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SOCIAL
Introdução
Neste capítulo, você vai acompanhar um panorama sobre a história da
psicologia social desde sua base europeia, seu enraizamento nos Estados
Unidos, a crise na América Latina e suas inspirações trazidas da sociologia,
política e filosofia. A escrita se desenvolverá de forma que você possa
entender o contexto histórico do surgimento da necessidade de pensar
sobre a influência dos aspectos sociais nos indivíduos.
Primeiros escritos
O cientista social francês Gustave Le Bon (1841-1931) publicou Psicologia
das multidões (1895), originando um ponto de partida para o entendimento
da psicologia social: o conceito de mente coletiva, em que cada indivíduo,
ainda que com suas particularidades, quando ligado a um grupo, pensa e age
conforme o grupo.
A obra do psicólogo inglês William McDougall, An Introduction to So-
cial Psychology (em português, “Uma introdução à psicologia social”), com
uma perspectiva centrada no indivíduo, propôs que o social está inscrito na
natureza biológica do ser humano. A obra do sociólogo Edward Ross, Social
Psychology, an Outline and Sourcebook (em português, “Psicologia social,
um esboço e um livro-fonte”), sobre a compreensão do comportamento social,
explica como crenças, sentimentos e ações podem desencadear as interações
sociais. Também foram um marco teórico para a psicologia social.
Assim, a psicologia social tem sua gênese marcada pela coincidência de
uma “dupla paternidade” entre a psicologia e a sociologia.
4 A evolução histórica da psicologia social
Contribuições europeias
Na Europa, berço da psicologia social, os estudos iniciaram focados nos grupos
e nas coletividades. Nesse momento inicial, a psicologia social demonstrou
uma identidade própria e mostrou, desde então, sua real e objetiva preocupação
com a estrutura social latente no indivíduo.
Os temas mais frequentes na abordagem da psicologia social europeia são
as relações de identidade social e as representações sociais. E, ainda hoje, é
difundida, aplicada e exercida por ser considerada significativamente válida
no contexto europeu.
Até aqui você pôde perceber como são variadas as abordagens teóricas em torno
da psicologia social. Isso ocorre, pois estamos em constante transformação. Nosso
mundo interno se alimenta dos conteúdos que emergem do mundo externo e, como
nossa relação com o mundo externo é incessante, estamos sempre absorvendo, em
movimento, em processo de transformação.
Por isso, a psicologia social tem um papel importante para a compreensão dos indiví-
duos. Sua metodologia e seu corpo teórico captam o indivíduo em movimento e busca
intervenções em torno das políticas públicas que organizam e reorganizam a vida social
aumentando ou diminuindo os efeitos da desigualdade social e da miséria no mundo.
Para entender como a psicologia social não só se disponibiliza, mas também se alimenta
do diálogo com as demais áreas do conhecimento das ciências sociais, humanas e
biológicas, podemos refletir sobre os debates mais frequentes na atualidade, tais como:
questões de gênero, equidade, direitos sociais, violência, segurança, comunicação
ativa, escuta empática, democracia e inclusão.
Pensemos nas seguintes questões:
Quando você está em seu local de estudo, com seus colegas, amigos ou família,
de que formas o seu modo de pensar e de agir pode ser influenciado? Como o co-
nhecimento e as experiências alheias podem servir de ferramentas para a expansão
dos seus conhecimentos? Como as diferenças sociais, econômicas e políticas podem
ofertar maneiras diferentes de contextualizar as vivências sociais?
Em seu contexto social, na sua rotina diária, de que formas a psicologia social, a
sociologia, a política e a filosofia estão entrelaçadas?