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COLÉGIO ESTADUAL AUGUSTO MEYER

Alessandra Oliveira Azevedo.

AUGUSTE COMTE E ÉMILE DURKHEIM

Sociologia

Esteio/RS

24/01/2020.
AUGUSTE COMTE

Nascido em Montpellier, França, em 1798, Auguste Comte foi o responsável


pelos primeiros esforços para delimitar o campo de estudo da Sociologia.
Tendo sido profundamente influenciado pelos grandes acontecimentos de sua
época, como o desenrolar da Revolução Francesa e a crescente Revolução
Industrial, Comte ficou conhecido por sua obra fundamentada pela “filosofia
positiva” ou positivismo.

Positivismo

O positivismo, que é a linha de pensamento dominante no trabalho de Comte,


pauta-se na ideia de que o conhecimento verdadeiro só pode ser obtido por
meio da experimentação e pelo aferimento científico. Segundo essa
perspectiva, a ciência deve basear-se apenas em observações cuidadosas
feitas a partir da experimentação sensorial. Essa seria a única forma possível
de inferir leis que explicariam a relação entre os fenômenos observados.

O desenvolvimento científico permitiu os grandes avanços tecnológicos que


se seguiram durante a Revolução Industrial. Esses avanços, por sua vez,
tornaram-se agentes de modificação profunda das sociedades europeias. Os
centros urbanos, inchados e superpovoados em razão do enorme êxodo rural
(migração do campo para a cidade) que se passava naquele momento, eram
palco de fenômenos sociais jamais observados nas sociedades agrárias e
fragmentadas de tempos anteriores.

Comte via o surgimento desses novos problemas e fenômenos como


sintomas de uma doença a ser curada. Ele acreditava que os problemas
sociais e as sociedades, em geral, deveriam ser estudadas com o mesmo rigor
científico que as demais ciências naturais tratavam seus respectivos objetos de
estudo. Os fenômenos sociais deveriam ser observados da mesma forma que
um biólogo observa os espécimes de seus estudos. Comte propunha
uma ciência da sociedade, capaz de explicar e compreender todos esses
fenômenos da mesma forma que as ciências naturais buscavam interpelar seus
objetos de estudo.
Lei dos três estados

Comte entendia que a história do pensamento humano caminhava em


estágios. Em sua filosofia da história, ele elaborou a lei dos três estados, na
qual afirmava que o pensamento e o espírito humano desenvolviam-se por
meio de três fases distintas: a teológica, a metafísica e a positiva.

Na fase teológica, as observações positivas e o uso da ciência como forma


de construção do conhecimento eram precários. Dessa forma, os indivíduos
apegavam-se às formas mais imaginativas de explicação dos fenômenos do
mundo. Diante da complexidade dos acontecimentos do mundo natural, o ser
humano só é capaz de compreendê-lo ao recorrer a crenças religiosas ou a
ideias de deuses e espíritos.
Na fase metafísica, que tem como exemplo o período histórico do
Renascimento, o pensamento humano passou a enxergar o mundo a partir de
termos naturais. Ainda que se tratasse de problemas abstratos, a metafísica
substituiu a imaginação pela argumentação, isto é, o pensamento humano
empenhou-se em entender pelo questionamento, e não mais pela aceitação de
explicações baseadas em noções sobrenaturais.
O estado positivo, por sua vez, segundo Comte, caracteriza-se pela
subordinação da imaginação e da argumentação à observação. Assim sendo, o
processo de construção do conhecimento humano deve ocorrer a partir da
experimentação própria do método científico. Isso, no entanto, não quer dizer
que Comte posicione-se a favor de um reducionismo empírico, isto é, reduzir
todo conhecimento à apreensão de fatos isolados observáveis. Comte
compreendia que, por mais que fosse possível apreender leis de regras gerais
de um fenômeno, as relações constantes entre fenômenos são diversas.
Portanto, ainda que se estabeleçam leis imutáveis nas relações de fenômenos
diferentes, fixá-los a partir da pretensão de que todos se comportam de uma
mesma maneira é um engano.
É no estado positivo que Comte designa à Sociologia o papel de condução
do mundo social. Para ele, a sociologia seria responsável por interpelar os
problemas sociais de nosso mundo, entender as leis que regeriam seu
funcionamento e produzir soluções para esses problemas.

Auguste Comte, o pai da Sociologia.

ÉMILE DURKHEIM

Nascido na região de Lorraine, na França, o sociólogo Émile


Durkheim (1858-1917) é considerado um dos autores fundadores da sociologia
moderna. Ministrou o primeiro curso de sociologia, criado em 1887, em
Bordeaux, França. Suas contribuições para a área ajudaram a moldar a forma
da abordagem sociológica e ainda hoje seus métodos de pesquisa são usados
como referência de abordagem científica no campo das ciências sociais.
Embora fosse predecessor às ideias de Augusto Comte, Durkheim seria um
dos responsáveis pela sistematização dessa nova área de conhecimento,
delimitando o campo de trabalho e as formas pelas quais a sociologia abordaria
seus objetos de estudo.
Caberia à sociologia, segundo Durkheim, a apreensão e o estudo sistemático
das realidades sociais dos indivíduos. Para tanto, o sociólogo deveria utilizar
das mesmas ferramentas utilizadas pelas ciências anteriores: o método
científico e a observação empírica. Essa era uma das principais
preocupações de Durkheim: estabelecer as fundações e as formas de estudo
da sociologia.
Outras questões que Emile Durkheim propunha era acerca do avanço
da individualização do sujeito social e o estudo dos fenômenos que
compunham a formação de uma nova ordem social.
No entanto, Durkheim acreditava que a principal função da sociologia era o
estudo dos fatos sociais. A sociologia deveria se abster de estudar as
individualidades dos sujeitos e se debruçar sobre estudos generalistas acerca
dos fatos sociais, que são definidos por Durkheim como os aspectos de nossa
sociedade que moldam as nossas ações em sociedade, tais como nossa
língua, o Estado e a moral.

Segundo Durkheim, os fatos sociais possuem três características principais:

 São externos ao indivíduo, ou seja, os fatos sociais existem


independentemente de nossas vontades individuais,

 São de natureza coercitiva, o que quer dizer que eles possuem força
para nos “obrigar” a agir de determinada maneira sob a ameaça de
punições como o isolamento social, por exemplo, no caso de um
comportamento socialmente inaceitável,

 São também generalistas, ou seja, atingem a todos sem exceções.

Para que possamos compreender melhor, peguemos como exemplo a língua


que falamos. Ela se constitui um fato social na medida em que nos é externa,
existindo independentemente de nossa vontade; é coercitiva, uma vez que a
não utilização de uma língua compreensível em um meio social pode acarretar
no isolamento social; e é generalista, uma vez que todos os que nascem em
um determinado local, acabam por aprender a se comunicar com uma mesma
língua ou linguagem.

Émile Durkheim, um dos fundadores da


Sociologia Moderna.
Referências:

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/auguste-comte.htm

https://static.mundoeducacao.bol.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/
1e49b3f3dff6a8758aadc5a299241069.jpg

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/emile-durkheim.htm

https://static.mundoeducacao.bol.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo_legenda/
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