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Lourdes Ribeiro
INTRODUÇÃO
O Direito do Trabalho é um setor jovem do Direito. Iniciou a sua trajetória, nem sempre livre de
turbulências, bem depois do Direito Civil e do Direito Penal, mas antes do Direito dos Consumidores e do
Direito Ambiental. Não obstante a sua juventude, amadureceu e está deixando, no tempo, a sua fase de
adolescência, rumo à plena maturidade, que certamente terá, porém, só não a encontrou ainda porque,
na atualidade, as várias formas do processo empresarial de produção de bens e prestação de serviços e
o grau de desemprego com que se defronta a sociedade exerceram uma pressão sobre os seus sistemas
normativos e postulados dogmáticos e o levaram a mergulhar em uma crise da qual não conseguiu até a
presente data sair.
PRIMEIRAS FORMAS DE TRABALHO
Na sociedade pré-industrial, não havia um sistema de normas jurídicas de Direito do Trabalho. Antes da
existência da liberdade de trabalho, não há que se falar em Direito nas relações de trabalho, porque,
salvo em casos pontuais, o trabalho era forçado. Predominou a escravidão, que fez do trabalhador
simplesmente uma coisa, sem possibilidade sequer de se equiparar a sujeito de direito. No período
Romano, vimos surgir a figura das empreitadas, a locação de coisas e a locação da energia de trabalho.
Seqüencialmente, no período dascorporações de oficio da idade média,as características das relações de
trabalho ainda não permitiam a existência de uma ordem jurídica nos moldes com que mais tarde surgiria
o direito do trabalho. Apesar disso, houve, no entanto uma transformação.
Com a sociedade industrial, a transformação das manufaturas em industriais e a Revolução Industrial do
século XVIII, expandiu-se o drama do trabalho do operário, labor este prestado sem a proteção de um
sistema de leis que o regulamentassem, intensificou-se a questão social,nome que é dado para designar
a total desproteção da atividade laborativa e das condições de vida do proletariado, que punha à
disposição a sua força de trabalho para as industrias que surgiam na Europa em substituição às
manufaturas que precederam a época da máquina a vapor. As idéias do liberalismo, da Revolução
Francesa de 1789, valorizaram três princípios básicos: liberdade, igualdade e fraternidade. A partir do
século XX, o Direito do Trabalho começou a ganhar a sua identidade própria na concepção corporativa
européia, no final de 1920 até 1930, na Itália, Espanha e Portugal, tendo como princípio a intervenção do
Estado na ordem econômica e social.
CONCLUSÕES – REFLEXÕES
O Direito do Trabalho, enquanto ramo da Ciência Jurídica, de caráter eminentemente protetor do
hipossuficiente trabalhador, tem como seta uma relação jurídica laboral em especifico, qual seja, a
relação de emprego. Ou seja, não é toda e qualquer forma de trabalho, enquanto obrigação de fazer
consubstanciada no labor humano, que será regulada e tutelada pelo Direito do Trabalho.
O principal diploma legal que regula esta espécie de relação de trabalho (relação de emprego), é
a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, sendo portanto, a legislação que assegura aos
trabalhadores garantias básicas, reverberando um rol mínimo de direitos indispensáveis ao trabalho
digno. Porém, o contexto no qual foi promulgada a CLT é bem diverso da realidade laboral vivenciada
hoje, esta se encontra marcada pela ideologia neoliberal, globalização, desenvolvimento tecnológico e,
conseqüentemente, de maneira inegável, pelo desemprego.
A precarização das relações de trabalho é fato e imperiosa se faz a reflexão de valores a serem deferidos
aos mesmos. Sabe-se hoje, cada vez mais presente, os trabalhos informais desprovidos de qualquer
regulação legal e verídicas relações de emprego maquiadas de autonomia.
Outrossim, vislumbramos a harmonização, a efetiva competitividade econômica e a livre concorrência com
equidade social. A precarização dos direitos dos trabalhadores não pode prosperar em prol do simplório
discurso pela sobrevivência das empresas, uma vez que, na grande maioria das vezes, estampa a crua
realidade pela maior aferição de lucro.