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Física para Universitários: Relatividade, oscilações, ondas e calor – Wolfgang Bauer, Gary D.

Westfall & Helio Dias

Relatividade
 Veremos que:
 o tempo flui a taxas diferentes dependendo do movimento do observador
(Dilatação do Tempo)
 o espaço é contraído dependendo do movimento do observador
(Contração do Comprimento)
 as velocidades não podem mais ser somadas linearmente (algumas vezes
1 + 1 = 1,…)
 a energia cinética e o momentum têm novas definições e uma nova
relação um com o outro
 Mas tudo que aprendemos sobre a Mecânica Newtoniana será recuperado
para velocidades relativamente pequenas v/c
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Se a luz é uma onda…


…o que está oscilando?

Ondas sonoras: perturbação ou vibração em meio sólido, líquido ou gasoso


(meios elásticos). Onde não há meio, não há som
“No espaço ninguém pode ouvir você gritar” (Alien, 1979)

Ondas aquáticas: moléculas de água se movem para cima e para baixo

Ondas luminosas: ???


Resposta dada no século 19: Éter
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O éter
 Éter era a substância hipotética através da qual as ondas eletromagnéticas
viajariam. Era usado por diversas teorias óticas como uma forma de permitir a
propagação da luz, o que se acreditava ser impossível de acontecer no
espaço “vazio"

 Supunha-se que o éter preenchia o Universo inteiro e era um sistema de


referência estacionário que era rígido para ondas eletromagnéticas, mas
completamente permeável à matéria
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O éter
Suponha que o Éter exista…

vTerra

A Terra está se movendo em relação ao éter

v da luz medida na Terra


= v da luz + velocidade da Terra em relação ao éter
 Nós, na Terra, deveríamos sentir o “vento do éter”
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Experimento de Michelson-Morley (1)


Suponha que o éter exista… como o detectaríamos?
A existência do éter implica que diferentes velocidades da luz são medidas na
Terra e dependem se a luz se move paralelamente ou perpendicularmente ao
vento do éter
Interferômetro

vento do éter
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Experimento de Michelson-Morley (2)


Interferômetro c: velocidade da luz
v: vento do éter (v da terra em rel. ao
éter)
Braço 2 L
L Braço 1:
Braço 1
Braço 2:

vento do éter v

v As diferenças de tempo causam


uma diferença de fase e, assim,
um padrão de interferência. O
c vu padrão deveria mudar quando o
interferômetro é girado
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Resultados de Michelson & Morley


 Se há movimento da Terra em relação ao éter, então a velocidade da luz
observada deveria ser diferente para a luz em direções diferentes

 Michelson & Morley usaram seu interferômetro e encontraram…

NADA
 A velocidade da luz é a mesma em qualquer direção ~300.000 km/s
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Einstein
O éter não existe e a velocidade da luz, c, é
constante para todos os observadores,
independentemente do movimento do observador

Adequadamente, Einstein introduziu um novo


princípio, o princípio da relatividade especial
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Postulados de Einstein
 Postulado 1:
 As leis da física são as mesmas em cada sistema de referência inercial,
independentemente do movimento desse sistema de referência

 Postulado 2:
 A velocidade da luz, c, é a mesma em qualquer sistema de referência inercial. A
velocidade da luz (no vácuo), c, é a velocidade máxima. Nada pode ser mais rápido.

 Os dois postulados foram exaustivamente testados e jamais alguma exceção foi


encontrada!
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Cuidado!
 Postulado 1:
O que ele não significa…
 Ele NÃO significa que os valores medidos de todas as quantidades físicas são os
mesmos para todos os observadores; de fato, a maioria não é a mesma, como você
verá ao longo dos próximos poucos slides…
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A velocidade máxima - experimento


 Em 1964, no CERN, em Genebra,
Suíça, W. Bertozzi e colegas de
trabalho aceleraram elétrons a várias
velocidades medidas e, com
métodos independentes, mediram
suas energias cinéticas.
Resultado: a energia cinética
aumenta até valores muito altos, mas
a velocidade não aumenta
consideravelmente (veja a Figura).

Os elétrons foram acelerados a


v/c = 0,99999999995
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Testando o postulado da velocidade da luz


 Também em 1964, no CERN, em Genebra, Suíça, T. Alvaeger e colegas
mediram o decaimento do píon neutro 0 movendo-se a altas velocidades

0 ->  + 

Raios  são ondas eletromagnéticas com frequência alta (e, naturalmente,


com velocidade c)

Resultado: os raios  se movem a velocidade da luz c mesmo quando se


originam de píons que se movem a v/c = 0,99975
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Medindo um evento
 Um evento é algo que acontece e a cada evento pode ser atribuído três
coordenadas espaciais e uma coordenada temporal

 Dentre possíveis eventos estão a colisão de duas partículas, um sinal de luz,


a passagem de um raio laser por um ponto específico, uma explosão,…

 As coordenadas caracterizando um evento – x, y, z, t – são chamadas de


coordenadas espaço-temporais

 Diferentes observadores em sistemas de referência diferentes irão associar


diferentes coordenadas espaço-temporais a um evento!
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Sistema de referência
 O que é um sistema de referência?

 Uma perspectiva particular da qual o universo é observado. Imagine um


conjunto de eixos a partir dos quais um observador consegue medir a posição
e o movimento de todos os pontos no sistema. E um relógio… como veremos
adiante.

 Qualquer ponto na Terra é um sistema de referência

 Sistemas de referência podem se mover em relação uns aos outros

 Vamos retornar a sistemas de referência móveis, uma revisão da mecânica


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Sistema de referência móvel - clássico


 Pessoa caminhando com uma
velocidade vw , medida por um
observador movendo-se com
ele ao longo da esteira

 A superfície da esteira se move


a vwt em relação ao terminal.

 Duas velocidades se adicionam


como vetores

 A velocidade da pessoa medida


por alguém parado no terminal:
vt = vwt + vw
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Simultaneidade
 Dois observadores, Sam e Sally, assistem a dois eventos, um a frente do trem
e um atrás.

 Sally senta-se no trem, enquanto Sam fica parado na estação.


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Relatividade da simultaneidade (1)


 Dois observadores, Sally e Sam, são observadores em duas astronaves. A
nave de Sally se move para a direita com velocidade v em relação a de Sam.
Dois meteoritos colidem nos pontos R’R e B’B (eventos azul e vermelho).
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Relatividade da simultaneidade (2)


 Sam: a luz do evento
Vermelho e do evento
Azul chegam a mim
ao mesmo tempo. A
partir das marcas na
minha nave, deduzo
que eu estava parado
na metade do
caminho entre as
duas fontes. Portanto,
os eventos Vermelho
e Azul foram eventos  Sally: a luz do evento Vermelho chegou
simultâneos. até mim antes do que a luz do evento
Azul. Pelas marcas na minha nave,
deduzo que eu estava parada na metade
do caminho entre as duas fontes.
Portanto, o evento Vermelho e o Azul
NÃO foram eventos simultâneos.
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Dilatação do tempo (1)


 Nossa percepção: o tempo está fluindo a uma taxa uniforme em uma direção
(passado  futuro)

 Mas se aceitarmos que a velocidade da luz é a mesma em qualquer sistema


de referência, então nos confrontamos com problemas conceituais

 O intervalo de tempo que leva para um evento ocorrer, observado em um


sistema de referência móvel, está dilatado em comparação ao intervalo de
tempo para o evento ocorrer no referencial, no qual o evento está em
repouso!
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Dilatação do tempo (2)


Imagine dois observadores: Um pulso de luz sai da fonte
Sally está sentada em um de luz B (evento 1) e é
trem em movimento refletido por um espelho e
(velocidade v) e mede os detectado de volta em B
eventos 1 e 2 com um único (evento 2)
relógio C no trem.
Sam está na estação de
trens e mede os eventos 1 e
2 com dois relógios
sincronizados C1 e C2.
Quando dois eventos
ocorrem na mesma posição
em um referencial inercial, o
intervalo de tempo entre eles
é denominado tempo próprio.
Sally: t0 = 2D/c Sam: t = 2L/c
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Um pulso de luz sai da


Dilatação do tempo (3) fonte de luz B (evento
1), é refletido por um
Da geometria: espelho e detectado de
volta em B (evento 2)

Substitua: D = 0,5ct0

Elimine L na equação de Sam

Sally: t0 = 2D/c Sam: t = 2L/c


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Dilatação do tempo (4)


 Mais uma vez, em palavras:
A taxa na qual o tempo flui depende do quão rápido o observador se move!

 Observação: isso não é apenas a percepção subjetiva do tempo, mas o


comprimento mensurável e objetivo de tempo!

t0
t   t0
2
1 (v / c)

 Provavelmente a fórmula mais surpreendente deduzida em todo o curso até


agora…
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Por que não tínhamos percebido…


 É conveniente expressar a velocidade como uma fração da velocidade da luz

 Introduza a variável beta como a razão entre a velocidade v e a velocidade da


luz
v

c

 Outra variável útil que depende da velocidade v


e da velocidade da luz é 
1 1
 
1  2 1  (v / c ) 2
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Exemplo: Beta e gama


Na sua trajetória para a Lua, as espaçonaves Apolo atingiram velocidades de
40.000 km/h, quase uma ordem de grandeza mais rápida do que qualquer avião.

Pergunta: Quais são os valores dos fatores relativísticos  e  nesse caso?


Resposta:

Mensagem Principal: para todas as velocidades com as quais estamos


acostumados na nossa vida diária,  está muito perto de 0 e  é apenas um
pouco maior do que 1.
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Exemplo: Dilatação do tempo no decaimento de múons

 Múons tem um tempo de vida de 2,2 s

 Experimento do CERN: múons produzidos com  = 0,9994

 Tempo de vida desses múons móveis deve ser 28,87 vezes mais longo, 63,5
s, do que para aqueles em repouso
 Durante esse tempo, os múons podem se mover por uma distância

 Sem a dilatação do tempo, essa distância seria de apenas 660 m


 => Observação direta da dilatação do tempo!
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Contração do comprimento (1)


 De volta para Sally e Sam: Sally está em um trem que se move a uma
velocidade v, passando por Sam, que está parado na plataforma da estação
de trens

 Sam mede o comprimento da plataforma com uma fita métrica e obtém o


comprimento próprio L0 (próprio, pois a plataforma está em repouso para
Sam).
 Sam percebe que o trem passa pelo comprimento em um tempo t = L0 /v.
 Esse tempo t não é um tempo próprio!

 Para Sam, os dois eventos (Sally passando pela frente e por trás da plataforma)
ocorrem em posições diferentes!
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Contração do comprimento (2)


 Para Sally, a plataforma está se movendo e passando por ela.
 Os dois eventos medidos por Sam ocorrem na mesma posição no referencial dela.
 Assim, ela mede um intervalo de tempo próprio t0. Para ela, o comprimento é dado
por L = vt0.

 Divida os dois e lembre-se da dilatação temporal:


vt0 L0
L 
 
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Cone de luz positivo (1)


 Um evento ocorre no instante 0, na
posição x0 (ponto vermelho)

 Um sinal que anuncia esse evento no


espaço e tempo não pode se propagar
mais rápido do que a velocidade da luz,
com uma velocidade no intervalo entre
v= –c e v = +c

 O triângulo colorido mostra a região no


espaço e no tempo na qual o evento
pode ser observado

 Essa região é denominada o cone de


luz positivo do evento
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Cone de luz positivo (2)


 O ponto azul, localizado no instante t1
e na posição x1, é capaz de receber
um sinal de que o evento original
aconteceu
 O ponto verde localizado no instante t2
e na posição x2 não é capaz de
receber tal sinal
 Isso implica que o evento representado
pelo ponto vermelho não pode ter
causado o evento representado pelo
ponto verde
 Os dois eventos, vermelho e azul, não
podem estar causalmente conectados,
isto é, um evento não pode causar o
outro
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Cones de luz
 Geralmente, cones de luz são mostrados com
posição no eixo x e tempo no eixo y

 Eventos no cone de luz negativo podem


influenciar eventos na origem

 Eventos na origem podem influenciar eventos


no cone de luz positivo

 Por que denominamos esses desenhos cones


de luz ao invés de triângulos de luz?

 Fica mais óbvio quando usamos duas


dimensões espaciais, x e y, junto com o
tempo, t
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Linhas de mundo e espaço-tempo (1)


 Ajustamos a escala dos eixos do cone de luz
para que eles tenham as mesmas unidades

 Nesse diagrama de cone de luz, podemos


desenhar linhas de mundo
 Uma linha de mundo é a trajetória de um objeto
no espaço e no tempo, ou espaço-tempo

 Nesse esboço, imaginamos o movimento em apenas uma dimensão espacial,


x, junto com o tempo, t

 Suponha um objeto, inicialmente localizado em x = 0 e t = 0


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Linhas de mundo e espaço-tempo (2)


 O vetor 1 mostra um objeto que não está
se movendo

 O vetor 2 mostra um objeto se movendo no


sentido positivo de x

 O vetor 3 mostra um objeto se movendo no


sentido negativo de x

 O vetor 4 mostra um objeto se movendo com a velocidade da luz no sentido


positivo de x

 O vetor 5 mostra um objeto se movendo com a velocidade da luz no sentido


negativo de x
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O paradoxo dos gêmeos


 Gêmeos Alice e Beto
 Alice faz uma viagem espacial com a velocidade de  = 0,65 ( = 1,32) para
uma estação espacial localizada a 3,25 anos-luz da Terra, e volta no começo
do 20º aniversário, enquanto Beto permanece na Terra
 A distância de ida e volta é 6,50 anos-luz; logo, do ponto de vista de Beto, na
Terra, a viagem de Alice leva
 t = d/v = 6,5 canos/0,65 c = 10 anos
 Assim, quando Alice retorna, Beto tem 20 + 10 = 30 anos de idade
 Do ponto de vista de Alice, ela viaja uma distância com comprimento
contraído
 d = 6,5 canos/ = 4,9 anos-luz
 Do ponto de vista de Alice, a viagem leva
 t = d/v = 4,9 canos /0,65 c = 7,6 anos
 Quando ela retorna, Alice tem 20 + 7,6 = 27,6 anos de idade
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O paradoxo dos gêmeos do ponto de vista de Alice

 Agora vamos olhar para a viagem do ponto de vista de Alice


 Ela parece estar sentada, imóvel, e Beto, se movendo com velocidade  =
0,65
 Alice envelhece 7,6 anos durante sua viagem. Beto estava se movendo com 
= 0,65 ( = 1,32); logo, seu relógio estava adando mais lentamente e ele
deveria ter envelhecido
 (7,6 anos)/1,32 = 5,8 anos

 Assim, quando Alice retornasse para a Terra, ela teria 27,6 anos e Beto teria
25,8 anos de idade

 Os dois gêmeos não podem ser mais novos um que o outro!


 Qual dessas duas visões está correta?
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Solução do paradoxo dos gêmeos


 Obtemos a solução do paradoxo dos gêmeos quando percebemos que Beto
continua em um referencial inercial na Terra, enquanto Alice vive em dois
referenciais inerciais diferentes durante sua viagem
 Um movimento de ida, no qual ela se afasta da Terra e se aproxima da estação
espacial
 Um movimento de volta, no qual ela retorna da espação espacial em direção à Terra

 A simetria entre os dois gêmeos é quebrada!

 Podemos analisar o caminho dos dois gêmeos no espaço-tempo usando


nossas técnicas de cones de luz e linhas de mundo
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Sistema de referência de Beto


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Sistema de referência de Alice


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Paradoxo dos gêmeos - outros argumentos


 Às vezes escutamos que a falta de envelhecimento para o gêmeo viajante
ocorre quando este acelera para se virar e voltar e os efeitos da relatividade
geral dominam
 Mostramos que o paradoxo dos gêmeos pode ser resolvido usando apenas a
teoria da relatividade especial
 De fato, tivemos que levar em conta a aceleração para virar o gêmeo viajante,
mas podemos postular diversos cenários para minimizar as contribuições
dessa aceleração
 Os efeitos da relatividade geral não são necessários para explicar o paradoxo dos
gêmeos
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Resumo: Comprimento e tempo


 Dilatação do Tempo
t0 t0: “tempo próprio”
t   t0
1  (v / c ) 2 Medido no mesmo lugar

 Contração do Comprimento
L0: “comprimento próprio”
ct0 L0
L  Medido no referencial em repouso
 
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Deslocamento de frequência
 A dilatação temporal modifica todos os outros observáveis relacionados ao
tempo
 Exemplo: frequência

 O deslocamento de frequência relativístico age de forma similar ao Efeito


Doppler, mas tem origem na dilatação temporal ao invés de no movimento do
meio de propagação da onda em relação ao observador ou fonte

c v
f  f0
cv

 Sinais superiores são para observador e sinal emitido afastando-se um do


outro, inferiores para movimento no sentido um do outro
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Deslocamento do comprimento de onda


 Como c = f, um deslocamento na frequência também é um deslocamento no
comprimento de onda

 Comprimento de onda observado


cv
  0
c v

(Lembrando: sinais superiores para movimento se afastando um do outro,


inferiores no sentido um do outro)

 Deslocamento para o vermelho: objeto se afasta de nós


 Deslocamento para o azul: objeto se move na nossa direção
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Deslocamento para o vermelho


 Parâmetro de deslocamento para o vermelho z:
razão entre o deslocamento do comprimento de onda da luz e o comprimento
de onda da mesma luz quando a fonte está em repouso

 Deslocamento para o vermelho


   0 cv
z   1
0 0 c v

 Observação: praticamente todas as galáxias no universo tem um


deslocamento para o vermelho e, logo, se afastam de nós
 Quanto mais longe elas estão, maior seu deslocamento para o vermelho

 Para v pequeno: z~


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Espectro do deslocamento para o vermelho


 Linhas pretas: linhas de absorção de Fraunhofer

 Usadas para identificar a presença de elementos nas estrelas (393 & 397 nm
de Ca II [cálcio ionizado]; 410, 434, 486 & 656 nm de H I [átomo de
hidrogênio]; 518 nm de Mg I [magnésio neutro]; e 589 nm de Na I [sódio
neutro])
Galáxia muito distante: v = 75.000 km/s, z = 0,25

Galáxia distante: v = 15.000 km/s, z = 0,05

Galáxia próxima: v = 3.000 km/s, z = 0,01

Estrela próxima: v = 0, z = 0
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Idade do Universo versus


deslocamento para o vermelho
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Transformação de Lorentz
Observação:
a transformação de
Lorentz contém tanto
dilatação temporal quanto
contração do
comprimento

Lorentz
x '   ( x  vt )
y'  y
z' z
t '   (t  vx / c 2 )

v pequeno: Galileu é um caso especial de Lorentz


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Dedução da transformação de Lorentz (1)


 O vetor soma

será corrigido em qualquer sistema de referência

 No sistema F
x  vt  x '/ 

 No sistema F’
x /   vt ' x '
 Reorganizando obtemos
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Dedução da transformação de Lorentz (2)


 Pegando o que obtivemos do referencial F’
e multiplicando por , obtemos a transformação
de Lorentz inversa
x   (x ' vt ')
 Combinamos as duas últimas equações para obtermos

x   ( (x  vt)  vt ')   2 (x  vt)   vt ' 


x /  2  x  vt  vt '/  
(1   2 )x  vt  vt '/ 
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Dedução da transformação de Lorentz (3)


 Relembrando

  1 / 1  v 2 /c 2
 2  1 / (1  v 2 /c 2 )
1   2  v 2 /c 2

 Chegamos em

(essa dedução segue J.-M. Lévy)


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Adição de velocidades relativística (1)


 Galileana: v1+2 = v1 + v2
 Adição relativística para quando dois objetos se movem em sentidos opostos:
v1  v2
v1 2 
vv
1  1 22
c

 Exemplo anterior, c “mais” c/2: cc/2


vc  c / 2  c
cc / 2
1
c2

 Para velocidades pequenas em comparação a c, podemos negligenciar


v1v2 /c2 em comparação a 1 e obtemos de volta nosso resultado Galileano.
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Adição de velocidades relativística (2)


 Galileana: v1–2 = v1 – v2
 Adição relativística para o caso onde os dois objetos se movem no mesmo
sentido:
v1  v2
v12 
vv
1 1 2 2
c

 Exemplo: a nave auxiliar Sacagawea está se aproximando da espaçonave


Voyager. Em relação às estrelas ao redor, as velocidades das espaçonaves
são
 vSacagawea = 0,830 c
 vVoyager = 0,750 c no mesmo sentido

 Qual é a velocidade da Voyager observada pela Sacagawea?


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Exemplo: Adição de velocidades relativística (1)


 A nave auxiliar Sacagawea está se aproximando da espaçonave Voyager. Em
relação às estrelas ao redor, as velocidades das espaçonaves são
 vSacagawea = 0,830 c
 vVoyager = 0,750 c no mesmo sentido

Pergunta:
Qual é a velocidade da Voyager observada pela Sacagawea?

Resposta:
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Exemplo: Adição de velocidades relativística (2)


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Momentum relativístico
 Clássico:
 Correção relativística: Azul: relativístico
Vermelho: clássico

 m é a massa de uma
partícula medida
em seu referencial
de repouso
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Força e momentum
 A 2ª Lei de Newton na forma “clássica”,

não mais é correta no limite relativístico

 Mas a forma

ainda é válida
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Energia cinética (1)


 Não relativística: K  12 mv 2

 Relativística: é necessário considerar a contribuição da massa para a energia

 Energia contida na massa de uma partícula


E0  mc 2

 Essa é a energia que uma partícula tem quando está em repouso; às vezes
também é chamada de “energia de repouso”

 Quando uma partícula está em movimento, sua energia aumenta, assim como
o tempo se torna dilatado:
E   E0   mc 2
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Energia cinética (2)


 A partir da energia, podemos obter a energia cinética subtraindo
a energia de repouso
K  E  E0  (  1) E0  (  1)mc 2

 Limite não relativístico (v << c):

(1  x 2 ) 1/ 2  1  12 x 2  83 x 4  ...

  1  12  2  1  12 v 2 / c 2

K  (  1)mc 2
 ((1  12 v 2 / c 2 )  1)mc 2
 12 mv 2
Lembrete de matemática:
Série de Taylor de f(x) em x=a
f(x)=f(a)+(df/dx)|x=a(x-a)+…
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Momentum e energia (1)


 Comece pelos resultados para momentum e energia e eleve ao quadrado:

p   mv  p 2   2 m 2 v 2
E   mc 2  E 2   2 m 2 c 4

 Eleve ao quadrado o fator gama:


1 1 c2
 2
  2 2
1  2
1 v / c
2 2
c v

 Expresse E2 como uma função de p2:


c2 c2  v2  v2 2 4 v2
E  2 2mc 
2 2 4
m c  m 2 4
c  m 2 4
c
c v c v
2 2
c v
2 2

c2
 m c  2 2 m2v 2c 2  m2c 4   2 m2v 2c 2
2 4

c v
 m2c 4  p 2c 2
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Momentum e energia (2)


 Finalmente tomamos a raiz quadrada

E  p 2c 2  m2c 4

 Raiz negativa: antimatéria (Dirac) E   p 2 c 2  m 2c 4

 Caso de massa nula (fótons):


E  pc
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Velocidade, energia & momentum


 Divida o momentum pela energia
p  mv v pc 2
  v
E  mc 2 c 2 E

 Podemos expressar o fator beta como:


v pc
 
c E
 Isso nos dá uma relação energia-momentum adicional:
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Exemplo: Energia & momentum (1)


Pergunta:
Se um elétron tem uma velocidade de 99% da velocidade da luz, qual é sua
energia total, qual é sua energia cinética e qual é seu momentum?

Resposta:
 Massa de repouso de um elétron
 Energia de repouso
(lembre-se que 1 eV = 1,609·10–19 J)

 Gama para 99% de c:

 Energia total:
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Exemplo: Energia & momentum (2)


Resposta: (cont.)
 Energia cinética do elétron nesse caso:

 Momentum:

 Para um acelerador alcançar esse valor, que é razoavelmente pequeno, não é


caro, mas o último 1% para atingir c é onde se torna grande e caro

 No acelerador de elétrons em SLAC, na Califórnia, a velocidade alcançada


pelos elétrons é 99,9999999% da velocidade da luz e necessita-se de um
acelerador com 3 km de comprimento para realizar isso
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Massa e gravidade
 Teoria newtoniana da gravidade

 A massa, m, aparece nos dois lados dessa equação


 Lado direito: fonte da interação (massa gravitacional)
 Lado esquerdo: massa sofrendo aceleração (massa inercial)
 Descoberta experimental: massa gravitacional = massa inercial

 A gravidade newtoniana funciona extremamente bem, exceto perto de


massas muito grandes
 Exemplo: pequenos desvios na órbita observada de Mercúrio
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Órbita de Mercúrio
 Sendo o planeta mais perto do Sol, Mercúrio orbita uma região do sistema
solar muito próxima ao Sol

 A trajetória elíptica de Mercúrio ao redor do Sol se desloca levemente com


cada órbita
 Seu ponto mais próximo ao Sol
(ou "periélio") se desloca para a
frente em cada passagem

 A teoria de Newton prevê um


avanço de apenas metade do
tamanho realmente observado
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Princípio da equivalência
 Einstein (1907): “Se uma pessoa está em queda livre, ela não sentirá seu
próprio peso”

 Consequência: você não consegue distinguir se está em um sistema de


referência acelerado ou se você está sujeito a uma força gravitacional

 Princípio da Equivalência: “Todos os


locais em queda livre e sem rotação em
laboratórios são equivalentes quanto à
realização de experimentos físicos.”

 Tempo e espaço são localmente curvados devido à presença de massas


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Relatividade geral
 O princípio da equivalência conduz à teoria da relatividade geral
 Espaço e tempo são modificados (curvados)

 A órbita de Mercúrio se desloca porque a massa gravitacional do Sol modifica


o espaço através do qual Mercúrio viaja
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Espaço curvado (1)


 Exemplo bidimensional: imagine uma folha de borracha plana, suspensa
pelas bordas. Coloque uma bola de boliche nela: deformação local
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Espaço curvado (2)


 Agora coloque dois objetos na folha de borracha

 Objetos se atraem um para o outro e se movem no sentido um do outro =>


Interação gravitacional
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Espaço curvado (3)


 Objetos não se movem em linhas retas euclideanas, mas em linhas que
correspondem à menor distância no espaço-tempo curvado

 Mesmo que a luz não tenha massa, ela também se move na trajetória mais
curta através do espaço-tempo
 => Luz se desvia (levemente)
perto de grandes massas

 Confirmação espetacular da
teoria da relatividade geral
durante eclipse solar em 1919
 Deflexão angular de 1,75”
prevista e observada
 “Lentes gravitacionais”
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Lentes gravitacionais
Arcos: lentes
gravitacionais
devido a objetos
massivos na linha
de visão

Aglomerado de
galáxias Abell 2218
(Andrew Fruchter
(STScI) et al.,
WFPC2, HST, NASA)
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Raio de Schwarzschild
 O que acontece se as lentes gravitacionais são tão fortes que a luz não
consegue escapar?
 A velocidade de escape teria que ser maior do que a velocidade da luz c
 Para uma massa dada podemos calcular o raio dentro do qual a luz fica para sempre
presa na atração gravitacional dessa massa

 Definição: Raio de Schwarzschild


2GM
Rs 
c2

(depende apenas da massa, M)


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Buracos negros
 Exemplo: Terra

 Para a maioria dos objetos, o raio de Schwarzschild é muito menor do que o


próprio objeto
 Assim, é uma quantidade sem significado para esses objetos

 Se o raio de Schwarzschild for maior do que o raio físico de um objeto, então


chamamos esse objeto de buraco negro
 A Terra seria um buraco negro se fosse menor do que 8,9 mm

 Estrelas com M >15 Msol colapsam em buracos negros ao fim de suas vidas
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GPS – Relatividade necessária


 O sistema de GPS consiste em 24
satélites com relógios atômicos a
bordo
 Tipicamente, um receptor recebe
sinais de sincronização de pelo
menos 4 satélites simultaneamente
 Pela cronometragem desses sinais,
o receptor pode determinar sua
posição

 Efeitos de dilatação de tempo


precisam ser corrigidos, pois os
satélites se movem a 4 km/s em
relação à Terra

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