Você está na página 1de 14

Contextualização histórica –

America Latina e Brasil

Profª Msª Patrícia Ivanca


Disciplina Psicologia Social
• No final da década de 70 muitos psicólogos sociais latino-americanos
iniciaram um forte movimento de questionamento à psicologia social
psicológica norte-americana

Psicologia social mais contextualizada, isto é, mais voltada


para os problemas políticos e sociais que a região vinha
enfrentando.

• Estimulados pela arbitrariedade dos regimes militares e pela grande


desigualdade social do continente, esses psicólogos defendem uma
ruptura radical com a psicologia social tradicional.

(FERREIRA, 2011)
• A psicologia social realizada na América Latina igual outras ciências
sociais, foi se construindo a partir da revolução e confrontação
histórica de diversas correntes de pensamento social que foram se
cristalizando de maneira heterogênea em cada área geográfica;

• Dentre as diversas correntes teóricas que tiveram uma influencia


destaca-se: 1) Psicanálise 2) Escola de Frankfurt 3) Representações
sociais 4) Socioconstrucionismo 5) Sociologia da ciência 6)
Neopragmatismo 7) Análise do discurso.

(ALVÁRO e GARRIDO, 2011)


“Psicologia do coqui” (LOPES, 1985)

Martin-Baró, quando utilizava este conceito, pretendia realizar uma psicologia critica que,
partindo de sua própria realidade social que vivem os diversos povos latino-americanos,
fosse construído um conhecimento teórico relevante.

Páez (1994) vai defender uma psicologia transcultural que seja


capaz de delinear a fronteira entre a contextualização teórica e a
universalidade de conhecimento psicossocial.
Que a cultura se torne o “laboratório” onde se poderia mensurar a
amplitude ou pretensa universalidade de nossas teorias.

(ALVÁRO e GARRIDO, 2011)


• Na aplicação do conhecimento psicossocial encontramos diferenças
significativas entre os psicólogos sociais latino-americanos

Aroldo Rodrigues Martin-Baró


Constituiu uma ciência de caráter A função do psicólogo social é a de
universal, mas também pelo papel elaborar uma psicologia da
que atribuem ao psicólogo social. libertação, o que o tornaria um ator
O psicólogo social não deve se das transformações sociais pelo seu
preocupar tanto com a envolvimento como cientista social.
aplicabilidade de seu
conhecimento, pois esta é uma
tarefa que não é ele que vai
determinar.
(ALVÁRO e GARRIDO, 2011)
Martin-Baró: em direção a uma psicologia social da
libertação
• Sua obra e concepção da psicologia social não pode ser entendida sem
uma referência a situação social, política e econômica da América Latina;

• Sua elaboração teórica foi orientada pelo seu compromisso com a


mudança social, entre seus temas: aglomerações, machismo, fatalismo,
saúde mental, violência e a guerra.

• História –A psicologia social não pode abstrair seu objeto da história, pois é
a história social concreta que dá sentido a atividade humana como
atividade ideológica.

• O enfoque de Martin-Baró enquadra-se dentro de uma concepção mais


sociológica da psicologia social.

(ALVÁRO e GARRIDO, 2011)


Psicologia no Brasil
• Vídeo – Silvia Lane
• Para Bomfim (2003 apud NEIVA e TORRES, 2015) três fatores fazem
parte do contexto da evolução da psicologia social no Brasil:
1) Os relacionados com os avanços de áreas afins, como sociologia,
antropologia, educação, história social e a própria psicologia;
2) O progresso da psicologia social em países da Europa, Estados
Unidos e na América Latina;
3) Condições históricas, sociais e econômicas mundiais e nacionais.

• Na década de 1950 – As demandas desenvolvimentistas tornam-se


mais prementes no país. Foram criados órgãos como CNPQ, CADES.

(NEIVA e TORRES, 2015)


• 1960 a psicologia social foi atravessada por uma crise que
questionava seu caráter teórico e ideológico, colocando em cheque
tanto sua metodologia como teorizações utilizadas.

• Essa crise teórica, de caráter internacional, residiu principalmente nas


dúvidas sobre o método experimental e sobre sua adequação à
complexidade e as exigências do objeto de estudo.

• Ao final de 1970 esse movimento se intensifica na America


Latina em oposição à psicologia social psicológica norte-americana.
• Até os anos 70, a psicologia social psicológica norte-americana
também esteve dominante, de modo semelhante ao o que ocorreu
no resto da América Latina;

• A partir da década de 70, o campo da psicologia continuava


crescendo com a implantação dos primeiros cursos de mestrado
específicos em psicologia social na PUC-SP;

• Pelo fato da psicologia social no Brasil crescer em meio às


conturbações políticas e sociais internas, houve também uma
preocupação com o caráter aplicado da psicologia social com ações
pautadas em intervenções em comunidade e em ONG’s.
• O movimento de ruptura com a Psicologia Social tradicional se tornou
forte no Brasil a partir do final da década de 1970, com a publicação
em 1984 do livro Psicologia social: o homem em movimento escrito
por Silvia Lane e Wanderley Codo.

A psicologia deve assumir um caráter


de compromisso com a criação da
consciência entre os atores sociais,
considerando principalmente o
contexto da luta de classes.
• Outro evento importante foi em julho de 1980

Com o propósito de redefinir o campo da psicologia social e de contribuir para a


construção de um referencial teórico orientado pela concepção de que o ser
humano se constitui em um produto histórico-social, de que individuo e
sociedade se implicam mutualmente.

http://www.abrapso.org.br/
• A psicologia brasileira foi marcada por duas tendências em oposição:

1. Aroldo Rodrigues e Dela Coleta (empirista, adotando uma


abordagem mais experimental –cognitiva, preocupada com
processos individuais que se relacionam com o contexto social);

2. Silvia Lane (Marxista e sócio-histórica)


Profª Msª Patrícia Ivanca
ivancapatricia@gmail.com

Você também pode gostar