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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Existem diversos fundadores que deram a sua contribuição para o início do pensamento
Sociológico, bem como para o desenvolvimento das teorias e referências sociológicas,
entre elas o positivismo sociológico e a sociologia compreensiva.

Foi Auguste Comte (1798-1857), autor francês, que se destacou pelo fato de ter sido o
inventor do termo “Sociologia” e procurou demonstrar que as leis do mundo social
poderiam ser estudadas pela ciência da sociedade, assim como era o mundo físico
estudado pela ciência natural. Foi o fundador do positivismo sociológico “baseou-se no
princípio da observação direta, o qual podia ser explicada recorrendo a proposições
teóricas baseadas no estabelecimento de generalizações causais, do tipo das leis”.
(Giddens, 2013, p.73).

A tarefa da Sociologia, segundo A. Comte “residia na aquisição de um conhecimento


fiável do mundo social de modo a estabelecer previsões sobre ele” (Giddens, 2013, p.
73) e de uma forma progressiva e com base em previsões, intervir e moldar a vida social.

A. Comte desenvolveu ainda a “lei dos três estádios”, na qual defendia que as explicações
humanas para compreender o mundo teriam que passar pelos seguintes estádios:
Teológico, no qual o mundo era explicado com recurso às crenças religiosas, ou seja
usava-se as ideias religiosas e crenças para explicar a realidade, a linha do pensamento
era que a sociedade seria uma expressão da vontade divina; Metafisico, abandonando-se
os valores espirituais a sociedade passou a ser vista em termos naturais e o Positivo em
que os acontecimentos passaram a ser explicados através da ciência, de um modo racional
e cientifico. A. Comte, considerava a Sociologia como a última das Ciências a
desenvolver-se quer pela sua complexidade, quer por ser a mais significativa,
comparativamente às demais ciências.

No seguimento de A. Comte, destaca-se Emile Durkheim (1858-1917), que defendia que


“devemos estudar a vida social com a mesma objetividade com que os cientistas estudam
o mundo natural” (Giddens, 2013, p. 10). Segundo o autor, a sociologia devia focar-se
no estudo dos fatos sociais, sendo estes considerados “todos as maneiras de agir, de
pensar e de sentir exteriores ao individuo, dotadas de um poder coercitivo em virtude do
qual se lhe impõem (Paiva, 2014, P. 324)

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Os fatos sociais correspondem aos episódios da vida em sociedade que se traduzem em
comportamento, é nas formas de sentir e de agir, que se verifica que na generalidade, as
pessoas atuam em consciência e de acordo com os seus princípios, pelo que a natureza
dos fatos sociais embora exerçam um poder coercivo sobre os indivíduos raramente é
reconhecido pelas pessoas de um modo geral.

Durkheim afirmava que as pessoas por norma seguem padrões comuns nas sociedades
onde se encontram inseridas, e que as ações humanas podem ser condicionadas pelos
fatos sociais de várias formas, que vão desde um simples castigo à rejeição social ou
simplesmente a um mal-entendido. Relativamente aos fatos sociais, Durkheim tinha a
perceção que eram difíceis de estudar pelo fato de não ser observados de forma direta, e
a sua análise só teria efeitos através de regras e leis, sublinhando a importância de colocar
de lados os preconceitos e a ideologia para o estudo e construção de novos conceitos.

Em referência à sociologia compreensiva, Max Weber (1864- 1920), foi também um


fundador da Sociologia. Para Weber, a sociedade é resultado das interações entre os seres
humanos, e defendia que a sociologia tinha que se focar na ação social e não nas
estruturas, mencionando que as ideias, os valores e as crenças tinham o poder da
transformação. Weber contrariamente a Durkheim, acreditava que as estruturas eram
dotadas por uma complexa rede de ações recíprocas.

Relativamente ao fenómeno social contemporâneo, vou referir a utilização da Internet na


nossa sociedade, pelo que no meu entender, enquadra-se nas perspetivas sociológicas
referidas.

A internet evoluiu ao longo dos anos e hoje em dia tornou-se uma ferramenta de
necessidade absoluta, não sendo utilizada apenas como instrumento lúdico, mas também
para o trabalho (caso do teletrabalho) e estudo (aulas on-line), sendo que neste contexto
se enquadra o conceito da Sociologia Compreensiva de Weber, ou seja, na origem de
qualquer fenómeno social podem existir várias causas e que estes só podem ser analisados
e compreendidos tendo em conta o seu relacionamento dentro da sociedade.

Segundo os pressupostos positivistas de Emile Durkheim, enquadra-se nas caraterísticas


do fato social, nomeadamente quanto à generalidade, dado que afeta toda a sociedade, a
exterioridade, porque partem do exterior dos sujeitos e a coercitividade, quer seja pela

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pressão social que legal. Verifica-se que a utilização da Internet se tornou um fenómeno
social, na sociedade, uma vez que a sua utilização abrange todas as faixas etárias.

Na generalidade a Internet é usada na nossa sociedade independentemente da faixa etária,


da profissão, do género, nacionalidade, etc. é externa porque parte do exterior dos
indivíduos e é coercitiva atendendo a que existe uma pressão social e legal para a sua
utilização, dado que no momento que atravessamos devido à situação pandémica do
Covid, somos pressionados à sua utilização, uma vez que existem muitos serviços que
são prestados através das plataforma eletrónicas, para marcação de consultas,
teletrabalho, ensino à distância ,fazer pesquisas etc. Em conclusão, e considerando que a
Internet é um fenómeno social, o mesmo pode ser objeto de estudo de ambas as correntes,
atendendo a que a sociologia se define como sendo “o estudo da vida social humana, dos
grupos sociais e das sociedades” (Giddens. 2013, P.2).

Bibliografia:

Giddens,A.(2013). Sociologia – 9ª edição. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa

Paiva, Ana (2014). Pensamento Sociológico – Uma Introdução Didática às Teorias


Clássicas, Lisboa: Pactor

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