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Da Fenomenologia ao Existencialismo
3. O ser-no-mundo e o ser-com-os-outros
O homem é aquele ente que se interroga sobre o sentido do ser. O homem não pode se
reduzir a simples objeto, isto é, a simples estar-presente. O modo de ser do homem é a
existência. A experiência é poder-ser. Mas poder-ser quer dizer projetar... O homem é
projeto é as coisas do “mundo” são originariamente utensílios em função do projetar
humano. Tudo isso nos introduz na consideracao da característica mais fundamental do
homem que Heidegger chama de ser-no-mundo.
O homem está-no-mundo. Mas, como o homem é constitutivamente projeto, o
mundo não é originariamente realidade a contemplar, e sim muito mais conjunto de
instrumentos “para” o homem, conjunto de utensílios, ou seja, de coisas a utilizar,
estando à mão, e não de coisas a contemplar como presentes.
Sendo o ser-aí projeto, o mundo existe como conjunto de coisas utilizáveis: o
mundo vem a ser graças ao seu ser utilizável. O ser das coisas equivale ao seu ser
utilizadas pelo homem. O homem não é, portanto, um espectador do grande teatro do
mundo: o homem está no mundo, envolvido nele e em suas peripécias. E,
transformando o mundo, ele forma e transforma a si mesmo. A atitude teórica e
contemplativa do espectador desinteressado é somente um aspecto da mais ampla e
geral utilizabilidade das coisas. As coisas são sempre instrumentos. Podem ser vistas
inclusive como instrumentos que satisfazem um prazer estético.