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Discente: Cássio Gardel de Souza

Docente: Fernanda Roda


Disciplinas : Perspectivas críticas em gestão de pessoas

Texto de posicionamento refletindo sobre a questão da subjetividade do


trabalhador nos diferentes modelos de gestão.
INTRODUÇÃO
No sistema capitalista, a supervisão dos trabalhadores, o acompanhamento do
cumprimento de metas e objetivos, é uma atividade que, considerando as mudanças de
sua forma, ao longo da história, sempre fez parte das organizações. Desse modo, a
maneira como o trabalhador é submetido a exercer suas atividades, reflete na forma como
o trabalhador é visto pelas empresas.
O TRABALHADOR SOB A ÓPTICA DO TAYLORISMO
Na tradicional teoria cientifica do trabalho, o Taylorismo, defende a produção em
escala, que resulta em uma forma mais rápida de produzir e consequentemente mais
econômica. Afim de conseguir um barateamento nos preços dos produtos produzidos,
satisfazendo assim o consumismo, que é “filho” do capitalismo.
Essa teoria surgiu, após a análise de Taylor, que identificou que os problemas de
baixa produtividades nas fabricas, estavam atrelados à variação de tempo e rendimento
no trabalho de cada um dos operários. Segundo Taylor, uma mesma atividade era feita de
formas diferentes, e a forma de produzir era aprendida de forma verbal ou através da
observação. Além disso, os trabalhadores não conheciam a forma ideal para desempenhar
a sua rotina, bem como, não sabia dos números que tinham que cumprir em uma
determinada jornada de trabalho, gerando com isso, tempo de ociosidade que afetavam
diretamente na produtividade.
Dessa forma, surgiu os métodos objetivos de execução, que buscavam uma
padronização da forma e do tempo de produção, cujo o interesse que estavam por trás
disso era o de obter trabalhadores obedientes, dóceis e úteis para satisfazerem os seus
interesses financeiros. Porém, essa forma, deixa de lado a capacidade de pensar de cada
indivíduo, separando os que “pensam” a saber a gerencia, dos que “executam” os
operários. Embora a gerencia tem o dever de dirigir, medir, mensurar, quando essa
submete um operário a fazer apenas o trabalho padronizado, deixa passar a oportunidade
de identificar as suas competências e explorar isso para o benefício da organização.
Alguns outros alvos de críticas da teoria de TAYLOR, são os seguintes:
1. Trabalhar de forma não holística: Pois se entendia que o conhecimento
dos processos da empresa poderia formar grupos internos que resultaria
em uma perca de produtividade, porém grupos de trabalho, nem sempre
causam perca de produtividade, pois sendo aplicado da forma adequada,
traz mais engajamento, um maior senso de pertencimento,
consequentemente aumenta a motivação do trabalhador, pois ele passa a
sentir-se mais importante.
2. Trabalho alienado: O trabalhador não pode participar das decisões,
sugerir, trazer seu ponto de vista a respeito de determinada situação. E
muitas situações que está colocando “as mãos da massa” é que sabe melhor
das dificuldades e limitações que encontra diariamente, logo precisam ser
mais ouvidos.

O TRABALHADOR SOB A OPTICA DO FORDISMO


No Fordismo o trabalhador do operacional continuava sendo visto apenas como
um custo que deveria ser reduzido ao máximo, além disso, a gerencia ainda era a única
que trabalhava com o conhecimento, ou seja, o monopólio do conhecimento persistia. Por
isso esse modelo, trouxe as linhas de montagem, as esteiras, onde agora não seria mais o
trabalhador que iria impor o ritmo de produção e sim a gerencia.
Porém, os trabalhadores que possuíam “algum talento mental” podiam dar
sugestões, com isso a atividade mental do operário passou a ser paga como se fosse uma
mercadoria, que era remunerada como força de trabalho comum.
Ademais, para alavancar as vendas, Henry Ford, promoveu uma valorização do
salário de seus trabalhadores, para com isso, possibilitar ao trabalhador ser um
consumidor dos produtos que fabricavam e isso trouxe uma ascensão da classe
trabalhadora que passou a ser melhor remunerada, sendo esse ponto um dos pontos
contrastante com a teoria do Taylorismo.
Porém, com o poder aquisitivo da classe trabalhadora aumentada, surgiu uma nova
sociedade, como padrões morais diferentes que algumas vezes estavam interferindo na
produtividade das industriais, pelo que o recebimento dos salários passaram a fica
condicionado a uma postura adequada fora do ambiente de trabalho, o Fordismo invade
a liberdade dos trabalhadores e impõe as mais variadas normas fora das “quatro paredes
da fabrica” onde o patrão passou a ser um pai dos adultos que restringia e punia de acordo
com a sua conduta no dia a dia fora da empresa, interferindo até na vida dos familiares
dos trabalhadores, como por exemplo, não permitindo que as mulheres trabalhassem.
Outro fator, desconcertante do Fordismo, consiste no fato dos benefícios desse
modelo, não contemplar a todos os trabalhadores, gerando com isso uma desigualdade. A
definição de quem participaria do plano de benefício normalmente estava ligado a raça,
gênero e origem étnica.
O TRABALHADOR SOB A OPTICA DO TOYOTISMO
Trata-se de um sistema de produção flexível que trouxe mais voz para o
trabalhador, que agora pode trabalhar em grupo, que tem suas competências valorizadas
e pode receber várias funções por isso, além disso passa a ser igualmente o detentor do
saber.
Dentre essas mudanças se destaca o trabalho em grupo que trouxe a possibilidade
de cada trabalhador avaliar um ao outro e avaliar a si mesmo.
Porém no Toyotismo, para o trabalhador sentir-se inserido dentro da organização
muitas vezes ele abria mão de sua personalidade, bem como do desfrute de uma vida além
do trabalho, tendo assim sua vida “sequestrada”. Ou seja, nesse modelo, o capital além
de “deter” o corpo físico, passa também a manipular a personalidade do trabalhador.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOST, Rossana; FERNANDES, Bruna; SOBOLL, Lis Andrea. A subjetividade
do trabalhador nos diferentes modelos de gestão.

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