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FORM ADOR: Carlos Mendes

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INDÍCE

INDÍCE ...................................................................................................................................................... 1
1- OBJETIVOS PEDAGÓGICOS ............................................................................................................... 3
 Reconhecer a importância da Inteligência Emocional ..................................................................... 3
 Distinguir entre Mente Racional e Mente Emocional ....................................................................... 3
 Perceber as diferentes teorias emocionais ...................................................................................... 3
 Identificar as competências da teoria de Reuven Bar-On ................................................................ 3
 Definir emoção, sentimento e sensação .......................................................................................... 3
 Compreender as vantagens de cada emoção primária ................................................................... 3
 Avaliar o impacto das emoções nas relações interpessoais ............................................................ 3
 Aplicar ferramentas para aumentar a Inteligência Emocional .......................................................... 3
2 - CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS .................................................................................................. 4
 Definição de emoção ...................................................................................................................... 4
 Emoções primárias e emoções secundárias ................................................................................... 4
 Psicofisiologia das emoções ........................................................................................................... 4
 Vantagens das emoções primárias ................................................................................................. 4
 Estratégias para gerir as emoções .................................................................................................. 4
3 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5
I. Modelo de Habilidades .................................................................................................................. 11
II. Modelo de Traço ........................................................................................................................... 11
III. Modelo Misto ............................................................................................................................. 11
 Linguístico-Verbal ......................................................................................................................... 12
 Lógico-Matemática........................................................................................................................ 12
 Espacial ........................................................................................................................................ 13
 Musical ......................................................................................................................................... 13
 Corporal/Cinestésica ..................................................................................................................... 13
 Interpessoal .................................................................................................................................. 14
 Intrapessoal .................................................................................................................................. 14
 Naturalista..................................................................................................................................... 14
 Existencial..................................................................................................................................... 15
Perceção das emoções ........................................................................................................................ 16
Capacidade de usar as emoções ......................................................................................................... 17
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Capacidade de entender as emoções .................................................................................................. 17
Capacidade de controlar e transformar as emoções ............................................................................ 17
 Competências Formais Intrapessoais ........................................................................................... 19
 Competências Formais das Habilidades Interpessoais ................................................................. 20
 Competências Formais de Humor e Motivação ............................................................................. 20
 Competências Formais de Adaptabilidade .................................................................................... 20
 Competências Formais de Gestão do Stress ................................................................................ 21
Existem 3 pontos primordiais a ter em conta para alcançar uma favorável inteligênciaemocional: ..... 24
II. Desenvolvimentos da Inteligência Emocional VS Êxito Laboral..................................................... 24
III. Ajudar os Outros........................................................................................................................ 24
Quando usar a empatia? ...................................................................................................................... 38
Quando não usar a empatia? ............................................................................................................... 38
Barreiras à Escuta Ativa ....................................................................................................................... 39
Porque não somos assertivos? ............................................................................................................ 40
Quando devemos ser assertivos? ........................................................................................................ 40
Falácias socialmente aceites:............................................................................................................... 40
Outros Estilos de Comunicação: .......................................................................................................... 42
Desenvolver a Congruência ................................................................................................................. 45
Como desenvolver a autoestima? ........................................................................................................ 47
Existem três dimensões relacionadas com os estilos de explicar os eventos que nosacontecem no
nosso dia-a-dia: ................................................................................................................................... 48
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 51
9. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................... 53

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1- OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
 Reconhecer a importância da Inteligência Emocional
 Identificar em que fase se está na vida
 Distinguir entre Mente Racional e Mente Emocional
 Identificar as Inteligências Múltiplas de Gardner
 Perceber as diferentes teorias emocionais
 Identificar as principais características da Inteligência Emocional à luz da teoriade
Salovey e Mayer
 Identificar as competências da teoria de Reuven Bar-On
 Identificar as principais características da Inteligência Emocional à luz da teoriade
David Goleman
 Definir emoção, sentimento e sensação
 Distinguir os diferentes sinais fisiológicos e comportamentais das emoções
primárias
 Compreender as vantagens de cada emoção primária
 Aplicar estratégias de gestão das emoções
 Avaliar o impacto das emoções nas relações interpessoais
 Definir um objetivo pessoal SMART
 Aplicar ferramentas para aumentar a Inteligência Emocional
 Compreender o conceito da inteligência Social

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2 - CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
 Definição de emoção
 Conceito de inteligência intelectual e inteligência emocional
 Emoções primárias e emoções secundárias
 Gestor emocional
 Psicofisiologia das emoções
 Mecanismos de defesa da Raiva
 Vantagens das emoções primárias
 Desvantagens das emoções primárias
 Estratégias para gerir as emoções
 Impacto das emoções nos relacionamentos interpessoais
 Técnicas para desenvolver a Inteligência Emocional

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3 - INTRODUÇÃO

“Para sustentar o desafio da época em que vivemos, o Homem deve reencontrar a


proximidade com as emoções…” (David Goleman).

É num período conturbado que o país (e o mundo) se encontra a ultrapassar, uma


pandemia, que este manual e em específico esta temática se tem revelado de extrema
importância.
Tem se assistido a muitos períodos de incerteza e de muitas restrições, onde as pessoas
têm vivido confinadas num local (ou então, sempre nos mesmos locais), e veem-se privadas da
sua liberdade, existindo grandes dificuldades em manter, alguns pilares da existência humana,
como o contacto com a família alargada, com os amigos e até mesmo com o mundo do trabalho.
Começam então a emergir cada vez mais doenças como a Depressão e Fobias diversas, mas
também sintomas associados ao stress e à distorção da imagem que a pessoa tem de si própria.
A Inteligência Emocional é assim uma mais-valia para que as pessoas, possam
compreender e utilizar as próprias emoções a seu favor, melhorando não só a sua qualidade de
vida, a compreensão de si próprios, mas também as relações familiares e profissionais.
Este curso e este manual foram desenvolvidos a pensar em toda a população que pretenda
compreender e aprimorar a utilização das suas próprias emoções.

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4. CAPÍTULO I: Racional Vs Emocional
Sócrates disse: “Conhece-te a ti mesmo”.
Nos dias de hoje, é muito difícil afirmar com muita certeza que nos conhecemos a nós
próprios. Cada vez mais atuamos em modo automático, deixando de analisar e compreender
o que está á nossa volta ou mesmo o que motivou determinado acontecimento, perdemos o
interesse desta forma em analisar o que nos rodeia e como consequência o que somos e
porque somos desta ou daquela maneira.

Aristóteles por sua vez disse: “Qualquer pessoa pode ficar furioso…isso é fácil, mas ficar
furiosos com a pessoa certa, com a intensidade correta, no momento correto, pelo motivo
correto e de forma correta… isto não é fácil”.
Até que ponto nos apercebemos do que Aristóteles falava? Até que ponto chega a nossa
consciência das nossas ações, das nossas atitudes e comportamentos? Até que ponto
conseguimos efetuar esta análise e perceber que emoções atuaram, porque atuaram e como
poderia ter sido se tivessem atuado de forma diferente? Ou muito simplesmente pensamos
na resposta que damos quando nos perguntam “Bom dia, como tem passado?”; a maioria das
pessoas responde de forma automática e sem grande extensão na resposta, ainda bemque
assim é, porque com toda a certeza não estaríamos preparados para uma resposta profunda
e verdadeira.

Chega então uma altura que necessitamos parar, ou então, a vida nos obriga a parar,
porque enfrentamos um episódio marcante, e devemos nos perguntar:
 Onde eu estou?
 Para onde eu quero ir?

A Inteligência Emocional ajuda-nos a responder a estas e a muitas outras perguntas,


para que possamo-nos aprofundar como seres conscientes e motivadores das próprias ações
e igualmente na interação com o Outro possamos compreender o que naquele momento é ou
não relevante para nós e para aquela interação.

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Podemos afirmar que a nossa vida quotidiana é como um banco, em que esta assente
em cima de quatros pés, sendo eles:
 Família
 Amigos
 Trabalho
 Lazer
Para que o banco possa estar equilibrado e estável nenhuma perna pode estar mais ou
menos desenvolvida que as outras, visto se assim acontecer o banco poder quebrar, assim é
com as nossas vidas; caso algum destes elementos seja deixado para trás ou seja mesmo
menos investido, o nosso equilíbrio emocional, social e físico em algum momento irá ceder.
Quantas vezes assistimos a uma pessoa que têm grande sucesso a nível laboral gastar
grande parte da sua energia e do seu tempo nestas tarefas, alegando que não tem tempo
para ter família ou amigos ou então para ter um hobbie, caminhar ou mesmo descansar,
desenvolver num futuro breves sintomas de solidão, stress, depressão, entre muitos outros
transtornos psicológicos. Ou então uma dona de casa que concentra todos os seus esforços
no cuidado da família, passando grande parte do dia a tratar da casa, dos filhos e do marido
e que no final do dia gostava de ter tido tempo para ela, começando a pensar que precisa de
ajuda nas suas tarefas para ter tempo para si, porém quando tem tempo disponível vai
controlar o trabalho de quem está a realizar as tarefas?
É importante que a nossa vida possa ser harmoniosa e que tenhamos estratégias
pessoais ou em grupo para que durante o dia possamos realizar o que é realmente importante
para nós naquele momento exato da nossa vida que estamos a ultrapassar.

A inteligência emocional ajuda-nos a lidar com as adversidades do nosso cotidiano, visto


que aprendemos a usar as emoções como um benefício, percebendo e escolhendo que
emoção devo desencadear em certo momento, ou caso não seja possível no imediato,
perceber o porquê de aparecer certa emoção e como para uma próxima vez possa melhorar
o desempenho, e assim intervir no resultado obtido.

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NA AVALIAÇÃO DE UMA SITUAÇÃO APENAS INTERESSA A INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL?

O nosso cérebro é composto por várias estruturas, sendo as maiores os dois


hemisférios, esquerdo e direito. O hemisfério direito (mente emocional) lida, com as imagens
a linguagem não verbal e a deteção de coisas invisíveis como a energia e as emoções, sendo
que o lado direito nos direciona para os relacionamentos, para a positividade para a alegria e
para o significado.
O hemisfério esquerdo (mente racional), por sua vez, é mais voltado para a lógica e o
linear, lidando com os detalhes e a racionalidade.

Quando somos crianças existe um equilíbrio grande no uso que fazemos dos dois
hemisférios, no entanto, à medida que vamos crescendo a nossa parte racional é amplamente
reforçada, sendo descorada a parte emocional, assimilando assim a frase dita pelos nossos
pais “devemos nos comportar como gente grande”, ou seja, devemos deixar de lado as
nossas emoções e respetivas expressões das mesmas e atuar de forma lógica e racional.

No início da nossa vida agimos com aquilo que melhor conhecemos, e como ainda não
adquirimos conhecimento, utilizamos as emoções, que nos são transmitidas durante a fase
da gestação. Mas ao longo do nosso crescimento e com a
evolução na aquisição dos conhecimentos não só escolares,
mas também sociais, começa a existir uma dicotomia entre usar
o “cérebro” ou usar o “coração”. E numa etapa mais avançada
chegamos mesmo a utilizar, na maior parte das pessoas, a parte
racional.
Quantas vezes ouvimos dizer: “sei que no fundo do meu coração isto está certo”, mas
no que toca a parte racional ouvimos dizer: “sei com 100% de certeza que isto está certo
porque é mais lógico”.

Várias pesquisas referem que existe sempre uma interação entre: os nossos
marcadores biológicos e, as oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento social
que existem em determinada cultura.

Podemos então afirmar que quer o coeficiente intelectual quer o coeficiente emocional
são dois fatores que devem caminhar lado a lado em quase toda a nossa vida, no entanto,
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elas assumem posições diferentes, enquanto, que o Coeficiente Intelectual tem uma
fortíssima componente genética e é praticamente estável ao longo do tempo, o Coeficiente
Emocional pode ser adquirido e desenvolvido ao longo da vida sendo adaptativa, visto ir
mudando, reagindo e criando novas estratégias e novas formas de atuar, utilizando recursos
como a criatividade e originalidade.

Ao longo do conhecimento, descoberta e compreensão científica, compreendemos que


a inteligência deve ser adaptativa: devendo deixar de usar o passado como referência, visto
que, o que já aconteceu não é igual ao que está a acontecer, sendo que é preciso arriscar e
criar novas habilidades para ultrapassar os novos desafios.
O mesmo acontece com um pensamento mais linear que, deve deixar de funcionar: o
“eu vou fazer isto porque sei que irei resolver aquilo”, não faz parte de uma inteligência
adaptativa, tomar as coisas como certas não é correto, visto o imprevisto e a incerteza são os
únicos componentes do futuro.

E, olhando para estes dois pressupostos como se tornar numa pessoa que utiliza uma
inteligência mais adaptativa? A resposta é simples: utilizar a autocrítica, porém extremamente
difícil de pôr em prática, tendo em conta que precisamos de estarmos atentos às nossas
necessidades e principalmente efetuar uma reformulação de muitas ideias e comportamentos
que julgamos como certas.

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5. CAPÍTULO II: As Teorias da Inteligência
Emocional

5.1 BREVE HISTÓRIA

Até à poucos anos atrás o que era importante para se ter sucesso era o Coeficiente de
Inteligência (como se viu anteriormente e como comprovam tantos ditados populares), sendo
este o único que seria mensurável e que podia ser quantificado, contando apenas com a
facilidade de aprendizagem, com a capacidade raciocínio lógico e com a memória.
Como breve história da diversa literatura sobre o estudo da inteligência, vemos que de
1900 até cerca de 1969 a inteligência e as emoções foram sempre estudadas em campos
separados, onde a emoção não era relevante para a inteligência que um individuo poderia
atingir. De 1970 a 1989 aparecem os primeiros precursores da inteligência emocional, onde
se começa por evidenciar que também existe uma inteligência emocional e não apenas
emoções, temos como exemplo autores como, Henri Wallon que afirma que as emoções têm
uma dupla origem: uma biológica e outra social, garantindo a sobrevivência da espécie
humana. Entre 1990 até 1993 dá-se a emergência da inteligência emocional com muito
estudos sobre esta temática, sendo que até 1997 existe uma popularização e um alargamento
da inteligência emocional a vários campos. Desde essa data até aos nossos dias existe então
uma forte implementação e uma apurada investigação sobre o assunto.

Assim está reconhecido a importância da Inteligência Emocional. Este conceito aparece


pela primeira vez com o psicólogo Edward Thorndike em 1920 (sendo este autor que formula
pela primeira vez uma teoria da Aprendizagem), porém o mesmo chama-lhe “Inteligência
Social”, que para o autor, é a capacidade de compreender e motivar os outros. No entanto só
em 1966 com Hanskare Leuner aparece o termo aparece escrito num artigo científico.

Neste momento pode mos afirmar que existem 3 correntes emocionais são elas:

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I. Modelo de Habilidades
As emoções são vistas como fontes de informações uteis que nos ajudam a dar sentido
ao meio social. O modelo propõe que os indivíduos variam na sua habilidade de processar
informação de natureza emocional e na sua capacidade de percecionar, aceder e gerar
emoções. Uma das correntes ligadas a este modelo é a MSCEIT do Dr Peter Salavoy e Jonho
Mayer, precursores do conceito da Inteligência emociona

II. Modelo de Traço


Neste modelo, a Inteligência Emocional é vista como um conjunto de traços de
personalidade e de disposições comportamentais e é medida através de questionários de
autorrelato. Uma das correntes ligadas a este modelo é a EQ-i do Dra Reuven Bar-On-

III. Modelo Misto


Neste modelo, a inteligência emocional é vista como um conjunto vasto de competências
e capacidades que nos levam a ter um melhor desempenho. Trata-se de competências
emocionais, que não são inatas, mas sim capacidades que podem ser desenvolvidas. Uma
das correntes ligadas a este modelo é a ESCI do Dr Daniel Goleman, o psicólogo que deu a
conhecer o conceito de Inteligência emocional ao publico em geral, através do seu livro
“Emotional Intelligence”

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5.2. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE GARDNER

Em 1983, Howard Gardner, um psicólogo americano e a sua equipa identificaram que


os testes psicométricos (os famosos testes de QI) não são suficientes para medir todas as
habilidades cognitivas, assim ampliam o conceito de inteligência a vários fatores,
esclarecendo que uma criança que sabe fazer contas não é mais inteligente que outra criança
que desenha muito bem, ambas são inteligentes, embora tenham desenvolvido áreas
diferentes. Inicialmente identificam 7 inteligências, no entanto os seus estudos decorreram
até ao início do século XXI, tendo Gardner incluído posteriormente mais 2 áreas em 1995.
Assim todas as habilidades estão presentes em todos nós, porém, uns desenvolvem
com mais ou menos facilidades certas habilidades especificas.

Vejamos quais são e o que cada uma tenta compreender e demonstrar:

 Linguístico-Verbal
Esta inteligência está mais desenvolvida nos escritores, poetas, jornalistas
atores e até mais nos políticos, estes grupos desenvolvem mais a capacidade
de controlar e explorar a linguagem, seja ela, através da comunicação verbal e
não verbal, através comunicação gestual ou mesmo através da escrita.

Como desenvolver?
A leitura é fundamental (não só na língua materna, mas também em outros
idiomas quando possível), e de seguida colocar em prática através da escrita
e através de apresentações e discursos. Jogos de palavras cruzadas e o
próprio jogo “gestos”.

 Lógico-Matemática
Nas pessoas que desenvolvem fortemente esta componente, podemos
pensar nos cientistas, matemáticos e engenheiros, visto desenvolverem a
facilidade de utilizar o raciocínio lógico-dedutivo, solucionando problemas
matemáticos. Este é um dos principais fatores das provas de QI.

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Como desenvolver?
Fazer cálculos matemáticos de cabeça, resolver problemas e jogar às cartas,
principalmente poker, visto ser um excelente jogo matemático.

 Espacial
Aqui encontramos os jogadores (de desportos coletivos e de xadrez), taxistas,
pintores e escultores, e navegadores. Estes profissionais desenvolvem não só
a capacidade de compreenderem a mundo que observamos diariamente, mas
conseguem ir mais além posicionando-se perante o que vêm adaptando-se a
diferentes perspetivas e visualizando mentalmente alternativas mesmo sem
estímulos visuais.

Como desenvolver?
Devemos deixar o GPS em casa, e tentar decorar as ruas, experimentando,
caminhos alternativos para chegar ao ponto de partida. Jogos de Labirinto,
sudoku, xadrez.

 Musical
São pessoas com a capacidade de interpretar e traduzir os sons que ouvimos
em termos de notas, ritmos e timbres, quer passando esta informação para uma
composição gráfica quer também conseguindo transpô-la para os diversos
instrumentos, termos então os músicos e os compositores.

Como desenvolver?
Como o ditado diz “quem canta seus males espanta”, utilize esta opção num
karaoke, e disponha-se a aprender a tocar um instrumento (mesmo os de
percussão).

 Corporal/Cinestésica
Habilidade que traduz a facilidade de controlar e movimentar o corpo, sendo
as habilidades corporais e motoras imprescindíveis para expressar as emoções,
teremos como exemplos, os bailarinos, os atores e os desportistas que utilizam
esta habilidade de forma racional.

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Como desenvolver?
Praticar qualquer tipo de desporto é muito bom, mas aposte principalmente
em ioga e pilatos. Dançar e participar numa associação de teatro.

 Interpessoal
São pessoas com grande facilidade de interpretar os gestos, os discursos e
as ações das outras pessoas, conseguindo entender as diversas circunstâncias
e problemas dos outros, bem como os seus gostos e motivações. Temos
profissões marcantes como os psicólogos, professores, advogados e os
políticos.

Como desenvolver?
A melhor estratégia é conversar, e sempre que possível entre em jogos de
negociação, mediação e vendas. Pratique a empatia.

 Intrapessoal
Esta deve ser a habilidade mais rara e mais difícil de alcançar plenamente,
tendo em conta que está relacionada com a capacidade de autoconhecimento.
Com esta habilidade desenvolvida podemos compreender as nossas crenças,
motivações, desejos e os nossos limites, controlar os vícios, diminuindo as
causas de stress e de variadíssimas doenças físicas e mentais, visto que será
possível transformar o inconsciente em consciente. Os Coach incluem-se nesta
habilidade.

Como desenvolver?
Utilize a meditação como ferramenta de autorreflexão e autoconsciência das
suas emoções, ações e do seu próprio corpo. Estabeleça metas e delineie
objetivos e os caminhos para alcançá-los. Pratique a empatia.

 Naturalista
Neste grupo teremos os geólogos, biólogos e guardas-florestais, visto serem
pessoas com uma sensibilidade muito elevada no que se refere à capacidade

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de categorizar e organizar os fenómenos e padrões da natureza, no que se
refere a fauna, flora e as diversas componentes do meio ambiente.

Como desenvolver?
Caminhar em parques, bosques e matos são muito importantes para entrar
em contacto com o meio ambiente. Procure fazer jardinagem e compostagem.

 Existencial
A última habilidade não terá ainda sido plenamente estudada existindo ainda
necessidade de mais evidências científicas. Evidência a capacidade de refletir
e ponderar sobre questões fundamentais da nossa existência, podemos incluir
aqui os filósofos.

Como desenvolver?
Tentar perceber o porque da vida e da morte, e refletir sobre situações mais
profundas.

Nenhum dos tipos de inteligência identificados é mais importante ou está primeiro que
os outros, sendo que todos eles têm igual peso e, o seu desenvolvimento depende das
aprendizagens que temos oportunidade de ter ao longo da nossa vida. Todas as inteligências
são necessárias para que se possa viver bem e todas elas podem ser treinadas e
desenvolvidas, tendo como ponto de partida aquela que será mais prevalente em cada um de
nós, visto todas elas terem os seus pontos fortes e as suas restrições.

Com Gardner podemos perceber que a ideia de: “no mundo escolar e profissional só
atinge sucesso quem tem o QI mais elevado” além de errada tem sido lentamente
desconstruída e desmistifica. Passamos a compreender que cada criança ou mesmo adulto
tem uma habilidade própria, visto que poderá combinar várias inteligências para se adaptar a
certa situação. No entanto, percebemos que não basta só as habilidades cognitivas, mas a
forma como gerimos as emoções são igualmente muito importantes.

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5.3 A TEORIA DE SALOVEY E MAYER

Só em 1990 com Peter Salovey e John D. Mayer definem um modelo para a Inteligência
Emocional sendo “…a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao
pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros”
(Salovey e Mayer, 2000).

Temos assim 4 domínios:

1) Perceção das emoções


2) Capacidade de usar as emoções
3) Capacidade de entender as emoções
4) Capacidade de controlar e transformar as emoções

Estes processos não ocorrem de forma automática, muito pelo contrário, exigem algum
esforço consciente e intencional da pessoa, usando inteligentemente as emoções fazendo
com que estas trabalhem para nós, guiando o nosso comportamento e melhorando os nossos
resultados.
Ao identificar, compreender e gerir corretamente as emoções, estamos a facilitar as
relações com os outros, alcançando os nossos objetivos pessoais, gerindo o stress e
ultrapassando objetivos.
Existe uma clara evidencia de que as pessoas emocionalmente desenvolvidas são as
pessoas que adequam os sentimentos e sabem interpretar e relacionar-se efetivamente com
os sentimentos dos outros; sendo que disfrutam de uma situação vantajosa em todos os
domínios da sua vida.

Perceção das emoções


Numa primeira fase terá que ser necessário a pessoa compreender o que está a sentir,
não só as suas emoções como os seus pensamentos (e o que os originam) e as suas crenças.
Posteriormente é possível aplicar o mesmo conhecimento aos estados das outras pessoas.
Depois de ambos os processos assimilados a pessoa será capaz de transmitir as
necessidades das suas emoções.
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Capacidade de usar as emoções
Todos nós por sistema, direcionamos o nosso pensamento para o que é considerado
mais importante, não tendo em conta os nossos próprios sentimentos. Numa fase posterior
as emoções começam de forma mais consciente, a serem percebidas e integradas podendo
desta forma serem identificadas. Numa fase posterior, as emoções são utilizadas como
ferramenta para a tomada de decisão com criatividade, visto que a pessoa ponderou
anteriormente diferentes respostas.

Capacidade de entender as emoções


Inicialmente conseguimos distinguir as emoções básica entre si, utilizando as palavras
mais corretas para as descrever, ao desenvolver esta habilidade permite nos situar, certo
sentimento no nosso estado emocional. Posteriormente desenvolve-se esta habilidade para
interpretar as emoções mais complexas ou emoções combinadas e por fim com um esforço
acrescido a transição entre duas emoções.

Capacidade de controlar e transformar as emoções


Esta habilidade precisa que a pessoa tenha vontade para perceber a importância que
as emoções têm, não só com emoções positivas (tarefas mais simples), mas também com as
emoções negativas, visto que todas têm um papel fundamental. Desta forma iremos conseguir
escolher quais os sentimentos que podem ser uteis ou não em determinada situação.
Evoluindo um pouco nesta construção conseguiremos efetuar o mesmo com outras pessoas.
Por fim seriamos capazes de controlar e transformar as nossas próprias emoções e as dos
outros, moderando as negativas e aumentando as positivas.

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Fig 1. Modelo gráfico da teoria de Salovey e Mayer

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5.4. A TEORIA DE REUVEN BAR-ON

Para este psicólogo israelita, a Inteligência emocional é um conjunto de valências para


reconhecer, compreender e usar as emoções, de se relacionar com os outros, para se adaptar
às mudanças, para resolver problemas intrapessoais e interpessoais e para lidar de forma
eficiente com as exigências quotidianas, desafios e pressões. Mais tarde o autor reformula o
conceito, definindo-o como uma disposição multifatorial de competências emocionais,
pessoais e cognitivas que influenciam as capacidades individuais para lidar de modo ativo e
efetivo com as pressões e exigências do meio (Bar-On, 1997 cit in Gil 2014).
Este autor afirma que a Inteligência Emocional está intimamente ligada com a
Inteligência Social, sendo esta dupla composta por um conjunto de capacidades intrapessoais
e interpessoais (estes fatores dinamizadores) que uma vez combinados determinam o
comportamento humano.

Bar-On afirma que a Inteligência Emocional pode ser desenvolvida através de treino,
programação e terapia, e acrescentando ao autor, sendo igualmente importante a meditação.
Sendo poe em evidencia a importância dos fatores “não-cognitivos” para o sucesso pessoal
e laboral. Desta forma Bar-on propõe-se a descobrir quais os principais fatores quer sociais
quer emocionais que levam a um bem-estar psicológico.

Assim concluiu que existem 5 competências na sua estrutura fatorial, e dentro destas
componentes:

 Competências Formais Intrapessoais


Autoconsciência Emocional
Habilidade para perceber e compreender as nossas emoções e para as diferenciar
Assertividade
Habilidade para expressar os sentimentos, crenças e pensamentos sem melindrar os
sentimentos dos outros, defendendo as nossas posições de forma construtiva
Autoconceito
Habilidade para compreender, aceitar e respeitar-se a si mesmo, aceitando os nossos
aspetos positivos e negativos, bem como as nossas limitações e possibilidades

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Autorrealização
Habilidade para realizar o que realmente podemos e queremos, disfrutando deste
processo
Independência
Habilidade para nos autodirigirmos, sentindo-nos seguros nós mesmo nos nossos
pensamentos e ações, sendo independentes emocionalmente para tomarmos as nossas
escolhas

 Competências Formais das Habilidades Interpessoais


Empatia
Habilidade que perceber compreende e aprecia os sentimentos dos outros
Relações Interpessoais
Habilidade para estabelecer e manter relações satisfatórias que são caracterizadas
pela serenidade emocional e pela intimidade
Responsabilidade Social
Habilidade que demonstra a si mesmo como se coopera e contribui como membro
construtivo dentro de certo grupo social

 Competências Formais de Humor e Motivação


Tolerância ao stress
Habilidade para suportar os eventos adversos, as situações stressantes e, fortes
emoções, enfrentando-os ativa e positivamente
Controlo dos impulsos
Habilidade para resistir e enfrentar um impulso com intenção de atuar e controlar as
nossas emoções

 Competências Formais de Adaptabilidade


Solução de Problemas
Habilidade para identificar e definir os problemas como também para gerar e
implementar soluções efetivas
Flexibilidade
Habilidade para realizar um ajuste (adequado) nas nossas emoções, pensamentos e
condutas às situações ou a alterações destas

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Capacidade para ponderar as situações
Habilidade para avaliar a correspondência entre o que experimentamos (subjetivo)
e o que de facto é real (objetivo)

 Competências Formais de Gestão do Stress


Felicidade
Habilidade de nos sentirmos satisfeitos com a nossa vida, para disfrutar de si mesmo
e dos outros, expressando os sentimentos positivos.
Otimismo
Habilidade para ver o aspeto mais brilhante da vida e manter uma atitude positiva
apenas da adversidade e dos sentimentos negativos

5.5. A TEORIA DE DAVID GOLEMAN

Para muitos David Goleman é o maior impulsionador da Inteligência Emocional, ao ter


escrito o livro com este nome em 1995, onde desenvolve uma das teorias mais aceites
para explicar e entender a Inteligência Emocional. Mas o autor não fica por aqui, e no
decorrer da longa investigação bem como na sua extensa obra evidência fatores que
promovem uma correta utilização das nossas emoções, não só aplicadas ao nosso dia a
dia, mas também aplicadas ao mundo profissional.
Goleman (1998) esclarece que a Inteligência Emocional é “… capacidade de identificar
os nossos próprios sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as nossas
emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. O autor indica que, esteé o fator
que mais responsabilidade tem no sucesso de uma pessoa, visto que quase ninguém vive
isolado sem relacionamentos com outras pessoas, principalmente no mundo do trabalho,
onde a qualidade nos relacionamentos humanos é extremamente importante.

Desta forma Goleman, categoriza cinco habilidades, como pilares principais:

1) Autoconhecimento emocional
Reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem, é a base
de todas as outras capacidades, ou seja, o desenvolvimento da
autoconsciência. Se tivermos uma grande consciência de nós mesmos,

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podemos perceber quando atuamos e como influenciar as nossas ações para
que resultem em algo benéfico.

2) Controle emocional
Lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida,
enfrentando as situações com que nos deparamos dia a dia

3) Automotivação
Dirigir as emoções com o fim de alcançar um objetivo ou realização pessoal,
e aqui, podemos contar com diversas fontes como, os amigos, a família, colegas
de trabalho e superiores hierárquicos, e o mais importante, nós mesmos
(utilizando como estratégia, por exemplo, a autopromoção

4) Reconhecer as emoções nos outros


Reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos, podemos dizer que
passará por ajudar os outros a ajudarem-se a si mesmos

5) Estabelecer relações positivas com outras pessoas


Interação com as outras pessoas utilizando as competências sociais, para
que isto ocorra é necessário o desenvolvimento de uma capacidade de
comunicação eficaz, quer no trabalho quer na nossa vida pessoal

As três primeiras referem-se ao uso intrapessoal, ou seja, como desenvolvemos uma


relação connosco mesmos, e, as últimas referem-se ao uso interpessoal, ou seja, como ser
mais efetivos nas nossas relações com os demais. Como as primeiras são importantes para
o autoconhecimento, as restantes, para o autor, são essenciais para desenvolver:

a) Organização de grupos
Habilidade essencial da liderança, que envolve iniciativa e coordenação de
esforços de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o
reconhecimento da liderança e uma cooperação espontânea
b) Negociação de Soluções
Característica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos
c) Empatia
Capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos de outras
22
pessoas, reagir adequadamente de forma a canalizá-los para um interesse
comum
d) Sensibilidade social
Capacidade de detetar e identificar sentimentos e motivos das pessoas

Quantas vezes dizemos a frase: “fiz ou falei sem pensar”? Goleman chama a esta
questão, o Sequestro Emocional, o mesmo, ocorre sempre que não conseguimos pensar em
outra coisa a não ser em certa ação ou acontecimento, este comportamento provoca uma
perturbação na forma de pensar e raciocinar, afetando toda a nossa existência.

23
Existem 3 pontos primordiais a ter em conta para alcançar uma favorável inteligência
emocional:
I. Sentimentos VS Rendimento Laboral
Devemos saber quanto as nossas emoções afetam o nosso desempenho profissional

II. Desenvolvimentos da Inteligência Emocional VS Êxito Laboral


Temos que compreender o impacto que o desenvolvimento emocional tem sobre o
sucesso no trabalho, uma vez que se entenda como alcançar o sucesso profissional através
da inteligência emocional teremos encontrado razões para usá-la, a fim de obter um maior
ganho pessoal

III. Ajudar os Outros


Ao entendermos a necessidade de ajudar os outros para desenvolver a nossa própria
inteligência emocional, estamos a criar uma organização “emocionalmente inteligente”.

Analisando todas as teorias, podemos então concluir que a Inteligência Emocional, não
significa apenas ser amável, mas envolve algum trabalho em determinadas áreas para
conseguir um bom resultado final, viver uma vida plena.
A Inteligência emocional também não significa que temos que deixar os nossos
sentimentos de lado e expor as nossas intimidades, muito pelo contrário significa efetuar a
regulação correta das emoções e, saber em cada momento qual a emoção que estou a ter e
como devo transformá-la para obter um resultado que nos seja benéfico, não precisando
expor-nos se assim não nos for proveitoso.
Percebemos igualmente que ser inteligente por vezes não significa que teremos
excelentes notas e por consequência um coeficiente de inteligência elevado, porém o inverso
também se aplica, ou seja, por termos uma pessoa (e erradamente as nossas crenças
atribuem este fator especialmente às mulheres), emocionalmente mais desenvolvidas, não
significa que serão mais inteligentes que outras pessoas.

Podemos então afirmar que as pessoas dotadas e inteligência emocional, são pessoas
que percebem as emoções que estão sentindo e porquê, são pessoas que compreendem os
vínculos existentes entre os seus sentimentos, palavras e ações. São pessoas que percebem
como as suas emoções influenciam o seu rendimento, podendo mais facilmente e
corretamente perceber os seus valores e traçar os seus objetivos.
24
5.6 INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

 EQ1 de bar-On (bar-on 1997)


Permite estuda fatos e processos que não podem ser observados e que aconteceram no
passado

 MSCEIT - Escala multifatorial de Inteligência Emocional (Salovey e Mayer 1990)


Este instrumento é baseado no que a pessoa observa por si mesmo, os seus sentimentos e
emoções, comparando se aos outros indivíduos, distinguindo-os e usá-los para guiar os seus
pensamentos e ações

 Inventário das Competências Emocionais (Goleman e Boyalziz 2000)


É a combinação de capacidades que capacitam uma pessoa a se comportar e relacionar-se
com os outros.

 PCIS – Prova Cognitiva de Inteligência Social (Adelinda Candeias, 2007)


Serve para avaliar a habilidade dos jovens (12-17 anos) para resolver problemas emsituações
interrelacionais

 Bag of Feellings
Prova ideográfica desenvolvida por Valerie Binney e John c. Wright (1997) que procura
visualizar de que forma é que um sujeito está neste momento a viver as emoções e que
emoções foram sentidas.

25
6. CAPÍTULO III: As Emoções
6.1 EXISTE PESSOAS SEM SENTIMENTOS?

No nosso dia a dia, quantas vezes aplicamos a expressão: “Essa pessoa não tem
sentimentos”? E alguma vez pensamos sobre esta questão? É possível existir pessoas sem
sentimentos? E sem emoções?

Vejamos então o exemplo da Alexitimia, em grego esta palavra decompõe-se da


seguinte forma: A --) indica ausência / Lexis --) palavra / Timia --) Emoção, ou seja, podemos
então dizer que esta, que é uma dificuldade em descrever emoções, sentimentos e sensações
corporais.
Este constrangimento traz vários problemas associados, já que a pessoas evidencia
alguma confusão entre sentimentos e emoções, sentindo desde logo dificuldades nos
relacionamentos interpessoais, visto serem percebidos como pessoas insensíveis, frias e
distantes a nível emocional.

Outro exemplo que lidamos com frequência (com tendência a aumentar em número),
são as pessoas que dizem sentir-se “Vazias Emocionalmente”. Aqui estamos perante
pessoas que sofrem fortemente de solidão, e que sentem que é mais fácil o estado que se
encontram, dependendo dos outros para muitas das suas tarefas diárias.

A Despersonalização é uma doença que transforma a realidade de quem a vivência


em algo irreal, a pessoa que sofre deste transtorno refere que vive a sua vida sentindo-se
como um ator numa peça de teatro, no que se refere às emoções e sentimentos, indica que
apenas os exerce porque está definido assim socialmente.

A Frieza Emocional por norma está associada à psicopatia. São pessoas que são
referidas pelo seu distanciamento emocional, falta de empatia e compaixão, introversão,
isoladas socialmente e com dificuldade em estabelecer relações íntimas.

Pessoas com problemas no Sistema Límbico, têm dificuldades na regulação das


emoções, dependendo da área que é afetada, pois este sistema é como uma orquestra que

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regula as emoções e gere igualmente a motivação para a ação, estando ainda relacionado
com a aprendizagem e com a memória.

Fig 2: estruturas do sistema límbico

Em cima enunciamos algumas situações onde a compreensão ou a exteriorização das


emoções está afetada, mas poderemos afirmar que existe algum caso onde a pessoa não
tenha emoções? O que se entende por emoções?

27
6.2 O QUE É UMA EMOÇÃO?

A palavra emoção vem do latim emovere, sendo composta por ex + movere, que significa
mover para fora. Uma emoção é então uma resposta neuro química e hormonal, logo uma
resposta fisiológica do nosso sistema límbico. As emoções são definidas muitas vezes como
impulsos que nos levam a atuar, ou seja a dar uma resposta a uma situação que nos é
apresentada.
As emoções podem ser definidas igualmente como um programa de reação automática
que a evolução nos dotou ao longo de milhares de anos, sendo as respostas motoras as mais
básicas e são espelhadas pelo corpo, sendo uma demonstração pública de como o nosso
inconsciente organizou a informação que lhe é dada, por esta formatação, podemos afirmar
que uma emoção é sempre algo contagiante.

Coca-Cola causa epidemia de risos em trem na Bélgica - YouTube

Fig 3: Sistema Simpático e Para simpático

São as emoções que nos permitem lidar com situações difíceis, situações de risco
elevado, situações de perdas irreparáveis, que nos fazem persistir em alcançar um
determinado objetivo, apesar das frustrações, são elas os motores na criação de uma família,
amigos, manutenção de trabalho, etc.

28
Fig 4: Diferença entre emoção primária e secundária

Como o quadro anterior evidencia existe emoções que são chamadas de primárias, visto
serem inatas em todos nós e entendidas da mesma forma, independentemente da cultura
onde é expressa.
As emoções secundárias por sua vez são aprendidas ao longo da nossa vida e serão
combinações das emoções primárias

6.3 O QUE É UM SENTIMENTO? E UMA SENSAÇÃO?

A palavra sentimento provém do latim “sentimentum” que significa afeição de “sentire”,


que é composto por sentir + re (esta partícula indica para trás). Conjugando estes dois termos
podemos indicar que um sentimento são representações mentais das emoções, ocorrendo
sempre depois destas, sendo a forma como a mente vai interpretar todo o conjunto de
movimentos internos e por vezes externos.
Dizemos que todos os sentimentos ao contrário das emoções, são sempre privados e
conscientes, visto cada um de nós ter uma noção diferente dos seus sentimentos. O
sentimento é então uma emoção filtrada, principalmente pelo lobo frontal.
Sentimentos criados a partir de uma emoção é normalmente, algo duradouro, ao
contrário das emoções que geram estes sentimentos tendem a ser passageiras.

A sensação por sua vez é a informação recebida por um dos nossos cinco sentidos.

29
6.4 A RAIVA

Processo Biológico:
 Aumenta o fluxo sanguíneo das mãos e faz com que seja possível empunhar uma arma
ou golpear um inimigo (atividade da amígdala em direção ao hipocampo)
 Aumenta o ritmo cardíaco e a produção de hormonas, como a adrenalina, que são
responsáveis por ações mais vigorosas

Definição
 Ressentimento, fúria, exasperação, indignação, animosidade, irritabilidade, hostilidade
e, em caso extremo, ódio e violência

A emoção
A raiva é uma emoção normal e necessária perante uma injustiça ou uma frustração,
sendo despoletada por algo que se encontra no passado.

6.5 A TRISTEZA

Processo Biológico:
 Resposta mais demorada do nosso organismo, não sendo imediata a um estímulo,
sendo provocada por neurotransmissores que libertam diferentes tipos de hormonas
 Redução metabólica do corpo
 Confusão e falta de concentração, lapsos de memória, dificuldades alimentares e com
o sono, apatia

Definição
 Luto, desgosto, pessimismo, melancolia, autopiedade, solidão, desânimo, desespero
e em caso patológico, depressão grave

A emoção
A tristeza é uma emoção que provoca diminuição de energia e do entusiasmo pelas
atividades, principalmente aquelas que nos dão prazer. Com o alongar deste estado, dá-se
uma diminuição do metabolismo corporal, que leva, nas suas formas mais severas a quadros

30
depressivos graves e profundos.
Porém é esta emoção que nos ajuda a desenvolver a introspeção que nos permite
superar as consequências, podendo traçar um plano de ação assim que a energia retomar.
Esta emoção é sempre despoletada por acontecimentos passados.
Usar a raiva como instrumento para a mudança de algo que julgamos como errado é
utilizar a inteligência emocional, visto que a transforma mos em algo positivo, fazendo assim
que seja útil.

6.6 O MEDO

Processo Biológico:
 O sangue desaparece do rosto e flui para a musculatura das pernas, fazendo-nos
paralisar por um instante, para existir uma calibração e um momento de decisão para que
exista uma resposta, mas adequada (atividade da amígdala que se conecta ao hipocampo)

Definição
 Ansiedade, apreensão, preocupação, desânimo, inquietação, inquietação, incerteza,
nervosismo, angústia, susto, terror em caso de ser psicopatológico, fobia e pânico

A emoção
 O medo é das emoções mais básicas e mais primitiva que o ser humano possuí, é ele
que nos ajudou nos tempos primitivos, visto permitiu-nos, nos momentos de perigo elaborar
uma reação imediata, podendo a mesma ser de fuga ou então de confronto.

6.7 A ALEGRIA

Processo Biológico:
 Umas das principais trocas biológicas, consiste no aumento da atividade do campo
cerebral que se encarrega de inibir os sentimentos negativos e diminuir os estados que geram
preocupação, aumentando ao mesmo tempo o fluxo de energia disponível
 Neste caso não há uma troca fisiológica especial, com exceção de uma sensação de
tranquilidade que faz com que o corpo recupere mais rapidamente a excitação biológica
provocada por emoções perturbadoras, fomentando a execução de uma ampla variedade de
tarefas
31
Definição
 Felicidade, tranquilidade, contentamento, prazer, diversão, dignidade, prazer sensual,
estremecimento, gratificação, satisfação, euforia, capricho, êxtase em caso extremo, mania.

A emoção
 Ao contrário da tristeza que reage a acontecimentos passados, a alegria atua sobre
acontecimentos que estão a decorrer em tempo presente.

6.8 A AVERSÃO

Processo Biológico:
 Biologicamente manifesta-se por aparecimento de diversos tipos de mal-estar
gastrointestinais acompanhadas de náuseas, aumento da frequência cardíaca e respiratória
e tensão muscular

Definição
 Desprezo, desdém, descontentamento, antipatia, nojo

A emoção
 É uma das emoções conhecidas desde os trabalhos de Darwin, caracterizando-se por
uma sensação de repulsa ou de evitar algo.

6.9 A SURPRESA

Processo Biológico:
 Biologicamente existe uma desaceleração da frequência cardíaca e um aumento do
tônus muscular e da amplitude respiratória (movimento inverso ao da raiva e do medo), este
relaxamento é provocado pelo sistema parassimpático
 Ativa os processos de atenção, juntamente com a conduta de exploração e curiosidade

Definição
 Espanto, perplexidade, admiração, sensação de incerteza
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A emoção
 É algo que nos prepara para que de seguida possamos reagir com outra emoção, ou
seja, a sua função é de suspender a reação dando tempo ao cérebro e ao organismo de
preparar a resposta mais adequada

6.10 A VERGONHA

Processo Biológico:
 O rosto fica corado, ocorrendo uma vasodilatação nos vasos sanguíneos

Definição
 Culpa, perplexidade, desgosto, remorso, humilhação, tristeza e aflição.

A emoção
 É das emoções que mais nos acompanham durante a nossa vida, estando fortemente
relacionada com o grupo onde nos encontramos inseridos, visto que é sentida sempre que
existe negação da aceitação das normas desse mesmo grupo.
 Existe o baixar do olhar e inclinamo-nos a cabeça para a frente como se nos
quiséssemos esconder

6.11 O AMOR

Processo Biológico:
 A reação parassimpática está ligada a uma resposta de relação, que engloba um amplo
conjunto de reações que implicam todo o corpo e dão lugar a um estado de calma e
satisfação, favorecendo a convivência

Definição
 Aceitação, cordialidade, confiança, bondade, afinidade, devoção, adoração, paixão.

A emoção
 Sentimentos de ternura e satisfação sexual que ativam o sistema nervoso

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parassimpático (resposta fisiológica oposta de “luta ou fuga”)

Fig 5: Micro expressões, retiradas da série Lie To Me, 2009-2011

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6.12 OUTRAS EMOÇÕES

 Carinho  Saudade  Deceção


 Compaixão  Tédio  Remorso
 Desânimo  Tensão  Culpa
 Frustração  Melancolia  Irritação
 Gratidão  Euforia  Alívio
 Incerteza  Solidão  Ódio

6.13 ANALFABETISMO EMOCIONAL

Assim como a alfabetização verbal é importante para que possamos aprender a ler e a
escrever, a alfabetização emocional é essencial para que possamos perceber e comunicar
com as nossas emoções, tentando abranger o máximo de emoções (secundárias ou
combinadas) para que seja possível resolver as questões do dia a dia com criatividade;
podendo a qualquer momento reverter situações de analfabetismo. Conceito desenvolvido
por Claude Steiner em 1970.

Este problema está associado a vários males sociais, como por exemplo, ansiedade e
depressão, a violência, o abuso de substâncias e relacionamentos disfuncionais,
marginalização. Traduzindo-se em graves constrangimentos pessoais, no que se refere às
relações laborais, às relações interpessoais e até mesmo criando fantasias de vergonha,
desadaptação e ruminação.

Com a alfabetização emocional termos vantagens em vários pontos, tais como:


 Autoconsciência Emocional
 Controle das emoções
 Aproveitamento produtivo das emoções
 Empatia: A compreensão das emoções nos outros
 Permite direcionar as relações que temos para os fins e objetivos traçados

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É importante pararmos um pouco e tentarmos responder às questões:
 Onde estou?
 Para onde quero ir?
 Onde e em que situação são desencadeadas as nossas emoções?
 Que sentimentos são mais relevantes para mim?
 Que sentimentos sinto e preferia não os sentir? E porquê?
 O que faço eu para mudar o que considero errado?
 Que estratégias tenho adotado?

Ao tentarmos responder a estas questões, temos que perceber que todos nós temos
uma zona de conforto, onde existe um gasto mínimo de energia, visto que o cérebro vai
procurar apenas soluções que desde sempre foram praticadas e que conhece bem. Entramos
assim num loop, ou seja, revivemos sempre os mesmos percursos e utilizamos sempre as
mesmas estratégias, mesmo que na situação, em que temos uma tomada de decisão nova,
o cérebro irá escolher a estratégia mais idêntica ao que foi vivido no passado.
É necessário entrar em ação, e isto implica entrar dentro de uma zona de desconforto,
onde teremos que procurar novas estratégias, para alcançar novos resultados, e para isso
temos que identificar o que realmente sentimos, e apreciar essas emoções, sejam ela
positivas ou negativas, pois só as aceitando e compreendendo-as, podemos transformá-las
em algo positivo.
Deverá ser efetuado o seguinte percurso: perante um estímulo, devemos utilizar a nossa
Inteligência emocional para que assim possamos ter uma reação que irá de encontra aos
nossos objetivos.

E quantos de nós tem objetivos na vida? A resposta será quase todas, senão todas as
pessoas têm objetivos na vida, mas estão estes objetivos conscientes e serão praticáveis,
serão realistas? Como traçamos os nossos objetivos? E mais importante como os vamos
medir?

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7. CAPÍTULO IV: Estratégias para desenvolver a
Inteligência Emocional

7.1 DEFINIÇÃO DE OBETIVOS:

Para definir objetivos podemos utilizar a técnica SMART, esta técnicas refere que um
objetivo tem que ser:
Específico (Specific)
Teremos que perceber o que realmente queremos ou desejamos, visualizando a
meta conhecendo-a muito bem. Aqui devemos enunciar o objetivo de forma positiva,
pensando no quero fazer e não, no que não quero fazer.
Mensurável (Measurable)
Que ações são precisas tomar? Em que contexto sim e em que contexto não? Que
critérios precisão de estar reunidos? Quando, onde e com quem o deseja? Quando,
onde e com quem não o deseja?
Atingível (Attainable)
É necessário ter acuidade sensorial para perceber os resultados. Aqui pense se o
objetivo que está a traçar depende de si próprio? Se apenas somos nós que o
controlamos e não os outros? Especifique os meios e os recursos que necessita para
atingir o objetivo? O que o impede e quais as limitações que nos impedem neste
momento de atingir o objetivo traçado?
Relevante (Relevant)
Flexibilidade para mudar de comportamento ou estratégia. Como nos daremos conta
que a realização do objetivo foi alcançada? O que verá, ouvirá e sentirá? O que as
outras pessoas acharão?
Temporal (Timeless)
Psicologia direcionada para a ação. Devemos responder às questões: em que
benificiaria se o atingisse? E o que perderia? De que maneira seria afetado todo o meio
envolvente? Como mudaria ou afetaria a sua vida?

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7.2 EMPATIA

É impossível não comunicar: 70% do tempo tentamos comunicar com outras pessoas e
45% desse tempo é passado a escutar. Ao interagirem as pessoas não se veem apenas,
como objetos físicos, mas como indivíduos dotados de atitudes, de comportamentos,
sentimentos e capacidade de julgamento.

A empatia é a capacidade de assumir o ponto de vista de outra pessoa, tendo uma maior
sensibilidade aos sentimentos dos outros. Olhando sempre nos olhos da outra pessoa,
devemos utilizar a escuta ativa, que é usada de forma consciente, devemos fazer perguntas
para esclarecer dúvidas, porém não devemos prestar apenas atenção ao conteúdo da
mensagem, mas igualmente às emoções que a outra pessoa nos transmite.
Podemos afirmar que a Empatia é 20% técnica + 80% atitude e disposição.

A empatia é uma ferramenta poderosa que permite que duas ou mais pessoas interajam
de forma proveitosa para todos, criando-se desta forma, pontes de comunicação entre as
pessoas. A comunicação nem sempre é corretamente percebida pela outra pessoa, assim é
importante compreender o que se passou para que possamos escolher uma melhor estratégia
para comunicar, sabendo a forma como dizemos e não apenas dar importância ao conteúdo.

Quando usar a empatia?


 Quando é necessário começar a estabelecer uma relação de confiança
 Quando se deseja ajudar os outros a que eles próprios tenham noção das suas
emoções e atitudes
 Quando está difícil de entender o que o outro está a dizer, ou que não é claro para mim
 Quando se quer aprender mais sobre a outra pessoa
 Quando as nossas ideias são completamente diferentes do Outro

Quando não usar a empatia?


 Quando o Outro está à procura de informação ou existe necessidade de uma ação
imediata
 Quando a outra pessoa está a comportar-se de forma inapropriada e abusiva
(agressiva ou passivamente)
 Quando o outro evita o que é necessário falar
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 Quando o outro está irracional, intoxicado, deprimido ou perdeu o contacto com a
realidade

Barreiras à Escuta Ativa


 Comparação constante com a outra pessoa
 Tentar ler a mente da outra pessoas e indevidamente retirarmos decisões precipitadas
 Etiquetar a outra pessoa e os seus comentários antes de finalizar
 Recordar experiências pessoais relacionando com o que o outro está dizendo
 Dar recomendações e soluções antes que o outro termine de falar
 Considerar a conversa como um debate intelectual e menosprezar o outro
 Querer ter sempre a razão e por isso não percebemos a necessidade de escutar
 Mudar de tema rapidamente quando este se torna sério
 Acalmar a outra pessoa condescendentemente
 Estar de acordo com todo automaticamente sem refletir, dando uma sensação que
apenas pretendemos que a conversa cesse
 Planificar a decisão antes que o outro termine

7.3 ASSERTIVIDADE

A assertividade é a forma como se consegue afirmar e expressar os nossos direitos,


pensamentos e crenças, de forma clara, sincera e adequada ao contexto, sem que viole o
direito ou se prejudique a outra pessoa. Ser assertivo é dizer “sim” e “não” sempre que é
necessário, exercendo uma resposta que se encontra no meio da escala onde, de um extremo
temos a agressividade e no outro extremo a passividade (submissão).
Esta estratégia aumenta a autoconfiança e o respeito próprio, diminuindo em sentido
inverso a insegurança, dependência da aprovação dos outros e a vulnerabilidade face a
situações desconfortáveis, bem como diminui a ansiedade nas situações sociais.

São pessoas que falam em tom moderado e sereno, evidenciando simpatia, com uma
mímica positiva, olhando de frente o seu interlocutor, com discurso centrado na solução,
sendo abertas ao compromisso e à negociação, aceitando que outras pessoas possam
pensar diferente de si.

Existe um favorecimento da comunicação interpessoal, já que diminui a distância entre


39
as pessoas, que desta forma ganham uma maior satisfação ao expressar as suas emoções.
Porém esta técnica de comunicação não é inata, nem mesmo, um traço de personalidade, é
sim, algo que pode ser aprendido e trabalhado por cada um de nós.

O comportamento não assertivo caracteriza-se pelo desrespeito dos direitos dos outros,
mas também dos nossos próprios direitos. Com uma atitude assertiva podemos reduzir o
stress, diminuindo assim comportamentos passivos ou explosivos.

Ninguém consegue ser 100% assertivo, procuramos então compreender: onde se usa
a assertividade? E onde não se usa a assertividade? Mas mesmo assim o mais importante
será perceber com quem usamos ou não usamos a assertividade e o porquê.

Porque não somos assertivos?


 Confunde-se assertividade com agressividade
 Confunde-se passividade com cortesia ou consideração
 Confunde-se passividade com estar a ajudar
 Se cria ansiedade em relação a consequências negativas
 Não quero parecer egoísta ao não responder a pedidos legítimos
 Não quero parecer ignorante ao perguntar algo
 As mulheres não podem ser assertivas porque são mais frias e os outros não gostam
 Não se atua assertivamente porque os outros não gostam e eu posso ficar a sentir me
mal
 Posso irritar os outros ao dizer abertamente o que sinto e o que penso

Quando devemos ser assertivos?


 Quando é preciso dizer qualquer coisa de desagradável a alguém
 Quando se pretende pedir qualquer coisa de invulgar
 Quando é necessário dizer que não àquilo que nos é pedido
 Quando se é criticado
 Quando se pretende desmascarar uma manipulação

Falácias socialmente aceites:


É egoísmo pôr as tuas necessidades à frente dos outros
“Tens direito a pôr-te em primeiro lugar algumas vezes”
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Deves respeitar os pontos de vista dos outros, especialmente se estão numa posição de
autoridade, mantem as tuas opiniões para ti próprios, escuta e aprende
“Tens direito a expressar as tuas próprias opiniões e convicções”

Deves tentar sempre ser lógico e constante


“Tens direito a mudar de ideia e decidir mudar o rumo de uma ação, ou mudar de ação”

Não deves mostrar que fizeste algo bem, deves ser modesto
“Tens direito a receber reconhecimento formal pelo teu trabalho e êxitos alcançados”

Devias ser flexível e afastar-te. Outros têm bom razões para fazer o que fazem e não é
educado questionares as suas ações e ordens
“Tens direito a protestar perante um tratamento injusto ou desadequado”

Nunca deves interromper, fazeres perguntas revela a tua ignorância perante os outros
“Tens direito a interromper e pedir um esclarecimento”

Não deves ocupar o tempo valioso dos outros com os teus problemas
“Tens direito a pedir ajuda e apoio emocional”

Quando alguém perde tempo a dar-te um conselho deves leva lo muito a sério, porque
geralmente têm razão
“Tens direito de ignorar os conselhos dos outros”

É uma vergonha cometeres erros, deves dar uma resposta adequada a cada ocasião
“Temos direito a cometer erros”

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Outros Estilos de Comunicação:

Agressivo
 A agressividade observa-se através de comportamentos contra as pessoas e contra
os acontecimentos, pudendo ir desde uma atitude mais impulsiva até, em último caso, a uma
mais violenta
 O agressivo fala alto e interrompe constantemente enquanto os outros se estão a
exprimir, procura dominar os outros, valorizando-se à custa de outras pessoas,
monopolizando o tempo todo para si
 Desgasta psicologicamente as pessoas que o rodeiam, desprezando muitas vezes os
direitos, os sentimentos dos outros e as suas opiniões
 É uma pessoa muito reivindicativa, considerando-se intocável, e sem apresentação de
qualquer falha
 Numa posição dominante é autoritário, frio e intolerante
 Numa posição subordinada tem uma atitude de hostilidade contra tudo o que é seu
superior
 Recorre a imagens chocantes ou brutais, manifestando por mímica o seu desprezo,
olha de revés para o seu interlocutor, apresentando um sorriso irónico
 São pessoas que que por norma viveram muitas frustrações no passado e para que
não aconteça de novo tendem a atacar, evidenciando um medo mais profundo; são pessoas
que não esquecem velhos conflitos estando sempre numa posição de rivalidade

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Passivo
 Estas pessoas têm uma atitude de evitamento perante as pessoas e os mais diversos
acontecimentos, tomando uma atitude de submissão ou afastamento
 Geralmente são pessoas mais ansiosas, tímidas e silenciosas, não entrando em ação
porque temem ter mais uma desilusão
 Por norma é uma pessoa que dificilmente diz que não a alguma coisa que lhe pedem
e raramente entra em desacordo, sendo quase sempre explorado
 Não conseguem afirmar as suas necessidades, falando como se não pudesse fazer
nada por si ou pelos outros, ignorando os seus direitos, sentimentos e emoções e
necessidades
 Sentem-se bloqueados cada vez que lhes é apresentado um problema para resolver,
tendo medo de avançar ou decidir alguma coisa, e por o medo que têm funde-se e confunde-
se facilmente dentre um de um grupo
 São pessoas que podem roer as uxas, rangem os dentes, mexem frequentemente os
pés e apresentam por norma algum tipo de “tique”
 Desenvolvem frequentemente rancores e ressentimentos, utilizando mal a sua energia
vital, chegando mesmo a sofrer, não conseguem ter uma boa comunicação
 A origem das suas atitudes de fuga ou passividade acontecem devido a uma falsa
representação da realidade, ou seja, fazem uma interpretação errada das relações de poder
(entre si e os outros), levando a uma desvalorização das suas capacidades para resolver os
problemas

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Manipulador
 Não se implica nas relações interpessoais, esquivando-se aos encontros, não se
envolvendo diretamente com as pessoas ou com os acontecimentos, utilizando estratégias
de distração ou manipulação dos sentimentos dos outros
 Considera-se muito hábil nas relações interpessoais, visto ter a capacidade de adequar
o seu discurso a diferentes interlocutores
 Raramente se assume como responsável por situações que ele considera menos
positivas (negando ou inventando fatos), utilizando o “nós” e não o “eu”, não esclarecendo
claramente os seus objetivos
 Tende a desvalorizar o outro, através de frases que pretende que sejam humorísticas,
exagerando algumas partes das informações que recolher dos outros, manipulando e
desfigurando esta esta informação em seu proveito
 Fala por meias palavras usando a simulação no seu discurso
 Muito hábil em criar conflitos do que em reduzir as tensões exigentes, no entanto,
apresenta-se cheio de boas intenções, principalmente na presença de públicos difíceis
 Este tipo de pessoas perdem a sua credibilidade à medida que os seus “truques” vão
sendo descobertos, utilizando de seguida uma postura vingativa

44
7.4 CONGRUÊNCIA

A congruência é a harmonia e o equilíbrio que deve existir entre os nossos pensamentos,


ações e emoções, como um elemento importante da consciencialização. Começa com uma
definição clara e consciente de quem nos somos, incluindo as nossas forças e os aspetos
que não controlamos (limitações).
Para que possa ser adaptativa deve ser um produto do nosso desenvolvimento e deverá
ser a nossa meta pessoal, significando não apenas uma maturidade intelectual, psicológica e
espiritual. Devemos perceber que somos responsáveis pelos nossos pensamentos, emoções
e ações e por nada mais, posso influenciar, mas nunca podemos controlar

Desenvolver a Congruência
1. Gerar uma definição clara de quem eu sou, incluindo as habilidades e aspetos que
ainda não desenvolvi
2. Entender quem são as outras pessoas que nos comunicam mensagens (com o seu
respetivo significado)
3. Estar disposto a analisar a mensagem, a critica ou o comentário e perceber se o
mesmo é válido e se pode possibilitar a nossa aprendizagem e desenvolvimento
4. Manter um diálogo constante através questões de corroboração

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7.5 AUTOESTIMA

A forma como nos relacionamos uns com os outros e connosco mesmos deve faz-nos
praticar uma introspeção, para isso devemos estar em relação e com consciência das nossas
decisões, emoções, desejos e necessidades. A autoestima requer grande integridade e
congruência, que leva a uma grande repercussão do estado mental do individuo.

Esta avaliação subjetiva evidencia um julgamento que é feito das nossas capacidades
e do seu valor, englobando crenças e estados emocionais, a autoestima é assim, elaborada
pelo nosso discurso interno, da história que contamos a nós próprios, no acumular das
experiências nossa vida.

Este conhecimento permite a evolução da pessoa, não se centrando apenas no seu


êxito ou no fracasso (sendo uma consequência destes e não a sua causa), mas sim, na
experiência pessoal de sentir-se adaptado para a vida e para as suas exigências, não sendo
algo competitivo ou comparativo, nem está definido em termos de superioridade ou
inferioridade.
Deste modo a autoestima pode dividir-se em dois processos: fazer bem e sentir-se bem.
Eu tenho que acreditar que consigo fazer bem, dando o melhor que for possível, para após o
resultado poder sentir-me bem, mesmo que este seja negativo. Neste percurso irá ocorrer um
crescimento, no caso de o resultado ser positivo, poder continuar a evoluir no
desenvolvimento, no caso se o resultado for negativo, então ter a certeza que fiz o melhor
possível com as ferramentas que tinha à data e gerar energia para procurar e tentar uma nova
estratégia.
A autoestima está ligada com a nossa autoconfiança, sendo esta a consciência de
evolução e de eficácia no trato das nossas circunstâncias e realidades, e com o autorrespeito,
ou seja, com a sensação de valor pessoal. É com a adversidade que evoluímos a nossa
responsabilidade perante uma situação e que aprender com ela.

Quanto maior a nossa autoestima, mais bem equipados estaremos para lidar com as
adversidades da vida, mais flexíveis seremos e mais resistiremos à pressão do desespero ou
da derrota. Quanto mais alta for a nossa autoestima maior será a probabilidade de sermos
criativos no nosso trabalho e, mais ambiciosos tenderemos a ser, não só profissionalmente
ou financeiramente, mas também no aspeto pessoal, cultural e social.
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A falta de autoestima levanta barreiras para alcançar o êxito ou a sensação de
autorrealização, sentindo-nos inadequados à nossa própria vida. Cabe nos perguntar se
temos perceção quando temos um pensamento distorcido? Conseguimos transformá-lo em
algo positivo, equilibrando a carga emocional?

Como desenvolver a autoestima?


1. Cuide-se (pratique desporto, tenha sono de qualidade e alimentação equilibrada,
mas também tenha hobbies e faça algo que goste)
2. Saiba reconhecer as suas qualidades (faça uma lista e leia-a regularmente)
3. Defina metas e objetivos
4. Saia da zona de conforto
5. Pratique a resiliência
6. Aceite o que não pode mudar
7. Cuide das suas relações sociais
8. Aja como se já tivesse uma autoestima consolidada
9. Controle os seus pensamentos negativos

7.6 OPTIMISMO: UM MODO DE VIDA

Para Martin Seligman (1990), as características que definem as pessoas pessimistas


são, que pensam e creem que os eventos adversos duram muito tempo e minimizam os seus
esforços e assim a possibilidade de êxito, culpando-se por esses eventos. Os otimistas
quando confrontados com eventos adversos pensam em termos temporais e confinam esses
eventos como específicos sem se culparem pelas suas causas, responsabilizando-se por eles
definindo estratégias para ultrapassá-los, movimentando maiores recursos
Observou ainda que os pessimistas tendem a ceder mais rapidamente e a deprimir-se
mais vezes, e que os otimistas têm maior êxito no campo educativo, profissional e desportivo.

Uma atitude pessimista aparenta ser profundamente enraizada na personalidade do


individuo que ele pensa que é permanente. Assim para o autor o otimismo é uma habilidade
de mudar de hábitos, rotinas e atitudes como um desafio encorajador através de ações
voluntárias, sugerindo que é possível alterar por meio de aprendizagem de novas habilidades.
Assim seremos, atuaremos e alcançaremos sobre o que decidirmos sobre nós próprios,
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assim atuarmos ou não de forma otimista é uma escolha. No entanto o êxito não é o produto
do talento e das habilidades pessoais, porém o otimismo é uma parte central e muito
importante do sucesso.

A autoestima tem um número de expectativas implícitas sobre o que é possível e


apropriado para nós, bem como sobre o que é possível aprendermos e alcançarmos. Estas
expectativas tendem a gerar as ações que se convertem em realidade, por sua vez estas
realidades confirmam e reforças as crenças originais. Cabe a nós interpretar as expectativas
de uma maneira positiva, para que possamos agir sobre o que aprendemos, obtendo um
resultado que seja encarado sempre como uma mais-valia para o nosso desenvolvimento.

Pesquisas mostram que 80% (antes da pandemia), são positivas e têm uma tendência
natural para o comportamento positivo, esta situação protege o próprio organismo de
doenças, visto aumentar a produção dos glóbulos brancos.

Existem três dimensões relacionadas com os estilos de explicar os eventos que nos
acontecem no nosso dia-a-dia:
1) Permanência no evento: a duração VS a quantidade (tempo)
Aqui podemos explicar um evento quer pela duração e pela quantidade, ou seja,
uma pessoa pessimista interpretará, por exemplo, que o acontecimento ocorreu
demasiado tempo e por demasiadas vezes, porém um otimista interpretará, que numa
mesma situação, o evento ocorreu o tempo e as vezes necessárias para compreender
e aprender com o mesmo, podendo desta forma progredir e passar para a fase
seguinte.
2) Generalização: específico VS universal (espaço)
Nesta dimensão teremos um esclarecimento do acontecimento como sendo algo
específico ou algo que pode acontecer a muitas pessoas, por exemplo: “Estava a à
espera do autocarro, veio um condutor distraído, que ao passar com o carro por cima
de uma poça de água, molhou-me”, um pessimista entenderá como algo que apenas
lhe acontece a ele, porém um otimista entenderá que são situações que podem ocorrer
a qualquer um.
3) Personalização: Interno VS externo
Ainda no exemplo anterior, um pessimista entenderá que aquele acontecimento se
deu porque, foi ele que chegou 5 minutos atrasado e já não conseguiu ficar sentado na

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paragem do autocarro como acontece todos os dias, para o otimista ocorreu porque a
estrada não está nas melhores condições.

Deixar a nota que um otimismo em demasia também não é vantajoso, tendo em conta,
que pessoa acredita que tudo irá correr bem, deixando de dar importância a todos os sinais
dados pelos sentimentos negativos, que são sempre necessário para que possa existir uma
correta regulação emocional. Ter um pouco de pessimismo ajuda-nos a entrar em situações
completamente fora do nosso alcance.

7.7 PENSAMENTO SISTÉMICO

Podemos afirmar que todo está conectado e interligado. Gegory Bateson (1956) define
um conceito que aponta para um modo de pensamento que comtempla o todo e as suas
partes, assim como as conexões entre estas, estudando o todo para compreender as partes.
É um meio de reconhecer as relações que existem entre os acontecimentos e os elementos
que nele interagem, permitindo-nos uma maior consciência para compreendê-los e usando a
capacidade de influenciar ou interagir com eles.

Serve para exercer uma influência mais certa e precisa, permitindo descobrir padrões
que se repetem nos diversos acontecimentos, sendo útil para realizar precisões e preparar-
se para o futuro, proporcionando métodos eficazes e melhores estratégias para enfrentar os
problemas, permitindo-nos dispor mais amplamente do nosso potencial.

Para exercer alguma influência num sistema, há que conhecer a sua estrutura, sendo
que o pensamento sistémico serve para compreender a complexidade dos processos e
procedimentos e descobrir a forma de melhorarmos. Devemos procurar a raiz da raiz de cada
questão, caso contrário podemos correr o risco de ver apenas a consequência e não a causa.
O pensamento sistémico faz-nos compreender a complexidade dinâmica da
causa/efeito, ou seja, uma mesma causa faz-nos gerar efeitos opostos, mediante a análise
ser feita a curto, médio ou longo prazo (efeito gota).

É algum que se aplica para alcançar mais precisão nas nossas ações quer como pessoa,
quer na família, com os filhos, com o nosso companheiro, nas nossas finanças, na economia,
nas organizações, nas empresas com cadernos de produção e gestão, incluindo com a
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política, com o meio ambiente, com os ecossistemas e no fim com a relação com o cliente ou
mesmos com os nossos chefes e/ou subordinados. Esta habilidade serve para criar e dirigir
equipas, que ao fim e ao cabo funcionam como sistemas.

Ao dominarmos o pensamento sistémico, abandonamos a premissa de que existe um


individuo ou um agente individual responsável, visto que todos compartilham a
responsabilidade dos problemas gerados dentro de um sistema.

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8. CONCLUSÃO

Podemos afirmar que a chave para a Inteligência Emocional é a critica construtiva, visto
ser ela que não conseguimos conectar mos nem com o mundo exterior nem mesmo com as
nossas emoções. Quando esta crítica é destrutiva dá-se um colapso emocional. Facilmente
temos baixa autoestima, baixa motivação e somos pessimistas na forma como encaramos o
que nos acontece, que por sua vez nos faz ser pouco empáticos e assertivos, e com extrema
dificuldade em sermos congruentes e com um pensamento sistémico.
Levinson considera que a crítica, com ataque pessoal, é uma informação extremamente
valiosa para melhorar as situações e principalmente a nós próprios. Perceber a critica como
uma oportunidade de trabalhar em conjunto com quem a fez, é resolver um problema (em vez
encararmos como ataque pessoal), que se levanta no momento e por vezes espelhar que o
outro está a responder de maneira defensiva em vez de assumir a sua própria
responsabilidade.

TÉCNICAS DE GESTÃO EMOCIONAL

I. Indução das emoções voluntariamente, já que a função é a mesma a nível do


funcionamento interno (ritmo cardíaco, hormonas, etc), aqui utilizam-se técnicas de
respiração e também se trabalha com o “teatro”

II. MEDIR A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


 Testes online e testes psicológicos
 Autoavaliação para compreender como nos vemos a nós próprios
 Pedir a outras pessoas que nos avaliem
 Fazer testes de habilidades
 Prestar atenção aos comportamentos relacionados à alta inteligência emocional

III. AVALIAR A IE POR MEIO DE CONVERSA


 Pensar como lidamos com as adversidades
 Avaliar como nos relacionamos com os outros
 Ser humildes ao ensinar algo para os outros
 Pensar nos nossos valores
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IV. DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA EMOCIONAL
 Avaliar as nossas emoções ao longo do dia
 Controlar as nossas emoções no trabalho
 Escutar o que o outro tem a dizes
 Construir as nossas habilidades interpessoais
 Responsabilizarmo-nos pelos nossos atos
 Observar como reagimos às outras pessoas
 Examinar como reagimos a situações stressantes
 Perceber como as nossas ações afetam os outros

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9. BIBLIOGRAFIA

 Etapa, Nova – Consultores em Gestão e Recursos Humanos, Lda., Controlo


Emocional – Manual do Formando, Lisboa, Nova Etapa, 2003
 Gardner, Howard, trad. Umberto de Figueiredo et al, Rio de Janeiro, Editora Objetiva,
2001)
 Gardner, Howard, Inteligências Múltiplas: a teoria na prática, trad. Maria Veronese,
Porto Alegre, Artes Médicas, 1995
 Ghelman, Danielle (?), A Relação entre o pensamento sistêmico e a inteligência
emocional: um estudo dos discursos de professores em uma escola municipal do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, Departamento de Educação
 Goleman, Daniel, trad. Carlos Silva O Cérebro e a Inteligência Emocional Novas
Perspetivas, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2011
 Goleman, Daniel, trad. Carlos Silva Inteligência Emocional, a Teoria Revolucionária
que redefine o que é ser inteligente, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2005
 Ekman Group, Atlas de Emoções, Funcionamento das emoções. Disponível em:
www.atlasemotions.org. Acesso em: 01 de Maio de 2021

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