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Filosofia do Direito
O questionamento e a reflexão, andam juntos nesse aspecto da filosofia jurídica, contribuindo para um
melhor entendimento das perspectivas da prática jurídica. A aplicação filosófica no Direito busca,
principalmente, interagir com este, mediante uma abordagem precisa da ótica filosófica, dos principais
elementos que o integram e de que ele se reveste em sua lide social
O papel da filosofia do Direito é para contribuir com uma formação holística, humanística e capaz de
levar a uma leitura reflexiva do fenômeno jurídico; a função é de instigar o profissional do Direito a
uma visão mais complexa e completa do fenômeno jurídico, além da questão técnica. As funções da
Filosofia do Direito, relevante para o desenvolvimento da ordem jurídica atual, é expor critérios
axiológicos da experiência jurídica, na universalidade de seus aspectos mediante a questão dos primeiros
princípios que informam os institutos jurídicos, os direitos e os sistemas.
Diante disso, o objetivo primaz da aplicação dessas questões é conduzir o estudante e o operador de
direito a uma reflexão, acerca destas questões, levando em conta sua moral, a ética social, as leis, a
justiça, e a equidade deste e dos atos por estes protegidos, reprovados ou executados; no efetivo exercício
do ideal de Justiça.
Positivismo: Corrente filosófica que se apoia na ciência para atingir o conhecimento verdadeiro. (Hans
Kelsen- Positivista)
Naturalismo: Entende que as leis e as decisões devem estar em sintonia com a mudança social e estão
intimamente ligadas ao divino. (John Locke- Naturalista)
Observação: Para a filosofia do direito, o direito positivo sozinho, não é suficiente, pois pressupõe
legitimidade e nessa legitimidade encontra-se o direito natural.
Miguel Reale (Jurista, filósofo e professor brasileiro): Tornou-se mundialmente conhecido com
sua “Teoria Tridimensional do Direito”.
Dessa forma, em linhas gerais todo fato (ação, acontecimento) possui um valor (aspecto
axiológico) e para tal uma determinada norma jurídica.
Segundo Platão, a justiça é concebida como uma virtude, mas também como uma forma
de organização da vida em sociedade. Para Santo Agostinho, a justiça não é apenas a
preocupação e o respeito por um direito social, que surge através de ações e obras de
alguém, mas, igualmente, um ato de um homem em graça divina, ou seja, haveria aqui
uma conceção da justiça como uma virtude de pureza interior. Na verdade, a justiça
não é um ato interior, mas sim um ato que diz respeito às relações com o outro. Para
Aristóteles, a justiça deveria ser definida como "uma disposição para realizar ações que
produzem e conservam a felicidade, e os elementos desta, para uma comunidade."
Assim, pode-se falar em justiça geral ou legal e justiça particular ou justiça em sentido
restrito do termo, sendo a primeira concebida como um objeto de utilidade e interesse
comum a uma cidade ou país e a segunda seria a justiça orientada para o bem dos
particulares.
Para Hegel em seu tratado sobre a filosofia do direito é apresentar uma autêntica ciência
do Estado, e apresentar este como algo racional em si, não é um modelo ou forma “de
governo ideal” que pretende ser aplicada, senão como maneira em que deve conceder-
se o Estado como sendo o universo ético. "Hegel vê o Estado em sua multiplicidade de
relações exteriores, sem nenhum fundamento que as justifique ou as legitime senão o
acordo contratual entre os Estados visando, cada um, o seu bem-próprio."
Deontológica: significa a ciência do dever e da obrigação. Visa o direito ideal como ideal de
Justiça.
Epistemologia: é o ramo da filosofia que estuda como o ser humano ou a própria ciência
adquire e justifica seus conhecimentos. Ou seja, é o estudo que visa encontrar as condições
necessárias e suficientes para o resultado de uma afirmação específica.
Fenomenologia: Estuda o Direito Positivo como fenômeno comum a todos os povos e a todos
os tempos.
Eduardo Bittar
Proceder à crítica das práticas, das atitudes e atividades dos operadores do direito;
Avaliar e questionar a atividade legiferante, bem como oferecer suporte reflexivo ao legislador;
Proceder à avaliação do papel desempenhado pela ciência jurídica e o próprio comportamento
do jurista ante ela;
Por meio da crítica conceitual institucional, valorativa, política e procedimental, auxiliar o juiz
no processo decisório. ”
Resumo
A Filosofia do Direito é uma parte da Filosofia Geral que se dedica a desvelar os fenômenos
da Ciência do Direito, preocupando-se sobre tudo com a questão ética do Direito, buscando os
fundamentos deste para o benefício do homem. Com isto a Filosofia do Direito se constitui
como uma constante investigação crítica do fenômeno jurídico. Ao se aplicar a Filosofia à
prática jurídica e ao Direito, percebe-se que este se torna mais condizente com o pensar e
proceder humano, sendo, por conseguinte, mais justo e aceitável; posto que a Filosofia seja
intimamente ligada à sabedoria, à ética, à moral, e ao comportamento.
Desde seu surgimento a filosofia prezou pela busca de soluções bem fundamentadas para as
perguntas que incomodavam as pessoas; sempre tentou nutrir-se com a convicção de que as
respostas encontradas deveriam ser tratadas como prováveis e não como absolutamente certas
e acabadas. Em todas as épocas, sempre existiram pessoas e instituições que celebraram a
mesmice e fizeram o pacto da perpetuação das estruturas e verdades que receberam, e o
fizeram sem se darem ao trabalho de questionar ou de perguntar acerca dos porquês das
coisas. Essas posturas são, via de regra, anti-filosóficas porque fecham as portas que oxigenam
o espírito. A História da Filosofia e a tentativa de conceituar Filosofia do Direito oferecem ao
jurista e ao acadêmico de Direito a oportunidade de tratar o Direito de forma mais complexa e
completa, afinal, uma área que mexe com todos os setores da vida humana não pode ser
reduzida à mera técnica ou a um conhecimento restrito, periférico e superficial.