência que a
codificação do direito civil exerceu sobre a
disciplina inicial do contrato de trabalho. O papel
desempenhado, ainda que remotamente, pelo
Código de Napoleão (1804), pelo Código tedesco
(1896) e pelos Códigos italianos (1865 e 1942) não
pode ser desconhecido, principalmente porque
traziam um cunho marcadamente comum,
consagrando a ideologia do contrato que viria a
repercutir na forma pela qual as relações entre
empregado e empregador viriam a ser conhecidas.
APENAS UM IDEAL:
LIBERDADE

A Revolução Americana, cronologicamente,


precedeu a Revolução Francesa, porém
ambas buscaram inspiração no Iluminismo e
nos pensamentos políticos, moral e social de
seus filósofos: Rousseau, Locke,
Montesquieu e outros.
MARCOS HISTÓRICOS

 A evolução do direito trabalhista acontece


muito lentamente durante a primeira metade do
século XIX. Já na segunda metade do século
XIX, o Direito do trabalho passa a ser
reconhecido em diversos Estados, o
movimento sindical ganha força. Em 1848
surge o Manifesto Comunista de Marx e
Hegel, com concepções bem diferentes
daquelas já apresentadas, principalmente
quanto ao trabalho e aos direitos do
proletariado.
A UTILIZAÇÃO MAÇIÇA DA FORÇA DE TRABALHO
PELO SISTEMA PRODUTIVO E A FORMAÇÃO DE
GRANDES CONTIGENTES URBANOS OPERÁRIOS
CONCENTRADOS EM TORNO DAS GRANDES CIDADES
PROPICIARAM AS CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AO
SURGIMENTO DO DIREITO DO TRABALHO.
O DIREITO CIVIL, Á ÉPOCA, DE FORMAÇÃO
LIBERAL-INDIVIDUALISTA NÃO TINHA RESPOSTA
JURÍDICA ADEQUADA AS QUESTÕES RESULTANTES D
RELAÇÃO EMPREGATÍCIA.
COMO TUDO COMEÇOU

“Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre,


entre o patrão e o empregado, é a liberdade que
escraviza, é a lei que liberta”. (Alice Monteiro de
Barros).

É flagrante que a Revolução Industrial é causa direta do


surgimento do Direito do Trabalho, que nasce com a
função de proteger o trabalhador e o próprio sistema
produtivo, trazendo equilíbrio à relação capital-trabalho.
IMPORTANTE : CORPORAÇÕES DE
OFÍCIO

Em fase posterior ao feudalismo, com o enfraquecimento da


sociedade medieval em razão de pestes e invasões, os
servos fugiram para as cidades, onde procuravam trabalho e
organizaram-se em corporações, chamadas à época de
corporações de ofício, semelhantes aos artesões e
operários.Teresa Romar (2001, p. 22) diz que nas
corporações de ofício não existia uma ordem jurídica
semelhante ao direito do trabalho, mas havia maior
liberdade do trabalhador. Nas corporações agrupavam-se
todos os artesões do mesmo ramo, em uma determinada
localidade sendo compostas pelos mestres, pelos
companheiros e pelos aprendizes. A disciplina dessas
relações de trabalho era prevista em estatuto próprio de
cada corporação.
Robert Owen : o pai do Direito
Robert Owen, umdo Trabalho.
reformista social, nascido no país de
Gales em 1771, considerado um dos fundadores do
socialismo e do cooperativismo que, no ano de 1800,
assumiu a fábrica de tecidos de New Lamark, na
Escócia, onde empreendeu inúmeras mudanças na
qualidade de vida de seus operários bem como de suas
famílias, com a construção de casas para seus
empregados, caixa de previdência para amparo na
velhice e assistência médica, e também, o primeiro
jardim de infância, a primeira cooperativa e a criação
do Trade Union, que pode ser comparado a um
sindicato dos dias atuais.
MARCOS HISTÓRICOS
 Formação: Inglaterra (1802 a 1848) lei proibindo o
trabalho dos menores à noite e por duração superior
a 12 horas diárias..
 Intensificação, situada entre 1848 e 1890, destaca-se
pelo surgimento do “Manifesto Comunista de 1848” e, na
França, pelos resultados da Revolução de 1848, com a
instauração da liberdade de associação que havia sido
tolhida pela Lei Chapelier e a criação do Ministério do
Trabalho.
 Consolidação (1890/1919): Caracterizada pela
publicação da Encíclica Papal Rerum Novarum (coisas
novas) de Leão XIII, preconizando salário justo.
 Autonomia: Caracteriza-se pela criação da OIT
(1919) e o trabalho de universalização do
Direito do Trabalho.
PAZ

No mesmo ano em que acabará a I


Guerra Mundial, a OIT começa a
editar convenções que se
equiparam a tratados internacionais
de adesão. Essas convenções, a
principio, cuidavam de duas coisas
básicas para o trabalhador que
eram o salário e a jornada.
MARCOS HISTÓRICOS
Na virada do século XIX para o século XX, há a
constitucionalização dos direitos trabalhistas e sociais. A
primeira constituição que menciona o direito trabalhista foi a
da a Carta Magna da Suíça de 1884. Outras que também
merecem destaque devido a presença do direto trabalhista
em seu teor é a constituição mexicana de 1917 que
assegurava um trabalho digno e o seguro desemprego, por
exemplo, e a constituição alemã de Weimar que buscava
conciliar os avanços econômicos com os direitos sociais.
 “Surgido no século XIX, nos países industrializados o
dia do Trabalho, que se comemora em primeiro de
Maio em quase todos os países do mundo, relembra
um dos episódios mais violentos da história do
movimento operário.
 Em 1º de Maio de 1889, militantes anarco-
sindicalistas que se manifestavam a favor da
jornada de trabalho de oito horas foram
executados nas ruas de Chicago.
 A partir do ano seguinte, por iniciativa da
central sindical conhecida como Segunda
Internacional, instituiu-se esse dia como data
máxima dos trabalhadores organizados”.
DOMINAÇÃO

O sistema de trabalho europeu mostra-se


ineficaz, e assim, abriu espaço a outros
sistemas como o de Mussolini, que adotava
um modelo corporativista nas relações de
trabalho. O modelo corporativista se inicia
através da Carta Del Lavoro, do ano de
1927.
MAIS UMA GUERRA
Após a II Guerra Mundial, em 1945, surge a ONU
que declara falência total da Liga das Nações. A
OIT se vincula à ONU em 1946 e passa a atuar
como uma Agência Especializada da mesma e
assim há a edição de uma constituição da OIT.
Assim, com o aumento da preocupação social, a
OIT apresenta uma nova proposta para ser
discutida na convenção de 1948 e de 1949: o
direito coletivo.
CRISE ECONÔMICA=
FLEXIBILIZAÇÃO

Esta evolução é paralisada por conta da crise


econômica do petróleo durante a década de 70 e
com ela surge dentro do direito do trabalho dois
fenômenos, são eles o da terceirização e o da
flexibilização das normas trabalhistas que
diminuem a proteção para atender às necessidades
do empregador.
FIM DA GUERRA FRIA

Após de ano em guerra fria, a luta do socialismo contra o


capitalismo chega ao fim no ano de 1989 com a queda do
Muro de Berlim, o fim da União Soviética (URSS) e do
bipolarismo mundial, ou seja, o mundo passará a ter apenas
um polo, o do capitalismo. Os Estados Unidos surgem como
uma potência econômica, política e militar mundial.
E assim chegamos à década de 90 onde surgem o
liberalismo comercial e a formação de blocos econômicos.
Evolução no Brasil

 1907 – Lei 1.637 - primeira lei sindical -


rural
 1919 – Lei 3.724 – acidente do trabalho
 1923: Lei Eloy Chaves instituindo caixas
de aposentadorias para os ferroviários
 1930: Criação do Ministério do Trabalho.
 1934: A Constituição de 1934 foi a
primeira a contemplar direitos sociais
trabalhistas
 1946: A Constituição integra a Justiça do
Trabalho ao Poder Judiciário.
EVOLUÇÃO NO BRASIL
 1943: Criação da CLT (dec. lei
5.452), mais abrangente texto
legal trabalhista.
 1946 :A Constituição integra a
Justiça do Trabalho no
segmento do Poder Judiciário.
 A Constituição de 1988 :
Avanços e Retrocessos.
 Emenda Constitucional
nº24: extinguiu a
representação classista
EVOLUÇÃO NO BRASIL

 Emenda Constitucional nº 45: Ampliou a


competência da justiça do trabalho

 Emenda Constitucional nº 72: Ampliou os


direitos das domésticas
A CLT - Arnaldo Sussekind questiona o
senso comum que relaciona a consolidação
brasileira com a Carta del Lavoro, da Itália
fascista, escrita em 1927. A comissão
formada para criar a CLT teria ainda se
inspirado, por exemplo, na encíclica Rerum
Novarum (Coisas Novas), de 1891 (papa
Leão XIII), e no 1º Congresso Brasileiro de
Direito Social, realizado em 1941, em São
Paulo. A comissão também sofreu influência
de outras linhas de pensamento – socialista,
comunista, positivista.
A CF/88 e os avanços
normativos
 Princípios Fundamentais: “Valores sociais do
trabalho”. Art. 1º, § único: Poder emana do Povo -
“diretamente”.
 Relevância das CCT e ACT (Art. 7º, XXVI e Art. 8º, VI,
CF/88).
 Diretos Sociais (Art. 6º a 11 CR/88)
 Art. 8º, I: Interferência / Vedação / Poder
Público;
 Art. 8º, VIII: Estabilidade / dirigente sindical.
 Isonomia de direitos: Art. 7º, caput (urbanos e
rurais), Trabalhadores Avulsos (Art. 7º, XXXIV /
Ampliação de direitos do trabalhador doméstico
(Art. 7º, § único); hoje isonomia – EC 72/2012.
DIREITO CONSTITUCIONAL
DO TRABALHO
“Notou-se por parte do legislador
constituinte uma grande preocupação em
proteger o trabalho, especialmente,
pelo grande número de dispositivos
constitucionais reservados à matéria
trabalhista na Carta Magna de 1988.“
Artigo : A proteção ao Trabalho na
Constituição Federal de 1988.
Contradições ao avanço
democrático
 -
 Contribuição Sindical Obrigatória (Art.
8º, IV – CR/88);
 - Representação Classista na Justiça
do Trabalho (EC 24/99) – Extinção.
 - Poder Normativo da Justiça do
Trabalho – art. 114, parágrafo 2º da
CR/88.
 - Unicidade e enquadramento sindical
(Art. 8º, II – CR/88).
Reforma Trabalhista
Lei 13/467/2017: Entrou em vigor dia
13/11/2017 alterando regras de direito
material e processuais do trabalho.

Medida Provisória 808/2017: altera as


regras relacionadas a gestantes, a
trabalhadores autônomos, ao trabalho
intermitente, à jornada de 12 horas com 36
horas de descanso e aos danos morais. Fica
vigente por 120 dias, mas o Congresso não
converte em lei.
A inconstitucionalidade da
Reforma no STF
 Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5766, da Procuradoria
Geral da República, contra dispositivos da reforma, que, impõem
“restrições inconstitucionais à garantia de gratuidade judiciária aos
que comprovem insuficiência de recursos, na Justiça do Trabalho.
 A Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)
ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 5870, com pedido de medida cautelar,
contra dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
alterados em decorrência da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017)
e, posteriormente, pela edição da Medida Provisória (MP) 808/2017.
Os dispositivos questionados (incisos I a IV do parágrafo 1º do artigo
223-G da CLT) estabelecem limites para a fixação de valores da
indenização por dano moral decorrente da relação de trabalho.

REFORMA TRABALHISTA
 Art. 8o
.....................................................................
....

 § 1o O direito comum será fonte


subsidiária do direito do trabalho.
Conceito de Direito do Trabalho
O Direito do Trabalho é ramo jurídico
especializado, que regula certo tipo de
relação laborativa na sociedade
contemporânea. Seu estudo deve iniciar-se
pela apresentação de suas características
essenciais, permitindo ao analista uma
imediata visualização de seus contornos
próprios mais destacados". (Maurício
Godinho Delgado)
Direito Individual
 "o Direito Individual do Trabalho define-se
como: complexo de princípios, regras e
institutos jurídicos que regulam, no tocante
às pessoas e matérias envolvidas, a
relação empregatícia de trabalho, além de
outras relações laborais normativamente
especificadas" Por Maurício Godinho
Direito Coletivo do Trabalho
 "...o Direito Coletivo do Trabalho pode ser
definido como o complexo de princípios,
regras e institutos jurídicos que regulam as
relações laborais de empregados e
empregadores, além de outros grupos
jurídicos normativamente especificdos,
considerada sua ação coletiva, realizada
autonomamente ou através das
respectivas associações" Por Godinho
Direito Processual do Trabalho

É um ramo do direito público, autônomo, con-


tendo normas e princípios, cuja finalidade é
propiciar a solução dos conflitos individuais e
coletivos oriundos da relação de emprego e,
na forma da lei, outras controvérsias
decorrentes da relação de trabalho (EC nº
45/2004, altera o art. 114 da CF/88). .
FONTES

 O vocábulo fonte, do ponto de vista


semântico, significa “local de onde vem
ou onde se produz algo; procedência,
origem, proveniência; aquilo que dá
origem, matriz, nascedouro.”
 As Fontes podem ser conceituadas como
tudo aquilo que fundamenta e dá origem
ao próprio Direito do trabalho.
Adverte –se que
 Analogia, equidade, princípios
gerais do direito e direito comparado
não constituem fontes e sim, critérios
de interpretação do direito. (Art. 8º da
CLT) – fonte integrativa (supletivas ou
subsidiária).
 Teoria pós positivista – os princípios
são dotados de força normativa e
como tal seriam sim fontes formais de
direito.
CLT

Art. 8º - As autoridades administrativas e a


Justiça do Trabalho, na falta de disposições
legais ou contratuais, decidirão, conforme o
caso, pela jurisprudência, por analogia, por
eqüidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do
trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre
de maneira que nenhum interesse de classe ou
particular prevaleça sobre o interesse público.
DISTINÇÃO: VALORES,
PRINCÍPIOS E REGRAS
Para AMARAL JÚNIOR (1993, p. 27) a teoria geral do direito
estabelece distinções entre regras e princípios nos seguintes
termos: “Princípios são pautas genéricas, não aplicáveis à
maneira de “tudo ou nada”, que estabelecem verdadeiros
programas de ação para o legislador e para o intérprete. Já
as regras são prescrições específicas que estabelecem
pressupostos e conseqüências determinadas. A regra é
formulada para ser aplicada a uma situação especificada, o
que significa em outras palavras, que ela é elaborada para
um determinado número de atos ou fatos. O princípio é mais
geral que a regra porque comporta uma série indeterminada
de aplicações. Os princípios permitem avaliações flexíveis,
não necessariamente excludentes, enquanto as regras
embora admitindo exceções, quando contraditadas provocam
a exclusão do dispositivo colidente.”
Fontes - CLASSIFICAÇÃO

Primárias (leis) e secundárias (costume, jurispru-


dência e doutrina) – visão tradicional;

Materiais (fato social -greve) e formais


(exteriorização)
CLASSIFICAÇÃO - FONTES

Fontes materiais:

- Não têm força vinculante; servem para


esclarecer o sentido das fontes formais.
- Fontes potenciais, que emergem do próprio
direito material;
- Exemplos: ideologias, greves.
FONTES FORMAIS (DIREITO
POSITIVO)

Exteriorização do direito:
- Tem força vinculante;
. Teoria monista X teoria pluralista (vários centros
de produção das normas jurídicas) ex. ACT/CCT
- Sub -Classificação: heterônomas e autônomas
. Tendência do direito do trabalho às autônomas.
Fontes heterônomas - produção não é efetuada pelo
destinatário direto da norma.

a) Constituição Federal da República (mínimo


existencial para o trabalhador) ;
b) Convenções e Tratados Internacionais;
c) Leis em sentido lato: Complementares, Delegadas,
Ordinárias, Medida Provisória;
d) Decretos do Poder Executivo(art.84, IV da CF) ;
e) Portarias, avisos, instruções e circulares (não tem
força vinculante);
f) Sentença Normativa - art. 114, § 2° CF
Tratados e Convenções internacionais
– OIT - RATIFICAÇÃO ex. Convenção 189
da Empregada doméstica.

 Em virtude da Emenda
Constitucional nº 45, foi acrescido o
Parágrafo 3º no art. 5º da CF, que
dispõe que os tratados e as
convenções sobre direitos
humanos quando aprovados
serão equivalentes às emendas
constitucionais.
E QUANDO A CONVENÇÃO
NÃO FOR RATIFICADA?
- FONTES DO DIREITO DO TRABALHO. DIREITO
COMPARADO. CONVENÇÕES DA OIT NÃO
RATIFICADAS PELO BRASIL. O Direito Compara-do,
segundo o art. 8º da Consolidação das Leis do
Trabalho, é fonte subsidiária do Direito do Trabalho.
Assim, as Convenções da Organização Internacional
do Trabalho não ratificadas pelo Brasil podem ser
aplicadas como fontes do direito do trabalho, caso não
haja norma de direito interno pátrio regulando a
matéria.
Sentença Normativa
- Natureza econômica (criação no exercício do
Poder Normativo) X jurídica (interpretação)
- Dissídio coletivo do trabalho.
- Decisão cogente e vinculante mas tem prazo de
no máximo 4 anos
Fontes autônomas

a) Convenção coletiva e acordo coletivo de


trabalho
Conceito – art. 611 CLT e § 1° - é acordo de
vontades bilateral com objetivo de formular normas
para aplicação erga omnes nos contratos
individuais dos integrantes das categorias
convenentes.
- até 1967 chamava-se contrato coletivo de trabalho
Natureza jurídica – não se enquadra em nenhuma
figura ante da normatividade, que resulta de um
acordo de vontades.
Usos e Costumes – art.8º
CLT
 A maioria da doutrina como fonte
formal, a classificação fica em
aberto, mas a tendência é fonte
autônoma.
COSTUMES
Ocorre quando um núcleo social adota e observa,
constante e espontaneamente, certo modo de agir
de conteúdo jurídico. Os integrantes do núcleo
agem com o sentimento de que tal norma deve ser
cumprida
. Reveste-se, portanto de uma obrigatoriedade
espontânea.
. Não se encontra na forma escrita (diferença para
lei)
.
A doutrina classifica os costumes em
três tipos:

Secundum legem (lei se refere expressamente –


integra ex: intervalo intrajornada do Rural)
Praeter legem (supre lacuna da lei)
Contra legem (que contraria a lei – não se admite
em princípio, mas deve-se reconhecer a força dele que
atua no sentido de forçar o desuso da lei)
REGULAMENTO EMPRESARIAL

A JURISPRUDÊNCIA MAJORITÁRIA TÊM NEGADO A


NATUREZA DE FONTE FORMAL, TENDO EM VISTA A
UNILATERALIDADE QUE CARACTERIZA A SUA
PRODUÇÃO.
Da Jurisprudência
Ainda Não pode ser classificada como
fonte formal de direito. Como conclui com
precisão Gama Cerqueira, a
jurisprudência é fonte, mas de
interpretação jurídica, e não fonte de
direito (fonte informativa ou intelectual
CESPE). (não é unânime). A teoria mais
moderna entende como fonte do direito
do trabalho. E as súmulas vinculantes?
DIFERENÇAS IMPORTANTES
Precedente, jurisprudência e súmula são termos distintos,
embora intimamente ligados. Objetivamente analisado,
precedente é uma decisão judicial, da qual se retira a ratio
decidendi. Quando o precedente é reiteradamente
aplicado, tem-se a jurisprudência que, sendo predominante
em um tribunal, poderá gerar a formação da súmula, que
consiste no resumo da jurisprudência dominante do tribunal a
respeito de determinada matéria.
VEJA BEM:
Os precedentes persuasivos são aqueles que, apesar de
não precisarem necessariamente ser seguidos pelos juízes,
podem constituir os fundamentos em outras decisões. Sua
observância, portanto, não é obrigatória, possuindo apenas o
caráter argumentativo para tomada de posição em
determinado sentido. O juiz o segue não porque é obrigatório,
mas porque está convencido de que o entendimento do
precedente está correto.
Por sua vez, os precedentes vinculantes (binding precedent)
são aqueles que, obrigatoriamente, devem ser observados
pelo julgador ao proferir decisão em casos semelhantes, “sob
pena de incorrer em erro quanto à aplicação do direito,
que pode se revelar tanto como error in judicando como
error in procedendo”.
PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO

O sistema judicial brasileiro assimilou, desde longa data, a forte


influência do civil law , oriundo da família romano-germânica e que
reconhece destacado papel às normas legisladas, escritas, e coloca em
um plano inferior outras fontes de direito. Por outro lado, surge no
sistema nacional cada vez mais nítida a aproximação do sistema civil
law com o commow law , este de tradição anglo-saxônica, que foi
criado pelos próprios juízes para solucionar alguns litígios e baseia-se
em “leis costumeiras e não escritas da Inglaterra, que se desenvolveu a
partir da doutrina do precedente”, pelas decisões dos tribunais.
Nesse sentido, assevera Luiz
Guilherme Marinoni:
No common law, os Códigos não tem a pretensão de fechar
os espaços para o juiz pensar; portanto, não se preocupam
em ter todas as regras capazes de solucionar os casos
conflitivos. Isto porque, no common law, jamais se acreditou
ou se teve a necessidade de acreditar que poderia existir
um Código que eliminasse a possibilidade de o juiz
interpretar a lei. Nunca se pensou em negar ao juiz do
common law o poder de interpretar a lei. De modo que, se
alguma diferença há, no que diz respeito aos Códigos, entre
o civil law e o common law, tal distinção está no valor ou na
ideologia subjacente à ideia de Código.
OBSERVE O ARTIGO 927 DO
CPC:
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de
recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal
em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em
matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais
estiverem vinculados.
A CRIAÇÃO DAS SÚMULAS

Em 1969, o TST criou a súmula de jurisprudência


uniforme, inspirado no Decreto-Lei 229/1967, que
autorizou o indeferimento dos embargos para o
Pleno daquela Corte e o recebimento do recurso de
revista quando a decisão recorrida estivesse em
consonância com prejulgados ou com a sua
jurisprudência uniforme. As súmulas foram
chamadas de enunciados e novamente súmulas a
partir de 2005.
A CRIAÇÃO DAS OJs

As orientações jurisprudenciais, por sua vez,


surgiram depois que o TST, por meio da Súmula 42
(substituída pela de número 333), criou mais um
requisito de admissibilidade do recurso de revista,
incluindo também as decisões superadas por
iterativa, notória e atual jurisprudência da SBDI-1.
As OJs foram introduzidas na legislação do
trabalho por meio da Lei 9.756/1998, que alterou o
§ 4º do art. 896 da CLT, o que realçou a importância
da jurisprudência consolidada na Justiça do
Trabalho.
Precedentes Normativos do TST

Reflete o entendimento da Justiça do


Trabalho quanto às condições de trabalho
relativas aos dissídios coletivos – não é
considerada fonte formal.
Reforma Trabalhista
Art. 8º § 1 O direito comum será fonte
o

subsidiária do direito do trabalho.


§ 2 Súmulas e outros enunciados de
o

jurisprudência editados pelo Tribunal


Superior do Trabalho e pelos Tribunais
Regionais do Trabalho não poderão restringir
direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em
lei.
obrigatoriamente disseminá-la. É
UNIFORMIZAÇÃO DA
o que dispôs o art. 896, §3º, da
JURISPRUDÊNCIA
CLT, criando a Lei 13.015/14, o
que denominamos de incidente
de uniformização trabalhista no
art. 896, §§ 4º a 6º, da CLT
ART.926 DO CPC
ATENÇÃO: REFORMA
TRABALHISTA
Art. 8º, § 3o No exame de convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho analisará exclusivamente a
conformidade dos elementos essenciais do
negócio jurídico, respeitado o disposto no art.
104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), e balizará sua atuação pelo
princípio da intervenção mínima na autonomia
da vontade coletiva.” (NR)
as regras previstas no novel
O inciso I, alínea f, e os parágrafos 3º e 4º, do artigo 702,
artigo 702,pelada
da CLT, inseridos CLT,
Lei n. passaram a
13.467/2017
exigir que sete, das dez Turmas
existentes no Tribunal, tenham
que se manifestar de forma
unânime, para o fim de que uma
súmula seja aprovada, o que
passa a ser demasiadamente
dificultoso
Sobre a formação histórica do Direito do
Trabalho, assinale a alternativa incorreta:

 a) O Liberalismo, inspirado nos princípios


consagrados pela Revolução Francesa e pela
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de
1789, significou uma reação contra o absolutismo
monárquico e a origem divina e sobrenatural do
poder, mas não favoreceu os direitos dos
trabalhadores.
 b) A Constituição de Weimar, de 1919, embora texto
avançado para a sua época, não representou grande
conquista no campo dos direitos sociais.
 c) A Carta Del Lavoro (Itália, 1927) representou
forte inspiração para a Consolidação das Leis do
Trabalho brasileira de 1943.
Continuação
 d) A Igreja Católica, especialmente através das
Encíclicas Rerum Novarum (Leão XIII, 1891),
Quadragésimo Anno (Pio XI, 1931), Mater et
Magistra e Pacem in Terris (João XXIII, 1961 e
1963, respectivamente) e Laborem Exercens (João
Paulo II, 1981), por seu forte sentido humanista e
de valoração da dignidade do trabalho, também
contribuiu para avanços no campo do
desenvolvimento social.
 e) O Manifesto Comunista (Marx, 1848), documento
máximo do socialismo, ainda que contenha conceitos
hoje superados, contribuiu para a formação do atual
Direito do Trabalho.
No Direito do Trabalho, as sentenças normativas da
Justiça do Trabalho, os costumes e a Convenção
Coletiva de Trabalho são classificados,
respectivamente, como fontes:

•A formal autônoma, material heterônima e formal autônoma.


•B material autônoma, formal heterônima e formal autônoma.
•C formal autônoma, material heterônima e material heterônima
•D material heterônima, formal autônoma e material heterônima
•E formal heterônima, formal autônoma e formal autônoma.
gerais de direito, admitindo-se, excepcionalmente, que um interesse de classe
ou particular prevaleça sobre o interesse público. II. Súmulas e outros
Acerca das fontes do Direito do
enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e
pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente
Trabalho, considere:
previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. III. No exame
de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho,
além de analisar a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico
(agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma
prescrita ou não defesa em lei), poderá anular cláusulas coletivas com base em
juízos de valor sobre o pactuado, balizando sua atuação pelo princípio da
intervenção adequada na autonomia da vontade coletiva.
Está correto o que se afirma
APENAS em

•A I.
•B II.
•C II e III.
•D I e III.
•E I e II.
Interpretação
jurídica, a
Integração
jurídica e a
Aplicação
jurídica.
MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO
Fase pré jurídica:
De acordo com Mauricio Godinho Delgado:

São características dessa fase a procura e o desve-


lamento das contradições do sistema jurídico, suas
falhas e lacunas, seu desajuste a valores que, politi-
camente, considera-se que a sociedade erigiu como
relevantes ao longo do instante de desenvolvimento da
crítica pré-jurídica. DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Tra-balho. 12ª edição. São Paulo: LTr,

2013, página 215.


Métodos de Interpretação

Na fase jurídica propriamente = no instante da


compreensão do sentido e extensão da norma já
elaborada.
Nesta fase prepondera a interpretação sobre a crítica,
buscando-se na análise da norma jurídica sua
congruência e organicidade integradas, isto é, a noção
que faça sentido, tenha coerência e seja eficaz.
A hermenêutica jurídica destaca três tipologias de
interpretação do Direito, a saber:

a) Tipologia segundo a origem da


interpretação:
Segundo esta tipologia, há três tipos de
interpretação: autêntica, jurisprudencial e
doutrinária.
a.1) Interpretação autêntica / legislativa / legal – é a
produzida pelo próprio órgão que construiu a norma jurídica.
Ou seja, o próprio poder irá declarar o conteúdo, a intenção,
o alcance ou interpretação daquela norma por meio de outra
norma jurídica.
Continuação
a.2) Interpretação jurisprudencial / judicial – é
aquela produzida pelos Tribunais a partir de
reiteradas decisões similares tomadas em
face de casos semelhantes.
a.3) Interpretação doutrinária / privada – é a
produzida pelos juristas, pesquisadores e
estudiosos do Direito. Não possui caráter
vinculativo.
b) Tipologia segundo os resultados da
interpretação:
b.1) Interpretação declarativa – expressa a exata
vontade e sentido da norma pela sua expressão
linguística, sem necessidade de ampliação ou restrição
por esforço interpretativo. As palavras expressam, com
medida exata, o espírito da lei, cabendo ao intérprete
apenas constatar esta coincidência.
continuação
b.2) Interpretação extensiva – é aquela em que o
intérprete amplia o sentido do texto legal expresso para
alcançar o sentido real e efetivo da norma. Isso
acontece quando a letra de expressão da norma traduz
seu conteúdo de forma insuficiente, sem que a razão e
a vontade da norma estejam inteiramente satisfeitas, já
que o legislador escreveu menos do que queria dizer
(dixit minus quam voluit).
b.3) Interpretação restritiva - quando o intérprete
restringe o sentido da norma ou limita sua incidência,
concluindo que o legislador teria dito mais do que o
pretendido (dixit plus quam voluit).
MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO DO DIREITO
c.1) Literal / gramatical / semântica / filológica /
tradicional: constrói-se a partir do exame literal do
texto normativo e das palavras que o compõem.
Satisfaz-se, portanto, com o mero exame da literalidade
da lei, já que as palavras não são esolhidas pelo
legislador em vão, mas sempre com a atenção voltada
para o texto legal, evitando-se questionamentos fora de
sua moldura. É o método de intepretação tradicional ou
clássico, iniciado pela Escola exegética.
c.2) Lógica / racional: consiste em buscar o sentido e
o alcance de expressões do texto legal sem o auxílio de
nenhum elemento exterior (só a norma em si), com
empréstimo de técnicas da lógica formal.
c.3) Sistemática: técnica de interpretação pela qual se
busca a harmonização da norma ao conjunto do
sistema jurídico, e não de forma individual. Investiga-se
também a tendência normativa hegemônica nas
diversas normas e diplomas existentes sobre matérias
correlatas.
c.4) Teleológica / finalística: busca-se subordinar o
processo interpretativo ao império dos fins objetivados
pela norma jurídica. O intérprete deve pesquisar, na
interpretação, os objetivos visados pela legislação
examinada, de forma a evitar resultados interpretativos
que conspirem ou inviabilizem a concretização desses
objetivos legais inferidos.
c.5) Histórica: consiste na pesquisa das necessidades e
intenções jurídicas presentes no momento da
elaboração da norma jurídica, bem como as causas
pretéritas da solução dadas pelo legislador. O intérprete
deve verificar os trabalhos legislativos, como se
desenvolveu a discussão do projeto de lei, inclusive
para não conferir à norma um significado que tenha
sido rejeitado no parlamento
INTEGRAÇÃO
A integração do Direito nada mais é do que o conjunto
dessas técnicas usadas pelo seu aplicador, sendo que
na seara trabalhista, a regra principal está prevista no
art. 8º da CLT. Assim, é possível concluir que a
jurisprudência, a analogia, a equidade, os princípios e
as normas gerais do Direito e o Direito Comparado não
são fontes primárias do Direito, mas sim, técnicas de
integração.
ATENÇÃO :
Art. 140 e parágrafo único do Novo CPC
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a
alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por
equidade nos casos previstos em lei.
OBSERVE:
Art. 852-I, § 1º, da CLT - O juízo adotará em cada
caso a decisão que reputar mais justa e equânime,
atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do
bem comum.
Evidenciando a excepcionalidade do julgamento
por equidade, temos o art. 127 do CPC:
"O juiz só decidirá por equidade nos casos
previstos em lei"
EFICÁCIA DAS NORMAS TRABALHISTAS
NO TEMPO E NO ESPAÇO:
NO TEMPO :Art. 5º, XXXVI, da CRFB - a lei
não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada;
Art. 912 da CLT - Os dispositivos de
caráter imperativo terão aplicação
imediata às relações iniciadas, mas não
consumadas, antes da vigência desta
Consolidação.
DISTINÇÃO NECESSÁRIA:
Relacionado com a aplicação do Direito do Trabalho no
tempo está o princípio da aderência contratual. Isto é,
preceitos normativos e cláusulas contratuais tendem a
aderir ao contrato de trabalho com intensidade e
extensão temporais diferenciadas. A regra da aderência
alcança as disposições constantes de regulamentos de
empresa, os quais, após editados, aderem aos
contratos obreiros, neles permanecendo ainda que
alterado, posteriormente, o respectivo regulamento.
OBSERVE:
Súmula nº 51 do TST - NORMA REGULAMENTAR.
VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO RE-
GULAMENTO. ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação
Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou
alterem vantagens deferidas anteriormente, só atin-
girão os trabalhadores admitidos após a revogação ou
alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA
41/1973, DJ 14.06.1973)
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da
empresa, a opção do empregado por um deles tem
efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do
outro.
NO ESPAÇO
Princípio da territorialidade: as leis trabalhistas
vigoram em um determinado território ou espaço
geográfico; é o princípio da territorialidade que
prevalece, significando, simplesmente, que a mesma lei
disciplinará os contratos individuais de trabalho tanto
dos empregados brasileiros como de outra
nacionalidade; aos estrangeiros que prestam serviço no
Brasil, é aplicada a legislação brasileira.
EXERCÍCIOS
As normas jurídicas requerem interpretação, por mais claras que pareçam, sendo que
cabe ao julgador estabelecer sua exata extensão e definir a possibilidade de sua aplicação
a cada caso concreto. Quando o intérprete se utiliza do método buscando estabelecer uma
conexão entre os diversos textos normativos, considerando o sistema normativo como um
todo e inserindo a norma estudada, para conjuntamente verificar seu sentido, trata-se da

interpretação:

 a) sistemática.
 b)lógica.
 c)extensiva.
 d)teleológica.
 e)restritiva.

no: 2015
Banca: FCC
Órgão: TRT - 15ª Região
Prova: Juiz do Trabalho Substituto
A relação de direitos sociais
contida no art. 7º da

Constituição Federal vigente é
 a)a mesma somente para os trabalhadores
urbanos, rurais e servidores públicos.
 b)exemplificativa.
 c)a mesma para os trabalhadores urbanos,
rurais e domésticos.
 d)taxativa.
 e)a mesma para os trabalhadores urbanos
e domésticos.(Ano 2014, Banca IADES, Órgão CONAB)


0 artigo 8o da CLT dispõe que: “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por
equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda,
de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”. A análise literal da previsão legal
contida no dispositivo implica em:

 a)utilização dos princípios do direito do trabalho


como modo de evitar e retificar os efeitos não
desejáveis da legislação trabalhista;
 b)enumeração taxativa das fontes formais do direito
do trabalho;
 c)atribuição de função integrativa do direito positivo
para os princípios gerais do direito do trabalho, que
serão aplicáveis pelo julgador diante das lacunas da
lei;
 d)utilização da jurisprudência como fonte formal
prevalente sobre as demais enumeradas no artigo;
 e)prevalência da analogia e da equidade sobre as
demais fontes formais previstas no diploma legal.
PARA CONCLUIR:
Desde o Tratado de Versalhes, sabe-se que
o trabalhador não pode ser tratado como
mercadoria, ou seja, sujeito a leis da oferta
e da procura.
 O que limita a lei da oferta e da procura é
o princípio da dignidade da pessoa
humana, merece ser analisado sob o
enfoque da valorização do trabalho. O
trabalho deve ser visto como meio de
dignificar o trabalhador.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR

TEMA: A 4ª Revolução Industrial e a Indústria


4.0 e seus impactos no mundo do trabalho
PESQUISA EM GRUPO (6
COMPONENTES)
ABORDAGEM EM SALA COM A ENTREGA
DE UM FICHAMENTO DAS LEITURAS
REALIZADAS
REFLEXÃO: SERÁ QUE A LEGISLAÇÃO
ATUAL REFLETE AS INOVAÇOES DO
MUNDO DO TRABALHO?

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