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COMPREENSÃO DE SI

PRÓPRIO

MÓDULO I
EMOÇÕES E AUTOCONCEITO 1
AUTO-CONHECIMENTO

Capacidade de reconhecer e compreender


estados de espírito, emoções, impulsos, bem como,
o efeito desses aspectos sobre outras pessoas.

Pressupõe a capacidade de auto-avaliação, um sentido de


realismo, autoconfiança e a capacidade de rir de si mesmo.
(Goleman, 1996).

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AUTO-CONHECIMENTO
Duas etapas :

olhar para dentro de nós,


vermo-nos como um observador externo e neutro,
que apenas analisa e não julga.

Ter consciência dos padrões automáticos de


pensamento e comportamento pelos quais nos regemos.

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EMOÇÕES

• São universais
• São reacções corporais específicas, observáveis.
• São factores internos que podem dinamizar,
dirigir e apoiar comportamentos.
• São desencadeadas por objectos específicos.
• Têm uma valência positiva ou negativa.
• Têm intensidade variável e breve duração.
EMOÇÕES:

• São informação
• Não podem ser ignoradas ou
escondidas
• Devem ser integradas nas decisões
para que estas sejam eficazes
• Seguem padrões lógicos
• Ajudam-nos a sobreviver, porque
desempenham um papel de proteção
A EMOÇÃO ALERTA-NOS DE DUAS
FORMAS

Rápida Consciente

Amígdala Córtex pré-frontal


Um gatilho Auto observação
Uma reacção Conhecer os sinais
instantânea
Forte emoção Fazer curto-circuito à
crise
EMOÇÕES BÁSICAS

RAIVA TRISTEZA

MEDO ALEGRIA
EMOÇÕES
• Possuem várias componentes:
• Subjectiva
• Fisiológica
• Comportamental

• Têm várias funções


• Informativa/auto-reguladora
• Comunicacional
• Motivacional e de acção
EMOÇÕES

• De acordo com Fineman(2001) no contexto


organizacional as emoções:
o Podem perturbar a racionalidade
( percepções distorcidas da realidade)
o Podem ser úteis à racionalidade
(decisões otimizadas pela intuição)
o Estão intimamente ligadas à razão
o (como duas faces da mesma moeda)
Emoções e sentimentos
Sensações
Emoções
Sentimentos
Humor
Temperamento

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MARCADORES SOMÁTICOS

• Estabelecem a ligação entre o sistema interno e os


contextos externos.
• Pela aprendizagem a pessoa associa
determinadas situações vividas a determinadas
sensações físicas, reais ou imaginadas, agradáveis
ou desagradáveis.
• Estabelece-se então um circuito emocional
criando uma espécie de sentimento no cérebro
que nos faz sentir como se o corpo estivesse
realmente a passar por um estado emocional
APRENDER A PERCEBER AS REACÇÕES
EMOCIONAIS
Expressar as emoções Sentir as emoções do outro

Observar, identificar as emoções no Observar, identificar as emoções do


seu corpo outro
Avaliar a intensidade de uma Escutar, aceitar as emoções,
emoção e os seus efeitos sobre o sentimentos do outro
comportamento
Expressar, descrever, verbalizar as Pôr-se no lugar do outro, identificar
suas emoções o que ele sente
Identificar os desencadeadores das Avaliar a intensidade de uma
emoções emoção e os seus efeitos sobre o
comportamento
Acalmar, reduzir as tensões Estabelecer uma relação positiva de
cooperação
Avaliar a intensidade da emoção Ser empático
Identificar as suas diferentes formas
de ansiedade e stress em situações
específicas
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Capacidade para reconhecer os nossos próprios


sentimentos e os dos outros, para nos auto
motivamos, para gerirmos adequadamente as
emoções a nível pessoal e relacional.

“Conjunto de capacidades (verbais e não verbais)que


permitem a um indivíduo gerar, reconhecer,
expressar, compreender e avaliar pensamentos e
acções para fazer face de forma eficaz às exigências
e pressões do meio. “
(Morin,2005)
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Identificar as suas Compreender as Usar positivamente


Gerir as emoções
emoções emoções as suas emoções

Porque elas
Em si e nos outros
Porque elas seguem um Motivar-se, ser
tendo em conta
contêm padrão lógico que criativo; formar o
contextos, e
informação crítica permitem perceber pensamento
relações
o que fazer a seguir
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

DOMÍNIOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


E COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS:

❖AUTO-CONSCIÊNCIA
❖AUTOGESTÃO
❖CONSCIÊNCIA SOCIAL
❖GESTÃO DAS RELAÇÕES

Módulo I 15
AUTO-CONSCIÊNCIA
• Autoconsciência • Capacidade de ler as suas
emocional próprias emoções e de
reconhecer os seus efeitos
sobre os outros.

• Auto-avaliação • Conhecer as forças e limites


individuais.

• Ser capaz de se rir de si mesmo.


• Autoconfiança

Módulo I 16
AUTOGESTÃO

• Autodomínio emocional • Controlar impulsos e emoções destrutivas.

• Mostrar honestidade e integridade.


• Transparência
• Flexibilidade à mudança e capacidade de
• Capacidade de adaptação ultrapassar dificuldades.

• Energia e persistência para melhorar o


• Capacidade de realização desempenho.

• Capacidade de iniciativa • Agir aproveitando as oportunidades.

• Ver o lado positivo dos acontecimentos


• Optimismo

Módulo I 17
CONSCIÊNCIA SOCIAL
• Empatia • Apreender as emoções dos outros,
compreender o ponto de vista deles
e estar activamente interessado.

• Consciência organizacional • Captar as redes de decisão e as


políticas que atravessam a
organização.

• Espírito de serviço • Reconhecer e satisfazer as


necessidades dos subordinados e dos
clientes.
GESTÃO DAS RELAÇÕES
• Motivar através de missão e visão
• Liderança inspiradora compartilhada.
• Dominar um conjunto de tácticas
• Influência de persuasão.
• Desenvolver os outros dando-lhe
• Capacidade de desenvolver os outros feedback e orientação.

• Catalisador da mudança • Apresentar a mudança de forma


apelativa.
• Gestão de conflitos • Resolver desacordos e disputas.

• Criar laços • Cultivar e manter redes de


relações.

• Espírito de equipa • Gerar espírito de cooperação.


IE –Modelo Conceptual

Intrapessoal Interpessoal
Consciência

Auto- Consciência
Consciência Social

Auto-Gestão Gestão das


Relações

Impacto positivo nos


outros
O EU

•Componente cognitiva

•Componente afectiva

•Componente comportamental
“QUEM SOU EU?”

•características - físicas (homem,gordo,moreno,…)


- psicológicas (confiante, tímido…)
•competências (cognitivas e físicas)
•desejos/gostos/aspirações (ser famoso…)
•identidades sociais (empresa,clube, associações,…)
•papéis sociais (irmão, filho, patrão…)
AUTO-CONCEITO

Percepção que o indivíduo tem de si, o


que pensa acerca de si próprio; o modo
como avalia as suas capacidades e
competências nos mais variados
domínios.

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AUTO-CONCEITO

Fontes
o Introspecção
o Pode descobrir coisas que não tinha pensado antes
o Informação dada pelos outros
o Palavras e acções
o Inferências da avaliação que os outros fazem de nós
o Certas coisas de que não temos a certeza
o Experiências que tivemos
o Socialização
o Envolvente
o Comparações sociais
o Atribuições

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AUTO-CONCEITO
Componente cognitiva do Eu

▪ Atributos pessoais
Pensamos nas características que nos tornam
diferentes.
Depende da situação e da cultura.
Evolui com a idade, à medida que evolui a
capacidade de auto-análise.

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INFLUÊNCIAS NA FORMAÇÃO

• A apreciação que os outros fazem de nós

-Importância das primeiras experiências.

• O significado que atribuímos ao modo


como os outros se comportam em relação
a nós .

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Círculo do autoconceito

As minhas Como eu
acções me vejo

Como os outros Reacções dos


me vêem outros comigo

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AUTOCONCEITO

• Aprendido
• Dinâmico
• Organizado

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AUTO-ESTIMA

• Componente afectiva do EU.

• Grau em que a pessoa gosta de


ser como é, forma como se
sente consigo próprio.

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AUTOESTIMA
• Varias dimensões.
Auto-estima

Dimensão Dimensão Dimensão


ACADÉMICA SOCIAL DESPORTIVA

• Níveis de aspiração.
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AUTOCONCEITO

Auto-imagem real Auto-imagem ideal

Eu Como realmente me vejo Como gostaria de ser


Privado

Eu social Como creio que os outros Como gostaria que os


me vêem outros me vissem

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Autoestima
Aprender sobre si, evoluir, adaptar-se, progredir
Relativizar as críticas e os julgamentos dos outros sobre si
Valorizar-se

Escutar, aceitar a crítica como um elemento de informação


Comparar-se a pessoas próximas de si
Valorizar os seus êxitos, experiências e resultados
Procurar informações positivas sobre si
Ser capaz de perseverar nas suas escolhas pessoais
Aceitar os julgamentos dos outros para formar opinião
Falar de si próprio de forma benévola e positiva
Ter uma imagem clara, estável e objectiva de si próprio

Autoestima
Confiança em si
Desvalorizar-se

Ter uma imagem fluida, pouco estável e incerta de si próprio


Falar de si próprio de forma crítica e negativa
Depender do julgamento dos outros para formar opinião
Abandonar facilmente as suas escolhas em caso de dificuldade ou fracasso
Procurar informações negativas sobre si
Reter apenas os fracassos, as dificuldades
Comparar-se a modelos difíceis de alcançar
Ver as críticas com ataques pessoais
Sentir-se atacado, magoado pela crítica, não relativizar
Ficar bloqueado, recusar evoluir, a questionar-se
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COMPONENTE COMPORTAMENTAL
Autoconceito ▪ Reduzida autoconfiança
negativo
e ▪ Não acreditar nas suas possibilidades
Auto-estima ▪ Insegurança
desvalorizada ▪ Fixar-se nas dificuldades
▪ Baixas expectativas
▪ Preocupação exagerada com a avaliação
▪ Baixos resultados nas tarefas

Ao nível profissional
➢ Dificuldade em definir objectivos
➢ Dificuldade na utilização de estratégias
➢ Dificuldade na tomada de decisões

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Implicações para o contexto
profissional

Preocupa-se de uma forma


Baixos resultados nas tarefas Reduzida autoconfiança
exagerada com a avaliação

AUTO-CONCEITO
Baixas expectativas Não acredita
NEGATIVO E AUTO-ESTIMA
nas suas possibilidades
DESVALORIZADA

Fixa-se nas dificuldades

Insegurança

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Autoconceito positivo
e
Auto-estima valorizada

• Elevada autoconfiança
• Acreditar nas suas possibilidades
• Segurança
• Focar a atenção na tarefa
• Expectativas elevadas
• Elevados resultados

Ao nível profissional
➢ Definição clara de objectivos
➢ Colocar hipóteses claras
➢ Definção estratégias adequadas
➢ Tomada de decisões
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IMPLICAÇÕES PARA O CONTEXTO
PROFISSIONAL

Expectativas elevadas Elevados resultados nas tarefas Elevada autoconfiança

AUTO-CONCEITO
Trabalha e empenha-se Confiança elevada
POSITIVO E AUTO-ESTIMA
VALORIZADA nas suas possibilidades

Focaliza a sua atenção


(concentração
na tarefa)

Segurança

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ATRIBUIÇÕES

▪ Processos de determinação de uma


explicação causal para acontecimentos ou
comportamentos (nossos e dos outros).

▪ Responde à questão: “Porque é que fiz ou


ele(a) fez isto ou aquilo?
ATRIBUIÇÕES

Usar a explicação causal permite:

• Compreensão, previsibilidade e controlo sobre os


acontecimentos;

• Moldar pensamentos, sentimentos e comportamentos


permitindo maior clareza e menor ambiguidade;

• Influenciar as expectativas sobre os nossos


comportamentos e os dos outros facilitando a criação de
inferência ou estereótipos.
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ATRIBUIÇÕES

As atribuições são feitas fundamentalmente em relação


a acontecimentos negativos ou inesperados.

Heider - “Pai” da teoria das atribuições.

Internas/disposicionais

Externas/ situacionais

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ATRIBUIÇÕES

CAUSA PERCEPCIONADA

SITUACIONAL DISPOSICIONAL
➢ Procura-se inferir características
➢ Efectuadas a propósito de um
do indivíduo a partir das acções
acontecimento:
que este realiza:
➢ Causas que expliquem o
➢ São essas características
sucesso ou o fracasso;
que permitem explicar o
➢ Causas que expliquem
comportamento;
uma falta de controlo
➢ Sustentam a atribuição
sobre um acontecimento.
para a acção e inferências
sobre a personalidade.
TEORIA DAS ATRIBUIÇÕES

As atribuições podem ser:


•Internas (estáveis ou instáveis)
•Externas (estáveis ou instáveis)

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ATRIBUIÇÃO CAUSAL

Disposicional Situacional

ESTÁVEL Dificuldade Capacidade


da tarefa

INSTÁVEL Sorte/Azar Esforço

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TEORIA DAS ATRIBUIÇÕES

Existe uma relação entre a causalidade


percebida (atribuição) e a capacidade de
mudança.

Consoante as razões que as pessoas


atribuem aos seus próprios resultados ou aos
resultados dos outros, é possível explicitar o
fenómeno das expectativas, interferir no
autoconceito e na autoestima e trabalhar
as relações interpessoais.

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ERRO FUNDAMENTAL DE ATRIBUIÇÃO

Favorecer uma causa em detrimento


de outra (sobrestimar os factores disposicionais)
Ex: causa dos acidentes de viação

Consequências

➢Egoísmo atributivo

➢Efeito actor-observador

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AUTOESTIMA E ATRIBUIÇÕES
• O sujeito faz atribuições internas e estáveis de
insucesso.
• Baixa autoestima e autoconceito negativo.
• O sujeito faz atribuições internas e estáveis de
sucesso.
• Autoestima elevada e autoconceito positivo.
• O sujeito faz atribuições externas de sucesso.
• A autoestima não sairá beneficiada.
• O sujeito faz atribuições externas de insucesso.
• A autoestima não é afectada negativamente.

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