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E-fólio A - Psicologia Social - 41052

Nome: André Vasconcelos de Oliveira Monteiro


Número de estudante: 800388 - Turma 01

O artigo disponibilizado para a realização deste trabalho, tem como título “Atitudes da
população Portuguesa em relação à Homoparentalidade”, e tem como objetivo a
elaboração de um estudo para avaliar as atitudes da população portuguesa em relação à
homoparentalidade, através da realização de um questionário sobre a possibilidade de
adoção entre um casal composto por um individuo do sexo masculino e feminino, por
um casal em que ambos são do sexo masculino e por um casal em que ambos são do
sexo feminino.
O conceito de atitude é um conceito ambíguo, existindo desta forma, uma grande
multiplicidade de definições deste conceito, no entanto as várias definições tendem a
caraterizar as atitudes como sendo compostas por três componentes: cognitivo, afetivo e
comportamental.
Componente cognitivo, diz respeito às crenças e opiniões através das quais a atitude é
expressa.
Componente afetivo, diz respeito aos sentimentos e às respostas fisiológicas da atitude,
para alguns psicólogos este componente é o único caraterístico das atitudes.
Componente comportamental, diz respeito ao processo mental e físico que leva o
individuo a agir de determinada forma.
De referir ainda, que “recentemente Zanna e Rempel (1998) delinearam o modelo
tripartido revisto” (Neto, 1998, p. 340).
Para além dos componentes a atitude possui determinadas caraterísticas: a direção, a
intensidade, a dimensão e a acessibilidade. A direção, diz respeito ao nível positivo ou
negativo do objeto de atitude. A intensidade, diz respeito à força da atração ou da
repulsa em relação ao objeto. A dimensão, possibilita compreender que se trata de um
objeto complexo e que não está bem definido. A acessibilidade, está relacionada com a
solidez da associação entre o objeto da atitude e a avaliação efetiva da mesma.
Para além das caraterísticas enumeradas, “As atitudes podem ter três funções: 1)
ajudam a definir grupos sociais, 2) ajudam a estabelecer as nossas identidades, e 3)
ajudam o nosso pensamento e comportamento (Schlenker, 1982; Pratkanis e
Greenwald, 1989)” (Neto, 1998, p. 344).
Na primeira função, pode dar-se por exemplo, a atitude partilhada relativamente ao
ambiente e que pode levar à criação de organizações ambientais. Relativamente à
segunda função, as atitudes contribuem para a definição que as pessoas têm delas

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próprias. Em relação à terceira função, pode dizer-se que as atitudes são também
elementos importantes na vida cognitiva das pessoas.
É importante também fazer referência a algumas noções conexas com as atitudes,
nomeadamente: as crenças (componente cognitivo das atitudes), opiniões (mais
específicas do que a atitude) e valores (variável psicológica).
O artigo em análise tem como objetivo abordar a temática das atitudes em relação às
famílias homoparentais por parte de pessoas heterossexuais. O estudo foi feito com base
num inquérito realizado a 993 pessoas da população portuguesa. Estima-se que em
Portugal exista entre 12 e 30 mil famílias homoparentais. Na literatura já foi analisada a
atitude em relação a pessoas homossexuais e pode dizer-se que este conceito divide-se
em três categorias: “(a) o medo ou repulsa por pessoas homossexuais; (b) a avaliação
dos atos homossexuais como desviantes ou patológicos; e (c) as atitudes em relação
aos direitos das pessoas homossexuais” (Costa et al., 2013).
Relativamente às atitudes em relação à homoparentalidade, estudos Portugueses
revelam que os inquiridos consideram que crianças adotadas por pessoas homossexuais
têm maiores dificuldades sociais e têm maior probabilidade de também elas se tornarem
adultos homossexuais. Os Portugueses também revelaram ser menos favoráveis à
adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo, do que a média dos restantes
países que compunham a Comunidade Europeia, pois em Portugal apenas 19% da
população era favorável, contrastando com os 32% favoráveis nos restantes Países da
Comunidade Europeia.
No estudo elaborado concluiu-se que existem diferenças na avaliação da qualidade
parental de casais de sexo oposto e casais do mesmo sexo e que os indivíduos do sexo
masculino e as pessoas católicas são as que apresentam atitudes menos favoráveis.
Relativamente aos argumentos apresentados contra a homoparentalidade destaca-se a
continuação da existência de preconceito contra essas famílias e na estigmatização de
pessoas com diferentes orientações sexuais. Um grande número de inquiridos (42%)
revelou preocupação com o bem-estar e desenvolvimento das crianças manifestando
receio que as crianças adotadas por casais do mesmo sexo possam ser vítimas de
discriminação e rejeição. Em particular, os inquiridos revelaram maior preocupação
com crianças com dois pais do que com duas mães, diferença esta que pode estar
relacionada com a maior perceção que as pessoas têm da discriminação de homens gays.

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Foram também levantadas preocupações ligadas à diferenciação e identificação de


género, provocadas pela falta de uma figura materna ou paterna.
De salientar, que este estudo apresenta algumas limitações e não pode ser generalizado
às atitudes da população Portuguesa, no entanto ele torna evidente algumas
caraterísticas das atitudes das pessoas inquiridas, nomeadamente a direção, a
intensidade e dimensão. Além disso, põe a nu, algumas crenças, opiniões e valores
caraterísticos de mentalidades mais conservadoras e preconceituosas que originam uma
atitude mais negativa por parte das pessoas heterossexuais relativamente à
homoparentalidade.

Bibliografia

Neto, Félix (1998). Psicologia Social. Lisboa: Universidade Aberta

Costa, P., Caldeira, S., Fernandes, I., Rita, C., Pereira, H., & Leal, I. (2013). Atitudes da
População Portuguesa em Relação à Homoparentalidade. Psicologia Reflexão e Crítica
26(4):790-798. December. DOI: 10.1590/S0102-79722013000400020

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