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Ao contrário do que se pensa, o real não é feito de coisas, de objetos físico apenas.
Cada indivíduo atribui significados diferentes as coisas, interpretando as mesmas de formas
distintas. Criando portanto um campo signifiacativo, o qual contém tanto o aspecto físico
quanto o material da significação da coisa.
Pelo fato dos humanos serem seres socias, suas relações com a natureza são mediadas por
nossas relações sociais. São seres culturais, portanto estão sujeitos a campos de significação
variados no tempo e no espaço, os quais variam dependendo da sociedade, classe social, da
divisão social do trabalho e de infinitos outros fatores.
Devido à declaração feita por Napoleão, a qual atribuía à ideologia sentido completamente
oposto ao modo como os próprios ideólogos franceses a viam, agora o termo possiu dois
significados: um que ainda enxerga a ideologia como a atividade filosófico-científica
responsável por estudar a formação das ideias a partir da observação das relações entre o
corpo humano e o meio ambiente, tendo como ponto de partida as sensações; e outro que a
compreende como o conjunto de ideias de uma determinada época, tanto como “opinião
geral” quanto como elaboração teórica dos pensadores da época.
Cada fase do espírito humano leva-o a elaborar um conjunto de ideias para explicar a
totalidade tanto dos fenômenos naturais quanto dos fenômenos humanos, constituindo assim
a ideologia de cada fase.
Desta forma, a ideologia é o mesmo que teoria. A ideologia como teoria é produzida pelos
sábios, os quais recolherm as opiniões correntes, as organizam e sistematizam, e na fase
científica as corrigem, a fim de eliminar qualquer elemento religioso ou metafísico que possa
estar presente na mesma.
Tal concepção acerca da prática leva à suposição de uma harmonia entra teoria e ação. Desta
forma, quando as ações humanas contradisserem as ideias, serão vistas como desordem,
perigo para a sociedade. Como diz Comte, só há ordem onde a prática estiver subordinada à
teoria.
Durkheim tem o objetivo de cirar a sociologia como uma ciência, como conhecimento
racional. Para isso, afirma ser necessário tratar o fato social como uma “coisa”, do mesmo
modo que um cientista da natureza trata os fenômenos naturais. Para a sociologia ser
científica deve-se tomar os fatos sociais como desprovidos de interioridade, ou seja, de
significações e interpretações subjetivas, permitindo ao que encare uma realidade na qual está
inserido como se não fizesse parte da mesma.
Por revelar que o pensador não tomou distância em relação a sociedade estudada;
Porque a ciência vai das ideias aos fatos e não o oposto, como deveria ser;
Pela falta de conceitos precisos o cientista usa palavras vazias e substitui os
verdadeiros fatos que deveria observar por elas.
A ideologia desempenha o papel de impedir tal revolta, fazendo com que o “legal” assuma
uma caráter de legitimidade para os indivíduos, ou seja, como algo justo e bom. A realidade
do Estado é substituída pela idéia de Estado. Assim, a dominação é substituída pela ideia de
interesse geral da sociedade.
A ideologia não se dá por meio de um combinado literal entre os dominantes, mas resulta da
prática social. A forma como a classe dominante representa a si mesma irá tornar-se a forma
como todos os membros dessa sociedade irão pensar. Ou seja, a ideologia é o processo pelo
qual as ideias da classe dominante se tonam ideias dominantes.
Como deixa clara a Ideologia Alemã, na medida em que a classe dominante exerce sua
dominação como classe, determinando assim todo o âmbito de uma época histórica, é
evidente que dominem também como pensadores, como produtores de ideias, fazendo com
que as mesmas sejam as ideias dominantes da época.
Mesmo que a sociedade seja dividida em classes, a dominação de uma delas sobre a outra só
legitima as ideias da classe dominante. Para que isso ocorra, é necessário retirar a importância
da divisão de classes, dando mais importância as características humanas comuns a todos.
Para que essas características sejam aceitas é preciso que sejam vistas como ideias comuns a
todos. Portanto, a classe dominante não só produz como dissemina suas ideias proprias
através da mídia, da educação e religião. Como tais ideias nao representam a realidade real,
mas uma aparência social, inverte-se a relação, faendo com que a realidade concreta seja tida
como a realização dessas ideias.
Dentro da classe dominante, esta divisão pode gerar conflitos. Contudo, ele não exprime a
existência de duas classe sociais contraditórias, apenas uma oposição dentro na mesma classe.
Basta uma ameaça real a dominação da classe dominante para que os conflitos sejam
esquecidos. Muitas vezes os intelectuais podem pensar estarem do lado dos trabalhadores,
mas, sem perceberem, servem aos interesses da classe dominante. Isso ocorre pois os
inteletuais interiorizaram as ideias dominantes de tal modo que não percebem que estão
servindo a interesses da classe a qual pertencem; e os trabalhadores aceitam tal ideologia
devido a divisão social do trabalho, a qual os interiorizar as ideias dominantes, fazendo com
que acreditem que não sabem pensar e, por isso, devem confiar em quem sabe. Ambos são
vítimas do poder das ideias dominantes.
Ao analisar a História fazendo a separação das ideias da classe dominante e a propria classe
dominante e as analisar independentemente, pode-se dizer que as ideias desta classe
dominaram na época em que ela estava no poder, que, por exemplo, na época da dominação
aristocrática dominaram os conceitos de honra e de fidelidade. Isto é o que a classe
dominante imagina.
Para Marx e Engels cada nova classe em ascensão que começa a se desenvolver em um modo
de produção que será destuído quando tal classe chegar ao poder, precisa dar às suas ideias a
maior universalidade possível. Assim, faz com que apareçam como ideias justas e verdadeiras
para o maior número de membros da sociedade. A classe ascendente precisa aparecer como
representante de toda a sociedade e do interesse de todos, contra os intereses da classe
dominante.
Uma vez alcançada a vitória, os interesses da nova classe dominante passam a ser
particulares, mas precisam ser mantidos com a aparência de universais para legitimar seu
domínio. As ideias universais da ideologia são a conservação de uma universalidade que ja
foi real (quando a classe em ascenção representava os interesses de todos não- dominantes)
mas que agora é uma universalidade ilusória, pois se tornaram interesses particulares quando
tal classe chega ao poder.
Toda nova classe dominante, que outrora apontava para a possibilidade de um maior número
de indivíduos exercerem a dominação e, por isso, quando toma o poder, usa de
procedimentos mais radicais do que os já existentes, para afastar os dominados do exercício
de tal poder. Por isso, só aumenta a distância entre os dominantes e o dominado.