Você está na página 1de 5

SUELLEN CABRAL LIMA DOS SANTOS

RA: 8096556

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO- CICLO 2

Trabalho apresentado ao Claretiano -


Centro Universitário para a disciplina de
Filosofia das Ciências Sociais.
Prof. Paulo Rogério da Silva

MACAÉ
2020
1) Qual a relevância metodológica, segundo o pensamento de Comte, de se
considerar a sociologia como uma ‘’física social’’? justifique o seu texto com pelo
menos duas citações do material didático indicado.

A física social ou sociologia segundo o filósofo Comte baseia-se em critérios


positivos através da ciência, investigação do real, experimentação, observação e
comparação e graças a isso forma-se uma base sólida para o nascimento da
sociologia como um campo do saber.

Comte foi o primeiro autor a definir precisamente o objeto, bem como a


estabelecer os conceitos e metodologias relacionados ao estudo da
sociedade enquanto ciência – também chamada por ele de “Física Social”.
Com isso, conseguiu demarcar um campo de estudo próprio, o que foi
fundamental para o surgimento da Sociologia como área autônoma do saber.
(SILVA, 2018, p. 148)

O objeto de estudo da física social está na constante análise dos aspectos da


sociedade, que se divide em: teológico(crenças), metafísicos(abstrato) e positivo
(cientifico e relativismo).

Estágio teológico: representaria o ponto de partida da inteligência humana,


no qual, segundo Comte, os fenômenos naturais são compreendidos como
resultados de forças e seres sobrenaturais. Ou seja, nesse estágio, o espírito
humano “apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e
contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja
intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo”
(COMTE, 1978b, p. 4). No entanto, observa-se que tal suposição sobrenatural
não decorre apenas da falta de recursos técnicos e científicos, mas
principalmente da imaturidade da inteligência humana, ainda não adaptada à
total compreensão positiva das leis fenomênicas. Estágio metafísico:
representaria um ponto de transição entre a ingenuidade do estágio teológico
e a maturidade do espírito positivo. Por conta disso, esse estágio promove
uma substituição das explicações sobrenaturais anteriores por essências ou
forças abstratas e absolutas, que, por se fazerem presentes na matéria e nos
seres, são capazes de oferecer explicações sobre a origem e o destino do
universo – por exemplo, a noção de “simpatia” da natureza, amplamente
divulgada no Renascimento. Nas palavras de Comte, nesse estágio, “os
agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras
entidades […] inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como
capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados”
(COMTE, 1978b, p. 4) Estágio positivo: de acordo com Comte, representaria
o estágio definitivo da evolução racional da humanidade, o qual, por meio do
uso combinado da razão e da observação, levaria o ser humano a
compreender as leis gerais que geram os fenômenos da natureza. Para o
autor, esse estágio só foi possível após o espírito humano finalmente
reconhecer “a impossibilidade de obter noções absolutas”, renunciando
assim à procura pela “origem e destino do universo”, bem como as “causas
íntimas dos fenômenos” (COMTE, 1978b, p. 4). (SILVA, 2018, p. 144,145)
Comte divide a sociologia ou física social em dois aspectos: estática social que
estuda as condições de existências comuns a todas as sociedades em todos os
tempos e dinâmica social que estuda leis de desenvolvimento da sociedade.

Segundo Comte, os elementos da estática social – isto é, da “ordem” e


coesão das sociedades – são, pelo menos, cinco: religião, governo,
linguagem, família e propriedade. Noutras palavras, a estática estudaria
justamente aquelas condições de existência e sociabilidade comuns a todas
as sociedades e em todos os tempos. Na obra Catecismo positivista, Comte
argumenta sobre tais elementos da estática social com relação à religião: “o
dogma fundamental da religião universal consiste, portanto, na existência
constatada de uma ordem imutável a que estão sujeitos os acontecimentos
de todo gênero” (COMTE, 1978a, p. 143-144). O pressuposto fundamental
da estática reside, portanto, na elaboração de leis que justificariam a
existência de elementos de coesão dos diferentes grupos sociais ao longo da
história, sem os quais se tornaria impossível a conservação de qualquer
corpo social. (SILVA, 2018, p. 155)
Por sua vez, a dinâmica social tenta compreender de que forma as
sociedades evoluem ao longo da história. Ou melhor, tenta descobrir de que
maneira os cinco elementos da estática (religião, governo, linguagem, família
e propriedade) se desenvolvem e evoluem no tempo. De acordo com Comte,
as leis da dinâmica social são basicamente reduzidas a duas – a lei da
evolução teórica e a lei do impulso prático. (SILVA, 2018, p. 156)

2) Comente sobre a importância do conceito de ‘’fato social’’ como objeto de análise


para o fenômeno do suicídio de acordo com Durkheim. No seu texto deverá constar:
as características do fato social e as modalidades de suicídios (egoísta, altruísta e
anômico).

A importância do conceito de Fato social acontece independentes das ações


individuais é como se fosse um organismo vivo, ou seja antes do seu nascimento já
existia: valores morais, cultura, religião e crenças. As características do fato social e
estudar a sociedade em ser livres de valores moral, afastar do senso comum, imparcial
para lidar com fatos sociais, além de incluir os três métodos do fato social que são a
coercitividade, exterioridade e generalidade como afirma Silva:

A coercitividade é a força exercida sobre os indivíduos que os obriga, por


meio do constrangimento ou da lei, a seguir um determinado comportamento
estabelecido (normas, valores, regras etc.) (SILVA, 2018, p. 165,166)
A exterioridade está relacionada a padrões exteriores aos indivíduos e que,
por isso, existem independentemente de suas vontades ou adesões
conscientes. Ao nascer, o indivíduo já é inserido em um contexto de inúmeras
regras, leis e normas que é coagido a aceitar para fazer parte da família e da
sociedade. Independentemente de gostar ou não das regras impostas, elas
continuarão a existir mesmo sem o seu consentimento. (SILVA, 2018, p. 167)
Generalidade, tal característica diz respeito a situações e fatos que são
realizados coletivamente e que são comuns a todos os membros de um grupo
– ou de sua maioria. Por isso, além de serem coercivos e externos, os fatos
sociais precisam também ser “gerais”, isto é, envolver os hábitos de muitos
indivíduos, bem como se difundir e se repetir de maneira satisfatória e
assídua. (SILVA, 2018, p. 168)

As Modalidades de Suicídios que Durkheim cita se dividem em suicídio Egoísta


que acontecem quando tem uma baixa coesão social e se caracteriza por não vê razão
na sociedade melancolia, objetivos individuais, aparência vale mais do que a sua
essência como vemos em Silva.

Para Durkheim, o suicídio egoísta é aquele resultante de uma integração


social frágil. Ou seja, nesse caso, a falta de integração social levaria o
indivíduo a buscar em si mesmo aquilo que não consegue mais obter na
coletividade. Ocorre, portanto, a perda dos princípios ou noções de
integração social, resultando no reconhecimento de regras de conduta
apenas pessoais. (SILVA, 2018, p. 185)

A outra modalidade de suicídio é o Anômico que é a falta de fé nas instituições


sociais que estão corrompidas e vive a vida de forma de desregrada.

Para o autor, o suicídio anômico está relacionado à fraca regulação exercida


pela sociedade. A anomia (do grego, a + nomos, que significa “privado de
leis”) diz respeito a uma situação social na qual as leis ou as normas coletivas
não são mais eficazes para a regulação da vida dos indivíduos. Na anomia,
os indivíduos perdem, portanto, as suas referências sociais e, por isso,
decepcionam-se com a coletividade, resultando em atentados contra a
própria vida. (SILVA, 2018, p. 188)

Existe também a modalidade de suicídio e o altruísta que se caracteriza por


uma sociedade unida, forte e coesa que leva a pessoa a acreditar que uma causa ou
uma sociedade e mais importante do que a vida dela.

Segundo Durkheim, o suicídio altruísta resulta de uma forte integração social.


Se a causa do suicídio egoísta era a falta de integração social, no caso do
altruísta o problema é inverso: decorre do excesso de integração social. Ou
seja, esse tipo de suicídio ocorre no interior de grupos coesos, nos quais se
consideram os fins coletivos como superiores aos fins individuais. As ações
individuais são legítimas somente em função da coletividade. (SILVA, 2018,
p. 186, 187)

E por fim aparece o suicídio fatalista que tem sua essência totalmente contraria ao
anômico como afirma Silva, 2018.
Assim como o suicídio egoísta (por falta de integração social) se opõe
totalmente ao suicídio altruísta (por excesso de integração social), segundo
Durkheim, parece existir também – porém, nas devidas proporções – um
outro tipo de suicídio oposto ao anômico, chamado pelo autor de “fatalista”.
Suas diferenças são perceptíveis: enquanto o suicídio anômico se caracteriza
pela falta de regulação dos padrões morais, o fatalista estaria relacionado ao
excesso de alguma regulação moral praticada pelo indivíduo. Ou seja, a
rigidez e inflexibilidade das normas morais podem, em algumas situações,
causar desconfortos pessoais que motivam, inclusive, a prática do suicídio.
(SILVA, 2018, p. 190)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, P. R. Filosofia das Ciências Sociais. Batatais: Claretiano, 2018.

Você também pode gostar