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A palavra sociologia foi criada pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em seu
curso de filosofia positiva. A palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por duas
línguas diferentes: Sócio do latim significa social ou sociedade, logia do grego significa
estudo, formando assim, o “estudo do social” ou “estudo da sociedade”.
Ciência política – estuda a distribuição de poder nas sociedades, bem como a formação e o
desenvolvimento das diversas formas de governos;
Para a sociologia se consolidar como ciência ela teve que abandonar seu caráter
normativo e finalista. Por isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências
biológicas e naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde diz que ao
longo de milhões de anos todas as espécies de seres vivos evoluíram; A biologia foi outra
ciência que influenciou na cientificidade sociológica, através de Herbert Spencer (1820-
1903), que criou uma sociologia organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo
com a sociedade. Neste contexto foi fundamental aceitar a idéia de que os fenômenos
sociais obedecem a leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a importância
do positivismo que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia. Foi, por isso,
também, que logo no seu início, a sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social
(por Saint-Simon), ou física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia um
caráter de ciência, buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e
importante para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento científico-social onde
abrange todos os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras ciências sociais como a
economia (produção material), política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais)
e outras. Neste processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim
e Max Weber.
Os fatores históricos que vinham ocorrendo desde o século XVI como: Reforma Protestante
(mudança religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o Absolutismo (mudança política e
territorial), Grandes navegações (mudança geográfica), Humanismo/Renascimento
(mudança cultural), Revolução científica (mudança na ciência), Iluminismo (mudança
ideológica).
As transformações socioeconômicas do século XVIII provocadas pela dupla revolução:
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a uma sociologia
conservadora e afirmadora da sociedade capitalista. Representado por Augusto Comte
(1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917). Estes se dedicaram em buscar a estabilidade
social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem capitalista, queriam
estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os problemas
sociais através da coerção física e da educação moral, esta seria a função da sociologia
enquanto ciência positiva.
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels (1820-
1895). As ideias marxistas eram de base estritamente econômica, assim, todas as questões
sociais tinham origem na desigualdade econômica entre as classes proprietárias e as não
proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças radicais nesta
sociedade através de uma revolução socialista do proletariado, introduzindo a sociedade
comunista como uma sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um
pensamento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista.
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são George Homans
Cooley (1846-1929), Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton (1910). Estes foram
influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do francês Durkheim, do polonês
Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Assim a sociologia
chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago que desenvolveu a investigação de campo,
de dados empíricos neutros e objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos,
foram pioneiros nos métodos ecológicos e etnográficos; desvinculando-se da realidade
concreta de sua época, construíram vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se a
casos isolados e irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e outros
momentos. A sociologia norte-americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do
socialismo marxista, entretanto, também romperam com o estilo dos clássicos que se
dedicaram a uma significação histórica como a formação do capitalismo e a totalidade da
vida social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa Social, seus
principais representantes são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter Benjamin (1892-1940),
Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse (1898-1979) e Jurgem Habermas (1929).
Sua filosofia também é conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos criticam a
dominação da natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do
capital. Os frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e a
serviço da emancipação humana. Esses pensadores reutilizam o conceito de iluminismo em
sentido mais amplo – um pensador iluminista sempre combate as supertições, o arbítrio do
poder e defende o pluralismo e a tolerância.
Isidore Augusto Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu
em Montpelier a 19 de janeiro de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele também que
batizou com o nome de sociologia uma nova ciência que antes ele chamava de “física social”.
Augusto Comte foi importante para a sociologia, pois, através de sua perspectiva positivista
que deu os primeiros passos para a cientificidade da sociologia, mas ainda confundida com
uma filosofia social e religiosidade de tipo ideologicamente conservadora. Suas principais
obras são: Curso de Filosofia Positiva e Sistema de Política Positiva.
OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO POSITIVISMO COMTEANO
III – O homem é o mesmo por toda à parte e em todos os termos: em virtude de possuir
idêntica constituição biológica e sistema cerebral.
1°. Estado teológico ou fictício – na fase inicial da evolução histórica, o mundo, a vida, os
fenômenos em geral são explicados através dos recursos das forças sobrenaturais, mágicas
dos deuses, primeiramente é a forma de feiticismo no monoteísmo.
A esta forma de conhecimento, corresponde uma forma de organização sociopolítica: o
Governo Monárquico em que o poder real absoluto é legitimado pelo direito divino. Aqui se
explicam os diversos fenômenos através de causas primeiras, em geral personificadas nos
deuses. O estado teológico subdividiu-se em:
a). Fetichismo, em que o homem confere vida, ação e poder sobrenaturais a seres
inanimados e a animais.
b). Politeísmo, quando atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses certos traços da
natureza humana (motivações, vícios e virtudes).
c). Monoteísmo, quando se desenvolve a crença num Deus único.
2º. Estado metafísico ou abstrato – nesta fase assim como na anterior a sociedade ainda
busca explicações de caráter absoluto. A diferença é que a divindade é substituída por
conceitos como a “essência” e substância (a coisa em si), “causas primárias” (origem
absoluta), “causas finais” (destinado absoluto), que embora produzidos pela razão, não pode
ser comparadas objetivamente. A organização sociopolítica própria a esta fase é a República
liberal, fundamentada em suposições metafísicas, ou seja, nos direitos humanos.
As causas primárias são substituídas por causas mais gerais – as entidades metafísicas – ,
buscando nestas entidades (ideias) explicações sobre a natureza das coisas e a causa dos
acontecimentos.
O CONHECIMENTO POSITIVO
Segundo Comte, o único conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a
imaginação deve estar completamente subordinada a observação da realidade sensível e
manipulável pela técnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentativa de
conhecimento absoluto ou pelas causas, o objetivo é chegar às leis, ou seja, as relações
constantes que os fatos possuem entre si.
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica,
poderia superar as contradições da humanidade, levando a alcançar o seu destino de
progresso.
A POLÍTICA POSITIVISTA
A RELIGIÃO DA HUMANIDADE
Comte propôs uma religião positivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade,
através da veneração dos motivos, principalmente os filósofos e cientistas. Essa religião seria
a base da política positiva, na medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam inculcar
na sociedade os princípios morais.
Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira
da Prússia Renana com a França. Marx foi um dos principais pensadores do século XIX, ele foi
fundador do socialismo científico e grande ativista a favor da revolução proletária, apesar de
não ser um sociólogo de profissão, suas teorias despertaram a consciência de uma sociologia
crítica. Uma das principais características do pensamento de Marx é a Práxis, isto é, não foi
um teórico de gabinete ele aliava teoria e prática, participando dos movimentos sociais e
revolucionários. Era um pensador de tendência ideológica transformadora, pretendia
transformar a sociedade capitalista em uma sociedade comunista através da revolução
socialista proletária. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada Família (1845),
A Ideologia Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto do partido comunista,
As lutas de classe na França (1850/59), o 18 Brumário de Luis Bonaparte (1852/55), Crítica
da economia política (1859) e O capital.
- “Classe em si” – quando o individuo não tem consciência de classe, ele encontra-se em
qualquer posição (status) na estrutura econômica;
- “Classe para si” – quando a pessoa tem consciência de classe, ele assume uma posição
político-ideológica.
No processo produtivo, os homens estão ligados entre si e dependem uns dos outros.
O trabalho é um ato social, no sentido de que é realizado na sociedade. As relações que se
estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são relações
de produção. Essas relações existem em todos os processos de produção, no caso capitalista,
ela ocorre antagonicamente entre os proprietários dos meios de produção e os
trabalhadores.
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços,
como os utiliza e como os distribui. Assim, numa determinada época histórica, uma
sociedade tem uma certa maneira de se organizar para produzir e para distribuir sua
produção. Nesta teoria as relações de produção são o centro organizador de todos os
aspectos da sociedade.
Para Marx, as forças produtivas alteram-se no percorrer da história, antes se
produzia com instrumentos simples hoje se utiliza instrumentos complexos. Ao longo da
história, os homens têm produzido aquilo de que necessitam de vários modos e se
organizado também.
Por isso, segundo a dialética marxista e seu materialismo histórico, pode-se afirmar
que a história da humanidade é a história da transformação da sociedade humana pelos
diversos modos de produção: modo de produção primitivo, modo de produção escravista,
modo de produção asiático, modo de produção feudal, modo de produção capitalista e
modo de produção socialista.
O CAPITAL E A MAIS-VALIA
• Mercadoria = é tudo aquilo que se produz para ser vendido ou trocado no mercado,
ela possui dois valores, valor de uso (serve para satisfazer necessidades pessoais) e
valor de troca (serve para gerar dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna
mercadoria quando passa a ter valor de troca;
• Dinheiro = é uma mercadoria especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto
de equivalente geral capaz de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas
necessidades humanas (tem valor de uso);
• Salário = é o valor pago para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde
a riqueza gerada por ele, mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus
filhos (alimentação, roupas, habitação);
IDEOLOGIA
A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A função da ideologia é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma
explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais
diferenças à divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção.
Busca camuflar as diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos
membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais
identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a Humanidade, a Liberdade, a
Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso, a Família e etc.
A CONCEPÇÃO DE ESTADO
* Altruísta – quando o individuo fortemente ligado a um grupo não distingue entre seus
próprios interesses e os do grupo, sendo capaz de sacrificar-se por ele. É o caso de soldados
que se sacrificam para salvar companheiros. Esse tipo de suicídio também pode ser levado a
efeito pelo individuo que deixa de satisfazer os padrões do grupo: a morte é, então,
preferível a qualquer outra coisa;
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando o individuo não está envolvido com ninguém nem
com nenhuma causa, faltando-lhe laços emocionais que lhe tornem a vida digna de viver;
FATO SOCIAL
Esses fatos sociais têm três características básicas que permitirão sua identificação na
realidade, elas são: gerais, exteriores e coercitivos.
INSTITUIÇÃO
CIENTISTA x POLÍTICO
TIPO IDEAL
A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão, permissão)
dotada de um significado dado por quem a executa e que orienta essa ação. Quando tal
orientação tem vista a ação – passada, presente, ou futura – de outro ou de outros agentes
que podem ser “individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos
indeterminados e completamente desconhecidos” – o público, a audiência de um programa,
a família do agente etc – a ação passa a ser definida como social. A ação é determinada pelas
intenções, motivações e expectativas de outros.
A relação social se refere à conduta de múltiplos agentes que se orientam
reciprocamente em conformidade com um conteúdo específico (conflito, hostilidade,
amizade, competição, atração sexual etc) do próprio sentido das suas ações.
As relações sociais podem ser de natureza transitória, assimétrica: quando não há o
mesmo sentido subjetivo e se expõe atitudes diferentes sem reciprocidade, mas
mutuamente orientado à mesma expectativa; simétrica: quando a relação corresponde em
suas expectativas o mesmo significado para todos envolvidos.
AÇÃO SOCIAL
Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando-os
de acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações. Assim ele estabelece
quatro tipos de ação social:
1º. Ação tradicional – que é determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2º. Ação afetiva – aqueles determinados por afetos ou estados sentimentais;
3º. Ação racional com relação a valores – determinada pela crença consciente num valor
considerado importante, independente do êxito desse valor na realidade;
4º. Ação racional com relação a fins – determinada pelo cálculo racional que coloca fins e
organiza os meios necessários.
Weber admite não existir ação pura todas são possíveis de misturas.
▪ Classes – refere-se a ordem econômica, o interesse econômico é fator que cria uma classe,
podendo-se até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações com a
produção e a aquisição de bens; a estratificação econômica é, portanto, representada pelos
rendimentos, bens e serviços que o individuo possui ou de que dispõe.
A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Segundo Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do uso
legitimo da força física dentro de determinado território, para que este estado exista é
preciso que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é
definido por sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas
as instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais,
incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do
sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e registro da população,
alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de
maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde
pública, prover educação de massa etc.
DOMINAÇÃO E AUTORIDADE
Para Weber, o Estado é uma instituição social que mantém o monopólio do uso
legitimo da força física dentro de determinado território, para que este estado exista é
preciso que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é
definido por sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas
as instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais,
incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do
sistema judiciário, cobrar impostos, censo, identificação e registro da população,
alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de
maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde
pública, prover educação de massa etc.
A palavra política tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em
Cidades Estado chamadas “pólis”, nome do qual se derivaram palavras como “politiké”
(política em geral) e “politikós” (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-
se e ao latim “politicus” e chegaram as línguas européias modernas através do francês
“politique” que, em 1265 já era definida nesse idioma como “ciência do governo do Estado”.
O termo política é derivado do grego antigo πoλτєіa (politéia), que indicava todos os
procedimentos relativos à pólis ou Cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto
Cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à
vida urbana.
O termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para este
filósofo, política significava funções e divisão do Estado e as várias formas de governo, com a
significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma
transposição de significado das qualificadas como político, para a forma de saber mais ou
menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.
Na época moderna, o termo política perdeu seu significado original, substituído
pouco a pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência
política, filosofia política, passando a ser comumente usado para indicar a atividade ou
conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a pólis, ou
seja, o Estado.
O termo “Ciência Política” foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor
de história da Universidade Johns Hopkins. A Ciência Política é o estudo da política – dos
sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da
estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo – ou qualquer sistema
equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis.
Política é ciência, porque estuda o comportamento humano e assim se torna possível
estabelecer cientificamente algumas regras sobre a vida humana em sociedade e sobre
como os seres humanos deveriam reagir em cada situação.
Os cientistas políticos estudam as instituições governamentais ou não
governamentais (ONGs) como corporações (ou empresas), uniões (ou sindicatos,
associações), igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se
aproximem de um governo, como partidos políticos em complexidade e interconexão.
Em uma concepção ampla, política é o estudo do poder, por que a tomada de
decisões de interesses da coletividade (comum) é sempre um ato de poder. Nesta
concepção consideram se as relações de dominação seja através da política, da economia ou
da ideologia, como relações de dominação de uma pessoa sobre a outra.
Na concepção restrita, política é ciência do Estado, por que atualmente a capacidade
de tomar decisões, de interesse de toda a sociedade está nas mãos do Estado ou depende
dele.
OS TIPOS DE PODER
Poder Político – este se baseia na posse dos instrumentos (institucionais) com os quais se
exerce a autoridade legal do uso da força. A possibilidade de recorrer à força distingue o
poder político das outras formas de poder. A característica mais notável é que o poder
político detém a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos sob sua
influência.
- TEORIAS CONTRATUALISTA: Essas teorias foram elaboradas entre os séculos XVII e XVIII
pelos pensadores iluministas: Thomas Hobbes John Locke Jean-Jacques Rousseau (1588-
1679) (1632-1704) (1712-1778) Tais teorias surgem para tentar explicar como se fundam o
Estado. Cindindo com o surgimento do Estado Moderno, o contratualismo refere-se a toda
teoria política que veem a origem da sociedade e o fundamento do poder político num
contrato. Segundo Hobbes: “o homem é lobo do próprio homem” e para coexistir com os
outros precisa da paz e da organização dentro de um Estado forte e absoluto.
O Estado é visto como organizador controlador e defensor das leis e dos direitos
individuais dos cidadãos, o Estado é construído pelos homens mediante um contrato. Para
os contratualistas, os homens viviam inicialmente em um estado de natureza, ou seja, antes
da fundação do Estado (concebido de forma diferente em cada teoria contratualistas),
contrario a esse Estado de natureza seria o Estado de civilização, ou seja, com a fundação do
Estado.
As teorias contratualistas de Hobbes e Locke explicitam em comum a interpretação
individualista, dado o contrato ser um ato firmado entre indivíduos conscientes e
deliberados que abrem mão em parte ou em todo de seu arbítrio para que outrem o exerça.
Esse é o exercício estatal, ao prescrever condutas que devem ser observadas e
seguidas de forma heterônoma e externa pelos indivíduos sob a sua tutela. O contrato, ou o
consentimento, é a base do governo e da fixação dos seus limites.
De fato, a sociedade civil nasce quando, para uma melhor administração da justiça,
os habitantes acordam entre si delegar esta função a determinados funcionários. Assim o
governo é instituído por meio de um contrato social, sendo os seus poderes limitados,
envolvendo obrigações recíprocas, sendo que estas obrigações podem ser modificadas ou
revogadas pela autoridade que as conferiu.
A principal diferença entre esses teóricos é que, enquanto para Hobbes, o pacto
concede o poder absoluto e indivisível ao soberano, para Locke o poder legislativo é poder
supremo, ao qual deve se subordinar tanto o executivo (soberano) quanto o federativo
(encarregado das relações exteriores) e, segundo Rousseau o poder supremo emana do
povo através das leis por ele proposta e sancionada, e todo governante deve segui-la, se não
substituído pelo próprio povo.
O ESTADO
O termo Estado parece ter origem nas antigas Cidades-Estados que se desenvolveram
na antiguidade, e em várias regiões do mundo; atualmente podemos conceituar Estado
como o conjunto das instituições que formam a organização político-administrativa de uma
sociedade, com um governo próprio e uma população em um território determinado, o
Estado é formado pelo governo, força policial, forças armadas, escola públicas, prisões,
tribunais, hospitais públicos, bem como todos aqueles que fazem parte dessas instituições
que são chamados de funcionários públicos – desde um gari ao presidente da República –
exercem atividades estatais, pois servidores do Estado, ou melhor, servidores da sociedade.
FUNÇÃO DO ESTADO
Todo e qualquer Estado possui obrigações para com os cidadãos, no que lhe dá o
sentido e a importância de existir, assim as principais funções de um Estado moderno são:
Garantir a soberania, ou seja, o direto que cada Estado tem de manter seu próprio governo,
elaborar suas próprias leis e de administrar os negócios públicos sem a interferência de
outros Estados, manter a ordem interna e a segurança externa (defender o território das
ameaças externas), integridade territorial e poder de decisão. Embora o poder e a
autoridade possam ser encontrados nas funções e relações sociais, em diferentes campos da
vida social, centralizam no Estado. Dado o seu legitimo monopólio da força, o governo,
evidentemente, detém o poder supremo na sociedade. O reconhecimento da independência
de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais,
é uma condição fundamental para o estabelecimento da soberania.
Manter a ordem, o Estado se diferencia das demais instituições por ser o único que
se encontra investido de poder coercitivo, proibindo uma série de atos ou obrigando os
cidadãos a agir de uma ou de outra maneira adequando-se às leis, ou serão usados o poder
coercitivo do uso da força física. A coerção tem como objetivo propiciar um ambiente de
ordem, preservando os direitos individuais e coletivos. As leis estabelecem, portanto, o que
deve ou não ser feito, o que pode ser feito, e prescrevem as punições por sua violação. O
Estado é, pois, a instituição autorizada a decretar, impor, administrar e interpretar as leis na
sociedade moderna. É por tudo isso que o estado exerce um grande controle sobre a vida
das pessoas.
Promover o bem estar social, isto é, propiciar à população de um Estado além da
ordem interna e externa, a paz, o respeito às leis, provendo a justiça, dispor de meios
suficientes para atender as necessidades humanas em seus diferentes aspectos: físico,
moral, espiritual, psicológico e cultural; organizando serviços básicos à população: educação,
saúde, aposentadoria, segurança, justiça e etc. manter a ordem social através de leis
existentes ou redigindo novas, que reajustem a própria ordem, quando as condições de
mudanças exigirem.
Michel Foucault, em sua obra “Vigiar e punir”. Busca estudar as relações de poder
fora da concepção do Estado. Para ele o poder não seria propriedade de uma classe que o
teria conquistado. Para Foucault, o poder acontece em termos de relações de poder.
Segundo ele, a anatomia política desenvolve seus efeitos segundo três direções
privilegiadas: o poder, o corpo e o saber.
O poder estar nas relações sociais, através da micro-física do poder manifestada na
disciplina dos regulamentos, controles cotidianos, cada vez mais minuciosos e austeros,
disseminados nas diversas relações pessoais, onde as pessoas refletem toda a estrutura de
dominação, passando a serem seus próprios algozes: o professor sobre o aluno, o diretor
sobre o professor, o vigia sobre visitante, o pai sobre o filho, irmão mais velho sobre mais
novo, policia sobre o suspeito, etc.
Estamos sempre diante de mecanismos que transforma os corpos obedientes, uteis,
exercitados para o trabalho e inertes politicamente.
As ordens não precisam ser entendidas, apenas decodificadas. Todos devem ser
dóceis, subordinados e se entregar aos exercícios para conseguir a gratificação de estar
entre os melhores.
Esta é a sociedade do controle – onde a lei proíbe, isola e outras instituições
domesticam, adestram funcionam como meios de dominação. São instrumentos tão
aperfeiçoados de transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o
hospital. Não é mais necessário impor penas e sanções aos vigiados para obter bom
comportamento; basta o temor de ter todos seus atos vistos e analisados. O indivíduo torna-
se seu próprio "carrasco".
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