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Índice

0.Introdução.......................................................................................................................3

0.1. Objectivos...................................................................................................................4

1.0. Problemática na tentativa da definição da filosofia....................................................5

1.1. Tentativas da definição da filosofia............................................................................5

1.1.1. Algumas tentativas de definição de filosofia...........................................................5

1.1.1.8. Definição Etimológica da Filosofia......................................................................7

1.1.1.9. O carácter pluralista na definição da filosofia......................................................7

1.2. Surgimento histórico da filosofia...............................................................................7

1.2.1. Contexto histórico do surgimento da filosofia........................................................9

1.3. Condições que determinaram o surgimento da Filosofia...........................................9

1.4. As principais descobertas da Filosofia nas suas origens..........................................10

2.0. Consciência moral....................................................................................................11

2.1. Características da consciência moral........................................................................11

3.0. Acção Humana.........................................................................................................12

3.1. Tipos de acção humana............................................................................................12

3.1.1. Acções involuntárias (actos do Homem)...............................................................12

3.1.2. Acções voluntárias (actos humanos).....................................................................12

3.2. Condicionantes da acção humana.............................................................................13

4.0. Valores......................................................................................................................13

4.1. Classificação de valores...........................................................................................13

4.1.1. Valores Espirituais:...............................................................................................13

4.1.2. Valores materiais:..................................................................................................14

4.2. A subjectividade ( ou relatividade) e a Objectividade dos valores..........................14

5.0. Conclusão.................................................................................................................15

6.0. Referências bibliográficas........................................................................................16


0.Introdução
Pensar é uma actividade que faz parte do ser humano. Tentar compreender nós mesmos
e a realidade que nos cerca faz parte da nossa natureza. A necessidade de saber quem
somos, de onde viemos, para onde vamos, buscar uma explicação para os
acontecimentos e compreender o sentido da vida tudo isso está presente em todas as
civilizações, de forma às vezes mais, às vezes menos elaborada.

Mas os gregos antigos inventaram uma forma original de lidar com essas questões.

A Filosofia é reconhecida como uma criação do génio grego, ou seja, ela teria nascido
em Mileto, cidade localizada em uma colónia grega (Jónia) da Ásia Menor, actual
Turquia, no século VI antes de Cristo, com Tales de Mileto. A esse respeito, porém
existem divergências, contestações, que podemos encontrar mesmo entre os antigos,
entre historiadores do século XVIII, e entre orientalistas em geral, que não crêem ser a
Filosofia uma criação original da Grécia, mas que elementos anteriores oriundos de
outras civilizações já conteriam elementos que desdobrar-se-iam no que hoje
conhecemos como Filosofia.

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0.1. Objectivos
0.1.1. Geral

 Descrever a História da Filosofia e aspectos relacionados com a Consciência


moral, Acção humana e valores humanos.

0.1.2. Específicos

 Identificar os principais factores históricos que permitiram o surgimento da


filosofia;
 Compreender as principais diferenças entre o pensamento mítico e o pensamento
filosófico;
 Definir o conceito «Consciência moral e descrever suas características;
 Distinguir actos humanos de actos do Homem;
 Identificar os tipos de valores.

0.1.3. Metodologias

O trabalho feito duma forma rigorosa no uso de livros, artigos que constam na
referência bibliográfica e também no uso complementar de meios cibernéticos.

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1.0. Problemática na tentativa da definição da filosofia

1.1. Tentativas da definição da filosofia


A filosofia parece esquivar-se a toda e qualquer definição de tipo disciplinar que a
perspective, à semelhança de outros saberes constituídos, isto é, por referência à
delimitação de um objecto de estudo pois não há consenso, entre os filósofos, sobre a
noção ou o conceito de Filosofia. Por isso, muitos preferem falar de Filosofias e não de
Filosofia. Por outras palavras, a definição da Filosofia constitui o primeiro dos seus
problemas para todos os sistemas filosóficos (Santos, 2014)

Cientes de que uma definição da filosofia, feita e assente uma vez para todo o sempre,
implicaria a imobilidade do pensamento humano, a unificação dos vários modos de
pensar, as definições que a seguir apresentamos são de carácter provisório, no sentido
de que só a prática da actividade filosófica poderá levar-lhe à compreensão do que a
filosofia é. Pois, “o que a filosofia é, só dentro dela própria e com os seus conceitos e
meios pode realmente determinar-se”.

1.1.1. Algumas tentativas de definição de filosofia


Como foi abordado acima, existem várias perspectivas ou maneiras de conceber a
filosofia. A seguir são descritas essas perspectivas conforme descreve Santos (2014):

1.1.1.1. Tentativa 1 (de Aristoteles- idade antiga)

A Filosofia é o estudo dos primeiros princípios e causas últimas de todas as coisas.

Para Aristóteles (380-322 a.C.), assim como para grande parte da Filosofia clássica,
principalmente os primeiros filósofos, a grande preocupação era de descobrir a origem
do universo, isto é, tentar encontrar a causa primeira de todas as coisas. Nessa ordem de
ideias, compreende-se então o tipo de definição que Aristóteles dá à filosofia.

1.1.1.2. Tentativa 2 (de Cícero – Idade Média)

Para este filósofo, a filosofia é o estudo das causas humanas e divinas.

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Para Cícero, a filosofia tem de se preocupar com a questão do Homem, no que diz
respeito sobre a sua origem, a sua existência e o seu destino. E preocupa-se também
sobre as questões divinas, isto é, questões ligadas a Deus, espírito, alma.

1.1.1.3. Tentativa 3 (de Descartes – Idade Moderna)

Filosofia é a arte de raciocínio correcto.

A Idade Moderna foi a época onde começa o desenvolvimento da técnica e da ciência


motivada pelo uso da razão. É nessa perspectiva que aparece Descartes a definir
filosofia como arte de raciocinar bem, e por isso mesmo, ser filósofo é ter essa
capacidade de raciocinar correctamente.

1.1.1.4. Tentativa 4 (de Karl Marx - Idade Contemporãnea)

A filosofia é uma prática de transformação social e politica. Para este filósofo, a


filosofia deve ajudar os homens a corrigir as mentes de modo a melhorar as suas
condições de vida.

1.1.1.5. Tentativa 5 (Hountondji – na Actualidade)

Filosofia é uma disciplina científica, teorética e individual.

1.1.1.6. Tentativa 6 (de Anyanw - na Actualidade)

Filosofia tem a missão de explicitar o implícito, tomar consciência do inconsciente.

Para este filósofo, a filosofia tem a missão de trazer à vista, aquilo que está oculto,
deixar em evidência tudo o que parece escondido, e trazer à consciência tudo o que se
pratica sem dar conta dele.

1.1.1.7. Tentativa 7 (de Ngoenha – na Actualidade)

Para ele, filosofia ajuda a resolver os problemas da humanidade, e é um instrumento de


emancipação.
Para este filósofo, o Homem tem que tomar filosofia como arma de libertação que
resolve os problemas que acontecem no nosso dia-a-dia.

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1.1.1.8. Definição Etimológica da Filosofia
Definir etimologicamente um conceito quer dizer procurar compreender este mesmo
conceito a partir do significado das palavras desse mesmo conceito. Assim, a palavra
Filosofia provém da união de dois termos gregos: philos (amar, gostar de) e sophia
(saber, sabedoria, conhecimento). Filosofia ou “amor a sabedoria”, “gosto pelo saber”
(Chauí, 1995, p.19).

Esta definição revela-nos que filosofia não é tanto um saber constituído, uma sofia
estabelecida, mas antes um amor, uma procura, um interesse pelo saber. Narra-se que o
termo foi inventado por Pitágoras, filósofo grego (século VI a. C.) que, certa vez,
ouvindo alguém chamá-lo sábio e considerando este nome muito elevado para si
mesmo, pediu que o chamassem simplesmente filósofo, isto é, amigo da sabedoria,
aquele que procura a sabedoria, que ama o saber, que indaga a verdade das
coisas; o filósofo é um peregrino em demanda da verdade e não o possuidor dela, é um
homem cuja consciência se apresenta sempre inquieta e insatisfeita.

1.1.1.9. O carácter pluralista na definição da filosofia


A multiplicidade e diversidade de perspectivas filosóficas mostram-nos, a priori, o
carácter pluralista da definição da filosofia e da sua prática. Este carácter pluralista
resulta da impossibilidade de dar uma definição universalmente válida. Pois cada
filósofo define a filosofia de acordo com as suas circunstâncias: o tempo, o lugar e as
influências que este sofre, quer gnosiológicas, quer políticas ou ideológicas,
económicas, culturais.

Apesar desta dificuldade de dar à filosofia uma definição única e acabada, a filosofia
define-se a si própria pelo modo como se realiza. Só por saber que não existe uma
definição única e consensual para todos os filósofos, nada nos permite concluir, no
entanto, que ela seja um reino da subjectividade e de arbitrariedade, onde se admitem,
sem critério ou crítica, todas as ideias.

1.2. Surgimento histórico da filosofia


Segundo Santos (2014, p.19), a história da Filosofia, considerada como pensamento
metódico, abrange cerca de dois mil e quinhentos anos. Considerada na perspectiva de

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sua raiz mais primitiva, isto é, contabilizando-se aí também o período marcado pelo
pensamento mítico, esse cálculo pode ser ampliado.

O pensamento mítico era visto como histórias sagradas que durante séculos dominaram
a vida da comunidade humana. A criação de tais história era atribuida aos seres
sobrenaturais, aos deuses e cujo enquadramento era extratemporal. Daí que a sua
narração principia com a expressão “Naqueles tempos”, tempo esse que se presume
imemorável. Teriam sido os deuses a narrarem essas histórias aos primeiros
antepassados ou a indivíduos que tinham um estatuto especial no seio das suas
comunidades (sacerdotes, feiticeiros, chefes etc).

Em geral, os mitos narravam os feitos dos deuses, narravam histórias da origem do


universo, dos objectos particulares como por exemplo, a origem das pedras e dos
animais, de uma ilha ou vegetação, das instiuições como a família, a chefia, a educação,
a técnica, o castigo ou a recompensa, etc.

De acordo com Sell (2008, p.26), a temática sobre as origens da filosofia é tão antiga
como sua consolidação em forma de pensamento (tipo de conhecimento). Já, na
Antiguidade, há o debate entre a tese orientalista e a ocidentalista.

A primeira defende que os gregos nada fizeram além de aperfeiçoar elementos do


pensamento oriental. A segunda defende a tese do milagre grego, tomando a filosofia
como uma criação puramente grega.

Este debate perdurou até o final do século XIX, mudando com as novas descobertas
arqueológicas do final do século XIX e início do século XX, com a confluência de
novas pesquisas da linguística e da antropologia, particularmente quanto ao estudo da
mentalidade primitiva ou arcaica (Sell, 2008, p.26).

Passa-se, então, a procurar entender de que modo, num dado ambiente e em certas
condições históricas, a mentalidade mítica foi dando lugar à mentalidade filosófico-
científica. Não se trata mais de pensar a filosofia como um milagre, no sentido religioso;
tampouco pensá-la como mero legado do Oriente. Certamente os gregos antigos
desenvolveram o legado oriental e são devedores deste: a matemática e a astronomia
constituem bons exemplos disto. Contudo muitos historiadores contemporâneos
defendem que a filosofia, enquanto uma forma de pensamento, uma teorização, é uma
invenção grega.

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Esta passagem de uma mentalidade mítica para uma mentalidade centrada na
racionalidade ocorreu de forma lenta e gradual. Mas, a partir do séc. VI a.C., já é
possível identificar algumas noções fundamentais da mentalidade filosófica: a physis, a
causalidade, a arqué, o cosmo, o lógos e o carácter crítico.

1.2.1. Contexto histórico do surgimento da filosofia


Filosofia nasceu por volta dos séculos VII-VI a. C., com os filósofos jónios.

De acordo com Sell (2008, p.40), nessa época chamada de Jónia, passa a ser o principal
pólo de desenvolvimento económico da Grécia devido à sua posição estratégica para o
controle do comércio no Mediterrâneo. Na mais importante dessas colónias, a polis de
Mileto, nasceu a Filosofia. Mileto foi o primeiro centro intelectual da Filosofia. Sua
influência durou até a destruição total da cidade pelos persas, no ano de 494 a.C. Além
de Mileto, a pólis de Éfeso também se destacou como um centro de discussão filosófica
na Jónia.

Numa tradição que remonta a Aristóteles, costuma-se considerar Tales de Mileto (640 -
562 a.C.) como sendo o primeiro filósofo, seguido de Anaximandro (610-547a.C.) e de
Anaxímenes (585-528 a.C.), ambos também de Mileto, e de Heráclito de Éfeso (540 -
470 a.C.).

Caracteriza o trabalho de Tales e dos outros pensadores jónios a tentativa de


compreender a realidade sem fazer referência a elementos sobrenaturais. O que eles
procuram são explicações para os fenómenos naturais, baseadas exclusivamente na
observação atenta e no raciocínio cuidadoso.

1.3. Condições que determinaram o surgimento da Filosofia


A filosofia, como forma de saber e de existência humana, surgiu dentro de um
movimento global e complexo da cultura grega, conhecido por “milagre grego”. A
expressão “milagre grego”, aqui empregue traduz um fenómeno de extraordinário o
florescimento das artes, da literatura, Ruínas do antigo da ciência, da Filosofia, das
formas de organização política e económica, que se verificaram exclusivamente na
Grécia, no século V a. C. (Reale, 1993, p.15).

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Para o surgimento do “milagre grego”, consequente da filosofia, foram determinantes,
por um lado, as peculiares condições económicas da Grécia, a prosperidade material
conseguida no intenso comércio com as colónias e por outro, a decisiva
institucionalização da liberdade política que permitiu elevar, nos gregos, a consciência
da sua dignidade, da noção de cidadão, como também, da sua participação nas
actividades políticas ( a política democrática, que se expressava também na liberdade de
expressão). Este quadro económico e político, não só permitiu a circulação de pessoas e
bens, como também de ideias, das colónias (Ásia Menor, Sicília) para a Metrópole
(Grécia, Atenas), ou por outra, levou a Grécia a um confronto com culturas estranhas
permitindo-a desenvolver e alargar o seu horizonte intelectual.

1.4. As principais descobertas da Filosofia nas suas origens


Parafraseando Hobuss (2014, p.39), apesar da diversidade de escolas e de tendências
filosóficas, da vasta galeria de nomes de grande pensadores e filósofos, de antagonismo
de posições, podemos resumir em três as descobertas ou conquistas da Filosofia Grega,
no interior das quais se decidem as grandes questões da filosofia, não apenas grega, mas
a de todos os tempos.

 A descoberta do mundo natural, físico, cosmológico

Vai desde as explicações dos naturalistas jónios (a Escola de Mileto. Os primeiros


filósofos, todos eles da escola de Mileto, preocuparam-se sobre as questões ligadas a
natureza. Por isso são chamados naturalistas), até à sistematização dos fenómenos
naturais por Aristóteles (física, psicologia, história natural, etc.);

 A descoberta do mundo lógico e da estrutura do ser

Vai desde as teorias pitagóricas sobre o número (a geometria, a matemática), até à


sistematização dos princípios do pensar e do ser na Lógica (organon) e Metafísica de
Aristóteles (Pellegrin, 2007, p.37);

 A descoberta do mundo humano, isto é, do mundo sociocultural e ético-


político, sobretudo com os sofistas, Sócrates e Platão.

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2.0. Consciência moral
De acordo com Fernandes (2013, p.16), a consciência moral é a capacidade intelectual
que o ser humano tem de distinguir o certo do errado, da qual resulta a reflexão sobre as
normas e as condutas sociais (ética). Cada um de nós na medida em que vai crescendo,
tende a adoptar como modelo aqueles com quem vive e convive de forma mais íntima,
como é o caso dos pais, outros familiares e amigos.

A consciência moral é a voz da nossa consciência ou juiz interior que nos obriga, nos
acusa ou repreende enquanto sujeitos livres e racionais, capazes de responder pelos
próprios actos ou de avaliar os actos alheios.

Assim, como salienta Fernandes (2013, p.17) a consciência moral desempenha o papel
de:

 Crítica – porque nos proíbe, impede ou condena de praticar uma acção má.
 Norma – pois, nos manda aquilo que devemos fazer.

2.1. Características da consciência moral


Assim, a consciência moral pode ser descrita como sendo:

 Intimidade - consciência moral é o lugar mais secreto e íntimo do ser humano


que exige o direito e respeito à inviolabilidade;
 Apelativo – para valores e normas ideais a que devemos aspirar;
 Força - que nos mobiliza ou impede à acção;
 Imperativo – que nos ordena para realizar uma acção compatível com os nossos
valores;
 Voz interior – que nos indica a nossa obrigação;
 Juiz interior - que condena ou aprova os nossos actos coincidência moral;
 Censura de remorso ou de elogio e satisfação – que nos leva ante um peso na
consciência quando agimos contra os nossos valores ou estar de consciência
tranquila se as nossas acções forem de acordo com os nossos valores e ideais.

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3.0. Acção Humana
Arendt (2001), considera-se acção humana todo tipo de comportamento intencional ou
consciente desencadeado por um determinado indivíduo, chamado agente. Na acção
humana interligam-se três principais conceitos:

 Projecto ou intenção do agente;


 Vontade, isto é, a possibilidade de puder ou não fazer algo; e,
 Justificação ou explicação que é a indicação do motivo ou razão que leva o
indivíduo a agir.

3.1. Tipos de acção humana


Como retrata Gomes & Gonçalves (2015), o termo acção comporta essencialmente dois
tipos de significados:

 Involuntárias;
 Voluntárias.

3.1.1. Acções involuntárias (actos do Homem)


São acções que não resultam de uma intenção deliberada da parte do sujeito. Refere-se à
situações que ocorrem connosco, como simples receptores de efeitos que não
provocamos. Existem acções que resultam de um simples reflexo instintivo, pois
realizamo-las sem pensar. Há outras que fazemos acidentalmente por uma sucessão de
causas que, embora não sejam inteiramente alheias, não as controlamos. Como por
exemplo, mastigar, ressonar, esticar o braço em autodefesa, envelhecer, gritar de susto.

3.1.2. Acções voluntárias (actos humanos)


Trata-se de acções que resultam de uma intenção deliberada do sujeito de agir de uma
determinada maneira e não de outra. São acções premeditadas, estudadas e projectadas
no futuro, em vista a alcançar certos fins. Por isso, toda acção humana implica
necessariamente os seguintes elementos:

 Agente – Sujeito de acção.


 Motivo – A razão que justifica a acção.
 Intenção – O que o sujeito pretende fazer.
 Fim – A possessão daquilo para que se quer na acção.

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O termo acção diz respeito somente aos actos que realizamos de modo consciente e são
específicas dos seres humanos.

3.2. Condicionantes da acção humana


A acção humana divide-se em duas partes: no fazer e no agir.

3.2.1. Fazer

O conceito fazer designa as acções orientadas para a execução ou produção de certos


efeitos num determinado objecto. É a actividade centrada em objectos e que implica, na
maior parte dos casos, uso de conhecimentos técnicos específicos.

3.2.2. Agir

Este conceito designa as acções intencionais que executamos de forma livre e


consciente dos motivos por que fazemos, o que fazemos. Assim, neste tipo de acções
somos plenamente responsáveis pelas consequências dos nossos actos.

4.0. Valores
Valores são critérios segundo os quais damos ou não importância às coisas; os valores
são as razões que justificam ou motivam as nossas acções, tornando-as preferíveis a
outras ( Hessen, 2001, p. 23).

4.1. Classificação de valores


As nossas acções é que ditam os valores de acordo com as nossas preferências, isto é,
em optar em agir nisto e não naquilo. A partir desse ponto de vista, temos vários tipos
de valores:

4.1.1. Valores Espirituais:


 Religiosos – relação do Homem com a transcendência.
 Estéticos – valores de expressão de beleza, harmonia, elegância.
 Éticos – normas de conduta.
 Políticos - Dizem respeito ao Homem na sua qualidade de cidadão. (convivência
com os outro na sociedade).

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4.1.2. Valores materiais:
 Valores do agradável e do prazer (exprimem sensações de prazer e de satisfação
(comida, bebida, vestuário).
 Valores vitais – referem-se ao estado físico (saúde, força, resistência física...).
 Valores económicos - habitação, dinheiro, meios de comunicação, vestuário...
 Bipolaridade de valores – negativo/positivo, bom/mau, belo/ feio...

4.2. A subjectividade ( ou relatividade) e a Objectividade dos valores


Hessen (2001), diz que, existem duas posições sobre os valores: Uns defendem que
existem somente valores objectivos e outros defendem que os valores sempre são
subjectivos.

Os que defendem que os valores são sempre subjectivos partem da constatação empírica
de que ao longo dos tempos, os valores estão sempre a mudar. Esta posição foi
assumida pelos sofistas, na antiguidade, ao afirmarem que a verdade ou a moral não
passava de convenções que variavam de sociedade para sociedade, de indivíduo para
indivíduo, de cultura para cultura.

Os que defendem que a moral é objectiva advogam que os valores designam padrões de
comportamentos colectivamente reconhecidos e adoptados por um grupo ou uma
comunidade mais ou menos vasta e que, como tal, estes valores são considerados
absolutos e inquestionáveis. Esta posição é defendida pela maioria das religiões.

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5.0. Conclusão
Concluído o trabalho é de referenciar que a Filosofia era vista como um tipo de saber
quase místico, do qual se esperava respostas extraordinárias e para o qual se dedicavam
apenas alguns seres humanos supostamente iluminados, ou então, no outro oposto, era
vista como um aglomerado de pensamentos vazios e sem objecto definido, ou ainda,
como uma porção de sonhos e desvarios, quase sempre apresentados numa linguagem
obscura e que poucos entendem e, por isso mesmo, a maioria despreza como inútil.

Ela tornou-se como uma coisa que diz respeito a todo e qualquer homem e por isso, no
fundo como algo que deveria ser simples e compreensível ou concebe-se a mesma como
sendo tão difícil, que se ocupar com ela é uma causa perdida. O que aparece sob o nome
de filosofia traz, de fato, exemplos para juízos tão opostos.

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6.0. Referências bibliográficas
Arendt, H. (2001). A condição humana. (1ª ed. 1958 ed.). Lisboa: Relógio D'Água.

Chauí, M. (1995). Convite à filosofia. 3 ed. São Paulo: Ática.

Fernandes, M. R. S. M. (2013). A Consciência Moral na Dialética Socrática. Portugal:


Universidade de Minho.

Gonçalves, T. N. R.; Gomes, E. X. (2015). Acção Humana, Não-Produtividade E


Comunidade. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa.

Hessen, J. (2001). “Filosofa dos valores”. Coimbra: Almedina.

Hobuss, J. F. N. (2014). Introdução à História da Filosofia Antiga. Pelotas: NEPFIL


online.

Pellegrin, P. (2007). Dictionnaire Aristote. Paris: Ellipses.

Reale, G. (1993). História da filosofia antiga. 5 vols, São Paulo: Loyola.

Santos, R. dos. (2014). Introdução à Filosofia. Pelotas : NEPFIL online.

Sell, S. (2008). História da Filosofia 1. Palhoça : UnisulVirtual.

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