Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Disciplina : Introdução às Ciências Sociais

Professor : Marclin Felix Moreira
Alunos : Fabiano Taylor, Letícia Nascimento de Freitas e
Tayná Pelissari Paiva
Curso : Arquitetura e Urbanismo - Bacharelado
Email Institucional :leticia.n.freitas@edu.ufes.br, tayna.paiva@edu.ufes.br

➔ Livro - Um toque dos clássicos : Marx, Durkheim, Weber

Explique os seguintes conceitos:

1. Materialismo histórico dialético, modo de produção e estrutura e

superestrutura.

A percepção sobre a realidade do ponto de vista do clássico Karl Marx ,partindo do

conceito de dialética estabelecido por Hegel,filósofo idealista alemão que ao
contrário dos filósofos metafísicos que acreditavam que as coisas possuíam uma
essência imutável,as coisas estariam em constante movimento ,porque tudo seria
intrinsecamente contraditório , a existência em si apresenta a sua própria
negação,uma manifestação da razão por meio de um movimento dialético (Tese -
antítese - síntese).No caminho do idealismo para o materialismo dialético,Feuerbach
desbrava pela ideia de consciência de alienação ,separada da realidade, a
sustentação desta era dita pelo mundo religioso, a liberdade dessa alienação iria
transcender por meio de críticas a suspensão deste mundo.O Filósofo Marx ao se
apropriar dessa dialética aplica se na materialidade histórica dialético,partindo da
análise resultou na reformulação não só da dialética como da concepção dos
fundamentos da alienação de que o homem deve está em condições de viver e
fazer história,na qual consiste na produção da vida material ,a partir disso gera se
novas necessidades e novas aspectos fazendo com que o homem tenha
consciência da sua existência de classe ,essa consciência pode ser denominada
como um produto social (Economia política - naturalismo - historicidade) .Nessa
perspectivas o indivíduo e a sociedade se constrói simultaneamente ,com isso as
condições matérias que achamos para dar sequência de existência humana vem
sendo dita através do trabalho pela compreensão materialista histórica dialética da
história ,assim partindo dessa condição de produzir a própria existência e vagando
por essas relações podendo abordar as condições de infraestrutura e superestrutura
. Para Marx a estrutura da sociedade se dá através de uma produção social ,sendo
compreendido pelo modo de produção de um determinado período ,sendo forças
produtivas sendo ação sobre a natureza ,os meios de produção,sejam ferramentas
e o modo de produção como é organizado as atividades sendo assim a
infraestrutura uma relação de produção naquele sociedade naquele momento ,mas
rege só na produção matéria de tal forma que a superestrutura classifica como uma
configuração da infraestrutura ou seja se adequando às necessidades de
produção,ademais essa ideia veio levando várias interpretações contraditórios a
respeito do marxismo.

2. Fatos Sociais, os dois tipos de consciência e os dois tipos de solidariedade.

Fato social é um conceito do sociólogo Émile Durkheim e se refere aos hábitos e

maneiras de agir e de pensar que determinam a forma como os indivíduos se
comportam em uma sociedade.

Segundo Durkheim, os fatos sociais estão expressos em regras, valores e normas

sociais e obrigam os indivíduos a agirem de acordo com os padrões culturais.

Quando um indivíduo age fora desses padrões em uma sociedade, ele será
considerado desajustado ou poderá, até mesmo, ser punido.

Os fatos sociais são externos aos indivíduos, pois fazem parte de uma consciência
coletiva e já estão estabelecidos antes de seu nascimento.

Segundo Émile Durkheim, para que um costume ou comportamento seja

considerado um fato social, é preciso que possua três características:

1) Generalidade: o fato social, expresso em regras e valores, deve ser aplicado a

todos ou à maioria dos indivíduos em uma sociedade;
2) Exterioridade: o fato social está fora da consciência individual, é independe da
vontade dos indivíduos e anterior a eles;

3) Coercitividade: os fatos sociais exercem força sobre os indivíduos e aqueles que

não seguirem os padrões impostos pela sociedade podem ser punidos.

Consciência individual: Estados mentais que se relacionam conosco mesmos e com

os acontecimentos de nossa vida pessoal.

Consciência comum ou coletiva: Sistema de ideias, sentimentos e hábitos que se

exprimem em nosso grupo de que participamos.

Solidariedade Mecânica: À solidariedade mecânica em uma sociedade vai além da

soma dos indivíduos (suas consciências individuais), ela se constitui na consciência
coletiva. Ela está presente em sociedades que são primitivas ou pré- capitalistas,
consideradas mais “simples” como, por exemplo, as tribos indígenas. Conforme a
força da consciência coletiva aumenta, mais intensa é a solidariedade mecânica.
Essa sociedade possui a presença de um sentimento comum de pertencimento – a
uma nação, religião ou família – que é então encontrado em todas as consciências
individuais. As vontades e desejos de um indivíduo são também as vontades e
desejos de toda a sociedade, fazendo com que haja mais coesão e harmonia social.
Sendo assim, o indivíduo está ligado diretamente à sociedade e consequentemente
a maior parte de sua existência é orientada pelos imperativos e proibições sociais
que vêm da consciência coletiva. Então o ato que rompe com o que foi estabelecido
pela consciência coletiva se constitui em um crime, em que a pena se dá em
consequência do ato praticado. A punição é feita através de um Direito Repressivo
(que possui somente essa finalidade), pois há regras estabelecidas (mesmo que
não estejam na forma escrita) e que são de aceitação geral. A punição de um crime
mostra a força da consciência coletiva sobre a individualidade. Uma característica
fundamental da solidariedade mecânica é que nas sociedades mais “simples” há
uma pouca divisão do trabalho, isto é, uma só pessoa pode realizar todo o trabalho,
há uma menor quantidade de especialização da mão de obra.

Solidariedade Orgânica: Nas sociedades industriais, bem como nas sociedades

organizadas, a harmonia social deriva essencialmente da divisão do trabalho. O que
a caracteriza essas sociedades é a cooperação que é produzida naturalmente, pois
cada indivíduo persegue seus próprios interesses. Basta que cada um se dedique a
uma função especial para se encontrar, pela força das coisas, solidário aos outros.
Solidariedade orgânica é predominante nas sociedades ditas “modernas” ou
“complexas”, do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (sociedade
capitalista). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os
interesses individuais são bastante distintos e a consciência individual prevalece na
sociedade. Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos
vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão
do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser
vivo. A crescente divisão social do trabalho fez aumentar também o grau de
independência entre os indivíduos. A “coesão social” é garantida através dos
códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam
em normas jurídicas, isto é o Direito, que nesta sociedade é restitutivo (tem a
finalidade de fazer com que as situações perturbadoras sejam restabelecidas,
retornando ao seu estado original). Ao infrator cabe, simplesmente, reparar o dano
causado.

3. Tipos ideais, ação e ação social e os tipos puros ou ideais de ação social.

O Tipo-ideal constitui-se em um modelo de interpretação - investigação da realidade

(é o guia do cientista na infinitude do real); é abstrato; conceitual.

1) À Unilateralidade (escolha, pelo autor, elementos mais relevantes da realidade

para serem observados).

2) À Racionalidade (modo de relacionar os elementos causais).

3) Ao caráter utópico (Não é um reflexo da realidade complexa, muito menos um

modelo do que ela deveria ser).

A ação é definida por Weber como toda conduta (ato, omissão, permissão) dotada
de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação.
Quando tal orientação tem em vista a ação - passada, presente ou futura - de outro
ou de outros agentes que podem ser “individualizados e conhecidos ou uma
pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos” - o
público, a audiência de um programa, a família do agente etc. - a ação passa a ser
definida como social.

A ação social para Weber, pretende entender, as formas de usos, costumes e

situações de interesse. A explicação sociológica busca compreender e interpretar o
sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais indivíduos
referida a outro ou outros - ou seja, da ação social, não se propondo a julgar a
validez de tais atos nem a compreender o agente enquanto pessoa. Compreender
uma ação é captar e interpretar sua conexão de sentido, que será mais ou menos
evidente para o sociólogo. Em suma: ação compreensível é ação com sentido.

A Sociologia compreende uma ação através do método científico, o sociólogo

trabalha então com uma elaboração limite, essencial para o estudo sociológico, que
chama de tipos puros ou ideais, vazios de realidade concreta ou estranhos ao
mundo, ou seja: abstratos, conceituais. Weber constrói quatro tipos puros, ou ideais,
de ação: a ação racional com relação a fins, a ação racional com relação a valores,
a ação tradicional e a ação afetiva.

Os tipos puros de ação e de ação social: A conduta será racional em relação a

valores quando o agente orientar-se por fins últimos, por princípios, agindo de
acordo com ou a serviço de suas próprias convicções e levando em conta somente
sua fidelidade a tais valores, estes, sim, inspiradores de sua conduta, ou na medida
em que crê na legitimidade intrínseca de um comportamento, válido por si mesmo
como, por exemplo, ser honesto, ser casto, não se alimentar de carne... Está,
portanto, cumprindo um dever, um imperativo ou exigência ditados por seu senso de
dignidade, suas crenças religiosas, políticas, morais ou estéticas, por valores que
preza tais como a justiça, a honra, a honestidade, a fidelidade, a beleza... Por
conseguinte, não é guiado pela consideração dos efeitos que poderão advir de sua
conduta.