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1. direito. O homem desde o inicio das relações sociais, teve em mente uma
determinada justiça. Sem dúvida que esse conceito é subjetivo e multifásico,
porém pode-se cogitar da existência de um senso comum entre tantas definições.
Inicialmente nosso trabalho procura trazer de forma objetiva, os principais
formatos pelos quais o direito foi edificado – jus-naturalismo; positivismo e pós-
positivismo. Nessa seara, ressalta-se o afloramento do pós-positivismo como
fruto da necessidade da normatização dos princípios, diante do fracasso do
sistema Kelseniano clássico (positivista), que sustentou os regimes totalitários da
Europa no meio do século passado (nazismo, fascismo, stalinismo, etc). Com o
fim desses regimes ditatoriais, o mundo se viu diante da necessidade de inserção
no ordenamento jurídico, de valores comuns a todos os seres humanos,
independentemente de sua cor, raça, religião, opção política ou qualquer outra
forma de fragmentação social. Esses valores inseridos no campo do direito posto
adquiriram várias denominações, entre as quais a chancela de direitos
fundamentais. A pesquisa ainda analisa se entre todos esses direitos, haveria um
ponto de comunhão, a justiça. Muito embora todas as vertentes exploradas no
trabalho invoquem um apaixonante aprofundamento, o que não podemos fazer
nesta seara em razão das limitações formais (numero de laudas), acreditamos
que a busca da justiça esteja presente em cada um dos direitos fundamentais, e
mais, que haveria um elemento comum entre todas as definições desta, porém a
se chegar nesse liame, mostra-se necessário o prosseguimento das investigações,
porém, o que a nosso ver se apresenta incontroverso, é que o justo é um axioma
dos direitos fundamentais. Essa justiça em parte, reside na democracia que deve
ser um dos fins de um Estado.
PALAVRAS CHAVE: DIREITO; FUNDAMENTAL; JUSTIÇA;
NORMATIZAÇÃO; DEMOCRACIAINTRODUÇÃO
O artigo tem como finalidade justificar a normalização dos princípios, e buscar um elo
comum entre todos – a justiça - que é um dos objectivos do Estado.
Esse liame se apresenta através da democracia. Inobstante as dificuldades em definir seu
conceito – justiça - procuramos colocá-la como axioma dos princípios, e por
consequência de todo o ordenamento jurídico, essa a problemática.
Os princípios tem intrinsecamente a justiça em seu âmago, e quando da sua inserção no
ordenamento, esse viés deve se realçar. Não podemos ainda falar em justiça sem termos
a democracia como elemento crucial, pois através dela, é que os direitos (fundamentais)
são justificados. Esse nosso objectivo.
Vários autores defendem a ideia que justiça e direito estão em linhas paralelas mas não
juntas. Talvez seja uma verdade, como arrisca PASCAL:
É arriscado dizer ao povo que às leis são justas; pois ele só obedece porque as julga
justas. Eis porque é preciso dizer-lhe, ao mesmo tempo, que é preciso obedecer porque
são leis, do mesmo modo porque é preciso obedecer aos superiores, não porque sejam
justos, mas porque são superiores. E, assim, em toda sedição prevenida, se pode fazer
entender isso; e é propriamente essa a definição da justiça. 2
Já para BOBBIO justiça se mostra intrínseca ao direito:
Poder-se-ia objetar que o fim próprio do direito não é a ordem, mas sim um fim
superior: a justiça; ou, em outros termos, que o fim do direito não é uma ordem
qualquer, mas a ordem justa. Pode-se entretanto responder que, no sentido tradicional,
mais comum e mais amplo desse termo, a justiça nada mais é do que a legalidade, isto é,
respeito e correspondência à lei (e homem justo é aquele que adequa o próprio
comportamento à lei, em contraposição ao homem ético, que é aquele que age com base
numa livre escolha responsável). ... A afirmação segundo a qual a função própria do
direito é garantir a ordem não é portanto aberrante em relação àquela que considera a
justiça como o fim próprio doireito, porque, ao menos com base numa certa concepção,
a justiça se identifica com a ordem. 3
Nesse prisma, o objetivo da pesquisa tenta demonstrar que os princípios carregam em
sua essência, uma força motriz, a justiça, que adquire diversas formas, mas não deixa de
ter um conceito comum na busca da efetivação dos direitos fundamentais do cidadão.
Esses direitos