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UNIDADE CURRICULAR: Psicologia Social

CÓDIGO: 41052

DOCENTE: Ana Isabel Silva

A preencher pelo estudante

NOME: Ana Margarida Cabral Ferreira da Silva

N.º DE ESTUDANTE: 1400609 – Turma: 02

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 18 de maio de 18

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Este trabalho pretende-se analisar o texto disponibilizado na sala virtual com o nome
“Representações Sociais, Saúde Mental e Imigração Internacional” (Coutinho, Frankem,
& Ramos, 2012, pp. 202-219), na ótica da disciplina de Psicologia Social e no âmbito do
estudo das “Representações Sociais” (Neto, 1998, pp. 417-487).
Antes de se proceder à análise e reflexão do texto, convém perceber em que consiste a
expressão “Representações Sociais”. Surgiu como um dos principais objetivos de estudo
da psicologia social, uma vez que com o impacto que foi as mudanças que ocorreram na
sociedade, possibilitou a divulgação de informações e a difusão dos modos de pensar,
de sentir e de agir. (Neto, 1998, p. 423)
É de salientar que as representações sociais “surge das relações que se estabelecem
entre os indivíduos” (Neto, 1998, p. 430) e que podem surgir sob as mais variadas e
complexas formas ou ações trocadas em sociedade.
Mas o próprio conceito de Representações Sociais é de difícil definição, uma vez que
conforme é mencionado por Neto “as representações sociais apresentam formas
variadas, mais ou menos complexas: imagens, sistemas de referência, categorias, teorias
(…) dos modos de pensamento que nos relacionam com o mundo e com os outros, para
interpretar e de reconstruir (…) a realidade (…)” (Neto, 1998, p. 438)
As Representações Sociais, no âmbito da Psicologia Social, são abordadas pela forma
como os indivíduos se interagem na sociedade e como se relacionam uns com os outros.
(Neto, 1998, p. 438)
Desta forma, Serge Moscavici (1961) citado por Neto (p. 451-454) defende que, “cada
universo de representações” poderá ser considerado sob três aspectos: a informação, a
atitude e o campo de representação.
Segundo Moscavici, existe ainda dois processos que permite construi, por um lado, o
conhecimento a partir de elaborações sociais e por outro a forma como a sociedade se
dá a conhecer para construir um forte domínio no individuo, que são: a objectivação e a
ancoragem. Assim, a objectivação reflete a interferência do social na representação
individual ou coletiva; enquanto que, a ancoragem representa essa interferência, quase
sempre positiva, na representação social, possibilitando uma orientação cognitiva da
realidade e das relações sociais. (Neto, 1998, pp. 455-461)
Para finalizar esta breve definição, convém frisar que existem determinadas áreas de
investigação onde as representações sociais têm um papel mais preponderante, e elas
são: a primeira no relacionamento entre “difusão dos conhecimentos com a vulgarização
científica”; a segunda referente à integração da “representação social como variável
intermédia” na “determinação dos comportamentos” e por último relacionada com o

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estudo dos “objectivos socialmente valorizados” e “apreendidas em contextos sociais
reais”. (Neto, 1998, p. 465)

Passo agora a analisar o artigo disponibilizado para este trabalho, o qual procura analisar
a forte influência socioculturais da imigração no individuo que poderá causar “(…)
sentimentos individuais de ansiedade, confusão, alienação (…) que podem dar lugar a
conflitos intensos e complexos que influirão negativamente na saúde mental dessas
populações.” (Coutinho, Frankem, & Ramos, 2012, pp. 205-207)
A diversidade dos fluxos migratórios tanto de homens como mulheres têm como principal
característica a procura de melhores “oportunidades económicas” que no país de origem
não consegue proporcionar. (Coutinho, Frankem, & Ramos, 2012, p. 203)
Sentimos na pele o peso de um mundo cada vez mais globalizado, onde a ânsia de
melhores condições de vida está nas escolhas de cada individuo e que a procura de
novas oportunidades lida a par de todo o tipo de adversidades quer individuais quer
coletivas, como por exemplo discriminação, preconceito, intolerância, tentando de uma
maneira quase que vitoriosa superar no mundo estranho, novo e desumano do qual se
procura integrar. (Coutinho, Frankem, & Ramos, 2012, pp. 204-205)
Mas no seio da comunidade estudantil onde qualquer tipo de discriminação da parte do
imigrante não deveria acontecer; existe e se sente que, colocar em prática, a palavra
Cidadania ainda é muito difícil. Nunca se consegue levar em consideração que as
crianças imigrantes têm quase sempre dificuldades na integração uma vez que as
diferenças linguísticas e culturais são difíceis de incorporar e que todo o processo de
aculturação implica geralmente uma desorganização social. É importante minimizar as
dificuldades que podem surgir e no seio escolar, porque na escola não é só um lugar
onde se aprende, mas é sobretudo um lugar onde se pode conversar, discutir, e crescer
individualmente no meio das diferenças étnicas, culturais e económicas. (Neto, 1998, pp.
469-470)

Esta introdução serviu para dar inicio a uma outra parte do trabalho que se pretende ser
analisada e que era o de referir uma experiência de vida relacionando-a com as
representações socais.
A experiência de vida que passo a citar é:
Em 2017 tive conhecimento que uma amiga foi para fora de Portugal, mais
concretamente para Genebra, na Suíça. Como se encontrava desempregada e tinha uma
família para sustentar decidiu procurar melhores oportunidades de vida e de trabalho que
o seu país não lhe deu. Como tinha uma filha com 6 anos de idade, antes de decidir se
iria aceitar o trabalho nessa cidade teve de se deslocar para procurar uma escola para a

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sua filha. Como todos os indivíduos que se deslocam para um outro país, origina um
sentimento de “ruptura”, de “nostalgia de tradições”, à” a necessidade de se adaptar
rapidamente ao local de acolhimento”. O seu processo de migração envolveu alguns
aspectos de dificultaram a sua integração e adaptação, por exemplo as condições sociais,
as dificuldades de comunicação geraram no seu seio familiar algumas perturbações de
saúde especialmente psicológicas que fragilizaram o seu estado de espírito.
Como salienta Ramos at all,
” A imigração, (…) associa-se à ruptura com o espaço de vida de origem (…) a
separação das suas tradições, da língua e dos costumes culturalmente
reconhecidos. Efetivamente, vivenciam sentimentos que mobilizam nostalgias e
tristezas, quando somados à necessidade de adaptar-se rapidamente ao local de
acolhimento, (…) pode desencadear sofrimentos emocionais.” (Coutinho,
Frankem, & Ramos, 2012, p. 215)
Isto serviu para fazer referência e concluir que, nem sempre quando se pretende mudar,
procurar novas formas de oportunidades financeiras, como foi o caso, se consegue
triunfar. O desejo de enfrentar uma situação nova poderá ocasionar dificuldades de
aculturação proporcionando fatores stressantes que “comprometem a saúde física,
mental e social no local de acolhimento” (Coutinho, Frankem, & Ramos, 2012, p. 218)
Nestes casos à que “reger a forma como os indivíduos representam o mundo e conduzem
as suas ações” (Coutinho, Frankem, & Ramos, 2012, p. 217), nunca desistindo quando
surge uma contrariedade ou uma dificuldade e também é necessário que no país de
destino haja um acompanhamento socioeconómico, que “auxiliem” e sobretudo tentam
garantir de uma forma harmoniosa e satisfatória a “permanência de pessoas de outros
países, garantindo suas potencialidades em diferentes esferas da vida”. (Coutinho,
Frankem, & Ramos, 2012, p. 218)

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WEBGRAFIA

Baganha, M., Ferrão, J., & Malheiros, J. M. (1999). Os imigrantes e o mercado de


trabalho: Um caso Português. Análise Social, XXXIV (150), (pp.147-173). Obtido
de https://www.jstor.org/stable/41011358?seq=1#page_scan_tab_contents
(Acedido em 11 de Maio de 18)

Castro, P. (2002). Notas para uma leitura da teoria das representações sociais em S.
Moscovici. Análise Social, XXXVII (164), (pp.949-979). Obtido de
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218735660J7vJF3sv2Ck99QR5.pdf
(Acedido em 11 de Maio de 18)

Vala, J., & Castro, P. (2013). Pensamento social e representações sociais. Em J. Vala,
Psicologia Social (9ª edição revista e actualizada) (pp. 569-602). Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian. Obtido de http://hdl.handle.net/10451/8702
(Acedido em 14 de Maio de18)

BIBLIOGRAFIA

Coutinho, M. P., Frankem, I., & Ramos, M. P. (2012). Representações Sociais, Saúde
Mental e Imigração Internacional. Psicologia: Ciência e Profissão, 32, n.º 1, 202-
219. doi:10.1590/S1414-98932012000100015

Neto, F. (1998). Capitulo V - Representações Sociais. Em F. Neto, Psicologia Social


(Vol. I, pp. 417-487). Lisboa: Universidade Aberta.

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