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Sociologia Geral:
Sociologia Específica:
Émile Durkheim
Durkheim acreditava que a principal função da sociologia era o estudo
dos fatos sociais. A sociologia deveria se abster de estudar as
individualidades dos sujeitos e se debruçar sobre estudos generalistas
acerca dos fatos sociais, que são definidos por Durkheim como os
aspectos de nossa sociedade que moldam as nossas ações em
sociedade, tais como nossa língua, o Estado e a moral. O fato social,
segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de
sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-
os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem.
Segundo Durkheim, os fatos sociais possuem três características
principais:
São externos ao indivíduo, existem fora do indivíduo, isto é, já
existiam antes do seu nascimento e atuam sobre ele,
independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente
São de natureza coercitiva, o que quer dizer que eles possuem
força para nos “obrigar” a agir de determinada maneira sob a ameaça
de punições como o isolamento social, por exemplo, no caso de um
comportamento socialmente inaceitável,
São também generalistas, ou seja, atingem a todos sem
exceções.
Para que possamos compreender melhor, peguemos como exemplo a
língua que falamos. Ela constitui um fato social na medida em que nos
é externa, existindo independentemente de nossa vontade; é
coercitiva, uma vez que a não utilização de uma língua compreensível
em um meio social pode acarretar no isolamento social; e é generalista,
uma vez que todos os que nascem em um determinado local, acabam
por aprender a se comunicar com uma mesma língua ou linguagem.
Suicídio anômico
O Suicídio anômico é bem representado em situações de anomia social, ou
ausência de regras que mantinham a coesão social. O caos provocado por
grandes mudanças em uma sociedade, como por exemplo uma crise econômica,
pode provocar o aumento do número de suicídios, muitas vezes motivados por
desemprego e perda de poder aquisitivo. Então esse tipo de suicídio acontece
quando as forças desagregadoras da sociedade fazem com que os indivíduos
se sintam perdidos ou sozinhos.
Suicídio altruísta
Ocorre quando há excesso de regulamentação dos indivíduos pelas forças
sociais. Um exemplo é alguém que comete suicídio por causa de uma causa
política ou religiosa, como os sequestradores dos aviões que se chocaram com
o World Trade Center, o Pentágono e um campo na Pensilvânia em
11/09/2001. As pessoas que cometem suicídio altruísta subordinam-se às
expectativas coletivas, mesmo quando a morte é o resultado.
Suicídio egoísta
Acontece quando as pessoas se sentem totalmente separadas da
sociedade. Normalmente, as pessoas estão integradas na sociedade por papéis
de trabalho, laços com a família e comunidade, e outras obrigações
sociais. Quando esses laços são enfraquecidos através de aposentadoria ou
perda de familiares e amigos, a probabilidade de ocorrência aumenta. Os idosos
que perdem estes laços são os mais suscetíveis ao suicídio egoísta.
MAX WEBER
Para Weber a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações
individuais. Estas são todo tipo de ação ou omissão que o sujeito faz, orientando-
se pela ação de outros.
Weber estabeleceu 4tipos de ação social:
1 – Racional com relação ao objetivo: é a ação social determinada pelo cálculo
racional que coloca fins e organiza os meios necessários. Ex.: a construção de
uma ponte, a atuação no mercado de ações, a administração de uma empresa
2 – Racional com relação a valores: É aquela definida pela crença consciente no
valor de uma determinada conduta orientada por um princípio ético, estético,
religioso ou na defesa da “honra”, por exemplo. Ex.: Ceder o lugar no ônibus a
um idoso ou devolver o troco errado. Em ambos os casos a ação social é
orientada pela sociedade baseados em valores
3 – Ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito
arraigado. Ex.: A tradição do kilt na Escócia (saias para homens), a troca de
presentes no Natal e o chimarrão podem ser explicados na tradição por trás
dessas práticas. A ação social, nesses casos, é baseada na tradição.
4 – Ação afetiva: é aquela definida pela reação emocional do sujeito quando
submetido a determinadas circunstâncias. Ex.: a mãe que bate no filho por ele
ter se comportado mal, o comportamento “diferente” de certas pessoas em festas
e o cuidado dos pais por seus filhos
Nos conceitos de ação social e definição de seus diferentes tipos, Weber não
analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos. Para ele as
normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais que se
ligam a outros indivíduos formando uma teia de sentidos.
1º) Ação Tradicional: assentada no costume, em práticas aprendidas e
transmitidas pelas diferentes instituições. Ex. troca de presentes por ocasião
do Natal, festejar a Páscoa.
2º) Ação Afetiva: baseada em sentimentos e emotividade. Não há um
fundamento racional nesse tipo de ação.Ex. Torcida de futebol.
3º) Ação Racional Orientada para Valores: a ação é racional, ou seja,
baseada em uma disposição entre metas e expectativas antecipadas. No
caso de ter relação com valores, a própria ação é importante, independente
dos resultados a serem obtidos.Ex. Trabalho voluntário.
4º) Ação Racional Orientada para Fins: a ação é definida de acordo com
os objetivos esperados. O cálculo e o planejamento são essenciais como
condutores da ação.Ex. Empresa capitalista.
O método defendido por Weber consiste em entender o sentido das ações dos
indivíduos em sociedade. A sociedade para Weber é um conjunto de indivíduos
que praticam ações partindo dos outros, ou seja, a Ação Social. Tal ação é
destinada a cada indivíduo, sendo que suas atitudes são transformadas pela
sociedade que cada um vive. O homem para Max Weber, sempre viveu em um
Estado de acumulação e conspiração do outro, ou seja, as sociedades humanas
aos poucos buscaram as melhores condições sociais para si mesmos. Essas
condições sociais serão transformadas com grande êxito, e os indivíduos
passaram por grandes modificações, buscando com o tempo o Poder, e as
sociedades humanas irão se adaptar a esse processo, surgindo assim uma
divisão de tais indivíduos, como diz Max Weber às classes sociais como veremos
a seguir.
Os aspectos culturais e históricos da sociedade, o desejo de acumulação de
riquezas sempre esteve presente na vida dos indivíduos. Weber estabelece um
conceito para as sociedades humanas: A Ação Social. Tal ação sempre esteve
conspirada a cada indivíduo, onde os agentes de conduta de eram os grandes
influenciadores da sociedade. A ação social é um sistema de objetivos mais
adequados para uma transformação das sociedades. Só existe, uma ação social
quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros, sendo que tal
indivíduo deseje ou não passar por aquela transformação. Um exemplo que Max
Weber cita é que, quando se tem uma eleição, os eleitores definem seu voto a
partir da ação, opiniões dos outros que estão ao seu redor, ou seja, os indivíduos
não conseguem ter suas próprias ações. Para Weber, a ação social significa uma
ação que quanto ao sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao
comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
Às vezes a ação social pode ser perfeita ou imperfeita, ou seja, pode ser evitada
ou aceita, pelo indivíduo. Como diz Max Weber, a ação social possui relação
significativa, pois ele nos leva a pensar que se existe vários tipos de ação social,
sendo que ele nos define quatro tipos delas. A ação social determinada por
algum costume ou hábito é considerada a Ação social Tradicional, aquela
determinada pela emoção é a Ação social Afetiva, a ação social determinada pó
uma crença é considerada a Racional com valores, e aquela ação que se destina
a razão usando os métodos eficazes, podemos dizer que é a Ação social
Racional com fins. Cada ação conceituada por Weber depende dos indivíduos e
principalmente da sociedade em que vive. Os agentes sociais contribuem
bastante para a formação da ação social, pois os indivíduos possuem um fator
essencial e primordial nas sociedades.
O conceito de poder
A sociedade, para Weber, constitui, antes de mais nada, um sistema de poder,
não apenas nas relações entre classes, ou entre governantes e governados, mas
igualmente nas relações cotidianas na família, na empresa, por exemplo. As
pessoas se deparam a todo momento com o fato de que indivíduos ou conjunto
de indivíduos têm maior ou menor possibilidade de impor a sua vontade a outros.
Mas o que faz com que uns detenham o poder e outros se submetam? Para
responder essa questão Weber usa tipos ideais. Tipo ideal ou tipo puro, é um
recurso metodológico criado por Max Weber onde se constrói modelos típicos
baseados em generalizações que não se encontram, nesse grau de pureza,
disponíveis na sociedade. Os tipos ideais ou puros servem de apoio
metodológico para se estudar uma variedade de casos e acontecimentos.
(Exemplos de tipos ideais.: o aluno típico, o burocrata típico, etc.
“Poder significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma
relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o
fundamento dessa probabilidade
As 3 fontes legítimas de dominação
Retomando a questão do poder, para Weber, existe uma força que permite com
que uns consigam se impor sobre os demais, sujeitando-os à sua vontade. Essa
força está na fonte que legitima esse poder. Para distinguir e analisar essas
fontes do poder na sociedade, Weber lança mão dos tipos ideais. O autor
identifica 3 formas de dominação consideradas legítimas pelos sujeitos.
Dominação Legal - Tipo de poder onde predominam normas impessoais e
hierárquicas, como no exército, repartições públicas etc. O poder é exercido pelo
cargo.
Dominação tradicional - A tradição é identificada por Weber como uma fonte de
poder. Nesses casos predominam características patriarcais e patrimonialistas
baseadas na tradição. Ex.: A tradição é uma das fontes de autoridade dos
sacerdotes religiosos.
Carisma - Predominam características místicas e de personalidade; há
seguidores, devoção e respeito pela pessoa em si, não pelo cargo ocupado nem
por alguma tradição que possa ampara-lo. ex.: líderes “populares” que,
independentemente de cargos ou dinheiro são considerados autoridades e
respeitados como tais. Líderes religiosos, políticos e artistas podem se valer do
carisma como fonte de poder. Carisma “Deve-se entender por “carisma” a
qualidade, que passa por extraordinária (condicionada magicamente em sua
origem, de igual modo, quer se trate de profetas feiticeiros, árbitros, chefes de
caçadas ou comandantes militares), de uma personalidade graças à qual esta é
considerada possuidora de forças sobrenaturais sobre-humanas –ou pelo menos
extra quotidianas, não-acessíveis a qualquer pessoa – ou, então, tida com
enviada de /deus, ou ainda como exemplar e, em consequência, como chefe,
caudilho, guia ou líder”
As dinâmicas sociais
Ação social: racional com relação a fins, racional com relação a valores,
tradicional e afetiva. Diversos segmentos da sociedade com ordem autônoma
estruturados por meio da dominação através do cargo da tradição ou do carisma.
A essência das relações sociais é a luta: “o propósito de impor a própria vontade
contra a resistência da outra ou das outras partes”
A origem do capitalismo
Max Weber, em sua corrente weberiana destaca a idéia de que o indivíduo em
si, sempre quis buscar o capital (dinheiro). As condições sociais das sociedades
humanas antes não favoreciam para uma formação de tal Capitalismo crescer.
Weber faz uma junção sobre a ação e o acúmulo de riquezas, onde dará origem
e transformação total das sociedades, fazendo com que os indivíduos que nelas
vivem busquem a todo o momento o capitalismo, a riqueza e o poder sobre uns
aos outros. A formação do capitalismo se baseia principalmente nos fatores de
produção, ou seja, a terra, o trabalho e o capital. Para tal formação é necessário
um fenômeno que une o capitalismo com esses quatro fatores. Tal fenômeno é
a racionalidade, pois ele é essencial nas atividades humanas, pois os indivíduos
necessitam de várias transformações em sua sociedade. Os indivíduos passam
a viver em um círculo vicioso, pois são aprisionados pelo próprio sistema que
eles mesmos criaram. A raça humana passa por tantas transformações que
pedem sua naturalidade, sem saber o porquê e como tudo isso aconteceu.
Weber discute bastante essa situação, pois os indivíduos pensam que o trabalho
é uma atividade acima de tudo e todos, e que eles possuem o dever de servir o
outro. Como diz nosso sociólogo, a força de trabalho será o ápice para a
alienação dos outros indivíduos, pois cada um desempenhará aquilo que
conseguirem diante um sistema que lhes oprimirá o tempo todo, por isso o
sistema capitalista divide os indivíduo em duas classes diferentes, onde uma irá
servir e a outra irá desempenhar o papel apenas de lucrar sempre sem se
importar com os interesses dos outros.
AS CLASSES SOCIAIS
Com as várias transformações decorrentes a ação social, o poder do qual o
homem vai possui de forma incorreta diante ao sistema, Weber nos leva a
enxergar que irá surgir duas classes distintas do sistema. O homem passará a
ser escravo do próprio homem, buscará usufruir tudo aquilo que sempre desejou,
mas não sabia como começar a investigar homem a homem. Surgirá uma classe
de elevado poder, que será dona de tudo e de todos, sendo que haverá outra
classe servirá os mais fortes com o intuito de tentar sobreviver no sistema
capitalista. O sistema capitalista transformará os indivíduos em “mercadorias”,
alienando-as em um segmento que os farão ser indivíduos apenas para lucrar
ou servir. A classe mais fraca (proletariados) vendeu sua força de trabalho, e a
mais forte (burguesa) viverá sugando desses indivíduos tudo aquilo que
necessitam, não se preocupando com as vontades ou razões de tal classe. A
partir do momento que a classe trabalhadora deixar de servir, vender sua força
eles deixaram de existir, pelo fato de que o sistema exige que cada um exerça
sua função. Os indivíduos sempre serão donos uns dos outros
Burocracia:
KARL MARX
Seus trabalhos giram em torno de estudar, compreender e explicar o Capitalismo
como sendo um fruto da sociedade moderna; o estudo do modo de produção é
fundamental para se saber como se organiza e funciona uma determinada
sociedade.
MODO DE PRODUÇÃO COMO FENÔMENO SOCIAL
Para Marx, as relações de produção são consideradas as mais importantes e
consistentes relações sociais. Os valores sociais e culturais, os modelos de
família, as leis, a religião, as ideias políticas são aspectos cuja explicação está
no colapso de diferentes modos de produção. Marx parte do princípio de que a
estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam
a produção social de bens, que engloba dois fatores básicos: as forças
produtivas e as relações de produção. As forças produtivas constituem as
condições materiais de toda a produção. As relações de produção são as formas
pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Essas
relações se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e
distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho: os trabalhadores,
as matérias primas, os instrumentos e as técnicas de trabalho e o produto final.
Assim, as relações de produção podem ser: cooperativistas (como num mutirão),
escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal), capitalista
(como na indústria moderna). Para Marx, a produção é a raiz, a base de toda
estrutura social. Diferentemente dos demais pensadores citados anteriormente,
Marx considerava que as condições materiais determinam as relações dos
indivíduos na vida em sociedade conforme ensina: Marx considerava que não se
pode pensar a relação indivíduo sociedade separadamente das condições
materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de
toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras,
para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja,
comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não poderiam existir
como seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir
justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para
utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Neste sentido, podemos
entender que a sociedade para Marx, é impreterivelmente condicionada pelas
relações sociais de produção.
CONCEITOS DESENVOLVIDOS POR MARX
A trajetória de Marx é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes,
sendo os mais expressivos: classes sociais, alienação, mais valia e modo de
produção. Esses conceitos, para Marx, seriam os fatores fundamentais para
melhor explicar o processo de socialização.
CLASSES SOCIAIS
Marx em seu pensamento sociológico nos transmite uma mensagem de que as
relações sociais entre os homens se dão por meio das relações de oposição,
antagonismo e exploração, sendo esta o principal mecanismo de sustentação do
capitalismo. Opondo-se às ideias liberalistas, que consideravam os homens, por
natureza, iguais política e juridicamente, Marx negava a existência de tal
igualdade natural. Ao contrário dos liberalistas que consideravam os homens
livres das desigualdades estabelecidas pela sociedade, Marx dizia que numa
sociedade onde predomina o capitalismo as relações de produção
inevitavelmente provocam as desigualdades sociais, sendo que essas
desigualdades são a base da formação das classes sociais.
A história de todas as sociedades que existiram até hoje tem sido a história das
lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre
de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em
constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora aberta, ora
disfarçada: uma guerra que sempre terminou ou por uma transformação
revolucionária de toda a sociedade, ou pela destruição das duas classes em luta.
A divisão da sociedade em classes sociais pode ser explicada, segundo Marx,
através da “forma como os indivíduos se inserem no conjunto de relações, tanto
no plano econômico como no sociopolítico.
ALIENAÇÃO
Marx desenvolveu o conceito de alienação mostrando que o processo de
industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separam os
trabalhadores dos meios de produção, ou seja, os trabalhadores, juntamente
com as ferramentas, a matéria prima, a terra e as máquinas tornaram
propriedade privada do sistema capitalista. Além da alienação econômica, o
homem sofre também a alienação política, pois o princípio da representatividade,
que é a base do liberalismo, criou a ideia de Estado como um órgão político
imparcial, responsável por representar toda sociedade e dirigi-la por meio do
poder delegado pelos indivíduos dessa sociedade. Marx mostrou, entretanto,
que o Estado acaba representando apenas a classe dominante, ou seja, o
Estado seria apenas um instrumento de garantia e de sustentação da
supremacia da classe detentora dos meios de produção e só age conforme o
interesse desta. As classes dominantes economicamente encontravam meios
para conquistar o aparato oficial do Estado e, através dele, legitimar seus
interesses sob a forma de leis e planos econômicos e políticos.
MAIS-VALIA
Outro conceito bastante expressivo desenvolvido por Marx foi a mais-valia, que
seria o valor que o capitalista vende a mercadoria menos o valor gasto para
produzi-la. Para melhor explicar, suponhamos que um operário tenha uma
jornada diária de nove horas e confeccione um determinado item em três horas.
Nestas três horas, ele cria uma quantidade de valor correspondente ao seu
salário, que é nada mais do que aquilo que ele necessita para a sua subsistência,
ou seja, o mínimo que ele necessita para sobreviver. Como o capitalismo lhe
paga o valor de um dia de força de trabalho, o restante do tempo, seis horas, o
operário produz mais mercadorias, que geram um valor três vezes mais do que
o que lhe foi pago na forma de salário. Esse valor corresponde às duas partes
restantes é a mais-valia. Mais-valia seria então o valor não apropriado pelo
trabalhador, mas pelo capitalismo na forma de lucro. Por isso, Marx dizia que o
valor de uma mercadoria era dado pelo tempo de trabalho socialmente
necessário à sua produção. Sendo assim, os capitalistas podiam obter mais-valia
com o simples prolongamento da jornada de trabalho. Maior jornada de trabalho,
maior lucro.
COMUNISMO/SOCIALISMO
Para solucionar ou pelo menos amenizar o problema da desigualdade e da
exploração existente na sociedade capitalista, Marx propunha o Comunismo, um
sistema econômico e social baseado na propriedade comum de todos os bens e
na igual distribuição de riquezas, uma antítese do capitalismo. Para isso,
segundo Marx, seria necessário a tomado do poder pelos proletariados, abolindo
a propriedade privada dos meios de produção e consequentemente
estabelecendo a igualdade social-econômica entre as pessoas. Essa revolução
resultaria também, na extinção do Estado. Por isso, até hoje quando o
capitalismo anuncia a crise de sua supervalorização surge o “fantasma” do
comunismo, ou, pelo menos, do socialismo. Este último podemos definir como
sendo um pouco de capitalismo e um pouco de comunismo
O DIREITO E O CRIME NA CONCEPÇÃO DE MARX
Na concepção de Marx, como já foi dito, a sociedade é uma sociedade
predominantemente capitalista, caracterizada por profundas desigualdades, pois
a produção capitalista está baseada na desigualdade entre proprietários e
proletariados. Os proprietários, para exercer sua dominação, apropriam das
propriedades comuns e deixam os proletariados praticamente sem nada para
sobreviver, a não ser sua força de trabalho, que é vendida para os proprietários
dos meios de produção. Para garantir a supremacia e dominação da classe dos
proprietários dos meios de produção, surge o Direito, que é respaldado e
fundamentado pelo Estado. Para Marx, “O Estado, enquanto aparato gerido
pelas classes dominantes, transformaria os interesses particulares dessa classe
em uma forma de vontade geral ou universal, no sentido de ideologia”, ou seja,
o Estado desenvolveu nas pessoas de um modo geral, uma ideologia de que o
Direito é caracterizado por sua forma universal de operação, onde todos os
indivíduos seriam considerados iguais. O Direito para Marx, protegeria a
propriedade de todos para assim, dissimular as reais relações existentes entre
as classes. Nos modos de produção pré-capitalistas os tipos de dominação
social são diretos. No escravagismo, o senhor domina diretamente os escravos,
por meio da força bruta; no feudalismo, o senhor domina diretamente seus
servos, por meio da propriedade imutável da terra. Mas o domínio capitalista é
indireto. Quem procede à intermediação dessa dominação do capital é o Estado
e o Direito. Seja na exploração do trabalho assalariado na produção, seja no
lucro resultante do comércio, o capitalismo é o único modo de acumulação
infinita de capitais. O capitalista pode ter o quanto for, independentemente da
sua força física, porque ele se vale da garantia ao capital que advém do Estado
e do Direito. O Direito é intermediário dessa exploração. O capitalismo, assim,
associa-se sempre a uma forma jurídica, que é o seu meio de intermediação
necessário. No capitalismo, um burguês, ao tomar uma riqueza pagando-lhe um
valor no mercado, estabeleceu um contrato, e essa é uma forma jurídica. O
comércio capitalista se faz pelo contrato, portanto, por um instrumento de Direito.
O capitalismo, assim, é necessariamente jurídico. Os modos de produção
anteriores, não. A exploração de um homem por outro, de um trabalhador por
um burguês, é intermediada por um contrato de trabalho. Por meio dele, o
trabalhador juridicamente se submete ao burguês porque assinou um contrato
de trabalho. O Estado é o garante dessa relação. No capitalismo, pode um
burguês ter empreendimentos, lojas, bancos e indústrias nos mais variados
lugares, porque o que garante sua propriedade privada e a obediência na
exploração do trabalho alheio é o Estado, por meio de seus institutos jurídicos.
É por isso que, de maneira estrita, somente o capitalismo se estrutura em
relações de Direito. Os modos de produção anteriores são estruturados na força
bruta ou na propriedade exclusivista e tradicionalista da terra. O capitalismo é
dinâmico porque seu lastro (base) é o próprio Estado e o seu Direito. Assim,
além do aspecto propriamente ideológico, o Direito cumpre funções
fundamentalmente repressivas, sobretudo contra as classes dos expropriados.
O crime, para Marx, nasceria das condições sociais em que as pessoas eram
submetidas na sociedade moderna, ou seja, na sociedade capitalista. O
processo de brutalização das relações sociais, iniciado pelo capitalismo
industrial, desmoralizou o homem da classe operária; esse processo teria
degradado e brutalizado tanto os homens que o crime passaria a ser um índice
de tal processo. Outra condição seria a competição entre os indivíduos dentro
do mercado de trabalho, ou mesmo dentro das fábricas, o que degenera a
solidariedade entre eles e, consequentemente, aumenta as tensões que
resultam em crimes.
Existe uma função suplementar no Direito. Além de sua razão de ser estrutural,
que é a de intermediar a exploração capitalista, há uma função suplementar, que
é de caráter ideológico. Em termos ideológicos, o Direito dificulta a compreensão
da real estrutura social, porque trata das coisas em termos idealistas. O Direito
faz com que as injustiças apareçam formalmente desligadas da realidade.
Quando o trabalhador vende sua força de trabalho ao capitalista, eles são dois
desiguais. Mas o Direito os reputa como iguais, porque ambos são tidos como
sujeitos de direito e ambos fizeram um acordo de vontades livremente. A função
suplementar do Direito é servir de máscara ideológica ao capitalismo porque, na
prática, trata formalmente como iguais os que são efetivamente desiguais. Essa
máscara ideológica faz com que o jurista nem saiba que o Direito está a serviço
da exploração. Ele imagina, de fato, que todos são cidadãos, que todos são
iguais porque seus votos valem o mesmo que os dos outros etc. O jurista não
entende a mera aparência de formalidade que é o Direito. Por isso, para o
marxismo para entender a sociedade é preciso quebrar o discurso ideológico do
jurista e entender, historicamente, qual o papel estrutural do direito na sociedade
capitalista. Assim sendo, no marxismo, o Direito não é tomado como um ente
eterno, fora da história. Ele é parte específica da história, dos conflitos e da
dominação do capitalismo, e a análise social do Direito feita de maneira dialética
não pode perder de vista essa especificidade. O marxismo confirma-se, assim,
como a grande teoria crítica para a sociologia do direito.
Materialismo histórico
Èmile
COMTE Max Weber Karl Marx
Durkheim
Planejar o
desenvolvimento
da sociedade e do
indivíduo com Definir a
critérios das Integrar o Sociologia como Revelar a lei
ciências exatas e indivíduo ao uma ciência que econômica do
Objetivo:
biológicas. coletivo tendo procura a movimento da
como meio a compreensão sociedade
solidariedade. interpretativa da moderna.
ação social.
Observação,
experimentação,
comparação,
classificação e Análise e
Compreensivo
interpretação Investigação do
filiação histórica. (compreensão
Método: objetiva, neutra e materialismo
interpretativa da
sistemática dos histórico.
ação social).
dados empíricos.
Sociedades Capitalistas:
Selvagens relações entre capital e trabalho, o mais comum de ver-se são
gritantes desigualdades sociais, as quais deságuam, necessariamente, nos
processos de exclusão e marginalização. Por certa inviabilização da
cidadania para tantos, o desrespeito à vida, à alimentação, à saúde, à
educação etc. estabelece inevitável ruptura com os direitos e garantias
fundamentais dos seres humanos enquanto tais. (MORAIS, 2009, p. 184 ).
O descredito da população frente ao poder estatal está em retas de um
embate muito forte, tendo em vista que há uma emergência de cidadania
social para uma grande parcela da população e nos vemos alheios a tudo
isso. Não podemos permitir que no século XXI ainda encontremos vítimas
do poder de grandes capitalistas frente a desinformação das pessoas.
Há uma necessidade de resolução desses conflitos urgentemente. O Estado
precisa investir em melhores políticas públicas assistencialistas para essa
camada da sociedade fica sempre à margem da sociedade legal (sociedade
legal aquela que tem toda a infraestrutrura que o restante da sociedade não
tem).
DIREITOS HUMANOS: PENSAMENTOS E EVOLUçõES
A evolução histórica dos direitos humanos são um construído, com o passar
da história eles vão se firmando. Os direitos humanos não nascem todos de
uma só vez. Com o nascimento de um direito humano ele jamais terá o
condão de eliminar o outro, mas sim, de agregá-lo e torna-lo cada vez mais
forte.
Na visão de Louis Henkin: “Direitos humanos constituem um termo de uso
comum, mas não categoricamente definido. Esses direitos são concebidos
de forma a incluir aquelas ‘reivindicações morais e políticas que, no
consenso contemporâneo, todo ser humano tem ou deve ter perante sua
sociedade ou governo’, reivindicações estas reconhecidas como ‘de direito’
e não apenas por amor, graça ou caridade.” (HEINKIN in PIOVESAN, 2013,
p. 59).
Ainda para Antonio Enrique Pérez Luño: “Os direitos humanos surgem como
um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico,
concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as
quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos,
nos planos nacional e internacional.” (LUÑO in PIOVESAN, 2013, p. 59).
Segundo Fábio Konder Comparato: “a revelação de que todos os seres
humanos, apesar das inúmeras diferenças biológicas e culturais que os
distinguem entre si, merecem igual respeito, como únicos entes no mundo
capazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza. É o reconhecimento
universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum
indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode
afirmar-se superior aos demais
Acesso à justiça
Periferia:
Marginalidade:
Pobreza e Exclusão:
Desigualdade Jurídica:
Acesso à Justiça:
Tem sofrido sensível aumento nos últimos tempos, marcados por sucessivas
crises econômicas e sociais por que o país passa, levando os órgãos
incumbidos da solução das questões jurídicas a uma crise sem precedentes
em sua história.
Formas Institucionais de Mediação:
Mecanismos de informalismo;
Oralidade; e
Conciliação.
Possibilitando uma justiça mais próxima, ágil e democrática, apta a
atender a todos os segmentos sociais demandantes de suas conquistas.
São mecanismos utilizados para que o verdadeiro acesso à justiça seja
efetivado.
O Direito Constitucional à
moradia
O PLURALISMO JURÍDICO
O Monismo Jurídico:
O modelo jurídico ocidental teve sua origem com o surgimento do Estado
Moderno e do pensamento ideológico liberal.
O princípio da unicidade é a existência de um único direito, o próprio direito
positivo, sendo o Estado o seu núcleo e produzindo normas jurídicas
direcionadas ao atendimento de uma comunidade.
O que é o Pluralismo?
“Na linguagem política chama-se assim a concepção que propõe como
modelo a sociedade, composta de vários grupos ou centros de poder,
mesmo que em conflito entre si, aos quais é atribuída a função de limitar,
controlar e contrastar, até o ponto de o eliminar, o centro do poder
dominante, historicamente identificado com o Estado. Como tal, o Pluralismo
é uma das correntes do pensamento político que sempre se opuseram e
continuam a opor-se à tendência de concentração e unificação do poder,
própria da formação do Estado moderno. Como proposta de remédio contra
o poder exorbitante do Estado, o Pluralismo se distingue da teoria da
separação dos poderes, que propõe a divisão do poder estatal, não em
sentido horizontal, mas em sentido vertical. Distingue-se igualmente da
teoria do liberalismo clássico que propõe a limitação da onipotência do
Estado pela subtração à sua ingerência de algumas esferas de atividade
(religiosa, econômica e social, em geral) onde os indivíduos possam
desenvolver livremente sua própria personalidade. Distingue-se, finalmente,
da teoria democrática que vê o remédio na participação mais ampla possível
dos cidadãos nas decisões coletivas.” (BOBBIO, 2010. v.2, p 928).
O Pluralismo Jurídico:
Teoria que sustenta a coexistência de vários sistemas jurídicos no seio da
mesma sociedade.
Jean Carbonnier => “o direito é maior do que as fontes formais do direito”.
O direito não depende da sanção do Estado, ou seja, não se encontra
exclusivamente nas fontes oficiais do direito oficial-estatal (Constituição
Federal, Leis, Decretos). Nem tudo o que é direito é lei, ou ainda, que direito
pode ser contra a lei ou estar fora da lei.
1. Associações de moradores;
2. Traficantes;
3. Polícia.
OS OPERADORES DO DIREITO
A Advocacia
Extremo da Pirâmide:
Encontram-se os advogados pobres, geralmente são formados em
faculdades menos prestigiadas, que irão trabalhar junto a população mais
carente, lidando em causas cujo valor não permite uma alta remuneração.
Alguns têm até dificuldade de pagar a anuidade da Ordem dos Advogados
do Brasil.
A situação desse grupo reflete a limitação de acesso à Justiça das classes
desfavorecidas.
Categoria Intermediária:
Encontram-se os advogados que trabalham em posições inferiores em
grandes escritórios de advocacia, realizando um trabalho burocrático e
subordinado, com uma baixa remuneração comparável àquela de um
funcionário do setor privado.
Também temos uma situação semelhante de advogados que trabalham em
departamentos jurídicos de empresas ou em serviços jurídicos estatais.
No Brasil:
Cada vez cresce mais o número de advogados cresce. Tendo em visto à
impressionante ampliação do ensino jurídico, sendo que o número de alunos
matriculados nas faculdades de direito triplicou entre 1970 e 1996, havendo
desde então tendência de aumento.
Verificamos que o Ministério da Educação e Cultura – MEC propicia esse
aumento autorizando a abertura de Cursos de Direitos em diversas
faculdades. Mecanismos que não era utilizado nas décadas de 1960 e 1970.
Hoje podemos dizer que o Estado tem contribuído significativamente para
esse aumento de Universidades, procurando cada vez mais dar acesso à
educação superior para o maior número de pessoas possíveis.
O Ministério Público
O QUE DE FATO É O MINISTÉRIO PÚBLICO?
O Ministério Público é um órgão independente, que não está vinculado a nenhum dos
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). De acordo com a Constituição da República, é
uma instituição permanente que possui autonomia e independência funcional.
A permanência quer dizer que ele não pode ser extinto. A autonomia administrativa,
orçamentária e funcional o permite ser o único responsável pela gestão de seus recursos
financeiros e pessoais.
Sua independência é uma característica importante para que ele exerça a função
fiscalizadora do poder. Caso o MP fosse subordinado a qualquer um dos poderes, sua
atuação seria questionável e parcial. A propósito, ele não pode ter suas atribuições
repassadas a outra instituição.
1. vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por
sentença judicial transitada em julgado;
2. inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus
membros, assegurada ampla defesa;
3. irredutibilidade de subsídio, salvo os casos previstos em Lei.
E estão sujeitos as seguintes vedações:
Mas afinal, o que isso significa? Na prática, ele deve zelar por tudo o que for público
ou de relevância pública
Interesse Público
Quando se mencionam os interesses sociais, a interpretação principal é que o
Ministério Público atue a favor de temas de interesse da sociedade como um todo,
“que estejam próximos de um interesse geral, e não de interesses privados”, de
acordo com o Promotor de Justiça Oswaldo Luiz Palu. Entende-se como interesse
social aquele que reflete o que a sociedade entende como “bem comum”.
A Magistratura
É atribuído o nome de magistrado à pessoa que recebeu poderes da
nação ou do governo central para governar ou administrar a justiça.
Tal designação cabe aos desembargadores, ministros, juízes,
administrador ou governador. O presidente da república é considerado
o primeiro magistrado da nação, aquele que detém a mais alta
autoridade política e administrativa. Popularmente, o termo é mais
utilizado em meio à área jurídica, para se referir aos cargos de chefia
dentro da hierarquia do poder judiciário.