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4.6. ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus) significa “que pertence a um outro”. Alius é o
outro. Portanto, sob determinado aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é
seu. Para Marx, a alienação ocorre no processo produtivo e nas relações sociais de produção
capitalista. A alienação não é puramente teórica, manifesta-se na vida real, a partir da divisão do
trabalho, quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu; a divisão do
trabalho na sociedade capitalista torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário
que trabalha em uma fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu
horário ou ritmo da produção, isso é determinado por forças que lhe são estranhas. Além de tudo
isso, o produto produzido pelo operário não lhe é reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à
divisão do trabalho ele executou apenas uma parte da produção e recebeu um salário para tanto.
Esta divisão do trabalho gera também uma certa indiferença entre os trabalhadores que executam
atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no processo produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais
importante que o individuo que produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria vale
no mercado) se torna superior ao valor de uso (o que a mercadoria vale por sua utilidade)
determinando as relações humanas.
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- Reificação do trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um
mero instrumento produtor de mercadoria, quando a força de trabalho da pessoa se torna
mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca de um salário. “É a humanização da
mercadoria e a desumanização da pessoa”.
12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este processo?
b) – O que é modo de produção?
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico afirmam que a história da humanidade
é a história da transformação das sociedades pelos modo de produção?
d) – O que Marx analisa e defende em sua obra “O Capital”?
e) – Qual a fórmula do capital?
CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e
mais-valia.
b) – Explique a fórmula da mais-valia.
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa.
d) – O que significa alienação?
e) – Como ocorre a alienação?
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação?
g) – O que a alienação no processo produtivo gera?
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria?
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador?
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4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia como um sistema elaborado de
representações e de idéias, que correspondem a formas de consciência que os homens tem em
determinada época. Essas representações e idéias são qualificadas como quimeras, formas
imaginárias, ilusão, sonho, enfim, algo que esta em oposição às condições materiais da vida real.
Aparece ai também a concepção de que a ideologia é a inversão da realidade, no sentido de
reflexo, como na câmara fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a
existência condiciona a consciência”, ou seja, não é consciência que determina a vida, é a vida
que determina a consciência.
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma classe social
determinada”. Por isso, ele diz: “as idéias dominantes de uma época representam as idéias da
classe dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relação fundamental que é a
oposição entre o falso (ideologia) e o verdadeiro (saber científico). O falso representa a ideologia
e o verdadeiro é representado pela ciência, que libertará o proletariado da dominação burguesa.
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Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de
representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem
aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e
como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como
devem fazer. A ideologia é, portanto, tem as seguintes características: é um corpo explicativo
(representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador.
4.8. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação
racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à
divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção. Busca camuflar as
diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento
da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como,
por exemplo: a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso,
a Família e etc.
13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, o que é ideologia?
b) – Defina ideologia, segundo as teorias marxianas.
c) – Explique a frase: “as idéias dominantes de uma época são as idéias da classe dominante”.
d) – Cite algumas características da ideologia.
e) – Qual a função da ideologia?
4.9. A QUESTÃO DO MÉTODO EM MARX:
A DIALÉTICA MATERIALISTA e MATERIALISMO HISTÓRICO
Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se restringir à descrição da
realidade social, mas deve também se ater á análise de como essa realidade se produz e se
reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às classes na sociedade capitalista não
basta a descrição das duas classes sociais existentes – a capitalista e a dos trabalhadores –, mas
é preciso mostrar a maneira como essas classes surgiram na história, como o conflito entre elas
se mantém e quais as possibilidades de transformação dessas relações de classe no futuro.
Mostrando as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode
desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar partido da classe trabalhadora. Por isso,
em Marx, a ciência tem um papel político necessariamente crítico em relação à sociedade
capitalista, devendo ser um instrumento não só de compreensão, mas também de transformação
da realidade. A metodologia sociológica de Marx baseia-se na aplicação do seu materialismo
dialético(concepção filosófica) aos fenômenos sociais, que por sua vez, teve mérito de fundar uma
teoria científica de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico(concepção científica). A
teoria da dialética materialista se resume em: tese, antítese e síntese. E as características de sua
dialética são: tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança qualitativa e luta dos contrários.
4.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Marx relacionou a existência do Estado às condições das classes sociais existentes na sociedade.
Assim, em vez do Estado imanente e superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos
Hobbes, Locke e Rousseau), Marx apresenta-o como um instrumento da classe dominante. A
gênese do Estado reside, portanto na divisão da sociedade em classes, sendo sua principal
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função conservar e reproduzir esta divisão, garantindo os interesses da classe que domina as
outras classes.
14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
b) – Em que se baseia a metodologia sociológica de Marx?
c) – Cite as características da dialética marxista.
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na sociedade?
5.1. VIDA E OBRA
David Émile Durkheim, sociólogo francês nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858, estudou na
Ecole Normale Superfieure de Paris, tendo-se doutorado em filosofia. Em 1885 foi estudar na
Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do positivismo de Wilhelm Wundt. Durkheim é
um dos principais clássicos da sociologia, foi responsável pela introdução da sociologia nas
universidades como disciplina e ciência acadêmica. De tendência ideológica conservadora, ele
corresponde a uma corrente sociológica funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter
comparativas consolidaram a sociologia como ciência social. Entre suas principais obras podemos
destacar: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O suicídio
(1897).
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios fundamentais:
1º. A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia;
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que antecedem.
Para explicar um fenômeno social deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade especifica.
15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Emille Durkheim?
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim?
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde?
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim?
e) – Cite as principais obras de Durkheim.
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema sociológico de Durkheim.
A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o
cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes; e o político, homem de ação e de
decisão comprometido com questões práticas da vida. O que a ciência tem a oferecer a esse
homem de ação, segundo Weber, é um entendimento claro de sua conduta, das motivações e das
conseqüências de seus atos.
A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e sua ação como ponto chave da
investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia era a
compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou de “grupos
sociais”, tão enfatizadas pelo pensamento conservador. Com essa posição, não tinha a intenção
de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa
capitalista, a sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender
as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está apta a ensinar a
ninguém aquilo que ‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’ – em certas circunstâncias –
aquilo que ‘quer fazer’”. O domínio da ciência empírica deve ser definida como o dos meios e não
como o dos fins.
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20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação sociológica?
b) – Por que Weber foi importante para a reputação científica da sociologia?
c) – Por que Weber diferencia o cientista do político?
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave da investigação é o individuo e sua
ação?
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins a ação prática?
6.4. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Vivendo em uma nação retardatária quanto ao desenvolvimento capitalista, Weber procurou
conhecer a fundo a essência do capitalismo moderno. Ao contrário de Marx, Weber não
considerava o capitalismo um sistema injusto, irracional e anárquico. Para ele, as instituições
produzidas pelo capitalismo, como uma grande empresa, constituíam clara demonstração de uma
organização racional que desenvolvia suas atividades dentro de um padrão de precisão e
eficiência. Exaltou em diversas oportunidades a formação histórica das sociedades inglesa e
norte-americana, ressaltando a figura do empresário, considerado às vezes um verdadeiro
revolucionário. De certa forma, o seu elogio a seu caráter antitradicional do capitalismo inglês,
especialmente do norte-americano, era a forma utilizada por ele para atacar os aspectos
retrógrados da sociedade alemã, principalmente os latifundiários prussianos.
Em sua obra: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber procurou demonstrar que a
formação do capitalismo europeu não seguiu apenas causalidades econômicas como propôs Karl
Marx em suas teorias estritamente economicistas. Para Weber, as idéias religiosas e éticas foram
de importância fundamental na formação do capitalismo, buscou também esclarecer os caracteres
específicos do capitalismo como um regime econômico de grande desenvolvimento,
principalmente nos países protestantes, especialmente naqueles em que predominava o
calvinismo. Para ele, não havia fundamento em admitir o principio de que a economia dominasse
as demais esferas da realidade social. Esse estudo o levou a pesquisar também a história
religiosa e social da Índia, da China e do povo judeu. O resultado desse trabalho foi publicado em
três volumes sob o titulo Estudos Reunidos sobre a Sociologia das Religiões. Assim Weber
fundou uma nova ramificação da sociologia que foi a: Sociologia da religião.
21ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Por que Max Weber discordava de Marx sobre o capitalismo?
b) – O que Weber buscou demonstrar em sua obra: A ética protestante e o espirito do
capitalismo”?
c) – Que ramificação da sociologia Weber fundou?
6.5. TIPO IDEAL
É o instrumento principal da compreensão. Corresponde a um processo que representa o primeiro
nível de generalização de conceitos absolutos e correspondendo as exigências lógicas da prova,
então intimamente ligados à realidade concreta e particular (de relações sociais).
Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de fenômenos concretos o que existe de
particular, construindo assim um conceito individualizante ou como diz o próprio Weber: “um
conceito histórico concreto”.
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É um procedimento metodológico que incorporam relações sociais abstratas, características
universais da ação social e conjuntura histórica definida.
O tipo ideal não deve ser aceito somente como generalizações, proposições, definições e
hipóteses.
6.6. AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um
significado dado por quem a executa e que orienta essa ação. Quando tal orientação tem vista a
ação – passada, presente, ou futura – de outro ou de outros agentes que podem ser
“individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente
desconhecidos” – o público, a audiência de um programa, a família do agente etc – a ação passa
a ser definida como social. A ação é determinada pelas intenções, motivações e expectativas de
outros.
A relação social se refere à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente em
conformidade com um conteúdo específico (conflito, hostilidade, amizade, competição, atração
sexual etc) do próprio sentido das suas ações. As relações sociais podem ser de natureza
transitória, assimétrica: quando não há o mesmo sentido subjetivo e se expõe atitudes diferentes
sem reciprocidade, mas mutuamente orientado à mesma expectativa; simétrica: quando a relação
corresponde em suas expectativas o mesmo significado para todos envolvidos.
6.7. AÇÃO SOCIAL
Para Weber a sociologia é a ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação social
para a partir daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos.
Para Max Weber, a análise sociológica estará centrada nos atores e em suas ações. O agente
individual é a unidade da análise sociológica, a única entidade capaz de conferir significado às
suas ações. A sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos; a sociedade pode ser
compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso,
Weber define como objeto da sociologia a ação social, que é qualquer ação que o individuo faz
orientando-se pela ação de outros. Toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é,
algum tipo de sentido entre várias ações sociais, terá então relações sociais. Só existe ação social
quando o individuo tenta estabelecer algum tipo de comunicação a partir de suas ações com os
demais. Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas aquelas que impliquem
alguma orientação significativa visando outros indivíduos.