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São Paulo, 28 de setembro de 2023

UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo


Aluno Ivanildo Lima Moura Siqueira RA 195434
Disciplina: Psicologia Social
Data da aula: 25/09/2023
Tema da aula: Cognição social.

Diário Reflexivo de Aprendizagem

As informações aqui presentes referem-se à aula direcionada pela Profa. Daniela Lombardi,
na disciplina de Psicologia Social. Primeiramente, a professora fez a apresentação da monitoria
que dará suporte durante a exposição dos próximos temas. Em seguida, deu um feedback a
respeito dos diários e a necessidade de melhoria na composição da estrutura básica, pois embora
não seja oficialmente científico, carece de crescimentos. A metacognição é importante nesse
processo, pois se trata de pensar sobre o ato de pensar e o diário representa o produto desse
trabalho. Como consequência dessa reflexão, foi apresentado o novo projeto de aperfeiçoamento
de diários através de uma equipe de “coaches” que auxiliará aos alunos que possuem mais
dificuldades na construção desse tipo de texto.

A aula iniciou com a retomada do conceito básico sobre cognição social como uma
abordagem que busca compreender e explicar como as pessoas percebem a si próprias, aos
outros e como essas percepções explicam o comportamento social. Há oito princípios que regem
esse sistema, a saber: uso de atalhos cognitivos, processos computacionais, pessoas como
agendas internas, percepção mútua, centralidade do eu, qualidade da percepção, orientação
pragmática e predominância dos processos automáticos. Em relação à cognição social, podemos
perceber que ele possui elementos essenciais: schemas e teorias da atribuição, sendo a primeira
as estruturas cognitivas compostas de conhecimentos sobre conceitos, objetos ou eventos,
representados pelos seus atributos. Já a segunda, se refere às pessoas que desejam uma
explicação sobre as ações que elas ou os outros realizam. Nota-se, entretanto, que elas desejam
atribuir causas a comportamentos que eles veem, em vez de assumir que alguns
comportamentos podem ser aleatórios. Sabe-se que fatores como motivação e atenção podem
diminuir a influência dos schemas. Analisá-los corretamente é importante para que cheguemos a
uma interpretação social adequada.

Entende-se que a representação social dirige o nosso julgamento, pois quando elas são
amplamente aceitas numa sociedade, elas acabam influenciando como as pessoas interpretam
os eventos, comportamentos e ações de outras pessoas. Muitas vezes, somos muito mais
propensos a buscar algo que confirme aquilo que nós já pensamos. Na era da informação,
procurar por algo que apoie nossas crenças é muito cômodo e geralmente possui efeito rápido.

Em relação ao humor, pode-se perceber que ele afeta muito o nosso julgamento, pois parte
de julgamentos sociais (pessoas críticas ou positivas); por meio de atenção seletiva (dependendo
do seu humor, o mundo pode ser visto de determinada maneira); viés de humor (estar de bom ou
mau humor que pode interferir nos julgamentos críticos). Isso demonstra o poder de nosso estado
emocional. Quanto à teoria da atribuição, ela se propõe a explicar o comportamento dos outros
sob uma premissa interna ou externa com atribuições situacionais ou de disposição.
Harold Kelley, por exemplo, explicava de maneira muito sensata essa relação de causas
externas ou internas na construção de comportamento através da consistência (quão consistente
é esse comportamento nessa situação); singularidade (quão específico é o comportamento dessa
pessoa nessa situação) e consenso (em que medida outros nessa situação se comportam de
maneira semelhante). Dependendo do ambiente ou da pessoa comprova-se que observamos a
nós e a outros sob perspectivas diferentes, como vários teoristas da atribuição já defendiam.

Muitas vezes, fazemos um pré-julgamento das pessoas através de nossas pressuposições.


Por exemplo, se eu ouvir palavras positivas sobre a aula da Prof.a Daniela antes de conhecê-la,
isso pode formar uma impressão mais favorável dela.

Um dos fenômenos mais interessantes da cognição social é a perseverança na crença.


Muito presente no período das últimas eleições ou na religião, pode se tornar uma alienação, pois
nos tornamos mais fechados às teorias que confrontam nossas crenças iniciais. O excesso de
confiança também pode corromper nosso julgamento, pois coloca numa balança filosófica
“incorretamente calibrada” suas crenças acima de tudo. Muitas vezes a pessoa pode até reduzir
seus relacionamentos a pessoas que defendam estritamente se ponto de vista.

Após a exposição da professora Daniela, o grupo do painel debate apresentou suas


reflexões a respeito do tema “O eu” (self) e a compreensão de nós mesmos em um contexto
social. O primeiro exemplo dado foi o de Michael Jordan, que desde pequeno enfrentou inúmeras
dificuldades de aceitação, mas a perseverança fez com que ele alcançasse grandes patamares
de reconhecimento no esporte mundial. “Por a cara a tapa”, como disse a aluna Auda, favorece a
nossa resiliência e nos faz progredir. Tanto em testes humanos, quanto em macacos, foi
comprovada a percepção do eu e que deve ser devidamente direcionada. Nas crianças, isso fica
muito latente, pois conforme vão crescendo, conseguem fazer mais autorreflexões, tanto
positivas, quanto negativas. O “eu” é composto de quatro elementos: autoconhecimento (como
você define quem é); teoria da autoconsciência (focarmos nossa atenção em nós mesmos); teoria
da autopercepção (avalia a extensão em que a pessoa está feliz consigo mesma e como conduz
a sua vida; teoria bifatorial da emoção (observar nossas emoções para entendermos por que
agimos de tal forma).

Também foi falado sobre como usamos os outros para nos definir. Muitas vezes, as
pessoas só se acham feias, por exemplo, quando se comparam com outras pessoas. Isso vale
também para fatores financeiros. Nos comparamos com pessoas que estão em situações
melhores do que a nossa. Alguns usam esse recurso para sua própria frustração; outros, para o
seu próprio crescimento. Costumamos andar com pessoas que possuem ideologias e costumes
iguais aos nossos. Nota-se, entretanto, que nem sempre isso é bom, pois pode contribuir para a
alienação, destruindo o nosso senso crítico. Precisamos “sair da bolha” e conhecer pessoas com
posições divergentes da nossa. Isso traz crescimento e maturidade.

Em relação ao autocontrole, o que determina o seu sucesso é saber lidar com suas
emoções, atitudes e buscar um equilíbrio nas coisas do cotidiano. Isso se refere a buscar
recursos para sofrermos menos, como, por exemplo, a supressão da negatividade, a busca pelo
controle do “eu”.

Sabe-se que a cultura tem muita influência na construção da sua autoimagem. As normas
sociais, valores, crenças, tradições e padrões estéticos molda a maneira como uma pessoa
desenvolve sua autoimagem e identidade. Em relação à autoestima, sabe-se que ela é a
avaliação da pessoa sobre si mesma. É importante que pensemos quanto tempo demorou para a
alcançarmos esse status. Outras teorias foram apresentadas como a da administração do terror,
que defende a autoestima como um amortecedor protetor e o narcisismo que se refere à
apreciação exacerbada sobre si mesmo e falta de empatia com os outros. É como se a pessoa
tivesse com “um rei na barriga”, nas palavras do aluno William.

As lições mais importantes da aula podem ser resumidas da seguinte maneira: a


metacognição é importante porque promove o aprimoramento de conceitos da forma correta. Em
segundo lugar, as ideias compartilhadas na sociedade influenciam na interpretação de eventos.
Além disso, o próprio humor pode afetar sensivelmente nosso julgamento que pode já estar
intoxicado pelas pressuposições que construímos em nossa vida ou herdadas socialmente. Esses
conhecimentos são essenciais para uma prática clínica saudável e justa por parte do profissional
de Psicologia.

Após a apresentação, a professora solicitou um aprofundamento sobre a “self” no capítulo


“identidade” do material que estava sendo lido. Um ponto que pode ser aprofundado é a
autorregulação (não só no meio da psicologia, mas nas empresas, escolas e família). É bom
lembramos que Segundo Bandura, “A autorregulação começa com uma crença que você
desenvolve no seu potencial de realização. Muitas vezes não conseguimos autorregulação devido
a falhas nessa identidade.” O objetivo final da autorregulação será sempre prover ao homem
ferramentas para que ele saiba se controlar em todos os aspectos. Somente assim, ele poderá
manter o controle emocional e tomar decisões conscientes, tendo uma vida mais feliz.

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