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Augusto Comte

Comte foi o pai do Positivismo, corrente filosófica que busca explicar


as leis do mundo social com critérios das ciências exatas e biológicas.
Para ele o método positivo conduz a ciência como estudo dos fatos
e suas relações, fatos que só são percebidos pelos sentidos
exteriores.”
Foi também o grande sistematizador da sociologia, dividindo a
sociologia em duas áreas: a estática social e a dinâmica social.
“No entender de Comte, a sociedade apresenta duas leis
fundamentais: a estática social e a dinâmica social. De acordo com a
lei da estática social, o desenvolvimento só pode ocorrer se a sociedade
se organizar de modo a evitar o caos, a confusão. Uma vez organizada,
porém, ela pode dar saltos qualitativos, e nisso consiste a dinâmica
social. Essas duas leis são resumidas no lema ‘ordem e progresso’”
A defesa do Positivismo é de que somente o conhecimento científico é
verdadeiro, não se admitindo como verdades as afirmações ligadas ao
sobrenatural, à divindade
Lei dos três estados
Comte entendia que a história do pensamento humano caminhava em
estágios. Em sua filosofia da história, ele elaborou a lei dos três
estados, na qual afirmava que o pensamento e o espírito humano
desenvolviam-se por meio de três fases distintas: a teológica, a
metafísica e a positiva.
Na fase teológica, as observações positivas e o uso da ciência como
forma de construção do conhecimento eram precários. Dessa forma,
os indivíduos apegavam-se às formas mais imaginativas de explicação
dos fenômenos do mundo. Diante da complexidade dos
acontecimentos do mundo natural, o ser humano só é capaz de
compreendê-lo ao recorrer a crenças religiosas ou a ideias de deuses
e espíritos e o sobrenatural. Dentro desse estado Comte distingue
mais três etapas: fetichismo, politeísmo e monoteísmo.

Na fase metafísica, que tem como exemplo o período histórico do


Renascimento, o pensamento humano passou a enxergar o mundo a
partir de termos naturais. Ainda que se tratasse de problemas
abstratos, a metafísica substituiu a imaginação pela argumentação,
isto é, o pensamento humano empenhou-se em entender pelo
questionamento, e não mais pela aceitação de explicações baseadas
em noções sobrenaturais. A marca principal é a abstração como
instrumento para o estudo da natureza.
O estado positivo, por sua vez, segundo Comte, caracteriza-se pela
subordinação da imaginação e da argumentação à observação. Assim
sendo, o processo de construção do conhecimento humano deve
ocorrer a partir da experimentação própria do método científico, ou
seja, através da observação, da comprovação empírica e da
formulação das leis da natureza. Isso, no entanto, não quer dizer que
Comte posicione-se a favor de um reducionismo empírico, isto é,
reduzir todo conhecimento à apreensão de fatos isolados observáveis.
Comte compreendia que, por mais que fosse possível apreender leis de
regras gerais de um fenômeno, as relações constantes entre
fenômenos são diversas. Portanto, ainda que se estabeleçam leis
imutáveis nas relações de fenômenos diferentes, fixá-los a partir da
pretensão de que todos se comportam de uma mesma maneira é um
engano.
É no estado positivo que Comte designa à Sociologia o papel de
condução do mundo social. Para ele, a sociologia seria responsável por
interpelar os problemas sociais de nosso mundo, entender as leis que
regeriam seu funcionamento e produzir soluções para esses
problemas.
Augusto Comte deu o nome da ciência social Sociologia, que outrora
denominava de Física Social.
Divisão da Sociologia:

Sociologia Geral:

Investiga os fatos, eventos e manifestos ao mesmo tempo


formadores e formados pela vida social. Por consequência desse
espectro tão amplo ela aborda todos os fatores constituintes da vida
em sociedade e analisa a correlação entre esses fatores.

Sociologia Específica:

Concentram-se nas pesquisas cujas temáticas são bem definidas,


em outras palavras, as correlações são circunscritas em esferas
delimitadas por fenômenos sociais que possuem determinadas
particularidades que as distinguem de outras tantas.
Assim, a sociologia jurídica investiga a influência que o direito
recebe do contexto social ao mesmo tempo em que pesquisa a
influência do direito no comportamento dos indivíduos nesse
mesmo contexto. Ocorre a mesma coisa com a religião, a
comunicação, ou seja, uma sociologia da religião, uma sociologia
da comunicação, etc.

Influências de Comte no Brasil:

Sua influência marcou profundamente ao nascimento da República.


Os jovens da elite brasileira estudaram na Europa, sobretudo na
França, onde foram influenciados pelas ideias positivistas. Mas foi
principalmente na área militar que as influências foram maiores. A
Escola Militar do Rio de Janeiro, onde se formavam os oficiais
brasileiros, era uma cópia da Escola Militar Francesa, dominada
pelos positivistas. Quando da proclamação da República, os
professores da Escola Militar, Benjamim Constant, Miguel Lemos e
Teixeira Mendes, colocaram na bandeira brasileira os dois lemas do
positivismo: ordem e progresso.

Émile Durkheim
Durkheim acreditava que a principal função da sociologia era o estudo
dos fatos sociais. A sociologia deveria se abster de estudar as
individualidades dos sujeitos e se debruçar sobre estudos generalistas
acerca dos fatos sociais, que são definidos por Durkheim como os
aspectos de nossa sociedade que moldam as nossas ações em
sociedade, tais como nossa língua, o Estado e a moral. O fato social,
segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de
sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-
os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem.
Segundo Durkheim, os fatos sociais possuem três características
principais:
 São externos ao indivíduo, existem fora do indivíduo, isto é, já
existiam antes do seu nascimento e atuam sobre ele,
independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente
 São de natureza coercitiva, o que quer dizer que eles possuem
força para nos “obrigar” a agir de determinada maneira sob a ameaça
de punições como o isolamento social, por exemplo, no caso de um
comportamento socialmente inaceitável,
 São também generalistas, ou seja, atingem a todos sem
exceções.
Para que possamos compreender melhor, peguemos como exemplo a
língua que falamos. Ela constitui um fato social na medida em que nos
é externa, existindo independentemente de nossa vontade; é
coercitiva, uma vez que a não utilização de uma língua compreensível
em um meio social pode acarretar no isolamento social; e é generalista,
uma vez que todos os que nascem em um determinado local, acabam
por aprender a se comunicar com uma mesma língua ou linguagem.

Fatos Sociais podem ser:


 Normais
 Patológicos.

Fato Social Normal:


Quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha
alguma função importante para sua adaptação ou sua evolução ou favorece a
integração social. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é
garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social, a
vontade coletiva, ou o acordo de um grupo a respeito de uma determinada
questão. "Para saber se o estado econômico atual dos povos europeus, com sua
característica ausência de organização, é normal ou não, procurar-se-á no
passado o que lhe deu origem. Se estas condições são ainda aquelas em que
atualmente se encontra nossa sociedade, é porque a situação é normal, a
despeito dos protestos que desencadeia

Fato Social Patológico:


Quando um fato põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a
adaptação e a evolução da sociedade, então estamos diante de um
acontecimento de caráter mórbido e de uma sociedade doente. Patológico é
aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral
vigente. Como as doenças, são transitórios e excepcionais e põe em risco a
integração social. Decorre da impossibilidade de acomodação de todos os
indivíduos às normas de condutas pré-estabelecidas.
O crime (que pode ser definido como a transgressão da lei), por exemplo, é
considerado um fato social normal já que é um fenômeno social observado em
praticamente todas as sociedades. O crime só se torna um fato social patológico
quando assume proporções exageradas. Do mesmo modo, o suicídio pode ser
considerado um fato social normal ou patológico

Anomia para Durkheim:


Carência de regulamentação social, ou melhor ausência de regras
instituídas e orientadoras da conduta dos indivíduos
Durkheim e a Educação:

Na visão de Durkheim a educação é um fato social que se impõe aos


indivíduos, pressionando-os a agir de acordo com as leis, as normas, os
valores, o costume e as tradições de uma sociedade que, como uma
entidade moral assim exige.
“Desde os primeiros anos de vida, as crianças são forçadas a comer, beber,
dormir em horas regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a
serem calmas e obedientes; mais tarde, obrigamo-las a aprender a pensar
nos demais, a respeitar usos e conveniências e forçamo-las ao trabalho etc”
Ora, Durkheim constata que o comportamento das pessoas está socialmente
determinado; é com a educação que irá ditar todos os padrões morais e
sociais da vida em sociedade.

Como os indivíduos podem viver em sociedade?


Durkheim buscou esclarecer que a existência de uma sociedade, bem como a
própria coesão social, está baseada no grau de consenso produzido entre os
indivíduos. Esse consenso produzido esse sociólogo chamou de solidariedade.
Para Durkheim existem dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
Solidariedade mecânica
A solidariedade mecânica é característica das sociedades ditas “primitivas” ou
“arcaicas”, ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs.
Um elemento que é associado às sociedades de solidariedade mecânica é a
baixa divisão do trabalho, no sentido de que haveria uma pequena divisão de
tarefas e funções presentes nessas sociedades
Nestas sociedades há um baixo (ou nenhum) grau de consciência individual, ou
seja, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores
sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos
interesses materiais necessários a subsistência do grupo. São justamente essa
correspondência de valores que irão assegurar a coesão social. Essas
sociedades manteriam sua coesão social por meio de laços tradicionais
decorrentes do compartilhamento dos mesmos valores culturais responsáveis
por determinar certo padrão moral a ser seguido.
Os valores morais, reforçados pelos séculos de tradição que se fortaleciam por
meio dos laços familiares e dos costumes, seriam responsáveis por determinar
uma série de regras que exigiriam determinado comportamento dos indivíduos,
de modo que estes se adequassem às suas respectivas funções.
Dentro do processo histórico, a solidariedade mecânica se reduz. Isso abre
espaço para uma nova forma de organização e coesão social com base na
solidariedade orgânica, na qual a especialização do trabalho se intensifica e
provoca o enfraquecimento da consciência coletiva.
Esse enfraquecimento possibilita uma diferença social mais acentuada
(ampliação da consciência individual), que desencadeia maior diversidade de
pensamentos e crenças, diminuindo o grau de semelhança entre os membros e
possibilitando, ainda que com limites, mais liberdade individual.
Dessa forma, a divisão do trabalho social, que separa os grupos sociais
existentes, trabalhadores e proprietários, assegurada pela necessidade de
produzir, estabelece, ao mesmo tempo, as funções de cada um, gerando uma
interdependência distinta daquela existente nas sociedades de solidariedade
mecânica.
Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina
nas sociedades ditas “modernas” ou “complexas” ou capitalistas, do ponto de
vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às
sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e
crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência
de cada indivíduo é mais acentuada.
O contexto da solidariedade orgânica é o que caracteriza a sociedade
capitalista, pois há uma ampla divisão de tarefas e funções, o que leva a uma
grande interdependência entre os indivíduos, em termos econômicos e
tecnológicos, mas, acima de tudo, moral.
Para Durkheim, o maior problema decorrente da divisão do trabalho está
relacionado à questão moral, ou seja, à capacidade de manter os membros
coesos e a sociedade funcionando harmonicamente. A ampla divisão do trabalho
produz formas mais intensas de individualismo, o que faz, por sua vez, a
consciência coletiva perder, em parte, sua capacidade agregadora.
Diferenciação social
Volume - o número de indivíduos de uma determinada sociedade, isto é, o total
de sua população.
• Densidade material - o número dos indivíduos em relação à superfície do solo
ou território. O que a moderna demografia denomina “densidade demográfica”.
• Densidade moral - a intensidade das comunicações e trocas entre os indivíduos
de uma dada sociedade, ou seja, a intensidade de sua interação.
DA COMBINAÇÃO ENTRE VOLUME, DENSIDADE MATERIAL E DENSIDADE
MORAL SURGE A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL EXPRESSA NUMA
COMPLEXIFICAÇÃO DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL. QUANTO MAIS
INDIVÍDUOS PROCURAM VIVER JUNTOS, MAIOR É A LUTA PELA
SOBREVIVÊNCIA EM CONDIÇÕES DE RECURSOS 8 ESCASSOS, DE MODO
QUE SOMENTE A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL PERMITE DIMINUIR A
COMPETIÇÃO FAZENDO CADA INDIVÍDUO CUMPRIR UM PAPEL, OU SEJA,
REALIZAR UMA FUNÇÃO SOCIAL DISTINTA DOS DEMAIS, TORNANDO-SE
NECESSÁRIO E CONTRIBUINDO PELA SOBREVIVÊNCIA DO TODO.
O enfraquecimento da consciência coletiva poderia produzir situações
de anomia, quando há uma crise em relação às regras e normas que mantêm a
sociedade coesa.
Para Durkheim, a sociedade capitalista moderna e contemporânea teria maiores
possibilidades do desenvolvimento de estados anômicos, em função do
individualismo crescente e da perda da força da consciência coletiva.
Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos,
onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do
trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser
vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de
interdependência entre os indivíduos.

Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade


orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais,
religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e
regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em
normas jurídicas: isto é, o Direito.
Durkheim criou várias teorias, uma delas é conhecida como a teoria do suicídio.
Durkheim partia da ideia que os suicídios estavam relacionados com
fatores sociais, estudou de maneira empírica quais seriam esses fatores
sociais que estavam levando as pessoas a cometer suicídios, que poderiam
ser como por exemplo fatores ligados com a religião, estado civil, profissão,
educação e lugar onde se vive
Quando conseguiu determinar quais eram essas situações Durkheim buscou
achar qual era a relação entre elas, a causa encontrada foi a COESÃO
SOCIAL, mostrando que mesmo na maioria das vezes em que os suicídios não
tinham relação podia-se notar a falta ou excesso de integração social do
suicida na sociedade, e que isso era ligado a uma falta de regras que vinculem
os membros da sociedade, por fim a causa dos suicídios estava na própria
sociedade como ‘’tendência de coletividade’’ e deveria ser tratada por conceitos
sociológicos e não de maneira individual. O autor classificou os suicídios em 3
classes, o egoísta, o altruísta e o anômico

Suicídio anômico
O Suicídio anômico é bem representado em situações de anomia social, ou
ausência de regras que mantinham a coesão social. O caos provocado por
grandes mudanças em uma sociedade, como por exemplo uma crise econômica,
pode provocar o aumento do número de suicídios, muitas vezes motivados por
desemprego e perda de poder aquisitivo. Então esse tipo de suicídio acontece
quando as forças desagregadoras da sociedade fazem com que os indivíduos
se sintam perdidos ou sozinhos.
Suicídio altruísta
Ocorre quando há excesso de regulamentação dos indivíduos pelas forças
sociais. Um exemplo é alguém que comete suicídio por causa de uma causa
política ou religiosa, como os sequestradores dos aviões que se chocaram com
o World Trade Center, o Pentágono e um campo na Pensilvânia em
11/09/2001. As pessoas que cometem suicídio altruísta subordinam-se às
expectativas coletivas, mesmo quando a morte é o resultado.

Suicídio egoísta
Acontece quando as pessoas se sentem totalmente separadas da
sociedade. Normalmente, as pessoas estão integradas na sociedade por papéis
de trabalho, laços com a família e comunidade, e outras obrigações
sociais. Quando esses laços são enfraquecidos através de aposentadoria ou
perda de familiares e amigos, a probabilidade de ocorrência aumenta. Os idosos
que perdem estes laços são os mais suscetíveis ao suicídio egoísta.

MAX WEBER
Para Weber a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações
individuais. Estas são todo tipo de ação ou omissão que o sujeito faz, orientando-
se pela ação de outros.
Weber estabeleceu 4tipos de ação social:
1 – Racional com relação ao objetivo: é a ação social determinada pelo cálculo
racional que coloca fins e organiza os meios necessários. Ex.: a construção de
uma ponte, a atuação no mercado de ações, a administração de uma empresa
2 – Racional com relação a valores: É aquela definida pela crença consciente no
valor de uma determinada conduta orientada por um princípio ético, estético,
religioso ou na defesa da “honra”, por exemplo. Ex.: Ceder o lugar no ônibus a
um idoso ou devolver o troco errado. Em ambos os casos a ação social é
orientada pela sociedade baseados em valores
3 – Ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito
arraigado. Ex.: A tradição do kilt na Escócia (saias para homens), a troca de
presentes no Natal e o chimarrão podem ser explicados na tradição por trás
dessas práticas. A ação social, nesses casos, é baseada na tradição.
4 – Ação afetiva: é aquela definida pela reação emocional do sujeito quando
submetido a determinadas circunstâncias. Ex.: a mãe que bate no filho por ele
ter se comportado mal, o comportamento “diferente” de certas pessoas em festas
e o cuidado dos pais por seus filhos
Nos conceitos de ação social e definição de seus diferentes tipos, Weber não
analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos. Para ele as
normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais que se
ligam a outros indivíduos formando uma teia de sentidos.
1º) Ação Tradicional: assentada no costume, em práticas aprendidas e
transmitidas pelas diferentes instituições. Ex. troca de presentes por ocasião
do Natal, festejar a Páscoa.
2º) Ação Afetiva: baseada em sentimentos e emotividade. Não há um
fundamento racional nesse tipo de ação.Ex. Torcida de futebol.
3º) Ação Racional Orientada para Valores: a ação é racional, ou seja,
baseada em uma disposição entre metas e expectativas antecipadas. No
caso de ter relação com valores, a própria ação é importante, independente
dos resultados a serem obtidos.Ex. Trabalho voluntário.
4º) Ação Racional Orientada para Fins: a ação é definida de acordo com
os objetivos esperados. O cálculo e o planejamento são essenciais como
condutores da ação.Ex. Empresa capitalista.

O método defendido por Weber consiste em entender o sentido das ações dos
indivíduos em sociedade. A sociedade para Weber é um conjunto de indivíduos
que praticam ações partindo dos outros, ou seja, a Ação Social. Tal ação é
destinada a cada indivíduo, sendo que suas atitudes são transformadas pela
sociedade que cada um vive. O homem para Max Weber, sempre viveu em um
Estado de acumulação e conspiração do outro, ou seja, as sociedades humanas
aos poucos buscaram as melhores condições sociais para si mesmos. Essas
condições sociais serão transformadas com grande êxito, e os indivíduos
passaram por grandes modificações, buscando com o tempo o Poder, e as
sociedades humanas irão se adaptar a esse processo, surgindo assim uma
divisão de tais indivíduos, como diz Max Weber às classes sociais como veremos
a seguir.
Os aspectos culturais e históricos da sociedade, o desejo de acumulação de
riquezas sempre esteve presente na vida dos indivíduos. Weber estabelece um
conceito para as sociedades humanas: A Ação Social. Tal ação sempre esteve
conspirada a cada indivíduo, onde os agentes de conduta de eram os grandes
influenciadores da sociedade. A ação social é um sistema de objetivos mais
adequados para uma transformação das sociedades. Só existe, uma ação social
quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros, sendo que tal
indivíduo deseje ou não passar por aquela transformação. Um exemplo que Max
Weber cita é que, quando se tem uma eleição, os eleitores definem seu voto a
partir da ação, opiniões dos outros que estão ao seu redor, ou seja, os indivíduos
não conseguem ter suas próprias ações. Para Weber, a ação social significa uma
ação que quanto ao sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao
comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
Às vezes a ação social pode ser perfeita ou imperfeita, ou seja, pode ser evitada
ou aceita, pelo indivíduo. Como diz Max Weber, a ação social possui relação
significativa, pois ele nos leva a pensar que se existe vários tipos de ação social,
sendo que ele nos define quatro tipos delas. A ação social determinada por
algum costume ou hábito é considerada a Ação social Tradicional, aquela
determinada pela emoção é a Ação social Afetiva, a ação social determinada pó
uma crença é considerada a Racional com valores, e aquela ação que se destina
a razão usando os métodos eficazes, podemos dizer que é a Ação social
Racional com fins. Cada ação conceituada por Weber depende dos indivíduos e
principalmente da sociedade em que vive. Os agentes sociais contribuem
bastante para a formação da ação social, pois os indivíduos possuem um fator
essencial e primordial nas sociedades.

O conceito de poder
A sociedade, para Weber, constitui, antes de mais nada, um sistema de poder,
não apenas nas relações entre classes, ou entre governantes e governados, mas
igualmente nas relações cotidianas na família, na empresa, por exemplo. As
pessoas se deparam a todo momento com o fato de que indivíduos ou conjunto
de indivíduos têm maior ou menor possibilidade de impor a sua vontade a outros.
Mas o que faz com que uns detenham o poder e outros se submetam? Para
responder essa questão Weber usa tipos ideais. Tipo ideal ou tipo puro, é um
recurso metodológico criado por Max Weber onde se constrói modelos típicos
baseados em generalizações que não se encontram, nesse grau de pureza,
disponíveis na sociedade. Os tipos ideais ou puros servem de apoio
metodológico para se estudar uma variedade de casos e acontecimentos.
(Exemplos de tipos ideais.: o aluno típico, o burocrata típico, etc.
“Poder significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma
relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o
fundamento dessa probabilidade
As 3 fontes legítimas de dominação
Retomando a questão do poder, para Weber, existe uma força que permite com
que uns consigam se impor sobre os demais, sujeitando-os à sua vontade. Essa
força está na fonte que legitima esse poder. Para distinguir e analisar essas
fontes do poder na sociedade, Weber lança mão dos tipos ideais. O autor
identifica 3 formas de dominação consideradas legítimas pelos sujeitos.
Dominação Legal - Tipo de poder onde predominam normas impessoais e
hierárquicas, como no exército, repartições públicas etc. O poder é exercido pelo
cargo.
Dominação tradicional - A tradição é identificada por Weber como uma fonte de
poder. Nesses casos predominam características patriarcais e patrimonialistas
baseadas na tradição. Ex.: A tradição é uma das fontes de autoridade dos
sacerdotes religiosos.
Carisma - Predominam características místicas e de personalidade; há
seguidores, devoção e respeito pela pessoa em si, não pelo cargo ocupado nem
por alguma tradição que possa ampara-lo. ex.: líderes “populares” que,
independentemente de cargos ou dinheiro são considerados autoridades e
respeitados como tais. Líderes religiosos, políticos e artistas podem se valer do
carisma como fonte de poder. Carisma “Deve-se entender por “carisma” a
qualidade, que passa por extraordinária (condicionada magicamente em sua
origem, de igual modo, quer se trate de profetas feiticeiros, árbitros, chefes de
caçadas ou comandantes militares), de uma personalidade graças à qual esta é
considerada possuidora de forças sobrenaturais sobre-humanas –ou pelo menos
extra quotidianas, não-acessíveis a qualquer pessoa – ou, então, tida com
enviada de /deus, ou ainda como exemplar e, em consequência, como chefe,
caudilho, guia ou líder”

O conceito de ordem social


A sociedade, para Weber, é constituída como um conjunto de esferas:
econômica, religiosa, política, jurídica, social, cultural...Essas esferas possuem
uma lógica autônoma de funcionamento. A lógica de funcionamento dessas
esferas que compõem a sociedade, produz uma ordem que regula a ação social
dos sujeitos. Por exemplo: a ordem econômica rege o mercado de capitais e se
baseia no racionalismo. Assim, recursos financeiros limitados devem ser
investidos usando critérios racionais buscando o máximo de retorno com riscos
previsíveis. Contudo existem diversas esferas que compõem a sociedade, com
ordens variadas e com lógicas internas baseadas, por exemplo, na tradição, na
razão ou na emoção. A ordem implica um conjunto de obrigações e modelos de
conduta que se fundamentam numa legitimidade.

As dinâmicas sociais
Ação social: racional com relação a fins, racional com relação a valores,
tradicional e afetiva. Diversos segmentos da sociedade com ordem autônoma
estruturados por meio da dominação através do cargo da tradição ou do carisma.
A essência das relações sociais é a luta: “o propósito de impor a própria vontade
contra a resistência da outra ou das outras partes”

A origem do capitalismo
Max Weber, em sua corrente weberiana destaca a idéia de que o indivíduo em
si, sempre quis buscar o capital (dinheiro). As condições sociais das sociedades
humanas antes não favoreciam para uma formação de tal Capitalismo crescer.
Weber faz uma junção sobre a ação e o acúmulo de riquezas, onde dará origem
e transformação total das sociedades, fazendo com que os indivíduos que nelas
vivem busquem a todo o momento o capitalismo, a riqueza e o poder sobre uns
aos outros. A formação do capitalismo se baseia principalmente nos fatores de
produção, ou seja, a terra, o trabalho e o capital. Para tal formação é necessário
um fenômeno que une o capitalismo com esses quatro fatores. Tal fenômeno é
a racionalidade, pois ele é essencial nas atividades humanas, pois os indivíduos
necessitam de várias transformações em sua sociedade. Os indivíduos passam
a viver em um círculo vicioso, pois são aprisionados pelo próprio sistema que
eles mesmos criaram. A raça humana passa por tantas transformações que
pedem sua naturalidade, sem saber o porquê e como tudo isso aconteceu.
Weber discute bastante essa situação, pois os indivíduos pensam que o trabalho
é uma atividade acima de tudo e todos, e que eles possuem o dever de servir o
outro. Como diz nosso sociólogo, a força de trabalho será o ápice para a
alienação dos outros indivíduos, pois cada um desempenhará aquilo que
conseguirem diante um sistema que lhes oprimirá o tempo todo, por isso o
sistema capitalista divide os indivíduo em duas classes diferentes, onde uma irá
servir e a outra irá desempenhar o papel apenas de lucrar sempre sem se
importar com os interesses dos outros.

AS CLASSES SOCIAIS
Com as várias transformações decorrentes a ação social, o poder do qual o
homem vai possui de forma incorreta diante ao sistema, Weber nos leva a
enxergar que irá surgir duas classes distintas do sistema. O homem passará a
ser escravo do próprio homem, buscará usufruir tudo aquilo que sempre desejou,
mas não sabia como começar a investigar homem a homem. Surgirá uma classe
de elevado poder, que será dona de tudo e de todos, sendo que haverá outra
classe servirá os mais fortes com o intuito de tentar sobreviver no sistema
capitalista. O sistema capitalista transformará os indivíduos em “mercadorias”,
alienando-as em um segmento que os farão ser indivíduos apenas para lucrar
ou servir. A classe mais fraca (proletariados) vendeu sua força de trabalho, e a
mais forte (burguesa) viverá sugando desses indivíduos tudo aquilo que
necessitam, não se preocupando com as vontades ou razões de tal classe. A
partir do momento que a classe trabalhadora deixar de servir, vender sua força
eles deixaram de existir, pelo fato de que o sistema exige que cada um exerça
sua função. Os indivíduos sempre serão donos uns dos outros

Burocracia:

Para Max Weber burocracia é sinônimo de organização. Quanto mais


burocrático for o Estado mais organizado este Estado será.

Burocracia como Modelo de Administração moderna:

O fenômeno social que representava mais claramente a institucionalização


da racionalidade seria a burocracia moderna, o governo das repartições.
Através da análise da instituição burocrática, Weber detecta o alcance
ilimitado da ação racional relacionada a fins, que passa a adentrar o
cotidiano do homem moderno e a moldar todas as suas atividades

3 aspectos de organizações burocráticas modernas:


São sistemas sociais formais, em que a autoridade deriva de normas legais
exaustivamente especificadas, tornando o comportamento de todos os
funcionários altamente previsível e controlado;
A Impessoalidade, nela são os cargos, e não as pessoas, que tomam as
decisões.
O burocrata tende a ser um profissional, o que implica ter uma especialidade
técnica e exercer uma única função.

KARL MARX
Seus trabalhos giram em torno de estudar, compreender e explicar o Capitalismo
como sendo um fruto da sociedade moderna; o estudo do modo de produção é
fundamental para se saber como se organiza e funciona uma determinada
sociedade.
MODO DE PRODUÇÃO COMO FENÔMENO SOCIAL
Para Marx, as relações de produção são consideradas as mais importantes e
consistentes relações sociais. Os valores sociais e culturais, os modelos de
família, as leis, a religião, as ideias políticas são aspectos cuja explicação está
no colapso de diferentes modos de produção. Marx parte do princípio de que a
estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam
a produção social de bens, que engloba dois fatores básicos: as forças
produtivas e as relações de produção. As forças produtivas constituem as
condições materiais de toda a produção. As relações de produção são as formas
pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Essas
relações se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e
distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho: os trabalhadores,
as matérias primas, os instrumentos e as técnicas de trabalho e o produto final.
Assim, as relações de produção podem ser: cooperativistas (como num mutirão),
escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal), capitalista
(como na indústria moderna). Para Marx, a produção é a raiz, a base de toda
estrutura social. Diferentemente dos demais pensadores citados anteriormente,
Marx considerava que as condições materiais determinam as relações dos
indivíduos na vida em sociedade conforme ensina: Marx considerava que não se
pode pensar a relação indivíduo sociedade separadamente das condições
materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de
toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras,
para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja,
comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não poderiam existir
como seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir
justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para
utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Neste sentido, podemos
entender que a sociedade para Marx, é impreterivelmente condicionada pelas
relações sociais de produção.
CONCEITOS DESENVOLVIDOS POR MARX
A trajetória de Marx é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes,
sendo os mais expressivos: classes sociais, alienação, mais valia e modo de
produção. Esses conceitos, para Marx, seriam os fatores fundamentais para
melhor explicar o processo de socialização.
CLASSES SOCIAIS
Marx em seu pensamento sociológico nos transmite uma mensagem de que as
relações sociais entre os homens se dão por meio das relações de oposição,
antagonismo e exploração, sendo esta o principal mecanismo de sustentação do
capitalismo. Opondo-se às ideias liberalistas, que consideravam os homens, por
natureza, iguais política e juridicamente, Marx negava a existência de tal
igualdade natural. Ao contrário dos liberalistas que consideravam os homens
livres das desigualdades estabelecidas pela sociedade, Marx dizia que numa
sociedade onde predomina o capitalismo as relações de produção
inevitavelmente provocam as desigualdades sociais, sendo que essas
desigualdades são a base da formação das classes sociais.
A história de todas as sociedades que existiram até hoje tem sido a história das
lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre
de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em
constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora aberta, ora
disfarçada: uma guerra que sempre terminou ou por uma transformação
revolucionária de toda a sociedade, ou pela destruição das duas classes em luta.
A divisão da sociedade em classes sociais pode ser explicada, segundo Marx,
através da “forma como os indivíduos se inserem no conjunto de relações, tanto
no plano econômico como no sociopolítico.
ALIENAÇÃO
Marx desenvolveu o conceito de alienação mostrando que o processo de
industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separam os
trabalhadores dos meios de produção, ou seja, os trabalhadores, juntamente
com as ferramentas, a matéria prima, a terra e as máquinas tornaram
propriedade privada do sistema capitalista. Além da alienação econômica, o
homem sofre também a alienação política, pois o princípio da representatividade,
que é a base do liberalismo, criou a ideia de Estado como um órgão político
imparcial, responsável por representar toda sociedade e dirigi-la por meio do
poder delegado pelos indivíduos dessa sociedade. Marx mostrou, entretanto,
que o Estado acaba representando apenas a classe dominante, ou seja, o
Estado seria apenas um instrumento de garantia e de sustentação da
supremacia da classe detentora dos meios de produção e só age conforme o
interesse desta. As classes dominantes economicamente encontravam meios
para conquistar o aparato oficial do Estado e, através dele, legitimar seus
interesses sob a forma de leis e planos econômicos e políticos.
MAIS-VALIA
Outro conceito bastante expressivo desenvolvido por Marx foi a mais-valia, que
seria o valor que o capitalista vende a mercadoria menos o valor gasto para
produzi-la. Para melhor explicar, suponhamos que um operário tenha uma
jornada diária de nove horas e confeccione um determinado item em três horas.
Nestas três horas, ele cria uma quantidade de valor correspondente ao seu
salário, que é nada mais do que aquilo que ele necessita para a sua subsistência,
ou seja, o mínimo que ele necessita para sobreviver. Como o capitalismo lhe
paga o valor de um dia de força de trabalho, o restante do tempo, seis horas, o
operário produz mais mercadorias, que geram um valor três vezes mais do que
o que lhe foi pago na forma de salário. Esse valor corresponde às duas partes
restantes é a mais-valia. Mais-valia seria então o valor não apropriado pelo
trabalhador, mas pelo capitalismo na forma de lucro. Por isso, Marx dizia que o
valor de uma mercadoria era dado pelo tempo de trabalho socialmente
necessário à sua produção. Sendo assim, os capitalistas podiam obter mais-valia
com o simples prolongamento da jornada de trabalho. Maior jornada de trabalho,
maior lucro.
COMUNISMO/SOCIALISMO
Para solucionar ou pelo menos amenizar o problema da desigualdade e da
exploração existente na sociedade capitalista, Marx propunha o Comunismo, um
sistema econômico e social baseado na propriedade comum de todos os bens e
na igual distribuição de riquezas, uma antítese do capitalismo. Para isso,
segundo Marx, seria necessário a tomado do poder pelos proletariados, abolindo
a propriedade privada dos meios de produção e consequentemente
estabelecendo a igualdade social-econômica entre as pessoas. Essa revolução
resultaria também, na extinção do Estado. Por isso, até hoje quando o
capitalismo anuncia a crise de sua supervalorização surge o “fantasma” do
comunismo, ou, pelo menos, do socialismo. Este último podemos definir como
sendo um pouco de capitalismo e um pouco de comunismo
O DIREITO E O CRIME NA CONCEPÇÃO DE MARX
Na concepção de Marx, como já foi dito, a sociedade é uma sociedade
predominantemente capitalista, caracterizada por profundas desigualdades, pois
a produção capitalista está baseada na desigualdade entre proprietários e
proletariados. Os proprietários, para exercer sua dominação, apropriam das
propriedades comuns e deixam os proletariados praticamente sem nada para
sobreviver, a não ser sua força de trabalho, que é vendida para os proprietários
dos meios de produção. Para garantir a supremacia e dominação da classe dos
proprietários dos meios de produção, surge o Direito, que é respaldado e
fundamentado pelo Estado. Para Marx, “O Estado, enquanto aparato gerido
pelas classes dominantes, transformaria os interesses particulares dessa classe
em uma forma de vontade geral ou universal, no sentido de ideologia”, ou seja,
o Estado desenvolveu nas pessoas de um modo geral, uma ideologia de que o
Direito é caracterizado por sua forma universal de operação, onde todos os
indivíduos seriam considerados iguais. O Direito para Marx, protegeria a
propriedade de todos para assim, dissimular as reais relações existentes entre
as classes. Nos modos de produção pré-capitalistas os tipos de dominação
social são diretos. No escravagismo, o senhor domina diretamente os escravos,
por meio da força bruta; no feudalismo, o senhor domina diretamente seus
servos, por meio da propriedade imutável da terra. Mas o domínio capitalista é
indireto. Quem procede à intermediação dessa dominação do capital é o Estado
e o Direito. Seja na exploração do trabalho assalariado na produção, seja no
lucro resultante do comércio, o capitalismo é o único modo de acumulação
infinita de capitais. O capitalista pode ter o quanto for, independentemente da
sua força física, porque ele se vale da garantia ao capital que advém do Estado
e do Direito. O Direito é intermediário dessa exploração. O capitalismo, assim,
associa-se sempre a uma forma jurídica, que é o seu meio de intermediação
necessário. No capitalismo, um burguês, ao tomar uma riqueza pagando-lhe um
valor no mercado, estabeleceu um contrato, e essa é uma forma jurídica. O
comércio capitalista se faz pelo contrato, portanto, por um instrumento de Direito.
O capitalismo, assim, é necessariamente jurídico. Os modos de produção
anteriores, não. A exploração de um homem por outro, de um trabalhador por
um burguês, é intermediada por um contrato de trabalho. Por meio dele, o
trabalhador juridicamente se submete ao burguês porque assinou um contrato
de trabalho. O Estado é o garante dessa relação. No capitalismo, pode um
burguês ter empreendimentos, lojas, bancos e indústrias nos mais variados
lugares, porque o que garante sua propriedade privada e a obediência na
exploração do trabalho alheio é o Estado, por meio de seus institutos jurídicos.
É por isso que, de maneira estrita, somente o capitalismo se estrutura em
relações de Direito. Os modos de produção anteriores são estruturados na força
bruta ou na propriedade exclusivista e tradicionalista da terra. O capitalismo é
dinâmico porque seu lastro (base) é o próprio Estado e o seu Direito. Assim,
além do aspecto propriamente ideológico, o Direito cumpre funções
fundamentalmente repressivas, sobretudo contra as classes dos expropriados.
O crime, para Marx, nasceria das condições sociais em que as pessoas eram
submetidas na sociedade moderna, ou seja, na sociedade capitalista. O
processo de brutalização das relações sociais, iniciado pelo capitalismo
industrial, desmoralizou o homem da classe operária; esse processo teria
degradado e brutalizado tanto os homens que o crime passaria a ser um índice
de tal processo. Outra condição seria a competição entre os indivíduos dentro
do mercado de trabalho, ou mesmo dentro das fábricas, o que degenera a
solidariedade entre eles e, consequentemente, aumenta as tensões que
resultam em crimes.
Existe uma função suplementar no Direito. Além de sua razão de ser estrutural,
que é a de intermediar a exploração capitalista, há uma função suplementar, que
é de caráter ideológico. Em termos ideológicos, o Direito dificulta a compreensão
da real estrutura social, porque trata das coisas em termos idealistas. O Direito
faz com que as injustiças apareçam formalmente desligadas da realidade.
Quando o trabalhador vende sua força de trabalho ao capitalista, eles são dois
desiguais. Mas o Direito os reputa como iguais, porque ambos são tidos como
sujeitos de direito e ambos fizeram um acordo de vontades livremente. A função
suplementar do Direito é servir de máscara ideológica ao capitalismo porque, na
prática, trata formalmente como iguais os que são efetivamente desiguais. Essa
máscara ideológica faz com que o jurista nem saiba que o Direito está a serviço
da exploração. Ele imagina, de fato, que todos são cidadãos, que todos são
iguais porque seus votos valem o mesmo que os dos outros etc. O jurista não
entende a mera aparência de formalidade que é o Direito. Por isso, para o
marxismo para entender a sociedade é preciso quebrar o discurso ideológico do
jurista e entender, historicamente, qual o papel estrutural do direito na sociedade
capitalista. Assim sendo, no marxismo, o Direito não é tomado como um ente
eterno, fora da história. Ele é parte específica da história, dos conflitos e da
dominação do capitalismo, e a análise social do Direito feita de maneira dialética
não pode perder de vista essa especificidade. O marxismo confirma-se, assim,
como a grande teoria crítica para a sociologia do direito.
Materialismo histórico

O materialismo histórico é uma teoria marxista, na qual se atribui a explicação


de toda a história das relações humanas por meio de fatos materiais. O estudo
da sociedade é abordado de forma metodológica, assim como de sua economia.
A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura,
seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a
superestrutura, representaria as ideias, costumes, instituições (políticas,
religiosas e jurídicas, etc). As causas do desenvolvimento humano são buscadas
nos meios em que os homens realizam, coletivamente, as necessidades
humanas. Desse modo, seriam firmadas na atividade econômica as formas de
se conceber uma sociedade, as estruturas políticas e a relação entre as classes
sociais. Ligadas às forças produtivas estariam as relações sociais. É que, ao se
adquirir forças novas de produção, o homem também modifica os modos de
produção e, consequentemente, as relações sociais e as formas de se ganhar a
vida. Os fatos materiais poderiam ser tanto técnicos quanto econômicos, mas
seriam determinantes para interligar indivíduos por sua força de produção. Em
termos simples, o quanto cada um poderia produzir – seja por seu poder
aquisitivo ou por suas habilidades técnicas – seria um fator fundamental para um
relacionamento de interesse mútuo entre os indivíduos, e com o crescimento
material ocasionado por essas relações, a sociedade acabaria por modificar sua
forma de vida, de produção e suas relações sociais. A fundamentação do
materialismo histórico parte da observação da realidade através da análise das
superestruturas e estruturas que envolvem os modos de produção. Em outras
palavras, isso quer dizer que a história que envolve as sociedades está
intimamente relacionada às raízes do mundo material. Sendo assim, históricos
também são os modos de produção e é por isso que interpretá-los é uma forma
ainda de se entender as relações sociais que envolvem os diversos grupos
humanos. Dessa maneira, os modos de produção servem também para dar
continuidade à espécie ou apenas aprimorar o desenvolvimento.
Segundo as concepções feitas por Marx, a estrutura de uma sociedade vai
depender do jeito como os homens ordenam a produção coletiva de bens. Dois
fatores essenciais estariam presentes na produção social de bens. Seriam esses
as relações de produção e as forças produtivas. As condições materiais
existentes em toda a produção receberiam o nome de forças produtivas. São
elas as matérias-primas, as técnicas de trabalho, os instrumentos e até mesmo
os trabalhadores. Por essa lógica, quanto mais aperfeiçoada for a divisão de
trabalho, em maior grau de desenvolvimento encontram-se as forças produtivas.
Já as formas nas quais os homens se ordenam para pôr em prática a atividade
produtiva se denominaria relações de produção. Assim, os elementos que
participam no processo de trabalho são distribuídos e apropriados de maneiras
diversas. É por isso que as relações de produção às vezes são escravistas, como
mostra a história brasileira dos séculos XVI ao XIX; cooperativistas, pelas quais
os homens se organizam em mutirão; servis, como aconteceu com a Europa no
período feudalista e relações capitalistas, aprimorada na Idade Moderna e vivida
por grande parte das sociedades atualmente.
As relações de produção e as forças produtivas seriam condições históricas e
naturais relacionadas à atividade produtiva. O jeito pelo qual as duas coisas
existem e se reproduzem na sociedade é denominado por aquilo que Marx
chamou de modos de produção. É por isso que, para o filósofo, estudar os modos
de compreensão é também uma forma importante de se compreender a
sociedade.
De acordo com Marx, se um determinado modo de produção e as forças
produtivas envolvidas estiverem inadequadas, ocorreria a sua sucessão.
As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas.
Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de
produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. Para
Marx e Engels, a evolução histórica, independente de em qual época se
estivesse, ocorria por causa de confrontos entre classes sociais, geralmente cujo
motivo era o que Marx chamava de “exploração do homem pelo homem”.
Indivíduos esqueciam-se de que eram todos seres humanos com direitos e
deveres, para explorarem ao máximo aqueles que lhes fossem “inferiores” de
seu ponto de vista. Para que se possa ter um exemplo concreto, pode-se
imaginar a revolução da classe operária, que se sentia extremamente pelos seus
senhorios capitalistas, pela burguesia. O confronto não era apenas entre as
classes, mas também entre os sujeitos, o que pode revelar a raiz de muitos
preconceitos os quais podemos encontrar ainda nos dias atuais.
Os princípios básicos que fundamentaram o socialismo marxista podem ser
sintetizados em três teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstrava
a maneira pelo qual o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria
da luta das classes, onde se afirma que a história da sociedade humana é a
história da luta das classes ou do conflito permanente entre exploradores e
explorados; e, finalmente, a teoria do materialismo histórico.
Marx dedicou-se a um estudo intensivo da história, e criou uma teoria que veio
a ser conhecida como a concepção materialista da história, que foi exposta num
trabalho em que esboça a história dos vários modos de produção, prevendo o
colapso do modo de produção vigente – o capitalismo. O materialismo histórico
é uma teoria sobre toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem de acordo
com seu ambiente ao longo do tempo, onde se evidencia que os acontecimentos
históricos são determinados pelas condições materiais (econômicas) da
sociedade. Dentre as ideias do materialismo histórico, relevam-se as questões
das forças produtivas e relações de produção.
Marx afirmou que a estrutura de uma sociedade depende da forma como os
homens organizam a produção social de bens. A produção social, segundo ele,
engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e as relações de produção.
As forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção.
Representam as matérias primas, os instrumentos, as técnicas de trabalho e até
os próprios homens. Reconhece-se o grau de desenvolvimento das forças
produtivas de uma nação a partir do aperfeiçoamento da divisão do trabalho. As
relações de produção são a forma pelas quais os homens se organizam para
executar a atividade produtiva. Elas se referem às diversas maneiras pelas quais
são apropriados e distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho.
Assim, as relações de produção podem ser cooperativistas (como um mutirão),
escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal) e capitalistas
(como na indústria moderna).
Forças produtivas e relações de produção são condições naturais e históricas de
toda a atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas
existem e são reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx
determinou de modo de produção. Para ele, o estudo deste é muito importante
para a compreensão de como se organiza a sociedade.

Entender a teoria marxista, é compreender que Marx e Engels observaram que


em cada época os homens, ao buscarem sua sobrevivência frente à natureza,
usaram sua força física e intelectual para produzirem sua sobrevida, de uma
forma tal que para cada momento existe um modo próprio de produzirem sua
existência.

Mas em cada modo de produção a consciência dos homens sempre se


transforma e essa transformação depende exclusivamente das condições
materiais de produção, pois não são as ideias que movem a História, ao
contrário, são as condições históricas que as produzem.

O materialismo explica que são as condições materiais de existência (as


relações sociais de produção) que determinam o modo de ser e a pensar de
cada um, mas esse modo é histórico já que a sociedade e a política não surgem
da ação da natureza, mas da ação concreta dos seres humanos no tempo.

A História não é um processo linear e contínuo, uma sequência de causas e


efeitos, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas
contradições entre os meios de produção (as formas de propriedade) e as forças
produtivas (o trabalho, seus instrumentos, as técnicas).

A ideologia ou o modo dominante de produção de ideias de uma época, é um


fenômeno social que tem origem no modo de produção econômico, acabando
por exprimir a divisão social do trabalho de cada época. A Ideologia, entretanto,
surge a partir de um momento histórico específico, quando acontece a divisão
entre dois tipos de trabalho: o material (a produção de coisas) e o intelectual (a
produção de ideias).

A partir daí, aqueles que produzem as ideias (a classe dominante), passam a


construir um discurso (ideologia) que justifica a dominação como uma relação
social “natural”, garantindo sua hegemonia através da ocultação da exploração
do trabalho dos dominados, vista como uma relação igualitária e não de
exploração (alienação).

As classes dominadas, alienadas pelo discurso dominante, mantem-se


exploradas acreditando que esse processo é um fenômeno normal, vendo a
desigualdade justificada como sendo incapacidade e inabilidade de alguns de
ascenderem socialmente. Assim, a classe dominante opera sua dominação de
classe usufruindo das benesses que a divisão social e o trabalho explorado
propiciam.
Das sociedades classistas e desiguais que Marx estudou, o autor focalizou a
sociedade contemporânea e capitalista, afirmando que de todas as classes
sociais que enfrentam a burguesia – classe dominante do período, somente o
proletariado é revolucionário, porque traz em si o potencial de transformação
social por possuir o gérmen de novas relações de produção. Sua emancipação
significaria, portanto, a libertação humana e a abolição das classes e de todas
as formas de alienação, exploração e dominação.

Marx propunha o fim do capitalismo e de sua desigualdade, defendendo uma


nova sociedade, instaurada pelo proletariado, que acabaria com a divisão social
do trabalho e com a relação de dominadores e dominados – através da crítica à
ideologia burguesa, que só poderia ser feita, após sua desmistificação enquanto
inversão da realidade.

Os estágios da história para Marx


1. Comunismo primitivo
As pessoas viviam sob a mesma economia caçadora-coletora. A propriedade
era comunal, portanto, sem propriedade privada. Havia um igualitarismo
político. Com o tempo, os caçadores líderes ganharam poder e controle sobre
os outros.
2. Imperialismo escravocrata
Com os autocratas no poder, começou-se a apropriação de terra. Com o
surgimento do Estado, o governante passou a distribuir terras em troca de
serviços militares, formando uma aristocracia militar fundiária dependente da
mão-de-obra escrava. A divisão de classes se consolidou em Estados que
alternavam entre repúblicas e autoritarismo.
3. Feudalismo
O Estado faliu como instituição, mas a propriedade da terra continuou com a
aristocracia hereditária que explorava os camponeses servos presos à terra.
Com a venda do excedente emergiu as classes de comerciantes e capitalistas
que se aliaram aos reis para formar os estados nacionais.
4. Capitalismo
Os comerciantes e donos de fábrica (burguesia) obtiveram o poder político e
passara a explorar os trabalhadores (proletariado). Como o proletariado tornou-
se politicamente consciente que iria se levantar e derrubar o governo burguês.
Surgem a burocracia estatal, as instituições financeiras, o trabalho assalariado
e a revolução industrial. A propriedade privada renasce e a economia é
orientada pelo mercado.
5. Socialismo
No quinto estágio da história, que para Marx aconteceria com o colapso do
capitalismo por suas próprias contradições, haveria uma ditadura do
proletariado como organizações de trabalhadores redistribuídos alimentos,
bens, serviços e lucros de forma justa de acordo com a necessidade. As
classes médias promoveriam a propriedade comunal como superior à
propriedade privada. A economia seria descentralizada e planificada. Os vales
de trabalho substituiriam a moeda, tornando as instituições financeiras
obsoletas.
6. Comunismo
No último estágio da história, o mundo se uniria para o bem comum. Assim, a
propriedade, a moeda e o Estado não seriam mais necessários e sociedade
seria sem classe. Como todos os países chegaram a esta fase, a concorrência
e a guerra se tornariam passado.

Èmile
COMTE Max Weber Karl Marx
Durkheim

Planejar o
desenvolvimento
da sociedade e do
indivíduo com Definir a
critérios das Integrar o Sociologia como Revelar a lei
ciências exatas e indivíduo ao uma ciência que econômica do
Objetivo:
biológicas. coletivo tendo procura a movimento da
como meio a compreensão sociedade
solidariedade. interpretativa da moderna.
ação social.

Observação,
experimentação,
comparação,
classificação e Análise e
Compreensivo
interpretação Investigação do
filiação histórica. (compreensão
Método: objetiva, neutra e materialismo
interpretativa da
sistemática dos histórico.
ação social).
dados empíricos.

-Lei dos três


-Definição de fato
estados: -Ação social. -O materialismo
social.
Teológico, dialético é o
Principais
metafísico e -Captação da conceito central
conceitos: -Divisão dos fatos
positivo. relação de da filosofia
sociais.
-Sociologia sentido no marxista.
estática e
sociologia -Consciência comportamento
dinâmica.- coletiva. humano. -O materialismo
Elaboração dos histórico.
principais
conceitos do -Mais-valia.
positivismo:
evolucionismo, -Luta de classes.
organicismo e
Dawinismo social. -Socialismo
científico.

A Sociologia Jurídica (ou Sociologia do Direito) dedica-se à busca, pela


compreensão da organização e do desenvolvimento de instituições, das formas
de controle social empregada, dos estudos de legislação, da interação entre
culturas jurídicas diferentes, da construção social e do debate de questões de
cunho jurídico, das carreiras jurídicas e, principalmente, da relação entre direito
e mudanças sociais, observando aplicabilidade, eficiência e obsolescência das
leis.

O Espírito das Leis:


A forma como devemos vislumbrar os fatores socioculturais da norma
jurídica na vida da sociedade na qual o indivíduo está inserido, é o ponto
primordial ao analisarmos uma norma jurídica.
O legislador deverá se pautar pelos usos, costumes, hábitos, e tradições de
uma sociedade para começar a explanar os primeiros artigos de uma lei.
A partir desse momento o legislador precisa também analisar se esta lei será
adequada para esse tipo de sociedade, se cabe essa lei para esses
indivíduos.
Após essas indagações ele estará apto a criar uma lei, para que os seus
pares a analisem e votem para que a sua aplicação seja de maneira efetiva.
Montesquieu ao escrever “O Espírito das Leis” analisou cada sociedade e
cada tipo de lei, se era realmente condizente com o tipo de sociedade. Então,
imitando Montesquieu o legislador precisa dar um sentido para a sua lei,
essa lei precisa ter um espírito, que reluza os desejos e anseios dessa
sociedade.
Esse também um mundo em que progressivamente os cidadãos, especialmente as
classes populares, têm consciência de que as desigualdades não são um dado adquirido,
traduzem-se em injustiças e na violação dos seus direitos.
É essa nova consciência de direitos e a sua complexidade que torna o atual momento
sociojurídico tão estimulante quanto exigente. Por isso, o estudo da Sociologia Jurídica é
essencial para que possamos compreender que os fatores socioculturais influenciam
fortemente na criação e aplicação de uma norma jurídica . As normas procuram organizar,
padronizar os comportamentos e ações sociais dos indivíduos já que as normas passam a
ser um dos instrumentos de coerção, não somente de orientação, mas também para
regular as ações sociais
A Crise da cidadania social
Cada vez mais é gritante como as pessoas falam da forma que lhes vem à
cabeça, e muito nítido a repetição quase que mecânica de frases ouvidas
nas mídias, eu diria que trata-se de um “Datenismo” ouvem o que um
apresentador de telejornais e repetem sem nem ao menos parar para pensar
o que estão repetindo.
Ou até mesmo que direitos humanos é só para bandidos.Há primeiro uma
chocante ignorância, pois que todas as declarações e tratados concernentes
aos direitos humanos, bem como as ações de grupos e instituições
engajados no cumprimento de tais acordos, não preveem privilegiamentos;
isto é, os documentos e ações pró direitos humanos se voltam para os seres
humanos em sua inerente dignidade de pessoa – sejam eles santos ou
encarcerados, cientistas ou incientes
Gerações ou Dimensões de Direitos Humanos:

Direitos de Primeira Geração: direitos civis e políticos.


A) Civis: o direito à liberdade, à igualdade, à propriedade, os direitos de ir e
vir e de ter a vida em segurança, etc.
B) Políticos: liberdade de associação e reunião; de organização política e
sindical; de participação política eleitoral; de sufrágio universal, etc.
Direitos de Segunda Geração: Direitos Sociais
Direito ao trabalho, à aposentadoria, ao seguro-desemprego, à saúde, à
educação; ao bem-estar social como um todo.Art. 6º da Constituição
Federal.
Direitos de Terceira Geração: Direitos Coletivos e Humanitários
O direito de autodeterminação dos povos; direito ao desenvolvimento, à paz,
a um meio ambiente equilibrado e são.
Interesses Difusos, direito do consumidor, das mulheres, das crianças e
adolescentes, dos idosos, das minorias étnicas e outras minorias.
Direitos de Quarta Geração: Bioéticos
Direito de ver impedidas intervenções indébitas nas estruturas da vida; o
direito de se regular a criação de novas formas de vida por engenharia
genética. (MORAIS, 2009, p. 183-184).

Sociedades Capitalistas:
Selvagens relações entre capital e trabalho, o mais comum de ver-se são
gritantes desigualdades sociais, as quais deságuam, necessariamente, nos
processos de exclusão e marginalização. Por certa inviabilização da
cidadania para tantos, o desrespeito à vida, à alimentação, à saúde, à
educação etc. estabelece inevitável ruptura com os direitos e garantias
fundamentais dos seres humanos enquanto tais. (MORAIS, 2009, p. 184 ).
O descredito da população frente ao poder estatal está em retas de um
embate muito forte, tendo em vista que há uma emergência de cidadania
social para uma grande parcela da população e nos vemos alheios a tudo
isso. Não podemos permitir que no século XXI ainda encontremos vítimas
do poder de grandes capitalistas frente a desinformação das pessoas.
Há uma necessidade de resolução desses conflitos urgentemente. O Estado
precisa investir em melhores políticas públicas assistencialistas para essa
camada da sociedade fica sempre à margem da sociedade legal (sociedade
legal aquela que tem toda a infraestrutrura que o restante da sociedade não
tem).
DIREITOS HUMANOS: PENSAMENTOS E EVOLUçõES
A evolução histórica dos direitos humanos são um construído, com o passar
da história eles vão se firmando. Os direitos humanos não nascem todos de
uma só vez. Com o nascimento de um direito humano ele jamais terá o
condão de eliminar o outro, mas sim, de agregá-lo e torna-lo cada vez mais
forte.
Na visão de Louis Henkin: “Direitos humanos constituem um termo de uso
comum, mas não categoricamente definido. Esses direitos são concebidos
de forma a incluir aquelas ‘reivindicações morais e políticas que, no
consenso contemporâneo, todo ser humano tem ou deve ter perante sua
sociedade ou governo’, reivindicações estas reconhecidas como ‘de direito’
e não apenas por amor, graça ou caridade.” (HEINKIN in PIOVESAN, 2013,
p. 59).
Ainda para Antonio Enrique Pérez Luño: “Os direitos humanos surgem como
um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico,
concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as
quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos,
nos planos nacional e internacional.” (LUÑO in PIOVESAN, 2013, p. 59).
Segundo Fábio Konder Comparato: “a revelação de que todos os seres
humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os
distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo
capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento
universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum
indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode
afirmar-se superior aos demais

Acesso à justiça
Periferia:

A análise que devemos fazer ao pensarmos em desigualdade, em primeiro


lugar analisar nas sociedades “subdesenvolvidas”, quais são os fatores que
retardariam o desenvolvimento.
Em determinadas sociedades ainda iremos encontrar uma exploração da
mão-de-obra, ou até mesmo utilizando o trabalho não-assalariado. Isso faz
com que os indivíduos não se sintam estimulados para o trabalho produtivo.
Segundo Cristina Costa:
“Para a abordagem dualista, entretanto, o problema não se encontra na
constituição étnica, cultural ou racial da população, mas na condução de
políticas administrativas e econômicas, no comportamento das camadas
dirigentes, na falta de estímulo para o progresso, na má orientação do
governo.” (COSTA, 2012, p. 213).
Há uma necessidade urgente em demonstrar o conceito de periferia que diz
respeito ao que, em uma sociedade, é secundário, irrelevante e até anormal
em relação ao que é central, importante, desenvolvido. Claro que é um
conceito empregado em regiões subdesenvolvidas. Ainda iremos encontrar
doutrinadores, que empregam a expressão “países periféricos” para se
referir às nações do dito Terceiro Mundo.

Marginalidade:

Também torna-se necessário analisarmos outro conceito que surgiu na


sociologia para designar os setores “não-desenvolvidos” ou as regiões
“atrasadas” foi o de “marginalidade”.
Na visão de Bresser Pereira:
“O setor tradicional ou marginal é aquele que fica excluído dos processos de
desenvolvimento tecnológico e de rápido aumento da produtividade que
caracterizam o modelo [capitalista dominante].” (BRESSER PEREIRA, 1976,
p.38).
Ora o autor procura afirmar que o conceito de marginalidade não se refere a
partes da sociedade em estágio pré-capitalista de produção nem a uma fase
de transição para o capitalismo, mas na verdade em setores constitutivos da
sociedade que mostram tradições em suas relações econômicas, sociais e
políticas.

Pobreza e Exclusão:

Segundo Cristina Costa:


“Terá havido no mundo alguma sociedade realmente igualitária na qual as
pessoas pudessem desfrutar de maneira semelhante os bens e as
oportunidades da vida social? Parece que não. As evidencias históricas
mostram que a cultura humana esteve sempre intimamente ligada, desde os
seus primórdios, à ideia da distinção e da discriminação entre grupos sociais.
Mesmo nas organizações sociais mais homogêneas e simples existiam
diferenças de sexo e idade atribuindo aos grupos assim discriminados
funções diferentes, certa parcela de poder, determinados direitos e deveres.
A partir de então, nas sociedades que foram se tornando mais complexas,
os membros não tinham igual acesso a algumas vantagens como, por
exemplo, o poder de decisão e liberdade. O patriarcado existente nas mais
remotas civilizações, garantindo aos homens o poder sobre a família e seus
bens, demonstra que a igualdade é, antes de mais nada, uma utopia, um
ideal ainda não vivido pela humanidade.” (COSTA, 2012, p. 247).
Fica bem claro que não existiu em nenhuma época uma sociedade
igualitária, pois até mesmo nas sociedades tribais encontraremos distinções
de pessoa para pessoa e de grupo para grupo.
A sociedade contemporânea é o resultado de um longo processo histórico
de formação e transformação de uma civilização complexa e diferenciada.
Sociedades Capitalistas:

Selvagens relações entre capital e trabalho, o mais comum de ver-se são


gritantes desigualdades sociais, as quais deságuam, necessariamente, nos
processos de exclusão e marginalização. Por certa inviabilização da
cidadania para tantos, o desrespeito à vida, à alimentação, à saúde, à
educação etc. estabelece inevitável ruptura com os direitos e garantias
fundamentais dos seres humanos enquanto tais. (MORAIS, 2009, p. 184).
O descredito da população frente ao poder estatal está em retas de um
embate muito forte, tendo em vista que há uma emergência de cidadania
social para uma grande parcela da população e nos vemos alheios a tudo
isso. Não podemos permitir que no século XXI ainda encontremos vítimas
do poder de grandes capitalistas frente a desinformação das pessoas.
Há uma necessidade de resolução desses conflitos urgentemente. O Estado
precisa investir em melhores políticas públicas assistencialistas para essa
camada da sociedade fica sempre à margem da sociedade legal (sociedade
legal aquela que tem toda a infraestrutrura que o restante da sociedade não
tem).

Desigualdade Jurídica:

A desigualdade jurídica toma forma e corpo a partir do momento que o


acesso ao Poder Judiciário é cerceado. Mas, esse cerceamento precisa ser
analisado com enfoque em áreas de população carente de todos os tipos de
infraestrutura, como por exemplo em favelas, cortiços. Diríamos que a
cidade legal está coberta de estrutura, mas que a cidade ilegal, está a
margem dessa conotação.

Acesso à Justiça:

Podemos contemplar a questão individual ou a pretensão de uma justiça


social que deve servir de meta a todos os que atuam na área jurídica, a
justiça na situação particular apresentada ou, de outro lado, a realização de
uma justiça social.
O acesso à justiça como um direito de todos os cidadãos que, aliado ao
princípio da igualdade perante a lei, lhes garante o acesso ao órgão do
Estado, através do Poder Judiciário, para reclamar de lesão ou ameaça de
lesão a seus direitos.
O acesso à justiça é uma das características essenciais do estado de direito,
constituindo obrigação do Estado, que deve torná-lo efetivo.
Segundo Maria Helena Campos de Carvalho: “É um direito e uma garantia
para o cidadão, toma a forma de uma obrigação e dever para o Estado,
sendo este obrigado a garantir a efetividade das normas, o que é feito
através do Estado-Juiz, ou seja, do Poder Judiciário. Cabe ao juiz dizer o
direito em um caso concreto, podendo qualquer cidadão valer-se do Poder
Judiciário, a quem compete dar-lhe uma satisfação. Mesmo na ausência de
norma expressa, o direito deve ser aplicado, por meio de processo de
integração, cabendo ao juiz a prestação jurisdicional.” (CARVALHO, 2009,
p.167).
Claro que para garantir esse acesso à justiça, o próprio Estado teve que criar
um mecanismo no mundo do direito, exigindo formas específicas para que
ele se realizasse. Necessitando fazer um pedido para que o juiz possa
transforma isso em um processo, será exercido através de uma petição
inicial, também exigindo a atuação de um profissional habilitado para isso. A
exigência de uma figura de um juiz, e depois de um advogado e em alguns
casos o promotor de justiça.
Em um passado remoto, falar-se em efetivo acesso à justiça era considerado
uma utopia, algo que jamais seria alcançado em sua integralidade. Hoje,
assistimos com satisfação a mudança e à preocupação com a efetivação
deste direito por parte dos órgãos envolvidos na concretização da justiça e
da sociedade em geral.

Acesso à Justiça na Constituição Federal:

O acesso à justiça está esculpido em nossa Constituição Federal no capítulo


que trata dos direitos e garantias individuais e coletivos, da seguinte forma.
Art. 5º, XXXV – “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.”

O Devido Processo Legal:

Bem como os princípios do contraditório e da ampla defesa, consubstancia


o acesso à justiça em seu sentido amplo.
Art. 5º, LV. “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;”

Procura pelo Poder Judiciário:

Tem sofrido sensível aumento nos últimos tempos, marcados por sucessivas
crises econômicas e sociais por que o país passa, levando os órgãos
incumbidos da solução das questões jurídicas a uma crise sem precedentes
em sua história.
Formas Institucionais de Mediação:

 Mecanismos de informalismo;
 Oralidade; e
 Conciliação.
 Possibilitando uma justiça mais próxima, ágil e democrática, apta a
atender a todos os segmentos sociais demandantes de suas conquistas.
São mecanismos utilizados para que o verdadeiro acesso à justiça seja
efetivado.

O Direito Constitucional à
moradia
O PLURALISMO JURÍDICO
O Monismo Jurídico:
O modelo jurídico ocidental teve sua origem com o surgimento do Estado
Moderno e do pensamento ideológico liberal.
O princípio da unicidade é a existência de um único direito, o próprio direito
positivo, sendo o Estado o seu núcleo e produzindo normas jurídicas
direcionadas ao atendimento de uma comunidade.

O que é o Pluralismo?
“Na linguagem política chama-se assim a concepção que propõe como
modelo a sociedade, composta de vários grupos ou centros de poder,
mesmo que em conflito entre si, aos quais é atribuída a função de limitar,
controlar e contrastar, até o ponto de o eliminar, o centro do poder
dominante, historicamente identificado com o Estado. Como tal, o Pluralismo
é uma das correntes do pensamento político que sempre se opuseram e
continuam a opor-se à tendência de concentração e unificação do poder,
própria da formação do Estado moderno. Como proposta de remédio contra
o poder exorbitante do Estado, o Pluralismo se distingue da teoria da
separação dos poderes, que propõe a divisão do poder estatal, não em
sentido horizontal, mas em sentido vertical. Distingue-se igualmente da
teoria do liberalismo clássico que propõe a limitação da onipotência do
Estado pela subtração à sua ingerência de algumas esferas de atividade
(religiosa, econômica e social, em geral) onde os indivíduos possam
desenvolver livremente sua própria personalidade. Distingue-se, finalmente,
da teoria democrática que vê o remédio na participação mais ampla possível
dos cidadãos nas decisões coletivas.” (BOBBIO, 2010. v.2, p 928).

O Pluralismo Jurídico:
Teoria que sustenta a coexistência de vários sistemas jurídicos no seio da
mesma sociedade.
Jean Carbonnier => “o direito é maior do que as fontes formais do direito”.
O direito não depende da sanção do Estado, ou seja, não se encontra
exclusivamente nas fontes oficiais do direito oficial-estatal (Constituição
Federal, Leis, Decretos). Nem tudo o que é direito é lei, ou ainda, que direito
pode ser contra a lei ou estar fora da lei.

TEORIAS TRADICIONAIS DO PLURALISMO


JURÍDICO:
Cada organização possui vontade e consciência e cria suas próprias regras
jurídicas. (Aculturação Jurídica).
As normas agem através da força social, a qual lhes é dada através do
reconhecimento por parte de uma associação social.
O direito é uma ordem interna de associações. Nunca existiu uma época em
que o direito proclamado pelo Estado tivesse sido o único direito.

TEORIAS MODERNAS DO PLURALISMO


JURÍDICO: Teórico e Empírico
São 4 concepções atuais:
1. Interlegalidade – Teórica => Uma mistura desigual
de ordens jurídicas com diferentes regras,
procedimentos, linguagens, escalas, áreas de
competência e mecanismos adjudicatórios =>
Posição do pós-modernismo Jurídico. (Monopólio
Jurídico do Estado superado).
Boaventura de Sousa Santos propõe frente ao Pluralismo Jurídico seis
ordenamentos jurídicos:
1. Direito Doméstico: poder exercido pelos homens no
espaço doméstico (Patriarcado);
2. Direito da Produção: exploração => trabalhadores
são explorados pelos detentores dos meios de
produção;
3. Direito da Troca Comercial: alienação =>
comportamento das pessoas manipuladas pela
propaganda. => Consumismo;
4. Direito da Comunidade ou dos Grupos
Sociais: diferenciação desigual => discriminação.
Ex: homossexuais, mendigos;
5. Direito Estatal: relaciona-se com a dominação,
exercício do poder político do Estado;
6. Direito das Relações Internacionais ou
Sistêmicos: troca desigual, poder exercido pelos
países mais fortes nas relações internacionais.
2. Sociedades Multiculturais: migração de populações em todo o planeta.
=> perda da unidade estatal => direito à diferença. Ex. Direito das minorias
étnicas, direitos especiais das mulheres;
3. Mudanças no Direito Internacional: normatividade em detrimento dos
direitos nacionais. Ex: União Europeia, Mercosul, OMC, ONU.
Pluralismo marcado pela policentricidade: trata-se da coexistência de
instâncias de criação e aplicação do direito relativamente independentes que
despertam a atenção dos juristas-sociólogos nas últimas décadas.
4. Pesquisa de Campo (Empírica): sobre o “direito informal”, o “direito do
povo”. Ex: Igrejas, sindicatos, associações profissionais e desportivas,
empresas.
George Gurvitch (1894 – 1965), faz uma pesquisa de campo através de
análises de dados coletados em uma favela no Brasil na década de 1960
que era na verdade o direito informal, reconhecido pelos moradores das
favelas e estes faz escalas de poder e respeito da sociedade naquela época.
Coloca-se 3 autoridades:

1. Associações de moradores;

2. Traficantes;

3. Polícia.

Podemos dizer que hoje em dia ocorreram apenas uma inversão, os


traficantes passaram para o primeiro lugar e a associação dos moradores
cairam para a segunda colocação.
Frente ao direito achado nas ruas, vamos nos deparar com diversas
situações alarmantes em nossa sociedade.
Segundo Antonio Carlos Wolkmer: “apresenta inovadora preocupação
acerca do pluralismo no âmbito do direito nacional. Trata-se do pluralismo
jurídico como um projeto alternativo para espaços periféricos do capitalismo
latino-americano, articulando alguns requisitos, como:
a) A legitimidade dos novos sujeitos sociais;
b) A democratização e a descentralização do espaço público participativo;
c) A defesa pedagógica de uma ética da solidariedade;
d) A consolidação de processos que conduzam a uma racionalidade
emancipatória.
Ademais, esse pluralismo jurídico denominado comunitário e participativo
propõe a redefinição do espaço público a partir de corpos sociais
intermediários, da construção de uma nova cultura jurídica pela ação
participativa de sujeitos insurgentes, das novas formas de legalidade
enquanto expressão de interculturalidade.” (WOLKMER, 2013, p. 81).
As mudanças ocorridas na sociedade do século XXI são demonstradas
diuturnamente em vários grupos sociais, juntamente com os costumes,
hábitos e tradições que se modificaram com o passar dos tempos.

OS OPERADORES DO DIREITO

A Advocacia

A advocacia é uma profissão particularmente permeável aos interesses


econômicos e às estruturas da vida pública constituindo, assim, um
indicador das mudanças sociais. Advogado competitivo ou corporativista?
Advogado especializado e associado ou generalista e autônomo? Advogado
“comercializado” ou voltado à defesa dos “fracos” e do “interesse público”?
Advogado assalariado ou “livre”? Advogado de experiência prática ou
“científico”? Todos esses modelos coexistem. Dependendo do momento
histórico, temos mudanças quantitativas no perfil da advocacia que indicam
alterações no funcionamento do sistema jurídico. Em geral, prevalece a
figura do advogado liberal que trabalha individualmente ou como sócio de
um escritório e especializa-se em determinado ramo do direito.”
(SABADELL, 2013, p. 189).
Diversas pesquisas indicam que o advogado, na prática, corresponde pouco
à imagem do litigante e do grande orador no tribunal do júri. Na maioria dos
seus casos, parte do trabalho da advocacia é repetitivo, mais voltado à
arbitragem, à conciliação e à gestão de interesses econômicos do que à
defesa contraditória de “grandes causas” ou “grandes júris”. Fazendo com
que pessoas que não estão na área acreditem piamente que os conteúdos
novelísticos são reais (na maioria dos casos são ilusórios, fictícios).
Segundo estudos desenvolvidos por Erhard Blankenburg “nos Estados
Unidos da América, onde atua um número elevado de advogados (300 por
cada 100.000 habitantes), sendo a maioria deles encarregados da gestão de
interesses econômicos (contratos de compra e venda de imóveis e bens,
concessão de créditos)”. (BLANKENBURG, 1995, p. 99).
Ainda ressalta: “o número de advogados apresenta grandes variações entre
os diferentes países: por cada 100.000 habitantes, encontravam -se, nos
anos 1990, 346 advogados na Espanha, 103 na Alemanha, 101 no Brasil, 58
na França, 46 na Holanda, 37 na Áustria e somente 9 no Japão. (Esses
dados foram coletados em 1991 para o Brasil, 1992 para a Alemanha,
Holanda, Áustria e Japão e de 1999 para Espanha e França)."
http://www.elpais.es/especiales/2001/justicia/radiografia.htm
"Essas variações indicam a tendência da população de cada país a resolver
seus conflitos de forma amigável ou recorrendo aos profissionais do direito.”
(BLANKENBURG, 1995, p. 98).
Já no estado de São Paulo no ano de 2013, havia 256.000 advogados e
estagiários. Isso mostra uma proporção de 609 profissionais para 100.000
habitantes. Em geral, o Brasil teve um aumento exponencial na profissão.
Foi um salto de 11.000 advogados em 1960 para 836.000 em 2013, atingindo
assim, uma média de aproximadamente 424 advogados para 100.000
habitantes.
É muito nítido como o desenvolvimento da profissão faz uma importante
função no processo de aplicação e acesso à justiça social. Muitos atuam de
modo preventivo ao auxiliarem na orientação jurídica para que façam
acordos e procurem resolver suas demandas de uma forma através da
mediação e conciliação das partes, fazendo com que o judiciário seja
desafogado com tantas ações que poderiam ser evitadas.

Origem Social do Advogado:


Ao analisarmos a origem social e a renda destes profissionais são
extremamente variadas frente a sociedade na qual estamos inseridos.
Segundo Ana Lúcia Sabadell: “uma pequena parte dos advogados pertence
à classe média alta, geralmente oriunda de famílias ricas e formada em
prestigiosas faculdades. Poucos conseguem alcançar uma altíssima
rendam, especializando-se na representação dos interesses de grandes
empresas e até mesmo tornarem-se famosos, como ocorre principalmente
com advogados penalistas que defendem “causas célebres”. Fazem parte
dessa categoria os denominados na Alemanha de “advogados-estrelas”
(Sternanwälte) e os donos dos grandes escritórios da Wall Street, em Nova
Iorque.” (SABADELL, 2013, p. 190).

Extremo da Pirâmide:
Encontram-se os advogados pobres, geralmente são formados em
faculdades menos prestigiadas, que irão trabalhar junto a população mais
carente, lidando em causas cujo valor não permite uma alta remuneração.
Alguns têm até dificuldade de pagar a anuidade da Ordem dos Advogados
do Brasil.
A situação desse grupo reflete a limitação de acesso à Justiça das classes
desfavorecidas.

Categoria Intermediária:
Encontram-se os advogados que trabalham em posições inferiores em
grandes escritórios de advocacia, realizando um trabalho burocrático e
subordinado, com uma baixa remuneração comparável àquela de um
funcionário do setor privado.
Também temos uma situação semelhante de advogados que trabalham em
departamentos jurídicos de empresas ou em serviços jurídicos estatais.

No Brasil:
Cada vez cresce mais o número de advogados cresce. Tendo em visto à
impressionante ampliação do ensino jurídico, sendo que o número de alunos
matriculados nas faculdades de direito triplicou entre 1970 e 1996, havendo
desde então tendência de aumento.
Verificamos que o Ministério da Educação e Cultura – MEC propicia esse
aumento autorizando a abertura de Cursos de Direitos em diversas
faculdades. Mecanismos que não era utilizado nas décadas de 1960 e 1970.
Hoje podemos dizer que o Estado tem contribuído significativamente para
esse aumento de Universidades, procurando cada vez mais dar acesso à
educação superior para o maior número de pessoas possíveis.

O Ministério Público
O QUE DE FATO É O MINISTÉRIO PÚBLICO?
O Ministério Público é um órgão independente, que não está vinculado a nenhum dos
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). De acordo com a Constituição da República, é
uma instituição permanente que possui autonomia e independência funcional.

A permanência quer dizer que ele não pode ser extinto. A autonomia administrativa,
orçamentária e funcional o permite ser o único responsável pela gestão de seus recursos
financeiros e pessoais.

Sua independência é uma característica importante para que ele exerça a função
fiscalizadora do poder. Caso o MP fosse subordinado a qualquer um dos poderes, sua
atuação seria questionável e parcial. A propósito, ele não pode ter suas atribuições
repassadas a outra instituição.

Os procuradores e promotores do órgão estão subordinados a um chefe somente no


âmbito administrativo. Cada um deles é livre para seguir suas convicções dentro da lei.

Essas três características se aplicam a todos os ramos que o compõe.

O QUE É O MINISTÉRIO PÚBLICO?


O Ministério Público é uma instituição que tem como responsabilidade
a manutenção da ordem jurídica no Estado e a fiscalização do poder
público em várias esferas. Apesar de já existir desde antes da Constituição de
1988, foi a partir dela que suas atribuições mudaram, pois era amplamente
discutida a necessidade de existir um órgão de controle dos poderes do
Estado. Por isso, a partir da promulgação da Constituição Cidadã, as funções do
Ministério Público mudaram para aquilo que ele é nos dias de hoje.
Sua participação nos processos da justiça brasileira o concede uma função
jurisdicional – ou seja, contribui para a boa administração da Justiça. Cabe
ressaltar que o MP não intervém em todas as ações da Justiça, apenas quando
envolve partes que lhe cabem defender (entenda mais nos próximos tópicos!).
POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO
FAZ PARTE DE NENHUM DOS TRÊS
PODERES?
O Ministério Público é um órgão independente dos outros poderes do Estado
brasileiro. Ele não pode ser extinto ou ter atribuições repassadas a outra
instituição. Isso significa que a instituição adquiriu algo essencial a qualquer
órgão dessa finalidade: independência.

Por ser um órgão fiscalizador do poder em todas as esferas, seria questionável


o Ministério Público estar subordinado a qualquer um deles. É determinado
pela Constituição que o MP seja indivisível, tenha autonomia institucional,
autonomia para exercer suas funções, independência financeira e
administrativa.

COMO FUNCIONA A DIVISÃO DENTRO


DO MINISTÉRIO PÚBLICO?
O Ministério Público é dividido em Ministério Público da União e Ministério
Público dos Estados. Apesar disso, eles têm as mesmas atribuições funcionais. O
que muda entre eles é a esfera de poder – federal, estadual e municipal – em que
vão atuar. Em qualquer um desses órgãos, os funcionários devem prestar concurso
público para seguir carreira.
O Ministério Público dos Estados tem autonomia em cada uma das unidades
federativas do país. Existe o Ministério Público de Santa Catarina, o de São Paulo,
do Amazonas e assim por diante. Cada um deles atua diretamente nos municípios
do estado em questão e no próprio estado.

O Ministério Público da União atua na esfera federal do poder público. Ele é


subdividido em:

 Ministério Público Federal;


 Ministério Público do Trabalho;
 Ministério Público Militar;
 Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

Os seus membros gozam das seguintes garantias:

1. vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
2. inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa;
3. irredutibilidade de subsídio, salvo os casos previstos em Lei.
E estão sujeitos as seguintes vedações:

1. receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou


custas processuais;
2. exercer a advocacia;
3. participar de sociedade comercial;
4. exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma
de magistério;
5. exercer atividade político-partidária;
6. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

QUAIS OS PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO


PÚBLICO?
A definição dos princípios de atuação do Ministério Público estão no artigo 127 da
Constituição. Ele deve:

 Defender a ordem jurídica;


 Defender o regime democrático;
 Defender os interesses sociais;
 Defender os interesses individuais indisponíveis.

Mas afinal, o que isso significa? Na prática, ele deve zelar por tudo o que for público
ou de relevância pública

Interesse Público
Quando se mencionam os interesses sociais, a interpretação principal é que o
Ministério Público atue a favor de temas de interesse da sociedade como um todo,
“que estejam próximos de um interesse geral, e não de interesses privados”, de
acordo com o Promotor de Justiça Oswaldo Luiz Palu. Entende-se como interesse
social aquele que reflete o que a sociedade entende como “bem comum”.

Por exemplo, quando um prefeito desvia dinheiro público destinado à construção


de creches, isso irá afetar as pessoas que: a) pagaram impostos e esperam algum
retorno deles e b) as pessoas que precisam daquelas creches. Portanto, esse é um
problema considerado de interesse público e necessita da intervenção do
Ministério Público – com a devida investigação dos fatos, a acusação e abertura de
um inquérito. Nesse caso, um Promotor de Justiça do Patrimônio Público que
exercerá esse papel.

Interesse individual indisponível


Um interesse individual indisponível é o direito de um indivíduo e, ao mesmo
tempo, é de interesse e relevância pública – nesses casos, o direito público é
mais relevante que o próprio direito individual. Uma pessoa jamais pode abrir
mão desses direitos. Já o termo “indisponível” vem exatamente da ideia de ele não
estar à disposição em certo momento ou estar inacessível a quem possui tal direito.
Por isso, é dever do Ministério Público atuar nas áreas em que cidadãs e cidadãos
têm seus direitos individuais indisponíveis de alguma forma. São exemplos:
o direito à vida, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à liberdade.
Nenhuma pessoa pode renunciar a esses direitos, em prol do bem público – e o MP
deve atuar a fim de garanti-lo, mesmo que o indivíduo não peça para que ele o faça.

Por exemplo: um homem é testemunha de Jeová e, por conta de sua religião,


recusa-se a doar sangue a seu filho, que está muito doente e precisa de uma
transfusão. São dois direitos individuais indisponíveis que estão em conflito: o
direito à religião, por parte do pai, e o direito à vida, por parte do filho. As
interpretações do direito, feitas pelas doutrinas jurídicas, colocam a importância
de um direito sobre o outro. O direito à vida se sobrepõe a qualquer outro;
portanto, nesse caso, o Ministério Público deve agir com a finalidade de proteger o
direito que o menino tem à vida.

QUAIS SÃO AS ATRIBUIÇÕES DO


MINISTÉRIO PÚBLICO?
O Ministério Público deve promover a ação penal pública e a ação civil pública,
nos termos da lei. Cada órgão do Ministério Público pode dar início a essas ações
em suas esferas de atuação – o Ministério Público Federal fará isso no que for
relativo a órgãos, instituições, autarquias federais.

Ação Civil Pública


A ação civil pública é utilizada, entre outros, pelo Ministério Público a fim de
responsabilizar por algum dano qualquer pessoa física ou jurídica, inclusive agente
públicos e da administração pública. As ações civis têm como objetivo sanar algum
dano à coletividade.
Esses danos podem ser contra patrimônios – as definições por lei é que sejam ao
meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico. Ou podem também ser morais, como danos por à
honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
A ação civil pública trata de violações às regras de direito civil, previstas
pelo Código Civil – como, por exemplo, questões relativas ao consumidor. A
condenação, normalmente, é de reparação de dano ou multa. Cabe uma ação
pública, por exemplo, quando uma comunidade é atingida pelo rompimento de
uma barragem. Nesse caso, os responsáveis podem ser condenados a reparar
financeiramente os danos morais e materiais da coletividade atingida.
O Conselho Nacional de Justiça coloca: “todos os eleitores brasileiros, incluindo os
menores de 18 anos, têm legitimidade para propor uma ação desse tipo“, desde que
demonstrem o ato lesivo ou ameaça ao direito provocada. Se o Ministério Público
não age como uma das partes, no caso de acusar a outra parte, ele participará do
processo como fiscal da lei.
Ação Penal Pública
A diferença entre uma ação penal pública e uma ação penal privada é que a
pública deve dizer respeito a crimes que ferem interesses de toda a sociedade; ou
seja, ter ferido direitos fundamentais como à vida, à liberdade, à integridade física.
A ação penal pública é uma atribuição exclusiva do Ministério Público, que faz
a denúncia de um crime. Os crimes são definidos no Código Penal e em leis
específicas. Neles, há a descrição do crime e a definição da conduta criminosa; a
pena indicada para tal crime; o que poderia agravar aquela pena, etc. O artigo 121
do Código Penal define como crime “matar alguém”, portanto, caso uma pessoa
cometa esse crime, será aberto um processo criminal contra ela, por parte do
Ministério Público.
Existem dois tipos de ações penais públicas que o Ministério Público pode fazer:

 Incondicionada: deve ser iniciada pelo Ministério Público. Sua iniciativa em


promover a ação não depende ou se subordina a nenhuma condição. Inclusive, não
está condicionada à manifestação das pessoas envolvidas, nem à sua vontade de levar
para frente o processo ou sua autorização. Exemplos de crimes que levam a ações
penais públicas incondicionadas são: homicídios, roubos e furtos.
 Condicionada: pode ser iniciada pelo Ministério Público. Sua iniciativa,
porém, depende de a vítima fazer uma denúncia e requisitar o início de um
processo. Há também aquelas que são feitas a pedido do Ministro da Justiça. O
exemplo de um crime que só irá ser denunciado caso a vítima assim queira é o estupro
de vulnerável.

A Magistratura
É atribuído o nome de magistrado à pessoa que recebeu poderes da
nação ou do governo central para governar ou administrar a justiça.
Tal designação cabe aos desembargadores, ministros, juízes,
administrador ou governador. O presidente da república é considerado
o primeiro magistrado da nação, aquele que detém a mais alta
autoridade política e administrativa. Popularmente, o termo é mais
utilizado em meio à área jurídica, para se referir aos cargos de chefia
dentro da hierarquia do poder judiciário.

O termo magistrado tem origem na língua latina, derivada da


palavra magistratus, que por sua vez surgiu de magister, palavra que
significa "chefe" ou "superintendente". A palavra
latina magistratustanto significa o cargo de governar (magistratura)
como pessoa que governa (magistrado). Em suma, era um funcionário
do poder público investido de autoridade. Na antiguidade eram
diversos os magistrados, como os cônsules, os pretores, os censores,
considerados magistrados maiores, e os edis e questores, os
magistrados menores. Os magistrados são detentores do imperium,
um poder absoluto anteriormente atribuído apenas aos reis, um poder
de soberania, aos quais os cidadãos não podiam opor-se.

No mundo contemporâneo a palavra magistrado encontra-se


fortemente associada ao exercício do poder judiciário. Os países cuja
estrutura legal é baseada no Direito Romano (Itália, França,
Alemanha, Espanha ou Portugal), têm no seu corpo de magistrados
juízes e procuradores ou promotores. Tal noção de magistratura é
desconhecida nos países que adotam a common law. No Brasil, os
magistrados são tão somente os juízes, membros do Poder Judiciário,
apesar de ambas as categorias (magistrados e membros do Ministério
Público) gozarem das garantias constitucionais de vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.

Com relação à questão da promoção, cada nova vaga aberta é


preenchida por antiguidade e merecimento, sucessivamente.
Importante salientar que a aceitação da promoção não é obrigatória, o
contemplado pode recusá-la. A promoção por merecimento decorre do
talento e desempenho da pessoa. Já a promoção por antiguidade
resulta do tempo que aquela pessoa ocupa seu cargo atual
(normalmente conhecida como ‘entrância’).

Se a vaga a ser preenchida for por merecimento, o tribunal prepara


uma lista com três nomes (lista tríplice). Caso a vaga a ser preenchida
for por antiguidade, o tribunal escolhe um único nome. No caso de
nomeação de advogados ou membros do Ministério Público para um
tribunal é sempre do chefe do Executivo, seja presidente da República
ou governador, dependendo da esfera de poder. Tal prerrogativa faz
parte do controle mútuo entre os poderes.

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